Onde é que o destino de Lucho se cruzou com os de Nasri e Fàbregas? Há meio ano, quando o Arsenal sofria uma razia no seu meio-campo, Wenger pensou no argentino para compor as perdas, mas o Marselha negou-lhe a transferência, prometendo que estaria disposto a negociá-lo numa futura janela.
Lucho cobrou essa mesma palavra quando a possibilidade de regressar ao FC Porto, que esteve sempre em aberto, ganhou contornos reais. A aproximação definitiva aconteceu há duas semanas e El Comandante foi rápido a responder às outras três propostas que tinha em carteira: "não".
Lucho sabia perfeitamente que, para regressar, tinha de perder. Os cerca de seis milhões de euros que receberia até final do contrato com os franceses (Junho de 2013) são uma miragem face ao que irá encaixar nos dois anos e meio que acordou com o FC Porto.
O argentino, que ganhava 390 mil euros por mês no Sul de França, abdicou de mais de metade do vencimento para voltar ao Dragão, mas também fechou os olhos a prémios que ainda tinha a receber do Marselha.
Contas feitas, vai jogar mais uma temporada e receber cerca de dois milhões de euros a menos. É o primeiro estrangeiro a regressar ao clube depois de ter sido vendido e as cedências que fez sensibilizaram a SAD e confirmaram que Lucho tem uma relação com o FC Porto que vai muito para além das quatro temporadas (e outros tantos campeonatos) que somou de azul e branco.
Com 31 anos e algumas épocas desportivas pela frente, Lucho parece destinado a cumprir o sonho de terminar carreira no Dragão. É cedo para antecipar o fim, mas o seu empresário, Federico Simonian, admite a O JOGO que Lucho não esconde que imagina o seu futuro associado ao FC Porto muito para além do seu papel em campo. "Há alguns anos pela frente, mas é verdade que ele gostaria de continuar ligado ao clube como dirigente", revela Simonian.
Com casa na cidade e uma ligação que se estende à sua companheira, que é portuguesa, Lucho dividiu o seu tempo, nos últimos anos, entre o contrato com o Marselha e as férias no Porto, para onde viajava regularmente e onde chegou a passar largas temporadas.
Sendo certo que tem um contrato largamente acima da média do plantel e até do onze-tipo dos dragões, a verdade é que Lucho fez cedências significativas para poder regressar. Para o FC Porto, caiu que nem sopa no mel, até porque nem gastou um tostão, já que o Marselha se arriscava a ver o médio sair a custo zero mas já com seis milhões de euros a mais na conta.
Quem ouviu "não"
Olympiacos
Os gregos foram os primeiros a entrar em cena. E a sair dela. Sem dinheiro para contratar, o Olympiacos queria Lucho por empréstimo, o que até interessava ao Marselha, mas não ao argentino. O médio entendeu que não tem de prestar provas e, por isso, Atenas ficou fora do seu mapa.
Inter de Porto Alegre
O emblema do Sul brasileiro ofereceu condições muito interessantes a Lucho González. O Colorado estava na disposição de igualar os quatro milhões de euros anuais que El Comandante cobrava em França, permitindo-lhe uma reforma dourada. Assim que o FC Porto entrou em cena, acabaram as negociações.
Palmeiras
A equipa de Scolari também sondou o médio, mas sem chegar ao patamar a que o Internacional se propunha. Lucho nunca mostrou grande interesse em se transferir para o clube de São Paulo, muito menos tendo a oportunidade de voltar a Portugal e ao FC Porto.
Guarín é que vai pagar Janko
Gastador no Verão, o FC Porto foi prudente no mercado de Inverno. Prova disso mesmo é que será a cedência de Guarín ao Inter (1,5 milhões de euros) a suportar o investimento imediato em Janko. Lucho, como se sabe, não implicou qualquer despesa com o Marselha, ao passo que, dos três milhões acordados para a transferência do avançado, apenas um vai sair já dos cofres da SAD. Os dragões acordaram o pagamento do internacional austríaco em duas tranches, o que o transforma num negócio de risco reduzido. Sendo um mercado "low cost" - Danilo foi contratado em Julho -, Janeiro acabou por se revelar cirúrgico face às carências detectadas no plantel.
in "ojogo.pt"
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