Eduardo Lara conheceu R9 nos sub-16 e tem várias histórias para contar
Três golos direitinhos ao coração dos colombianos. Radamel Falcao encanta e o seu país grita de orgulho. De Cali a Bogotá, passando por Medellín e Santa Marta, a terra natal do avançado do F.C. Porto. Cai o Spartak, golpeado sem clemência. Duas vezes pela cabeça e uma pelo pé esquerdo de R9.
Um dos que melhor o conhece é Eduardo Lara. Treinador reputadíssimo nos corredores da federação colombiana, Lara conheceu Falcao há dez anos, era El Tigre apenas um menino mais na selecção de sub-16.
«O que ele mudou, de facto! Vi pela televisão e estou encantado com mais esta exibição. Não tenho dúvidas que o Falcao, na área, já é um dos cinco melhores pontas-de-lança do mundo», diz Eduardo Lara, actual seleccionador de sub-20 da Colômbia, ao Maisfutebol.
É uma vaidade paternalista. Eduardo Lara sente ter algo de seu em cada pontapé, em cada movimento, em cada golo, pois. «Tive uma influência grande no crescimento do Falcao. Quando o vi pela primeira vez fiquei impressionado com a forma como não parava de correr e ia ao chão sem medo. Dizia-lhe, a brincar, que não precisava de lutar tanto. Afinal, ele era e é atacante», conta o treinador colombiano.
«Sempre teve uma ambição desmedida. Tínhamos várias conversas e ele falava muito na Europa. Nunca duvidei do que podia fazer. É um grande homem, um senhor. É raro ver um atleta com tanta paixão pelo jogo.»
«O que ele chorou quando perdeu o Mundial sub-17»
Estágios atrás de estágios, boleias, cumplicidade especial. Entre Falcao e Eduardo Lara estabeleceu-se uma relação fortíssima. A distância amplia a saudade e reforça os laços entre ambos.
«Há muitas histórias que guardo com carinho. Como ele chorou quando se lesionou num joelho durante um Racing-River. Percebeu logo que ia falhar o Mundial de sub-17 [2005]», recorda o treinador, testemunha também de uma das primeiras aparições de Radamel Falcao aos olhos de todo o mundo.
«Creio que começaram a reparar decisivamente nele depois de um golo marcado à Venezuela, no Torneio Sul-Americano de 2005. Acabámos por ir à final e fomos campeões. Ele foi um dos que me ajudou a entrar para a história do futebol colombiano.»
«Não é preciso ter dois metros para ganhar nas alturas»
Não se sabe muito bem se voa ou plana. O que salta à evidência é a mortandade que a cabeça de Falcao espalha nas área contrárias. Não é um ponta-de-lança alto [1,77m apenas], muito menos tosco. Qual o segredo do colombiano, então, para este tipo de definições precisas?
«Desde niño que o vejo a ganhar nas alturas a defesas mais altos. Tem um tempo de salto perfeito, uma impulsão fora do normal e, além disso, adivinha sempre onde a bola cai. Com tudo isto não é preciso ter dois metros para fazer golos de cabeça», responde Eduardo Lara, certo de que a época de Radamel ainda vai melhorar.
«Aposto nele para melhor marcador da Liga Europa. E sei que se o F.C. Porto for à final ele vai marcar. Adora esse tipo de jogos.»
in "maisfutebol.iol.pt"
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