Abram alas para o novo líder. Villas-Boas resguardou Nico Otamendi alegando que estava em curso um processo de adaptação ao futebol europeu e foi prolongando a confiança em Rolando e Maicon. Todavia, assim que o argentino teve a oportunidade pela qual ansiava, tomou imediatamente as rédeas do eixo defensivo. O FC Porto descobriu um “Kaiser” sul-americano capaz de, com tiques de Beckenbauer, dar uma nova dimensão qualitativa a um sector que já se destacava por praticamente não sofrer golos. Afinal, o que é bom ainda pode melhorar.
Se frente ao Olhanense a exibição já tinha criado água na boca, sendo coroada pelo tento que abriu caminho ao triunfo, contra o CSKA, no difícil ambiente de Sófia, ficaram dissipadas as dúvidas que pudessem subsistir. É que, note-se, no relvado do Levski Stadium não esteve um central experiente nestas andanças, mas sim um jogador que estava a fazer a sua estreia nas competições europeias e apenas o seu segundo jogo oficial desde que deixou o Vélez Sarsfield. Tudo bem que foi ao Mundial'2010, convocado por Maradona, mas essa bagagem não lhe garantia, por decreto, o sucesso ao serviço do FC Porto.
Em face do leque de centrais que estão à disposição de Villas-Boas, a chegada de Otamendi foi mesmo a cereja no cimo do bolo. A classe evidenciada torna complicado que venha a perder o lugar no onze e, a partir de agora, por muita rotatividade que o técnico entenda promover, a questão de fundo será mesmo a de ir encontrando o parceiro certo para atuar ao lado do argentino a cada compromisso. Tendo em conta a apetência dos dragões para vender centrais por muitos milhões de euros, a aposta em Otamendi pode ser mais um tiro na mouche, obtendo benefícios desportivos evidentes e projetando um retorno financeiro ao nível do que tanto agrada à SAD portista. Nesse capítulo, o sucesso na Liga Europa pode ser determinante.
Sem comentários:
Enviar um comentário