Depois de termos passado meses a ouvir até à náusea que isto não é como começa, mas como acaba, chegamos todos à conclusão que afinal isto acaba mais ou menos como começou. E acaba com o Benfica a desistir do campeonato. Alegadamente, desiste porque valores mais altos se levantam, mas na realidade fica pelo caminho apenas por falta de fôlego para acompanhar o ritmo do líder. O campeonato é uma prova de fundo, tão inclemente para a vaidade fugaz dos "sprinters" como as fábulas são para a soberba das lebres. Aliás, o que resulta claro desta temporada, tal como já tinha resultado óbvio da última, é que o Benfica de Jorge Jesus não chega para as encomendas. Na última época teve de abdicar da Liga Europa e da Taça de Portugal para garantir o campeonato; este ano, teve de abdicar do campeonato e da Liga dos Campeões para tentar chegar às taças. O facto é que aquele futebol espectacular que o Benfica joga quando o calendário o deixa respirar passa facturas que o plantel encarnado não consegue pagar quando as coisas apertam. E normalmente, elas apertam mais no fim. Muitas vezes, à volta do pescoço dos treinadores.
Jorge Maia in "ojogo.pt"
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