sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vítor Pereira: «Adeptos são exigentes, mas nós também»


Técnico assume má primeira parte, mas, na segunda, lembra que o F.C. Porto até podia marcar mais


Vítor Pereira, treinador do F.C. Porto, em declarações na sala de imprensa, no final do triunfo por 3-0 sobre o Paços de Ferreira, comentando os assobios dos adeptos antes de a equipa selar, definitivamente, o triunfo:

«Os nossos adeptos são exigentes, mas nós também. Gostamos de ter qualidade de jogo, mas na primeira parte tivemos uma circulação de bola a um ritmo baixo, que permitia ajustamentos constantes aos jogadores do Paços. Começámos a precipitar-nos um bocadinho e a perder as bolas por não termos paciência para esperar pelo momento certo de a largar. Na segunda parte entrámos com disposição de circular a um ritmo mais alto. Tentámos tirar os jogadores do Paços das suas posições e a partir dos 10 minutos da segunda parte partimos para um jogo muito mais agradável e acabámos por dar justiça a este resultado.»

[O que se passou, então, na primeira parte?] «Na primeira parte também fomos nós que circulámos e o Paços também tem qualidade. Fomos perdendo a paciência e o discernimento, tal como os adeptos, porque gostam de bom futebol. Foi-nos intranquilizando um bocadinho este jogo lento, com poucas oportunidades. Temos consciência que nesse período não foi um jogo conseguido. Mas depois aumentámos o ritmo de jogo e até poderíamos marcar mais, mas também não seria muito justo por aquilo que aconteceu.»

[Substituiu a pensar no Apoel?] «As substituições que fiz foram em função da leitura que fiz do jogo e também a pensar no desgaste que um ou outro jogador apresenta. Queria dar frescura ao nosso jogo e pensámos também no desgaste apresentado por alguns deles. No próximo jogo teremos que estar na máxima força, porque é um jogo fundamental para nós.»



Vítor Pereira compreende a insatisfação dos adeptos com a equipa e com Hulk, mas destaca a importância do avançado brasileiro no grupo, depois de este ter sido assobiado quando foi substituído por James e ter ido directamente para o balneário:

«Conheço muito bem o Hulk. Tem-nos dado tanta coisa ao longo destes anos. No ano passado, sobretudo, e mesmo este ano já deu jogos de muita qualidade. Já resolveu problemas que a própria equipa não conseguia. Há alturas em que não as coisas não saem tão bem, hoje foi um desses dias. Sei, porque o conheço, que ele sai chateado consigo próprio, por não ter podido contribuir para ajudar a equipa. Quis sair e estar só. No próximo jogo dá uma grande resposta e a massa associativa responde com aplausos e com agradecimento profundo que tem que ter por um jogador que tanto nos tem dado ao longo destas épocas.»

[Sobre os assobios ao intervalo apesar da vantagem:] «Já disse várias vezes que a manifestação do adepto é o que tem de mais puro o futebol. Quando gosta aplaude, quando não gosta manifesta-se. Gostam do clube, do bom jogo e muitas vezes é a paixão a falar mais alto. É a intranquilidade por não verem o clube que gostam a marcar. Temos de compreender porque no próximo jogo tenho a certeza que, com uma boa exibição, os que nos assobiaram vão aplaudir.» 



in "maisfutebol.iol.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Óptimo que pense assim e melhor ainda, se da teoria passar à prática.

Abraço