O FC Porto desviou o colombiano do Benfica por 5 milhões mas este só fez três jogos. Amanhã terá uma oportunidade para se mostrar
Há os reforços do FC Porto, os reforços do Benfica e o ex-possível reforço do Benfica que foi parar ao FC Porto. Verão que é Verão tem sempre uma novela rocambolesca para animar o pessoal de férias e vender mais uns jornais. Só que, como se viu na presente época, nem sempre o final é igual: Rodríguez teve sucesso, Falcao fez furor, Alvaro Pereira impressionou mas James Rodríguez, o mais novo e recente caso, vem desiludindo - tem o dobro de meses de trabalho no Dragão (seis) do que jogos (três). E, até ao momento, cada um dos 50 minutos que actuou, atentando no preço investido pelos 70% do passe adquiridos, custou 100 mil euros. Amanhã, frente aos heróis de Évora que resistem na Taça, a juventude do colombiano será colocada à prova pelo Juventude - e, aí, logo se poderá ver o real talento do número 19 azul que tem 19 anos.
James - que o próprio explicou quando chegou pronunciar-se "Rámés" e não à inglesa - já teve a alcunha de James Bond de Banfield (aqui convém mesmo ser pronunciado num tom british, para dar alguma lógica à coisa) mas, após a chegada a Portugal, só mesmo a falta de minutos tem algo de secreto. Há explicações óbvias - rendimento do trio Varela-Hulk-Falcao, período de adaptação ao futebol nacional e ao modelo portista ou Cristian Rodríguez e Ukra como adversários de peso na sombra dos titulares - mas, na verdade, a aposta (e as exibições) durante a pré-época abriu uma expectativa que nunca se chegou a confirmar.
Agora, com Silvestre Varela e Cristian Rodríguez afastados da competição provavelmente até ao final do ano, abre-se uma janela de oportunidade para James provar que o badalado interesse de alguns grandes clubes europeus na sua contratação não foi obra do acaso. E, já agora, contribuir para a justificação que deu quando chegou ao Porto para não optar pelos rivais encarnados: "Conheço o clube das competições europeias e também pelas conquistas. O FC Porto é o melhor clube de Portugal e chego com uma grande esperança de ser campeão aqui".
Apesar de ser pequeno e franzino, bastaram poucos jogos ao serviço do Envigado, a formação onde deu os primeiros pontapés a sério na bola, para despertar a cobiça de conjuntos sul-americanos de maior dimensão. A troco de meros 280 mil euros, foi o Banfield, da Argentina (por onde passaram grandes nomes como Javier Zanetti, Camoranesi ou Julio Cruz), que levou a melhor mas, dois anos depois, a saída tornou-se um cenário inevitável. A Udinese teve o direito de preferência do jogador após a Libertadores, a Sampdoria pensou em James para suceder a Cassano e a Juventus fez uma abordagem informal ao representante do extremo mas o destino estava traçado: Portugal. Seis meses depois, a luz que fazia do colombiano uma estrela em ascensão eclipsou-se. O Juventude de Évora é uma oportunidade de ouro para recuperá-la.
in "ionline.pt"
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