sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Orgulho arrancado a ferros

Donetsk pode ser o ponto de viragem nos resultados da época portista, mas a data a registar no balanço da temporada será sempre a da derrota em Coimbra. Com a eliminação da Taça por números expressivos, dirigentes e treinadores atingiram o ponto de saturação; acabaram-se os paninhos quentes e o grupo foi encostado à parede.
Quando se pensava que era Vítor Pereira quem estava em xeque, Pinto da Costa apontou o dedo ao plantel, exigindo uma resposta colectiva. A presença do presidente e de Antero Henrique junto do treinador à saída de Coimbra não foi para a fotografia. Pinto da Costa teve uma rápida incursão pelo balneário, onde em breves palavras pôs a entrega do grupo em causa e lembrou aos jogadores que o FC Porto não perdia em Coimbra há 41 anos...
Foi um momento de viragem que uniu as tropas. Todos deram a cara e os líderes do balneário, com destaque para Helton, Hulk e João Moutinho, comandaram a reacção do grupo, reclamando orgulho, superação e a consciência de que, depois de tantos tiros nos pés, não era só o lugar do treinador que estava em dúvida, mas sim toda a época dos dragões.
Os discursos no balneário sustentaram a nova atitude, e a marca da união ficou vincada na forma como todos festejaram o triunfo na Ucrânia. A sintonia entre equipa técnica, jogadores e "staff" dirigente pareceu total, e Vítor Pereira agradeceu aos atletas, um a um, a resposta dada e a atitude solidária em campo.
Entre a comitiva, muitos recuperavam memórias com três anos, quando uma vitória em Kiev (2-1) deu um pontapé na crise e empurrou a equipa para os oitavos-de-final da Champions e para a retoma interna. É cedo para anunciar o melhor FC Porto, mas o primeiro passo foi dado com uma estratégia certeira de Vítor Pereira e um comportamento colectivo digno desse nome por parte desses jogadores. Por isso, no final, Pinto da Costa era um líder galvanizado.

in "ojogo.pt"

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