Se em termos colectivos a temporada não podia ter tido mais sucesso, a verdade é que a Cristian Rodríguez faltou mais tempo de jogo para que se sentisse mais realizado no final da época. "Isto é o meu trabalho e a minha vida, faço os possíveis para treinar e trabalhar bem para jogar. Houve momentos em que não jogava por opção do treinador. Eram decisões que tinha de respeitar, queria jogar mais, mas este ano tivemos um plantel muito competitivo, todos os jogadores tinham aspirações a jogar e qualidade para isso. Aliás, foi graças a todos que ganhámos bastantes títulos", explicou, sem contudo esconder uma certa mágoa. "Obviamente que um jogador que não joga nem sempre está bem, fica chateado. Nem sempre estava cem por cento de acordo com as decisões do treinador, mas respeitava. Depois, quando se ganha não há muito como criticar. Agora, se tivéssemos perdido os primeiros jogos da temporada, as coisas não teriam sido iguais. Mas foi um prazer trabalhar com o André Villas-Boas, porque é uma excelente pessoa", confessou, ele que teve direito a umas palavras do técnico antes de ir de férias. "Mas não vou dizer-vos o que ele me disse. Estive para ser emprestado para uma equipa grande a meio da época. Não estava a jogar e achei que teria sido uma boa solução. O FC Porto até aceitava emprestar-me, entretanto apareceu um clube, mas depois não me deixaram sair. Por momentos não jogava e nessa altura andava mais chateado, porque não me quiseram deixar ir embora", apontou. Mas Cebola não se arrependeu "porque tinha a ambição de vencer a Liga Europa".
Com um ano de contrato pela frente e um tempo de utilização que não o satisfez, apesar de dizer que tudo dependia do seu representante e do FC Porto, o uruguaio não parece ter muitas ilusões quanto à sua continuidade no Dragão: "Acho que o FC Porto vai querer vender-me, porque isto é, antes de tudo, um negócio, e porque termino contrato no próximo ano. Acredito no meu trabalho, mas se o FC Porto não me quiser ou o seu treinador não me tiver em conta, acho que qualquer um pede para ir embora, é normal. Não vou ficar parado. Tenho 25 anos e uma carreira pela frente. O que eu quero é jogar, como qualquer jogador."
Presença na Copa América ainda é possível
O tempo de utilização dos jogadores nos respectivos clubes, para além de muitos outros aspectos, é uma das questões mais valorizadas pelos técnicos nacionais quando se trata de alinhar uma convocatória. Ora, Cristian Rodríguez não chegou a fazer mil minutos de jogo em toda a época (jogou 269 minutos no campeonato, 90 na Taça da Liga, 21 na Supertaça e 567 na Liga Europa, para um total de 947 minutos de jogo), o que, à partida, podia colocar em dúvida a sua presença na Copa América, mas ainda há uma esperança. "A possibilidade que tive de ser emprestado tinha por objectivo dar-me mais tempo de jogo, precisamente para estar na Copa América. Porque sabia que o seleccionador tinha isso em conta, não jogando, provavelmente não me iria convocar. Mas depois acabei jogando e parece que ainda tenho a possibilidade de ir à Copa América", explicou.
in "ojogo.pt"
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