Com "Simply the Best", de Tina Turner, a servir de banda sonora para sublinhar a vitória do FC Porto, Vítor Baía comentou a temporada da equipa principal, reforçando, com toda a naturalidade, a certeza de que continua a acreditar na luta pelo título apesar dos cinco pontos que separam os azuis e brancos do Benfica. "O FC Porto continua a ser um sério candidato ao título, vai continuar a ter essa possibilidade. Ainda temos confiança", confessou, garantindo não se sentir "desiludido" com a campanha da equipa: "Este clube vai lutar sempre por títulos, nunca fiquei desiludido".
Desta vez, o guarda-redes não foi capitão. Fernando Gomes estava em campo e a braçadeira respeitou a antiguidade. Este era quase uma espécie de "déjà vu", não tivesse Helton passado a responsabilidade para Rolando, em Barcelos, na última jornada. "Nós, guarda-redes, estamos numa área muito restrita. A nossa posição de líder reflecte-se mais no dia-a-dia do balneário, no seio da equipa, onde as câmaras não vêem. Em campo, embora façamos o nosso trabalho como líderes, estamos muito condicionados ao nosso espaço", explicou Vítor Baía, que encarou a situação "com naturalidade". Aliás, o próprio passou por isso na era de Co Adriaanse. "Sim, aconteceu o mesmo comigo. Mas não é sinal de menosprezo ou falta de confiança. O lugar do Helton é o de um dos líderes desta equipa", frisou.
O que não passou despercebido foi a ovação que ouviu, quando o seu nome foi pronunciado no pavilhão. Os adeptos até puxaram pelo habitual "salta Baía", quando este cedeu o seu lugar a Daniel Correia: "Há uma relação umbilical com o FC Porto, é sinal de que fiz algo de importante e que dei e recebi do clube. Já não ia à baliza há três anos e meio, mas quando chego aqui transformo-me." Apesar dos golos encaixados, Baía fez sobressair bons reflexos e uma competitividade que evocou outros tempos...
Este FC Porto foi um vintage de boas castas
Não foi de velhos o futebol que se viu ontem no Dragão Caixa, mas de artistas a quem os anos não subtraíram nada à classe que os notabilizou nos relvados. Foi como abrir uma garrafa de vinho e respirar os aromas de um passado que não engana. Ver Vítor Baía fazer defesas de classe inegável, ou ainda Fernando Gomes parar no peito e virar-se para a baliza para acertar na trave, foram apenas algumas pinceladas de artista. Impressionante a condição física de Rui Barros, a garra e a entrega de Paulinho Santos, ou a classe inconfundível de Pedro Emanuel. Foi isto que a jornada inaugural da Liga Fertibéria proporcionou aos adeptos, contra o campeão em título.
O Gijón defrontou um adversário difícil e não evitou a festa azul e branca. Desta vez, até os papéis se inverteram, com Lucho, Cristian Rodríguez e Helton a não perderem a oportunidade de ver a "mística" expressar-se a um nível muito competitivo.
Dragão Caixa - Espectadores 1360 >> Árbitros Aníbal Fernandes e José Castro
Vítor Baía; João Pinto, Paulinho Santos; Rui Barros e Fernando Gomes
Jogaram ainda: Capucho, Pedro Emanuel, Bino, Folha, Bandeirinha, Mário Silva, Coelho, Chainho, Daniel Correia
Treinador Luís Castro
Ramón; Abelardo, Marcelino Elena; David Cano e Tomás
Jogaram ainda: Tati, Caco Morán, José Manuel, Alejandro Mendez, Nikiforov
Treinador Redondo
Ao intervalo 4-3
GoLOS 7' Tomás, 9' Capucho, 16' Caco Morán, 22' Mário Silva, 23' Abelardo, 30' Rui Barros, 30'+2' Paulinho Santos, 34' Rui Barros, 37' Tati, 39' David Cano, 42' Fernando Gomes, 43' Mário Silva, 44' João Pinto, 45' Marcelino Elena, 47' Bino, 50' Tomás, 52' Bandeirinha, 55' Rui Barros, 60' José Manuel, 60'+1' José Manuel, 60'+4'' David Cano
in "ojogo.pt"
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