Foi precisamente há 50 anos que o astro do Real Madrid foi retirado à força do hotel pelas FALN no dia em que devia defrontar os dragões. A história é deliciosa e terminou com um aperto de mãos entre sequestrador e sequestrado
O Real Madrid, melhor clube do mundo com Di Stéfano como grande estrela, foi convidado para o Mundialito de futebol na Venezuela, juntamente com o FC Porto e o São Paulo, que viria a vencer a prova. A par das notícias, as FALN traçam um plano ambicioso batizado de "Julián Grimau" em homenagem ao comunista espanhol fuzilado por Franco em 1963: raptar o astro argentino, entretanto naturalizado espanhol. Paul del Rio, venezuelano nascido em Havana, executou o sequestro, com mais três militantes.
A 24 de agosto, Di Stéfano dormia no quarto 219 do Hotel Potomac em Caracas, quando às seis da manhã toca o telefone. O craque argentino acorda e atende, mas nessa altura já lhe estavam a bater à porta. Abre e dois polícias pedem-lhe para o acompanharem à esquadra para falar sobre um caso de droga. "Não teve outro remédio senão acompanhar-nos porque estávamos armados. Quando chegou ao carro explicámos quem éramos e de que se tratava. A ideia era retê-lo dois ou três dias para criar um escândalo internacional", conta o próprio Paul del Rio, numa entrevista concedida em 2005 ao jornal espanhol "AS".
"Não pedimos dinheiro pelo resgate, não houve qualquer exigência. Foi sequestrado por causa da sua fama. Queríamos fazer propaganda para que a opinião pública mundial soubesse das ações da ditadura e que a Imprensa ocultava. O Real Madrid ia jogar, nós mostrámos-lhe o cartão vermelho às seis da manhã e ele já não pôde jogar", acrescentou. O adversário era o FC Porto e mesmo sem o "Flecha Loira", os merengues venceram por 2-1.
in "ojogo.pt"
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