Troca de acusações não serve o espectáculo
Vítor Pereira questiona F.C. Porto e Benfica sobre as declarações de responsáveis ambas as partes desde o início do campeonato sobre a arbitragem.
«A animosidade entre Benfica e F.C. Porto não beneficia o espectáculo. Esta constante troca de acusações não traz nada de bom para a competição. Até a imagem pessoal pode ser afectada. A reflexão que deixamos é: valerá mesmo a pena continuarem?», analisou o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga.
O dirigente assinalou ainda que as críticas sucessivas são compreensíveis, mas não ajudam: «As críticas podem entender-se em três dimensões: a individual, a do clube e a da organização do jogo. No nosso entendimento usamos a terceira. Vemos o que mais importa ao espectáculo. No entanto, entendemos as criticas. A maioria tem alguma razão de ser. Do nosso ponto de vista, achamos que deve ser visto o que mais interessa à actividade. E achamos que as críticas não trazem mais-valia à actividade.»
Dirigentes do Rio Ave reuniram com Vítor Pereira
O presidente da Comissão de Arbitragem confirmou, ainda, já ter reunido com dirigentes do Rio Ave, no seguimento do pedido feito pelos mesmos, após a arbitragem de Bruno Paixão na recepção ao V. Guimarães na última ronda. «Escutámos e dissemos o que entendíamos. Não vou tornar público o que foi dito por uma questão de ética pessoal», justificou.
«A nomeação do Bruno Paixão assenta na dificuldade que, à partida, prevíamos para esse jogo. Escolhemos um árbitro internacional para fazer frente às dificuldades do jogo. Percebo os comentários de ambos os treinadores no final do jogo e o que fazemos, nestes casos, é accionar os mecanismos que temos dentro da organização, dando todo o apoio ao árbitro para o ajudar a perceber o desempenho que teve. Curiosamente as situações não foram do ponto de vista técnico mas disciplinar e comportamental», frisou.
«Árbitro que erra é como jogador que falha penalty»
Vítor Pereira desvalorizou, de resto, as críticas de André Villas-Boas à nomeação de João Ferreira para o jogo com o Beira-Mar, lembrando que os padrões definidos para as nomeações estão a ser cumpridos.
«Não há pena de morte em Portugal. O facto de um árbitro ter um erro hoje não o inibe para o futuro. Um jogador que falha um penalty não fica inibido de marcar outros. Não podemos ter essa atitude tão punitiva», lembrou.
Por fim, o dirigente considerou o nível global da arbitragem portuguesa «aceitável» e garantiu que a estrutura está preparada para a profissionalização do sector, assim haja leis que o permitam.
in "maisfutebol.iol.pt"
Sem comentários:
Enviar um comentário