A invencibilidade caseira do Olhanense no campeonato ameaçava manter-se também contra o líder, até que apareceu Belluschi a solucionar-lhe o problema num grande lance que resumiu algumas das qualidades do argentino: inteligência, espontaneidade, talento para jogar ao primeiro ou ao segundo toque e aptidão para antecipar o que vai acontecer antes dos outros.
Foi um golo tão bonito quanto importante (apesar dos dois seguintes marcados por Falcao) e no qual demonstrou a agilidade física e mental que apaixonou Daniel Passarella. “Vale 40 milhões de dólares!”, elogiou há alguns anos o antigo defesa goleador argentino, que treinou o “Samurai” (alcunha que ganhou em Portugal) quando ele era “El Rasta” (pelas tranças) ou “El Pelado” (pela falta de cabelo).
Segundo a imprensa argentina, o bicampeão mundial de selecções, agora presidente do River Plate, quis, no ano passado, reunir uma grande equipa que pudesse devolver o clube, em crise de resultados há vários anos, aos títulos. Entre outros, falou-se em David Trezeguet, Mauro Camoranesi e Belluschi. O internacional francês está no Hércules, o italiano no Lanús e o argentino, no final de 2010, agradeceu o interesse, mas afirmou ser impossível porque estava a viver “o melhor momento” no FC Porto.
Sim, para todos os efeitos, Fernando Daniel Belluschi, fã de Batistuta, está a ter uma grande época, com mais influência do que dizem os números. Dois golos e quatro assistências (duas para Falcao, como nos tempos do River Plate; duas para Hulk) na Liga nem parecem fazer justiça ao companheiro de João Moutinho no meio-campo portista, que ganhou o lugar a Ruben Micael. Uma boa prova é a diminuição do ruído à volta da substituição de Lucho González - a comparação entre os dois, distintos no físico e no estilo, talvez nunca tenha feito grande sentido.
Formado no Newell’s Old Boys, Belluschi foi campeão do Apertura 2004 pelo clube de Rosario antes de o River Plate pagar cinco milhões de euros pelo seu passe em 2006, vencendo a “guerra” ao Boca Juniors. No início de 2008, o Olympiakos ganhou a corrida a vários clubes europeus, incluindo o FC Porto, a troco de 6,5 milhões de euros por metade do passe. Ano e meio depois, os “dragões” conseguiram garantir o médio-ofensivo, oferecendo cinco milhões pela percentagem do passe que pertencia à equipa grega - a outra metade está na posse do empresário Pini Zahavi.
in "publico.pt"
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