A FIGURA: João Moutinho
A observação é feita há alguns anos: só falta a João Moutinho fazer mais golos, ser um rematador mas efetivo, para se tornar verdadeiramente completo. Pois bem, é provável que a crítica esteja a ser esbatida. Nas últimas duas semanas, o médio fez dois grandes golos. À Académica, num lance de bola corrida; agora ao Dínamo, na transformação irrepreensível de um livre direto. Um golo fenomenal, em qualquer parte do mundo. Mais um bom jogo, afinadíssimo no passe e no entendimento com Lucho e Defour.
O MOMENTO: o golo de Moutinho
Mais umas palavras sobre o internacional português, para certificar a sua influência no desenrolar da peleja. Aos 67 minutos fez o 2-0 e clarificou sem margem para dúvidas o rumo do jogo. O Dínamo não assustava, percebia-se até que bastava ao Porto acelerar um pouco para deixar de ter os croatas no retrovisor, mas faltava a prova maior. O golo da tranquilidade. Chegou a 23 minutos do fim e conferiu tranquilidade absoluta ao que faltava jogar.
Lucho Gonzalez
Não há muitos médios com a capacidade de Lucho em chegar às zonas de finalização. O argentino fá-lo de forma soberba. Adivinha onde vai cair a bola, movimenta-se na sombra e possui a qualidade técnica necessária para o gesto técnico decisivo. Mais um golo de pé esquerdo, à semelhança do que lograra na Choupana, o quinto na presente temporada. Elegância, inteligência, exibição sempre consistente até sair aos 76 minutos.
Steven Defour
Relógio de afinação suíça na posição-seis. Muito bom jogo, encaixado na zona de ação entre Moutinho e Lucho. Ótimo a decidir, excelente no passe, inspirado em dois ou três dribles feitos em áreas de algum risco. Saiu para dar entrada ao regressado Fernando e é previsível que volte ao banco de suplentes nas próximas partidas. Pelo que fez contra o Dínamo, não merece sair da equipa.
Mangala
Lateral esquerdo de início, central nos 25 minutos finais, concentradíssimo do princípio ao fim. O francês mostrou uma fiabilidade interessante numa posição que não é a sua e está perto de ser premiado por Vítor Pereira com o posicionamento, já no futuro imediato, no eixo da defesa. É uma situação em tudo semelhante à vivida por Maicon na época passada. Cabe a Mangala agarrá-la tão bem como o fez o brasileiro.
James Rodríguez
Trata a bola com deleite, com um prazer assombroso. Procurou o golo do princípio ao fim, rematou uma mão cheia de vezes, mas não conseguiu bater o aplicado Ivan Kelava. Ainda assim, e uma vez mais, um dos melhores em campo. É importante dizê-lo: James tem tudo para ser um dos grandes do futebol mundial já a curto prazo.
Sammir
O melhor executante dos croatas. Assustou num remate ao poste, ainda com o marcador em branco, e mostrou futebol para aspirar a outros voos. É brasileiro e está naturalizado croata. É, de resto, presença já assídua na seleção balcânica.
Alen Halilovic
16 anos, terceira presença na Liga dos Campeões. Mais seis minutos, para um prodígio candidato a fazer História.
in "maisfutebol.iol.pt"
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