quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O «MR. BASKETBALL» QUE RESOLVE AO «TIRO»


A história tem 24 anos, iniciada em Nova Iorque. No Porto, é uma narrativa aberta, à espera de novos episódios capazes de rivalizar com os capítulos iniciais contados nas páginas da mais conceituada revista desportiva dos Estados Unidos. Seguro de que aos Dragões não falta talento, Sean Ogirri projecta a conquista do título como final do próximo acto, num amplo cenário onde não falta espaço para o futebol. Primeiro o americano, depois o europeu.

Sobrinho de Orlando Antigua, o primeiro hispânico a integrar os Harlem Globetrotters, Sean nasceu no Bronx, o mais carismático e multirracial bairro de Nova Iorque, que ainda hoje lhe marca o jeito de andar e o modo de falar. Ambos arrastados com muita sofisticação. O «you know?», parente próximo do português «estás a ver?», que introduz sem regra nem medida a cada resposta, faz uma de várias pontes entre o basquetebol e a riqueza de personagens gerada pela sociedade norte-americana. Descontextualizada, centrada na figura e na atitude do entrevistado, a conversa poderia versar sobre outras temáticas. Pose e estilo, voz e sotaque fariam dele actor, rapper ou pintor de graffiti. 

Mas o talento de Sean é outro, induzido pelo tio e descoberto na agitação das ruas de Nova
 Iorque, entre a alegria e o drama de negros e hispânicos. Filho da dominicana Griselina e do nigeriano Frederick, o Bronx tornou-se uma extensão natural da própria família. «Numa versão mais selvagem e inquieta», salvaguarda, com a ajuda de um sorriso. «As ruas estavam sempre cheias de gente e o ruído era constante. Não havia um minuto de sossego». O que, confessa, não lhe desagradava de todo. «Era tudo intenso e confuso, mas tinha um encanto muito próprio e especial».

Só mais tarde, ainda jovem, se mudou para Denver, onde os primeiros ensaios de um drible, que parece trabalhado na cadência de um ritmo tropical, lhe valeram a designação de «Mr. Basketball» do Colorado e a distinção de Jogador do Ano em 2004. Liderava, então, os Angels, do Liceu de East, numa campanha imbatível de 24 vitórias no campeonato estadual, enquanto compunha uma média notável de 28.5 pontos e 5 assistências por jogo.

(Este é um extracto da entrevista a Sean Ogirri, que poderá ler na íntegra na mais recente edição da revista Dragões, já disponível nas bancas)

in "fcp.pt"

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