segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dep. Anzoátegui-F.C. Porto, 2-4 (crónica)

Tremer primeiro, respirar depois: ensaio em crescendo


Um primeiro período medíocre e cheio de erros, um segundo autoritário e a aprofundar os bons sinais dos jogos anteriores. Partes distintas, pois, tão do agrado do velho e sábio lugar comum. Steven Defour e Juan Iturbe foram os melhores, Danilo, Lucho e Jackson entraram muito bem.


Sobra muito para contar deste triunfo do F.C. Porto na Venezuela, jogado debaixo de uma humidade insuportável e num relvado longe do ideal. Duas atenuantes válidas, sim, mas insuficientes para explicar a desconcentração e apatia demonstradas até ao intervalo. 



Basta olhar para o primeiro golo do Anzoátegui, para o olhar morto de Maicon e o gesto técnico errado de Mangala. Anormal, inadmissível, a exigir forte reparo da parte do treinador. Um exemplo entre muitos lapsos, nada condizentes com o que os tricampeões têm vindo a fazer.



Sem capacidade para ter a bola e fazer pressão alta, o Porto usou, abusou e errou vezes a mais nos passes longos e num futebol direto ingénuo e inofensivo. Nesta fase pouco se salvou. Há a aplaudir duas ou três arrancadas de Juan Iturbe e a seriedade/qualidade de Steven Defour.



O argentino tem valor mais do que suficiente para ficar e ajudar, o belga quis colocar uma pedra em cima da discussão sobre a sucessão de Moutinho: o lugar, por ora, é dele. 



Varela mantém veia goleadora



Fucile, Carlos Eduardo e Ghilas, todos infelizes no mar de discórdia, saíram para as entradas de Danilo, Lucho e Jackson ao intervalo. O lateral e o ponta-de-lança construiram o golo do empate, o médio argentino deu serenidade e consistência ao meio-campo.



A tudo isto não terá sido indiferente a atitude radicalmente oposta, para melhor. É verdade que o Anzoátegui voltou a marcar e a passar para a frente, mas esse instante terá sido a única mácula numa etapa complementar convincente e prometedora, ao nível dos ensaios recentes. 



A última meia-hora foi especialmente inspirada e inspiradora, com o golo de Mangala após canto na esquerda e o bis de Silvestre Varela a emoldurarem o resultado num quadro superior. Sublinhemos o cruzamento perfeito de Iturbe no terceiro golo e o lançamento de Lucho no quarto. 



16 jogadores utilizados, plantel ganha forma



As notas finais não podem esquecer o desarranjo dos primeiros 45 minutos. Os centrais estiveram sem sintonia, os laterais não tiveram influência, Fernando falhou o que não falha, Carlos Eduardo foi uma sombra sem vida, Varela e Ghilas nada de relevo lograram. Salvaram-se, insistimos, os excelentes Iturbe e Defour. 



Fez bem o descanso à cabeça, aos pulmões e às pernas, com toda a gente a subir de nível e os três golos a surgirem com alguma naturalidade. 



Paulo Fonseca utilizou só 16 jogadores e a triagem para o acesso ao plantel está cada vez mais apertada. 



FICHA:



DEP. ANZOÁTEGUI: Edixon González; Camacho, Granados, Fuenmayor, Pernía, Calzadilla, Ricardo Martins, Escobar, David Moreno e Edwin Aguilar.



Jogaram ainda: Robert Hernandez, Evelio Hernandez, Óscar Briceño, Ronald Ramirez, Jhonny Gonzalez



F.C. PORTO: Fabiano Freitas; Fucile (Danilo, 46), Maicon, Mangala e Alex Sandro; Fernando (Castro, 82), Carlos Eduardo (Lucho, 46) e Defour (Herrera, 77); Varela, Ghilas (Jackson, 46) e Iturbe. 



Golos: Aguilar (39), Jackson (54), Fuenmayor (63), Mangala (65), Varela (66 e 90)

Dep. Anzoátegui-F.C. Porto: a análise aos novos dragões


CARLOS EDUARDO: dois ou três bons pormenores, demasiado espaçados no tempo, não chegam para considerar positiva a exibição do ex-Estoril. Sabe jogar, sabe trocar bem a bola, mas tem de estar muito mais presente na execução do processo ofensivo. Tímido, distante, às vezes alheado, sem capacidade de pressão. Deu um passo atrás na luta por um espaço no plantel. 


GHILAS sozinho, desgastado, sem influência no jogo e sem capacidade para se opor a um contexto difícil. Vítima de uma primeira parte medíocre da equipa e substituído ao intervalo. O que Jackson foi capaz de fazer evidenciou ainda mais a noite menos boa do franco-argelino. Terá muitas oportunidades para esquecer este jogo menos bom. 



HERRERA: mais 15 minutos de dragão ao peito, a consolidar mecanismos e sintonia com os colegas. É um jogador consciente, seguro, competitivo. Joga a um/dois toques, procura sempre entregar bem a bola e sabe aparecer na área contrária. Teve dois movimentos atacantes muito interessantes, a comprovar o perfil para exercer as exigentes funções de médio do tricampeão nacional. 

Lucho: «Estamos a assimilar as ideias do treinador»


Lucho Gonzalez elogia o trabalho que o F.C. Porto está a fazer na pré-época com o novo treinador Paulo Fonseca, mas avisa que ainda há coisas a corrigir. «Há sempre coisas para ir corrigindo, mas há coisas boas que estão a ser feitas. Temos um novo treinador, com métodos de trabalho diferentes, e pouco a pouco estamos a assimilar as suas ideias para que possamos ter sucesso», referiu Lucho, citado pela «Renascença».


O médio falava após a vitória por 4-2 sobre o Deportivo Anzoátegui, na Venezuela, em que os dragões estiveram a perder. «Sabíamos que as condições climáticas iriam ser determinantes neste jogo. Estava muito calor e as duas equipas estão numa fase de preparação, mas há coisas importantes para guardar. O adversário também tentou sempre praticar bom futebol e é bom defrontar adversários que praticam um futebol diferente ao que estamos habituados», afirmou. 



O F.C. Porto defronta agora o Millonarios, da Colômbia, agendado para quarta-feira (01:30 hora portuguesa). «Sabemos que será mais um jogo difícil, mas vamos descansar e recuperar bem para podermos deixar imagem positiva na Colômbia, tal como fizemos aqui na Venezuela», frisou.



O argentino não escondeu ainda a ambição dos portistas em tentar vencer a Liga dos Campeões.
«A nossa ambição é sempre grande. Sabemos que na Liga dos Campeões há equipas com grandes jogadores e orçamentos muito elevados e que é difícil lutar contra isso, mas dentro do campo somos 11 contra 1

in !maisfutebol.iol.pt"

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