Nos discursos de final de cerimónia, Valentim Loureiro e Pinto da Costa reafirmaram uma amizade forte e especialmente solidificada pelo que passaram no processo "Apito Dourado." O Major começou por dizer que os dois foram companheiros de escutas telefónicas, mas o presidente portista depressa o corrigiu. "Não fomos. Somos! Não tenho dúvidas de que o meu telefone está sob escuta. Se até o Procurador-Geral da República não sabe se está a ser escutado, que dizer de nós", vincou, garantindo depois que sabe quem esteve e se mantém "por detrás de tudo isto".
Pinto da Costa contou, depois, que num jantar com a Naval, conheceu João Ataíde, o actual presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-director da Policia Judiciária do Porto, e que este lhe disse já ter sido acusado de ter sido ele a avisar o líder portista que a polícia iria a sua casa, quando nem o conhecia.
Dérbi de Lisboa passou ao lado do presidente
Quando Pinto da Costa disse estar "só preocupado com o FC Porto-Braga e não com o Benfica-Sporting" estava a ser honesto. Além de não ter visto o jogo - a quinta onde foi servido o jantar não tinha televisão- o presidente nem se preocupou em saber do andamento do resultado, ao contrário da larga maioria da sala. O Benfica marcou quando Pinto da Costa estava nos aperitivos, mas o líder dos azuis e brancos só o soube muito mais tarde. "Uma das equipas perderá pontos para nós, se ganharmos ao Braga. Qualquer resultado será bom" comentou, já bem perto da partida terminar.
Surpreendido pela homenagem
Quando recebeu um quadro de presente da Banda Musical de Melres, Pinto da Costa não disfarçou a surpresa. "Não sabia da homenagem. Vim cá só por causa do aniversário das instalações da banda", sorriu, retribuindo depois em elogios todo o carinho recebido da população dessa freguesia de Gondomar. O presidente lamentou "o espectáculo musical ter terminado" e por ter gostado tanto prometeu que a dita banda será convidada para uma futura cerimónia do FC Porto.
"Confio mais no Vítor agora do que quando o contratei"
Pinto da Costa não tem dúvidas: a vitória conquistada em Donetsk serviu para deixar definitivamente para trás o momento menos positivo. A confiança nos jogadores e equipa técnica também saiu reforçada da Ucrânia, sobretudo pela forma como o triunfo foi conquistado. "Fim da crise? Acredito sinceramente que sim, até porque fizemos uma grande exibição. Podíamos ter conseguido a vitória com uma exibição menos conseguida, mas não foi isso que aconteceu. Não podemos esquecer que o Shakhtar não é uma equipa qualquer e ainda há poucos anos venceu a Liga Europa. Deram tudo nesse jogo, o que nos dificultou imenso, ainda para mais com o frio que fazia. Por tudo isto, essa vitória foi a prova de que a crise era só de resultados, não do momento em que a equipa se encontrava", explicou.De seguida, perguntou-se a Pinto da Costa se continuava a manter a confiança em Vítor Pereira. "Essa pergunta devia ser feita ao "Correio da Manhã", eles é que sabem. Parece que já têm vários treinadores para nós. Eu não sei de nada e não estou preocupado. Se confio mais no treinador do que quando o apresentei? Neste momento confio ainda mais devido à forma como a equipa ouve e segue Vítor Pereira e por ser cada vez mais evidente que os jogadores compreendem aquilo que ele deseja."
Sendo assim, sobrou outra pergunta: o que justificou os maus resultados? "Em Olhão, falhámos um penálti e o árbitro não marcou outros dois. Com o Feirense, não tivemos a sorte de uma das duas bolas que foram à trave. E no Chipre, o jogo não correu bem, mas defrontámos uma equipa que ainda não perdeu na Liga dos Campeões." Neste ciclo há, no entanto, uma excepção: Coimbra? "O Porto não foi o Porto habitual e a Académica foi uma Académica anormal. Três dias depois, viu-se que o FC Porto foi uma equipa anormal em Coimbra; e seis dias depois, viu-se também que a Académica tinha sido uma Académica anormal frente ao FC Porto [referindo-se à derrota de sexta-feira com o Beira-Mar]", concluiu.
Manter a regra
Pinto da Costa espera "um bom jogo e uma boa vitória" contra o Braga. "É com esse espírito que a equipa entra sempre em campo. E quando isso não acontece é uma excepção e não uma regra. Portanto, estou convencido que vamos ter uma exibição no seguimento daquela que tivemos em Donetsk", frisou, lembrando de que se trata de uma reedição da final da Liga Europa. "É sempre um prazer jogar com o Braga. É uma bela equipa e um clube que tem progredido muito. Nós estamos francamente melhor, o moral da equipa está forte e é importante ganhar. E se ganharmos, continuaremos a ser líderes, algo que muita gente se esquece. Mas estes três pontos são iguais aos de outro jogo qualquer.", sublinhou, perspectivando as contas na Liga dos Campeões. "Ainda faltam três pontos. No dia 6 de Dezembro, vamos fazer tudo para os conquistar".
in "ojogo.pt"
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