Costa Ramos, subintendente da PSP, abordou a segurança do clássico desta noite em conferência de Imprensa, no sentido de apelar ao civismo dos agentes do futebol e dos adeptos para evitar problemas num jogo que é considerado de "risco elevado". E este quadro, salienta Costa Ramos, é agravado pelo "sentimento de impunidade" evidenciado pela ineficácia de "outras entidades" na condenação ou tomada de medidas de precaução ou impeditivas para que detidos em experiências anteriores não possam reincidir.
O subintendente mostrou-se mesmo incomodado: "Detidos em jogos anteriores podem ir ao jogo! A polícia cumpre, as outras entidades devem fazer o mesmo. Não digo mais porque não queremos ser acusados de nos imiscuir. Mas isso transmite sentimento de impunidade. Claramente. Passados três, quatro ou cinco dias podem estar nos jogos e praticam actos idênticos reiteradamente."
Costa Ramos apelou ao civismo de adeptos e dirigentes, acrescentando que "umas vezes conseguem conter-se" para não incendiar mais o ambiente. A relação da PSP com o Benfica, após o propalado apagão, mereceu um revelador "não faço comentários". Costa Ramos espera que não se volte a repetir e disse que já informou o clube encarnado das consequências que pode ter. Do Benfica espera ainda colaboração na revista aos adeptos nas entradas do recinto - que "serão duplas, feitas também pela polícia, e com meios para evitar a entrada de artefactos pirotécnicos", apesar de a responsabilidade ser "do promotor do espectáculo", referiu.
Para minimizar os incidentes, a PSP diz estar preparada para prevenir e para responder na mesma moeda, com cerca de meio milhar de agentes: "Haverá uma caixa de segurança para deslocação dos adeptos do FC Porto. Não há aumento de efectivos. Há reajuste. A forma como foi planeado o dispositivo em situações anteriores foi correcta. Media Markt fechado? Não podemos privar uma área comercial de funcionar em pleno. Os adeptos têm de acatar ordens. Se voltarem a agredir a polícia, haverá mais detenções e vamos ripostar de forma adequada e proporcional à agressão. Posso garantir medidas necessárias para não haver alteração da ordem pública."
Questionado sobre se levaria um filho menor ao jogo, a resposta hesitante e contida foi reveladora da (falta de) segurança temida: "Depende. Gostaria de levar. Continuo a pensar que um jogo de futebol é um espectáculo seguro, mas não sei o que vai na cabeça dos adeptos. É cultural. Tem a ver com a formação e a educação de cada um. Tem a ver com psicologia de massas. Às vezes alteram-se comportamentos em grupo."
in "ojogo.pt"
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