Desde que Pinto da Costa é presidente, o F. C. Porto nunca deixou escapar o comando do campeonato quando entrou num ano novo com um avanço confortável sobre os rivais, como agora acontece. Cabe à equipa de Villas-Boas impedir uma excepção à regra...
O F. C. Porto começa o ano de 2011 com um avanço de oito pontos sobre o Benfica, o que, estatisticamente, lhe deixa o título à mão de semear. A tradição joga, de facto, a favor da equipa de André Villas-Boas, que amanhã fará o primeiro jogo do novo ano na Liga, diante do Marítimo, no qual tentará reagir à derrota sofrida na Taça da Liga, a primeira desta época, ante o Nacional.Numa análise aos resultados das últimas três décadas, desde que Pinto da Costa assumiu a presidência, apenas em quatro ocasiões os dragões entraram num novo ano à frente do campeonato e deixaram que o primeiro lugar lhes fugisse, mas isso nunca aconteceu com uma vantagem superior a dois pontos: em 1991, os portistas tinham dois pontos de avanço sobre o Benfica, que viria a ganhar o título; em 2000, estavam um ponto à frente do Sporting, que se sagraria campeão; em 2001, tinham dois pontos de vantagem sobre o Boavista, que chegaria ao título; em 2005, lideravam com um ponto de avanço sobre o Benfica, que acabaria na frente.
De resto, na era de Pinto da Costa, a equipa azul e branca virou 18 vezes o ano no comando da tabela, tendo ganho o campeonato em 15 dessas ocasiões. Desde 1982, os dois únicos títulos conquistados pelos dragões quando começaram o ano fora da liderança aconteceram em 1986 (estavam a quatro pontos do Benfica e sagraram-se campeões) e em 2009 (viraram o ano a dois pontos das águias e terminaram na frente da classificação).
Vantagens gordas para gerir
Desde que as vitórias passaram a valer três pontos na Liga portuguesa, a partir da época 1995/96, o F. C. Porto já conseguiu chegar a esta altura com vantagens grandes em diversas ocasiões, o que lhes garantiu segundas voltas descansadas na liderança. Isso sucedeu logo em 1996 (oito pontos de avanço sobre o Sporting), em 1997 (cinco pontos sobre o Benfica), em 1998 (seis pontos sobre o V. Guimarães), 2003 (nove pontos sobre o Benfica), 2004 (cinco pontos sobre o Sporting), 2006 (quatro pontos sobre o Nacional), 2007 (cinco pontos sobre o Sporting) e 2008 (sete pontos sobre o Benfica).
Recorde-se que, na presente época, a equipa de Villas-Boas chegou a estar 10 pontos à frente do Benfica, após a goleada aplicada às águias no Dragão (5-0), à 10.ª jornada, mas, nas últimas quatro rondas de 2010, as águias conseguiram reduzir a desvantagem para oito pontos, na sequência do empate dos portistas com o Sporting (1-1), em Alvalade.
Na temporada passada, os dragões nunca estiveram na frente do campeonato, acabando o ano de 2009 a quatro pontos de Benfica e Braga, que viriam a lutar pelo título até ao último jogo do campeonato, com o triunfo final a sorrir aos lisboetas.
Excepção aconteceu em 1974/75
Antes de Pinto da Costa assumir a presidência do F. C. Porto, os dragões perderam o campeonato de 1974/75 depois de terem chegado ao fim da primeira volta com três pontos de avanço sobre o Benfica e de até terem ganho na Luz, por 1-0, à 7.ª jornada, graças a um golo de Cubillas.
A segunda volta foi, no entanto, um verdadeiro descalabro para os portistas, que perderam cinco dos sete primeiros jogos, o último dos quais nas Antas com o rival da Luz (0-3). Essa derrota teve como consequência o despedimento do treinador brasileiro Aimoré Moreira, que seria substituído por Monteiro da Costa, sem que depois o F. C. Porto conseguisse recuperar a liderança. No final de uma temporada em que Fernando Gomes ganhou o estatuto de estrela do ataque azul e branco, o Benfica sagrou-se campeão, com cinco pontos de vantagem sobre a equipa portista.
in "jn.pt"
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