Adeptos portistas garantem que sempre acreditaram na vitória dos Dragões
Jackson Martinez tinha acabado de marcar o 2-0 em Paços de Ferreira e junto ao estádio do Dragão, Francisco Lapão estava sentado num degrau com o ouvido colado ao rádio. Ao lado, a corneta que mais tarde usaria para festejar o «Tri» do F.C. Porto. «Não quis ficar em casa», contou ao Maisfutebol, «mal o Lucho marcou o 1-0, vim para aqui para festejar o campeonato».
Adepto há mais de 40 anos, Francisco Lapão garante que não teve dúvidas nessa altura de que o F.C. Porto seria campeão. Nem nessa altura, nem antes. «Sempre acreditei, mas desde o jogo com o Benfica que tinha a certeza que íamos ser campeões. Jesus caiu da cruz e ficou de joelhos aqui», disse, apontando para o estádio onde há uma semana se jogou o clássico. No final acrescentou a frase que ouviríamos depois de tantos adeptos: «Assim ainda soube melhor».
Aos poucos iam chegando alguns grupos de amigos, casais com crianças, velhos e novos. Em comum tinham o azul e branco do cachecol, da camisola ou da bandeira. E, mal o árbitro apitou para o final do jogo, de todos os lados saíam magotes de adeptos que rapidamente encheram a praça.
«Não há insubstituíveis», mas alguns deixaram saudades
Pedro Silva, de 33 anos, e portista «desde sempre», garante que este título «teve um sabor especial», até porque «o Benfica já estava a cantar vitória antes do tempo».
Com o fim da época fala-se de entradas e saídas. Este adepto garante que o treinador, Vítor Pereira, «é para manter». Diz que, dos jogadores, não gostava de ver sair Jackson Martinez, «mas se tiver de ir, que seja. Não há insubstituíveis e o Porto arranja sempre boas soluções».
Mais à frente, Vítor Silva, partilhava da opinião de que este o título foi especial. Nós estamos habituados a estar com 15 pontos de avanço, até nem dá motivação, mas desta vez foi até à última, soube muito melhor», garante.
Sobre o treinador, este adepto mostra-se mais dividido. «Para Portugal ele serve, mas para a Liga dos Campeões é mais complicado», explica. Sobre jogadores, garante que não se importa que saiam alguns. «Nós ficámos sem meia equipa e fomos campeões», diz.
Já Sofia Moreira não se mostra tão disposta a abrir mão de jogadores. «Não gostava que o Moutinho fosse embora, mas vai, não vai?», perguntou. Já Vítor Pereira... «Já devia ter ido embora. Gostava de ter o Mourinho de volta», conta, embora sem grande esperança de que isso possa acontecer.
Justo Sousa também regressa ao passado recente do clube para procurar um sucessor de Vítor Pereira, embora comece por nos dizer que não gostava de ver sair o técnico. «Ele merece ficar. É um treinador que veio do nada e foi campeão duas vezes. Se ele sair, português gostava do Leonardo Jardim, o Domingos e o Paulo Fonseca. Quer dizer, eu gostar, gostava mesmo era do Villas Boas», confessa.
Com a mulher e a neta ao lado e o bisneto às cavalitas, este sócio de 42 anos dos dragões foi o único que admitiu ter tido «dúvidas» de que o F.C. Porto pudesse ser campeão esta época. «Mas depois, quando o Benfica empatou com o Estoril, soube que íamos ser campeões. Frente ao Benfica, em casa, o Porto não costuma falhar», garantiu, usando para classificar este campeonato com o adjetivo da noite: «Limpinho, limpinho, limpinho».
Entretanto, aconteceu o momento por que todos esperavam: a equipa chegou e, um a um, os jogadores foram chamados ao coreto do Dragão e deixaram os adeptos em delírio, com o speaker a dar algumas alfinetadas aos adversários. Liedson foi anunciado como «o homem que teve de vir para o F.C. Porto para ser campeão» e um dos mais aplaudidos: «Minuto 92, Kelvin».
A multidão foi ao rubro com o erguer da taça de campeão e, depois do Dragão, os adeptos seguiram para a Avenida dos Aliados, prometendo uma longa noite de festejos.
in "maisfutebol.iol.pt"
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