Os anos passam e o cenário repete-se. Como sempre, o FC Porto ganha o campeonato. Como sempre, o FC Porto vende jogadores. Como sempre, faz negócios milionários. Tirando a chico-espertice de João Moutinho, vendido a um preço oficial que prejudica (e lesa) o Sporting, é “limpinho limpinho”.
É também por estas que o FC Porto é o clube que melhor gere os seus jogadores. Investe, faz crescer, e cada ano vende uns poucos por muito, sempre sem comprometer a época seguinte. Quantas vezes se pensou e escreveu que o FCPorto arrearia depois da saída de um jogador indispensável? Mas foram saindo Hulks, Lisandros, agora Moutinhos, James, provavelmente também Mangala e a equipa vai-se adaptando. A rotação no FC Porto é tão grande que inclui treinadores, com saída até dos que vencem campeonatos. E tudo isto só é possível porque por detrás daquilo que está sempre a mudar, que é a equipa no relvado, está aquilo que não muda há anos, que é a equipa fora do relvado. Pinto da Costa é a face visível dessa estrutura, mas ela é muito mais ramificada e mesmo assim estável. É a gestão do clube e da SAD.
Claro que a estrutura financeira do FCPorto permanece muito endividada e sujeita a riscos. Apesar do campeonato ganho, a saída da Champions nesta época prejudicou as perspetivas de receitas do FCPorto, que agora se recompõe com vendas de jogadores. Além disso, os jogadores são tipicamente partilhados com fundos de investimento, que é uma forma pomposa de cobrir de opacidade os investidores “paralelos” aos clubes, que na altura das vendas recuperam o seu quinhão. Essa “alavancagem” dos clubes não está errada, embora fosse recomendável haver mais transparência. Mas traduz o risco criado dentro dos clubes. Que, no caso do FC Porto, vai sendo suplantado. Ano após ano.
in "record.pt"
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