FC Porto 0-1 Zenit. Expulsão plena de irresponsabilidade do mexicano, aos 6', comprometeu vitória e abriu caminho para a derrota com carimbo do inevitável Hulk. Russos ultrapassam os dragões no segundo lugar e o apuramento para os "oitavos" deixam de estar sob controlo azul e branco.
"Tudo o que aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade". Não consta que Victor Hugo tenha conhecido um tal de Hector Herrera. Mas o escritor francês do século XIX teria certamente exemplos como os do médio mexicano em mente quando tratou de assinar tal frase.
É caso para perguntar: "porquê?". A irresponsabilidade e a falta de discernimento evidenciadas pelo reforço dos azuis e brancos para esta época, logo aos 6', foram fulcrais para um resultado que bem poderia ter sido diferente do desaire que o FC Porto registou diante do Zenit. Já lá vamos.
A derrota (0-1) coloca a equipa de Paulo Fonseca atrás dos russos, no terceiro lugar do Grupo G, com três pontos [o Zenit soma quatro]. Mas mais: o primeiro posto, em virtude do triunfo do Atlético de Madrid sobre o Áustria Viena, começa a definir-se como uma mera miragem.
Mandem a conta para Herrera
Quando um jogador quer demonstrar serviço, de forma sôfrega, há momentos ponderados de forma mais leviana mas que podem representar um cariz fundamental para a estratégia de uma equipa.
Aos 5', Hulk arrancou de forma fulgurante e foi travado por Hector Herrera, à entrada da área. Em boa verdade, o amarelo visto pelo mexicano foi necessário e premente, porque somente ele assumiu a obrigação de travar o "Incrível". O pior viria um minuto a seguir: livre para Hulk, bola na barreira, apito de Paolo Tagliavento, segundo amarelo e vermelho para Herrera. O centrocampista saiu da barreira mais cedo, arriscou, deu-se mal e, de forma madrugadora, o FC Porto jogava o resto da partida reduzido a dez unidades.
Num primeiro impacto, o Zenit foi aproveitando para tentar "encostar" o dragão. Mas os homens de Paulo Fonseca reagiram de forma personalizada, com evidente esforço mas tenacidade e perseverança.
Mesmo em inferioridade numérica, o FC Porto controlou as operações perante um Zenit que peca, sobretudo, pelo pobre processo defensivo. Mesmo em inferioridade numérica, os tricampeões nacionais dispuseram das melhores oportunidades - Lucho enviou mesmo uma bola ao poste da baliza de Lodygin - numa primeira parte em que Lucho, Josué e Fernando estiveram absolutamente perfeitos na construção de jogo e no capítulo das recuperações de bola.
Hulk. Sempre Hulk
A responsabilidade que faltou a Herrera foi protagonizada, sem reservas, por Hulk e Helton. O "Incrível" esteve particularmente incisivo no ataque à baliza da sua antiga equipa e acabou por rondar o golo, não fosse a noite igualmente inspirada e segura de Helton.
O duelo mais intenso da segunda metade, contudo, seria temporariamente esbatido pela entrada a todo o gás de Silvestre Varela. Suplente lançado para o lugar de Licá, o "Drogba da Caparica" foi o mais inconformado e, com frescura nas pernas, ainda enviou uma bola à trave.
Certo é que a frieza russa, com um toque de samba, verificou-se a cinco minutos dos 90': Hulk - quem mais? - a cruzar, da direita e Kerzhakov a desviar de cabeça para o fundo da baliza do desamparado Helton.
Conclusão: a partida de São Petersburgo, dentro de duas semanas, é decisiva para as aspirações do FC Porto quanto ao apuramento para os oitavos-de-final da Champions.
in "rr.pt"
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