sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

F.C. Porto: «Necessidade absoluta de ser campeão»

André Villas-Boas fala sobre derrotas caseiras e a Liga Europa


André Villas-Boas, treinador do F.C. Porto, partilhou o sentimento generalizado entre os dragões. O campeonato nacional é uma prioridade absoluta, um objectivo por conquistar. Como tal, não há lugar a poupanças na deslocação a Olhão, nem nos compromissos seguintes. 

«O F.C. Porto sofre da necessidade absoluta de voltar a ser campeão, é o sentimento comum que todos temos», desabafou o técnico, a meio da conferência de imprensa desta sexta-feira, no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia.

Ao longo da conversa, André Villas-Boas foi confrontado com as três derrotas do F.C. Porto na presente temporada. Todas em casa, por sinal. Preocupante? «As três derrotas que o F.C. Porto teve foram no Dragão, isso pode gerar algumas emoções nos adeptos, mas penso que isso não passará para os jogadores. Até porque o Estádio do Dragão cria um ambiente complicado para os adversários. É nisso que quero acreditar. Penso que caminhamos ainda mais para criar o ambiente ideal», afirmou.

«Recordo o jogo com o Nacional e comparo com este do Sevilha. Domínio absoluto, muitas oportunidades de golo, mas com derrota. Relativamente ao jogo com o Benfica, errámos demasiado e pagámos caro por isso», recordou o técnico.

Candidatos? Porto, Benfica, Braga...

O desaire com o Sevilha teve sabor agridoce. O F.C. Porto segue em frente na Liga Europa e surge como um dos favoritos à conquista do troféu: «Candidatos? O número fica mais reduzido mas há equipas fortes. O Leverkusen, que está cada vez melhor na Liga alemã, O Liverpool está em crescimento, o Villarreal eliminou o Nápoles. Depois, porque não incluir F.C. Porto, Benfica e Sp. Braga nesse lote?»

No arranque para a fase decisiva da época, André Villas-Boas vê o panorama clínico desanuviado. Boas notícias para os dragões. «Acreditamos cegamente no nosso trabalho de recuperação. Em termos físicos, temos apresentado um nível impressionante. Nesse cenário, estamos perfeitamente tranquilos. Neste momento temos apenas o Rafa de fora, ter jogadores como Falcao e Alvaro de regresso é um bom tónico», admitiu.

Nesta sexta-feira, destaque para a presença de uma equipa de reportagem do Japão no Olival. Os jornalistas nipónicos quiseram saber mais sobre André Villas-Boas, personagem que desperta crescente interesse. Mourinho, naturalmente, foi lembrado.

«Houve várias pessoas decisivas no meu crescimento como treinador e uma delas foi José Mourinho, se calhar fundamental. Mas o meu percurso foi marcado por várias pessoas, algumas delas estão aqui neste clube. Foi importante, mas não decisivo, porque acredito no meu trabalho. Penso que o servi bem com o meu trabalho e espero reencontrá-lo um dia», rematou o treinador do F.C. Porto. 

Villas-Boas: «Duelos com Benfica resolvidos no campo»


André Villas-Boas não quis entrar em mais polémicas com Jorge Jesus sobre o actual nível das duas equipas e a dez jornadas do fim do campeonato. O treinador do F.C. Porto reconhece a boa forma do rival Benfica mas garante boa saúde no plantel que tem às suas ordens.

«O Benfica está a um nível excelente, o F.C. Porto está num nível excelente. Os dois clubes estão crentes nos seus objectivos, com uns mais distantes do que outros. Os duelos vão ser resolvidos dentro de campo», atirou.

No que diz respeito à próxima deslocação a Olhão, para defrontar uma equipa invicta em casa, o técnico lembrou que os dragões já ultrapassaram adversários semelhantes esta época: «São deslocações complicadas. Não é a primeira vez que nos deslocamos aos campos de adversários com bons registos em casa, e isso provoca-nos mais um desafio difícil.»

«O campeonato está a caminhar para o fim e estamos focados nas próximas jornadas, que serão decisivas nas contas do título. Encaramos este jogo com grande motivação, tendo em conta o que fizemos em Braga. Isto tendo o máximo respeito pelo Olhanense, que deu um bom salto qualitativo em relação à última época e tem feito uma gestão com menos empréstimos e no sentido de consolidar mais o plantel. Tem também um treinador novo, que está a fazer um trabalho maravilhoso, mas estamos extremamente motivados», acrescentou.

Cinco triunfos para o título

Villas-Boas traçou o objectivo imediato: cinco triunfos valem o título. «As próximas jornadas serão decisivas no caminhar para o título. Se há objectivo interno é este. O campeonato fica decidido se ganharmos as próximas cinco jornadas, em que temos adversários de grandes dificuldades. Em que vamos a Olhão e a Leiria, e recebemos V. Guimarães e Académica antes da Luz. É dificuldade crescente, porque até a Académica, que tem atravessado um momento menos bom, vai tentar regressar aos bons resultados. É um percurso de cinco jogos que nos podem encaminhar para o título e é nisso que estamos focados», garantiu.

O técnico lembra que o «F.C. Porto tem sido alvo de crítica pouco fundamentada, em que tem havido alguma sobrevalorização do que é negativo em detrimento do que é positivo», garantindo que a equipa, apesar da eliminação da Taça da Liga e da derrota na primeira mão da Taça de Portugal frente ao Benfica, «mantém-se forte e tem evoluído», «numa fase em que se calhar tem estado mais presente com resultados e exibições.»

«Somos a equipa com mais golo»

Os dragões estão preparados para o imprevisível, mesmo que não seja comum um clube como o F.C. Porto sofrer três derrotas na parte final do campeonato e, assim, deixar fugir um título nacional. «Não é impossível perder três jogos. Esse imprevisível foi claro na forma como perdemos frente ao Sevilha, em que tivemos várias vezes em frente à baliz sem marcarmos. Mas somos a equipa com mais golo em Portugal, se contabilizarmos a Liga Europa, e dizer que temos de melhorar a finalização também não tem cabimento.»

«O F.C. Porto normalmente marca e está num percurso que julgamos positivo. No entanto, esta série de cinco jogos que queremos positivo pode ser negativo e levar ao imprevisível», reconheceu o técnico.

«Derrota com pouco peso»

Villas-Boas desvalorizou a derrota com o Sevilha ,na segunda mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa, reforçando a ideia de que a eliminatória esteve sempre controlada.

«Na nossa análise, depois da primeira mão e quando a expetactiva de muita gente era que tudo tinha terminado, o Sevilha foi complicado no segundo jogo. Conseguimos geri-lo, mas infelizmente não conseguimos marcar. Depois, nos minutos finais e com dez, fizemos as alterações necessárias para seguir em frente. É uma derrota com pouco peso, porque são os dois jogos que contam e o grupo está feliz por passar à fase seguinte», concluiu.


in "maisfutebol.iol.pt"

Sem comentários: