Defour fez a melhor exibição da temporada em Braga, na posição de Fernando, e cotou-se como a alternativa mais credível dos últimos anos para aquelas funções, depois de inúmeros ensaios com outros jogadores. Georges Leekens, selecionador da Bélgica, já leu o relatório da observação feita no Estádio AXA e confirmou a impressão geral. "Vou ver o Braga-FC Porto amanhã [hoje], não pude ver antes porque estive no Brasil a ver os hotéis para o Mundial'2014. Mas já li o relatório e, de facto, ele deve ter feito a melhor exibição da época. Jogou como médio-defensivo, funções que, mesmo sem serem as dele - prefere jogar como oito -, tem potencial para desempenhar muito bem. Sei que Fernando é o titular, mas sem estar aqui a fazer juízos de valor, porque Vítor Pereira saberá melhor do que ninguém os jogadores que tem, acho que o Steven tem um potencial muito bom para jogar ali", apontou Leekens.
O jogador sente-se bem no FC Porto, e isso nota-se na seleção: "Agora vemos um Steven sorridente quando chega e esse espírito positivo só o beneficia, porque está com mais vontade e mais garra. Não é só fisicamente que se vê nele um jogador melhor, mas também psicologicamente."
Longe de ser novidade para si, jogar com funções mais defensivas no meio-campo já lhe valeu outras notas positivas. "Contra a Rússia, jogou como oito, mas com funções mais controladas, sem se poder adiantar tanto, e fez um grande jogo, por isso não me admira que se dê bem como seis. Aliás, isso nem é uma novidade para ele e, no FC Porto, já teve tempo para encontrar as rotinas certas dentro de campo para que o jogo mantenha a fluidez necessária", apontou.
Mesmo sem ser um titular indiscutível, a verdade é que o belga soube responder à altura quando teve oportunidade de se mostrar: "Não é fácil jogar numa equipa como o FC Porto, quando se tem tanta concorrência no meio-campo, com Moutinho, Fernando e, depois, ainda pior com a chegada de Lucho, mas o Steven é um lutador e, mesmo sabendo que escolher o FC Porto já não era fácil, soube trabalhar para conquistar o seu espaço. Esta exigência de outro nível, que foi encontrar em Portugal, acabou por ajudá-lo a evoluir mais ainda e favoreceu-o até na seleção." Com um jogador adaptável a praticamente todas as funções no meio-campo, Vítor Pereira perdeu Souza, Belluschi e Guarín, mas ficou com uma espécie de canivete suíço: "É muito útil para um treinador ter um jogador que se adapte a várias posições do meio-campo. Para nós, é importante que ele continue a jogar. Qualquer seleção precisa de ter jogadores com ritmo competitivo, que permitam encarar os jogos sem preocupações físicas."
"Segunda época será ainda melhor"
Defour chegou ao FC Porto ainda a recuperar de uma lesão muscular sofrida na Bélgica. Limitado durante parte do arranque da época, o jogador tardou a encontrar a melhor forma física. Além disso, opções no meio-campo não faltavam a Vítor Pereira, mas o belga soube ser paciente, trabalhar e esperar. "Para quem chega, uma lesão é sempre chata, mas ele acabou por recuperar bem e dar a volta a isso tudo. Tenho a certeza de que a sua segunda época no FC Porto será ainda melhor, porque já estará em casa", garantiu Leekens.
"Precisava de um desafio destes"
Na carreira de Defour, tudo tem acontecido a alta velocidade. Bota de Ouro belga (melhor jogador) em 2007/08, com apenas 18 anos, o médio conduziu o Standard de Liège ao título, quebrando um jejum de 25 anos. Na época seguinte voltou a ser campeão, antes de fraturar o pé direito. O Manchester United chegou a andar de olho nele, mas a motivação já não era a mesma. "Só lhe fez bem assinar pelo FC Porto; era de um desafio desses que ele precisava e está a conseguir convencer", frisou Leekens. Agora, o futuro promete continuar a sorrir. "Faz parte do núcleo da seleção, e contamos com ele no Mundial do Brasil", revelou.
in "ojogo.pt"
Sem comentários:
Enviar um comentário