Empatados no topo da classificação, com os 16 pontos correspondentes às oito vitórias em outras tantas jornadas, é na diferença de cestos marcados (704 contra 665) e sofridos (504 contra 519) que o FC Porto chega ao clássico de amanhã com uma magra vantagem sobre o Benfica. Será também o segundo confronto entre da época e entre dois técnicos que dizem muito às respectivas equipas, Carlos Lisboa e Moncho López.
"Não faço nada para motivá-los, não é necessário. Fala-se de basquetebol e argumentos tácticos e estratégicos. A equipa tem consciência de que vai jogar com um adversário forte, está também consciente da rivalidade histórica entre os clubes e, neste tipo de jogo, um discurso mais motivador, mais emotivo, não é necessário", explica Moncho López a O JOGO sobre um jogo como o que terá na Luz. "Tenho a sorte de ter um balneário em que a química funciona bem. Aos atletas nacionais, como Andrade, Marçal, Miranda, não é preciso explicar o que é um jogo destes, e temos a sorte de ter um americano que, com tantos anos de Portugal, está identificado com o FC Porto. Se é portista? Acho que sim, é muito inteligente... Nunca lhe perguntei, porque a sua linguagem corporal já diz tudo", revela.
Do lado do Benfica, que tem o factor casa a seu favor, a vontade é conquistar a liderança isolada. "Apesar de tanto o FC Porto como o Benfica poderem perder algum jogo com outras equipas, a fase regular poderá ser decidida nos jogos na Luz e no Dragão. Não sendo um jogo decisivo, tem obviamente uma grande importância", salienta Sérgio Ramos em entrevista à FPB.
O capitão encarnado é um exemplo da motivação que gera um jogo destes, até pela forma como analisa o rival - "Continuam com a mesma espinha dorsal e todos sabem o seu papel dentro da equipa. São uma equipa bastante organizada ofensivamente e, defensivamente, bastante coesos", avisa -, para depois dar o mote ao seu Benfica: "Ganhámos no Troféu António Pratas, numa altura em que a equipa estava num processo de construção. Podemos voltar a fazê-lo".
"Têm métodos de trabalho diferentes"
Rui Mota, jogador do Guimarães, passou pelo Benfica em 2005/06 e pelo FC Porto em 2009/10, portanto conheceu os dois técnicos nos grandes clubes. Sobre Carlos Lisboa e Moncho López, o base-extremo considera que "são ambos bons treinadores, mas têm métodos de trabalho diferentes." O jogador de 33 anos afirma: "Moncho López, na altura em que chegou ao FC Porto, inovou o modelo de jogo. Além disso, coloca sempre mais dinâmica numa equipa." Quanto a motivação, para Rui Mota é algo que "depende muito dos rituais dos jogadores".
"Temos de vencer a equipa do Sul"
Se Moncho López garante que não precisa de motivar os seus atletas (ver peça principal), especialmente para um clássico como o Benfica-FC Porto, também diz que os jogadores "têm os seus rituais, o seu espaço no balneário onde ficam sozinhos", da mesma forma que o próprio técnico precisa de se concentrar antes dos jogos.
"Tal como eles, nós, equipa técnica, também temos dez minutos para a nossa própria motivação. Ouvimos a 'Pronúncia do Norte' e depois fico eu, sozinho, a ouvir o 'Porto Sentido' ao vivo. Porque são músicas de que gostamos, pelo que significam, porque são estimulantes, motivam, ajudam na concentração. Preciso daquele tempo e fico lá a pensar nas circunstâncias que podem ocorrer no jogo, especialmente as negativas, e nas soluções que poderei encontrar para elas, e penso nisso enquanto ouço essa música, o 'Porto Sentido', acompanhada de um vídeo com imagens da cidade", revela.
De resto, a escolha destes dois temas emblemáticos para as pessoas do Norte, embora um deles, mais em particular, para os portuenses - há quem o considere um hino oficioso da cidade -, espelham a afeição que Moncho ganhou pelo Porto e que, de resto, nunca escondeu. "Sou um portuense de adopção. Sinto-me muito bem na cidade e no clube. Inicialmente no clube, que me foi buscar, que me acolheu e tratou sempre tão bem. Depois fui-me integrando na cidade e sinto-me cada vez melhor", insistiu.
Sobre o encontro, o técnico espanhol não evitou as rivalidades que o rodeiam: "É uma guerra desportiva que envolve adeptos de todo o País; são dois clubes que têm muitos adeptos, até mesmo fora de Portugal. Nesse caso, são os portistas que nos fazem sentir que estamos a jogar para eles e por eles e que temos de vencer a equipa do Sul."
"FC Porto é espectacular"
O extremo Carlos Andrade já actuou no Benfica (2006/07) e, noutro período, já representou o FC Porto (2003/04), clube onde está desde 2009. "Lá dentro, sentimos a pressão, que estamos a representar uma cidade, um povo, um clube, neste caso o FC Porto, que é um clube espectacular", diz o natural de Cabo Verde, de 33 anos.
in "ojogo.pt"
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