sábado, 22 de outubro de 2011

Chelsea tentou levar Antero Henrique


Antero Henrique enjeitou a possibilidade de acompanhar André Villas-Boas na sua mudança para Londres. O facto tem meses, mas a notícia só ontem ganhou forma através do prestigiado jornal "Telegraph", que garante que o nome do director-geral portista é muito bem visto em Stamford Bridge, tendo já sido ventilado em 2004, quando da contratação de José Mourinho.
O interesse foi concreto, mas o "Telegraph" adianta que, perante as sondagens informais, prevaleceu de imediato a prolongada ligação de duas décadas ao FC Porto. Para o Chelsea, Antero Henrique seria um activo de peso para matar dois coelhos de uma cajadada. Por um lado, o clube estava sem director desde a saída de Frank Arnesen para o Hamburgo. Por outro, o homem forte do futebol dos dragões associa conhecimento dos mercados a uma sintonia com Villas-Boas que permitiria que a máquina rolasse, desde cedo, com a máxima naturalidade.
A abordagem caiu por terra numa fase em que a simples saída do treinador já tinha sido suficiente para criar algum alvoroço para os lados do Dragão, a escassos dias do arranque dos trabalhos com vista à nova época. Villas-Boas seguiu sozinho e a verdade é que o Chelsea ainda não garantiu uma solução definitiva, tendo-se limitado a promover Michael Emenalo.
O grande entrave, qualquer que seja o interessado, é que, no FC Porto, Antero Henrique já faz parte da prata da casa, tendo conquistado com Pinto da Costa uma cumplicidade rara no historial de quase 30 anos de presidência. Apesar de cultivar o "low profile" no plano mediático, a verdade é que, para além do estatuto interno, construiu uma grande reputação no meio e nos mercados internacionais, movendo-se com facilidade graças a uma lista de contactos que interessa a qualquer clube.
Antero Henrique, que desempenhou as mais variadas funções no FC Porto, assumiu a pasta do futebol em 2005 (só em 2009/10 não foi campeão) e reforçou o seu raio de acção em 2010, quando passou a ser o responsável por toda a área desportiva, surgindo como CEO (director-executivo) no novo organograma do Grupo FC Porto.
Para além dos títulos, o seu cartão-de-visita apresenta um encaixe de mais de 300 milhões de euros com a transferência de jogadores, um dos segredos do modelo de negócio da SAD e que lhe dá margem, por outro lado, para assumir alguma agressividade nas contratações, gastando verbas impraticáveis no passado.
Trunfos que, aos 43 anos, lhe conferem créditos internacionais, mas que não o desviam do Dragão.

Mercado chega aos bastidores

Longe vão os tempos em que só treinadores e jogadores agitavam o mercado. Com o futebol a perder algumas referências clubísticas e a assumir-se como um negócio em que todos os funcionários são "negociáveis", ganham destaque as transferências de directores-desportivos ou chefes de scouting. Luís Gonçalves é um exemplo, tendo trocado o gabinete de prospecção do FC Porto por um contrato chorudo no Shakhtar Donetsk. Carlos Freitas, do Sporting, é outro caso paradigmático, tendo passado por Braga e Panathinaikos antes de regressar a Alvalade.

in "ojogo.pt"

Sem comentários: