A fase de grupos da Liga Europa arranca amanhã, numa altura em que André Villas-Boas tem tudo debaixo de um encantamento, cuja fórmula resulta de sete vitórias consecutivas, que já transformaram a palavra desconfiança em empolgamento. A onda está tão forte, que não são poucos os adeptos que sonham com a conquista do troféu europeu. O paralelo com a era Mourinho, em 2003, é inevitável e Secretário falou num discurso "forte" do agora técnico do Real Madrid, para puxar, provocar ou motivar o empenho dos jogadores na procura de uma vitória europeia. Villas-Boas já deu o primeiro passo nesse sentido, quando reconheceu que era impossível estabelecer objectivos mínimos, quando a intenção é vencer a Liga Europa. Mas afinal, qual é o segredo para motivar os jogadores? "Mourinho nunca valorizava demais os adversários. Com ele éramos sempre os maiores, fosse contra quem fosse, estavam sempre ao nosso alcance. Este FC Porto atravessa um momento semelhante, está com o moral em cima depois da maneira como derrotou Benfica e Braga. Com a motivação que devem ter, são capazes de colocar qualquer equipa ao alcance e de, com maior ou menor dificuldade, acabar por vencer", explicou o lateral que fez parte do plantel de orientado por Mourinho em 2003.
Ter coragem de assumir os objectivos, desafiando os jogadores a porem tudo em causa era a chave: "O objectivo era sempre vencer e ele punha isso no quadro, com os pontos que ia fazer ao fim de umas tantas jornadas e até onde ia chegar nas provas a eliminar". O discurso de Villas-Boas é mais prudente, mesmo perante os que já vislumbram o que virá a seguir a esta fase de grupos. "É cedo para dizer que pode vencer a Liga Europa, mas o FC Porto tem legitimidade para isso, até porque já o conseguiu", frisou. Mas também há diferenças: "Mourinho é único no carácter e no trabalho, mas o André Villas-Boas teve excelentes professores..."
"Neste FC Porto trabalham todos"
Métodos de trabalho diferentes traduzem-se da mesma forma no relvado e conjugam-se com uma organização à imagem do seu técnico. Secretário vê hoje um FC Porto com uma postura diferente: "É uma equipa que trabalha muito, até os mais criativos como Belluschi e Rúben Micael se empenham mais em tarefas que não tinham antes. Agora, neste FC Porto trabalham todos". Esta nova equipa tem muito a ver com as fontes onde Villas-Boas bebeu. "Pelo que transpira cá para fora, percebe-se que os métodos nos treinos são outros e ele deve ter aprendido muito com Robson e José Mourinho, que insistiam na organização dos treinos. Quando chegávamos ao relvado os esquemas já estavam montados e mal acabávamos um exercício saltávamos logo para o seguinte. O ritmo era muito forte e sempre controlado", resumiu. Quem já esteve no Olival a presenciar os quinze minutos de treino abertos à Comunicação Social já percebeu que quando os jogadores sobem ao relvado encontram tudo montado, pelo que também aqui as semelhanças são enormes. Os relatórios dos adversários que o próprio Villas-Boas chegou a fazer, completam o quadro.
in "ojogo.pt"
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