A SAD do FC Porto bem que pode agradecer a Hulk grande parte dos 9,2 milhões de euros encaixados até à data na Liga dos Campeões. A estatística oficial da UEFA prova que nenhum outro jogador tem procurado ajudar tanto Vítor Pereira a combater as críticas à equipa: o Incrível é o portista que mais remata em todos os jogos da Liga dos Campeões (32, no total, e só Messi o ultrapassa nas contas gerais), o que mais golos marcou (quatro dos sete da equipa), o que mais faltas sofreu (16) e, apesar de ter acções defensivas mais limitadas, o terceiro do plantel que mais quilómetros correu na prova.
Não foi por acaso que Pinto da Costa considerou Hulk insubstituível no clube, e o jogo da Ucrânia é o exemplo perfeito para confirmar o peso que o brasileiro tem neste FC Porto ainda à procura de uma identidade. Muitas vezes o principal alvo das críticas - não foi poupado no regresso de Chipre, por exemplo -, Hulk não tem problemas em assumir o risco nem em "levar com as culpas"; as palavras são suas, depois da derrota com o APOEL. A forma de jogar torna-o num alvo fácil, mas também é esse o estilo que desequilibra vezes sem conta a balança a favor dos campeões nacionais. Como aconteceu em Donetsk, numa partida absolutamente crucial para as aspirações da equipa na liga milionária e importante nas contas da SAD.
Hulk deixou o lado direito do ataque - aquele onde mais gosta de jogar - para actuar entre os centrais, sacrificando-se em nome do colectivo. A aposta de Vítor Pereira resultou em pleno, tendo em conta que foi o Incrível a assinar o primeiro golo, num lance em que surgiu em velocidade no centro da área, e a iniciar o lance do segundo, saindo da marcação de dois adversários com um toque em habilidade. Mas esta é apenas a parte mais palpável do trabalho do brasileiro, já que os números mostram mais: dos 16 remates do FC Porto, dez saíram dos seus pés; mais ninguém sofreu tantas faltas como ele (4); e foi ainda dos que mais correram, ultrapassando a barreira dos dez quilómetros. Impressionante. O resultado foram três pontos na bagagem - e um chorudo cheque de 800 mil euros.
Trocar de botas foi decisivo
Hulk benze-se sempre que entra em campo, mas até é pouco dado a superstições. Na quarta-feira, por exemplo, entrou no Donbass Arena com botas pretas, que muitos dizem ser a cor do azar. E, em certa medida, até o foram para o brasileiro, que as usou até ao intervalo sem que tenha conseguido marcar; aliás, em cinco remates nos 45' iniciais só uma vez acertou na baliza. O relvado estava escorregadio por causa do gelo (a temperatura era de vários graus negativos), e Hulk decidiu trocar as botas com sola de borracha por um modelo com pitons de alumínio. O número de remates foi o mesmo, mas a pontaria melhorou. Hulk atirou três vezes à baliza e fez um golo. Em breve, o Incrível vai estrear em jogo umas chuteiras novas, feitas à medida no Japão. Para já tem-nas experimentado apenas em treino.
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