Fernando está mais feliz. Voltou a ter liberdade em campo, provando que tem qualidade para desempenhar outras funções que não defensivas. O médio do F.C. Porto soltou amarras e convenceu André Villas-Boas. Nele, reside parte do sucesso deste novo Dragão.
O Polvo, este que não adivinha resultados, aproveitou a oportunidade para saciar um desejo interior: marcar um golo. Na semana passada, frente ao Genk, estreou-se a marcar pelo F.C. Porto, em jogos oficiais. Tinha feito o mesmo na pré-época. O último pontapé certeiro remontava a 1 de Fevereiro de 2008, então no E. Amadora. Sim, dois anos e meio!
À terceira época de dragão ao peito, o primeiro tento com carimbo oficial. Em Portugal, marcara apenas de grande penalidade, num E. Amadora-Sp. Braga. Reapareceu nesta pré-temporada, com um golo oficioso, de cabeça. Finalmente, na recepção ao Genk, um pontapé de longe, a quebrar o enguiço.
«O meu foi bom mas o dele também»
Laionel assistiu ao jogo pela televisão e sorriu. O extremo da Académica, que recebera os parabéns de Fernando pelo golaço frente ao Benfica, correu a devolver o elogio. «Liguei-lhe e dei-lhe os parabéns, claro, logo depois do jogo. Ficou muito feliz. O meu golo foi bom, mas o dele também, foi um belo remate de longe», diz o jogador, ao Maisfutebol.
Do outro lado do Atlântico, uma reacção estupefacta. Sim, Fernando Reges marcou um golo! «A sério? Que bom! Ele nunca foi de marcar, é muito mais de entregar a bola. Fico muito feliz, porque é menino com muita qualidade, um rapaz educado, de família humilde», explica Edson Alves, treinador das camadas jovens do Vila Nova de Goiás, clube que transferiu o jogador para o F.C. Porto.
Fernando Reges é mais que um homem de sapa. Aliás, no actual esquema táctico do F.C. Porto, pertencem ao brasileiro os principais movimentos de desequilíbrio, a partir do sector intermediário.
Um Polvo com tentáculos longos
Laionel, amigo de Fernando desde os tempos do Vila Nova, confirma a felicidade do Polvo: «Ele agora é um jogador com mais liberdade, está mais adiantado no terreno. Quem o conhece há muito, como eu, sabe que ele tem a qualidade para atacar que está a demonstrar agora. No Brasil, como as equipas jogam com dois volantes, esses jogadores têm mais liberdade para atacar à vez. Acho que o Fernando está mais feliz agora, porque está mais livre.»
«Aqui no Brasil, ele jogava como volante ou segundo volante. É um jogador versátil, com muita qualidade, falta-lhe apenas mais alguma experiência e chegará à selecção do Brasil. É apenas uma questão de tempo. E ele merece», conclui o antigo técnico, Edson Alves, em diálogo com o Maisfutebol.
O F.C. Porto comprou Fernando em 2007, por 700 mil euros. Revelado pelo Vila Nova do Goiás, captou a atenção na selecção sub-20 do Brasil e tem justificado a aposta. Recuperando um vídeo do Polvo, com imagens antes da chegada a Portugal, confirma-se que a propensão ofensiva sempre esteve lá, guardada. Agora, pode ser livre.
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