quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Carimbo de qualidade

Madrid e Porto são as capitais do bom futebol
 

“Desde que cheguei a Portugal que não tenho feito outra coisa do que afastar-me da clonagem que vocês tentam fazer ao José Mourinho”, dizia Villas-Boas em agosto. O técnico do FC Porto ganhou nome próprio e dá a cara por um conjunto invicto, líder destacado na Liga, firme na Europa e que já conquistou um título (Supertaça).

Não tem, contudo, por onde fugir aos números e esses colocam-no bem próximo do Real Madrid do seu antigo chefe de equipa. É que o paralelismo não se esgota na invencibilidade (de que também o Manchester United goza, ainda que com muito menor brilhantismo): dragões e merengues têm, nesta fase, o mesmo número de golos marcados e sofridos. Coincidências a mais quando só há um jogo de diferença no currículo de equipas que fazem da capacidade concretizadora uma marca, mas que também primam pela consistência defensiva.

Aqui, vale a pena olhar para outro dado: Helton e Casillas são guarda-redes que quase deviam pagar bilhetes nos jogos do campeonato. É que ambos precisam de mais de 50 minutos para serem obrigados a fazer uma defesa. São marcas sem paralelo na Europa (o Barcelona perdeu estabilidade defensiva) e que denunciam uma partilha de princípios e uma idêntica eficácia na transmissão da mensagem. Com o toque pessoal de quem não repete fórmulas, o caminho de Villas-Boas volta a cruzar-se com o de Mourinho.

São máquinas de rendimento ofensivo, mas também equipas que procuram uma organização perfeita e que nunca descuram o momento da perda de bola. A qualidade posicional e a agressividade coletiva dos dragões têm significado menos calafrios a Helton. Os próprios números dão força a esta realidade: o FC Porto destes 20 jogos permite ao adversário, em média, 8,4 remates por jogo. Há um ano, e em igual números de encontros, a média ascendia a 11,9 remates por jogo.

Em Alvalade, onde com Jesualdo os dragões sofreram sempre (6 jogos, 12 golos), Villas-Boas procura o tento 50 da época, mas também o 3.º clássico com a baliza de Helton em branco.

in "rwcord.pt"

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