Olha-se para o FC Porto de hoje e encontram-se tão grandes semelhanças em relação ao do ano passado que é fácil cair na tentação de assumir que o dragão não mudou. As diferenças de jogo são tão ténues que passam despercebidas, o esquema táctico é rigorosamente o mesmo, Hulk continua a entrar pelos terrenos da direita, Moutinho mantém liberdade de movimentos e o edifício seguro como dantes e até nas pequenas miudezas (Sereno continua a ser adaptado às laterais) o FC Porto se assume na igualdade.
Vítor Pereira parece ter assumido o papel de Villas Boas com tanta amplitude e circunstância que o dragão de hoje surge como uma réplica do do ano passado, peça por peça, nome por nome e até número por número. Perante a ausência do goleador Falcao, presente na Copa América, Kléber assumiu-se em grande estilo nesta primeira fase da época com a camisola 9.
Juntam-se dados relevantíssimos e primorosos, tanto mais que a ligação técnica entre passado e presente não ficou substanciada numa relação de proximidade entre treinadores. Vítor Pereira e André Villas Boas trabalharam apenas uma temporada juntos e não há registo de qualquer relação diplomática anterior, o ex-treinador esteve muitos anos ligado a José Mourinho e teve actividades fora dos relvados, enquanto Vítor Pereira seguiu outra linha, dedicou-se por excelência ao trabalho de campo.
Ou seja, não há qualquer afectividade para além daquela que ambos construíram durante a época em que trabalharam juntos, não se nota uma linha condutora que é perceptível por exemplo no Barcelona, onde Guardiola se inspirou em Cruyff antes de moldar a equipa com o seu estilo particular.
in "abola.pt"
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