terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Clayton e Pena: reunidos no primeiro clube parlamentarista do Brasil

Ex-colegas no F.C. Porto, avançados são reforços do Serrano SC


O telefone tocou e afugentou o ócio de Clayton. Do outro lado da linha estava Pena, um velho amigo dos tempos gloriosos do F.C. Porto. Cinco meses de férias entorpeceram as pernas, preguiçaram os sentidos, mas não sossegaram a paixão pelo futebol. O convite soou irresistível: voltar a juntar o pé esquerdo de um à sofreguidão de golos do outro.

«Vamos fazer dupla no ataque do Serrano SC», explica Clayton aoMaisfutebol, numa pausa na primeira semana de estágio. Aos 35 anos, menos um do que Pena, o ex-jogador de Porto e Sporting sente-se um menino. «Foi o Pena que armou isso tudo. Eu não vivo longe de Vitória da Conquista [cidade do Serrano] e ele convenceu-me a vir. O projecto é fantástico.»


É no calor termal de Iguaçu que Clayton e Pena se reabituam ao esforço. Os músculos doem, o cansaço é uma ditadura sem porta de saída e o entusiasmo uma espécie de sopro revolucionário. Há nestes trintões uma réstia de infantilidade luminosa. A bola ainda saltita no pátio das suas almas. 



«Fizemos o primeiro amigável da pré-época há algumas horas, vencemos 2-1 e eu fiz um golo. Está a ser duro mas, só de ver a bola na baliza, tudo passa», conta Pena. «Está no nosso sangue, não é possível fugir», acrescenta o colega. 



«Estou perto de casa e este projecto é um regresso ao ponto de partida. Encontrámos um clube apostado em fazer uma gestão moderna, repleto de jovens talentosos e que tem em mente ser campeão baiano em 2011. Eu e o Pena seremos os mais experientes na equipa e teremos responsabilidades acrescidas. Vamos fazer muita coisa boa!»



«Tudo parece fácil para o Clayton e o Pena»



António Cabral Filho é um dos principais elementos «do primeiro clube parlamentarista do Brasil». Isso mesmo. No Serrano SC não há presidente, nem vices. O Conselho Deliberativo tem sete elementos na sua cúpula e são eles os responsáveis pela gestão da colectividade. 



As apostas em Clayton e Pena, como nos conta o dirigente, são as principais manobras na prossecução de duas intenções: «voltar a encher o Estádio Lomantão com 15 mil pessoas e ser pela primeira vez campeão estadual», conta ao nosso jornal. 



«Há uma ligação muito forte entre ambos. É uma maravilha ter dois jogadores com a qualidade do Clayton e do Pena. Eu vejo os treinos e até parece que brincam a bola. Tudo parece fácil para esses dois.»



A cidade de Vitória da Conquista fica 500 kms a sul de Salvador da Bahía. Tem 300 mil habitantes e é terceira maior cidade do estado. Curiosamente, ou talvez não, foi fundada em 1783 por João Gonçalves da Costa, um português sertanista natural de Chaves. 



A partir do dia 16 de Janeiro, Clayton e Pena reeditam uma parceria cuja génese remonta a 2000. Na época 2000/01, Clayton fez 16 jogos e quatro golos pelo F.C. Porto no campeonato; em 2001/02 elevou a fasquia para 23 presenças e cinco golos.



Pena entrou com tudo e com 22 golos (em 29 jogos) foi Bola de Prata na sua primeira época em Portugal. Depois marcou seis vezes em 24 participações e acabou por sair para o Estrasburgo. 

in "maisfutebol.iol.pt"


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