Entre casos pessoais e encruzilhadas históricas, o FC Porto-Benfica de sábado é daqueles para colecionadores
Para quem gosta mesmo disto, o FC Porto-Benfica de sábado é uma ocasião única, daquelas que aparecem uma vez por década, se tanto, mas mais especial ainda do que é costume. Pode nunca ter havido um jogo tão caprichoso.
Registemos: pelo lado do Benfica, temos a Liga Europa a quatro dias de distância, acenando descarada aos jogadores (e aos benfiquistas); há a história pessoal de Jesus, marcada já por várias mortes na praia e agora posta em xeque quando parecia impossível haver maior unanimidade à volta dele; e há, claro, os duelos perdidos com o FC Porto desde 2010, contrariando teimosamente a noção de se estar a viver o melhor período do clube em 20 anos.
Pelo FC Porto, está latente a consciência de que também se tomam decisões históricas. Bater o Benfica neste campeonato é, provavelmente, derrotar a mais perigosa tentativa de golpe de Estado desde que a hegemonia portista ganhou raízes, para além de lançar a confusão nos planos futuros dos rivais. E também há desafios pessoais, como o da afirmação de Vítor Pereira, abalada por esta segunda metade da época, ou o de Jackson Martínez, protagonista e bandeira do FC Porto, que arrasta o estigma de ter falhado os penáltis que comprometeram o título. Sábado joga-se uma inesperada segunda oportunidade para ambos.
E esta é só uma pequena parte do que vai caber naquele hectare de relva.
José Manuel Ribeiro in "ojogo.pt"
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