sábado, 22 de outubro de 2011

Vítor Pereira: «Críticas? Algumas não são legítimas»


Treinador garante continuar a ter confiança no seu trabalho. Entende o protesto dos adeptos, mas duvida da intenção de outras críticas


Vítor Pereira garante que não se sente preocupado com as críticas recentes ao mau momento que a equipa atravessa. O treinador do F.C. Porto admite que a equipa não esteve ao seu melhor nível no jogo com o Apoel Nicósia, para a Liga dos Campeões, mas continua «confiante no seu trabalho», lembrando que nada mudou desde o início da época.

«O treinador do Porto é exactamente o mesmo que iniciou o trabalho, com confiança na competência, no trabalho, na dedicação, na qualidade, com confiança na qualidade dos jogadores e numa grande estrutura. As críticas são naturais. Quando acontece um jogo em que não tivermos ao nosso melhor nível, estamos sujeitos as criticas e isso é natural», afirmou.

Contudo, o técnico separou as críticas que tem recebido em duas partes. «As críticas dos nossos adeptos são as que temos de ouvir, valorizar e entender. Mas há muitas críticas com segundas intenções, no sentido de desestabilizar o clube. Temos de separar umas das outras. Entender as dos adeptos, porque querem resultados e estão habituados a boas exibições, e filtrar as outras que não têm o mesmo tipo de intenção. Não são legítimas e genuínas», acusou.

«Jogadores precisam de carinho dos adeptos»

Ainda no mesmo tema, Vítor Pereira foi claro ao separar o jogo com o Apoel da restante temporada. O treinador admite a má exibição na Liga dos Campeões, mas sublinha que no embate com a Académica a equipa tinha estado «muito bem». Por isso percebe que a equipa tenha sido assobiada quarta-feira, no Dragão.

«É perfeitamente natural. Os adeptos estão habituados a que o clube conquiste títulos e viemos de uma época de muitos títulos. Temos de trabalhar para proporcionar bons jogos e dar alegrias. Não há nada mais genuíno que a manifestação de um adepto, que aplaude e assobia quando acha que o deve fazer. Os nossos são exigentes, mas queria alertá-los, também que os jogadores, para readquirirem confiança, têm de ter o carinho, a compreensão e a força da massa associativa», referiu.




Vítor Pereira: «Nacional? Vão jogar os melhores no momento»

Técnico garante que as escolhas para o onze estarão apenas relacionadas com o momento de forma de cada jogador e desvaloriza o histórico do Nacional no Dragão.


Vítor Pereira não tem por norma dar luzes sobre o onze que irá fazer alinhar e repetiu a ideia na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Nacional. O técnico portista não esclareceu se Walter poderá ser titular no ataque e deixou o pensamento que irá servir de base ao onze: jogam os melhores no momento.

«Treinar é gerir sistematicamente os momentos de forma de cada um. No domingo irá entrar a equipa que neste momento se apresenta em melhores condições para responder àquilo que é a exigência do jogo com o Nacional. Walter ou Kléber? Ambos nos transmitem confiança total», resumiu, sem adiantar mais.

O técnico disse, ainda, que jogar depois do Benfica lhe é «indiferente», como seria se jogasse antes. «Sabemos que temos de ganhar o nosso jogo e estamos concentrados para defrontar uma equipa que vem de três resultados positivos», lembrou.

O Nacional é uma equipa que costuma fazer bons resultados no Dragão. É, aliás, a equipa que mais venceu na casa do F.C. Porto desde a inauguração do novo estádio, mas Vítor Pereira desvaloriza o histórico: «Se estivermos, e vamos estar, ao nosso melhor nível não temos com o que nos preocupar. Sabemos o que queremos e vamos ter de mostrar isso já no domingo.»

A ideia foi concluída com um apelo ao «jogo colectivo e de qualidade» que caracteriza a equipa. Se conseguir fazer isso, no entender de Vítor Pereira, e aliado «à qualidade e talento dos jogadores do Porto», a sua equipa vai conseguir «simplificar» o jogo com o Nacional.




Vítor Pereira: «Não estou decepcionado com os jogadores»

«Estes jogadores já fizeram grandes jogos», lembra o treinador do F.C. Porto que rebate as críticas à condição física da equipa, dizendo que é uma visão «simplista»


O F.C. Porto já teve momentos mais felizes. Não é preciso ser especialista no futebol para perceber que o rendimento da equipa caiu muito de um ano para o outro, mesmo que apenas tenha perdido o treinador e o ponta-de-lança. As exibições contra Feirense, Zenit e Apoel, por exemplo, estiveram longe de preencher o parâmetro de qualidade que existe nos adeptos portistas. Vítor Pereira sabe disso.

O treinador do F.C. Porto passou, ao longe de toda a conferência, uma ideia forte: a equipa sabe que esteve mal contra o Apoel e deve aos adeptos uma resposta condizente. Ainda assim, Vítor Pereira continua a acreditar piamente no potencial do plantel que tem em mãos.

«Não me sinto decepcionado, porque esta equipa já proporcionou grandes jogos. É fundamental gerir da melhor forma os momentos de cada um e iremos fazer a gestão necessária com o Nacional. Vamos apresentar os jogadores que neste momento, e repito, neste momento, estão em melhores condições», prometeu, falando do duelo com o Nacional.

As críticas à condição física da equipa também têm surgido de vários quadrantes. Vítor Pereira não as aceita.

«Não concordo. O físico é quase sempre o que se vê superficialmente. É muitas vezes condicionado pelo táctico e, a maior parte das vezes, pelo emocional. Muitas vezes não é fadiga física, é fadiga emocional. Há muito mais condicionantes por trás. Essa é a análise mais simplista que se pode fazer», afirmou.

«Moutinho? Se foi genuíno, respeito»

No final do jogo com o Apoel Nicósia, João Moutinho admitiu publicamente que não atravessa um bom momento. Vítor Pereira foi confrontado com as declarações do médio portista e garantiu que as respeita.

«O João [Moutinho] manifestou aquilo que sente. Se isso é genuíno, tenho de respeitar. É um jogador exigente consigo próprio, tal como eu. Essa reflexão só vem atestar o grande carácter que tem. Sente que pode render mais e quer render mais e admiti-lo publicamente atesta a qualidade humana e a personalidade do Moutinho», considera o treinador do F.C. Porto. 



in "maisfutebol.iol.pt"

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