Uma das razões para alguns clubes estarem a tentar mudar a forma como a UEFA distribui os valores dos direitos televisivos é o fosso, cada vez maior, entre as grandes equipas europeias e as restantes. Emanuel de Medeiros, director executivo da Associação Europeia de Ligas de Futebol Profissional (EPFL), afirma que o “predomínio dos cinco grandes campeonatos, chamados de big five, é incontestável”, a ponto de “ser cada vez mais previsível o nome do vencedor”.
O predomínio das equipas de Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França verifica-se, desde logo, na distribuição de vagas na fase de grupos da Liga dos Campeões. “Dos 22 clubes com entrada directa, 13, ou seja, 59 por cento, são filiados nas big five”, aponta Emanuel de Medeiros, acrescentando que “80 por cento dos que passaram a fase de grupos nos últimos três anos eram de uma destas ligas”.
Na última década, aliás, acentuou-se o domínio das equipas dos cinco grandes campeonatos. O FC Porto foi o único finalista (e vencedor) da Liga dos Campeões que não era oriundo de uma dessas ligas. “E nas últimas três épocas, com excepção dos big five, nenhum outro clube disputou meias-finais ou finais da Liga dos Campeões”, acrescenta Emanuel de Medeiros.
Na história conjunta da Taça dos Campeões Europeus e Liga dos Campeões, 42 das 55 edições (76 por cento) foram ganhas por clubes dos cinco “grandes”. As outras 13 (incluindo quatro de Portugal e seis da Holanda) foram vencidas por clubes de outros campeonatos. Desde 92-93, quando foi criada uma fase de grupos e a competição passou a ser designada como Liga dos Campeões, o domínio dos “grandes” acentuou-se. Apenas duas das 18 edições (Ajax em 1995 e FC Porto em 2004) foram ganhas por clubes de fora desses campeonatos, que garantiram 89 por cento dos triunfos.
Na Taça UEFA/Liga Europa , o domínio não é tão avassalador, mas é igualmente considerável. “Cinquenta por cento dos vencedores da última década são das big five”, aponta Emanuel de Medeiros.
in "pubglico.pt"
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