domingo, 25 de dezembro de 2011

Alfredo Quintana e Daymaro Salina: "Se algum país vai a Cuba, competimos, se não... treinamos"

Alfredo Quintana, em Março, foi o primeiro chegar. Meses mais tarde veio Daymaro Salina. Formam a dupla de cubanos do FC Porto, num mercado que hoje está ligeiramente mais acessível, após o acordo de cooperação selado entre as federações portuguesa e a do país caribenho, que faz com que os atletas vindos daquela ilha não sejam considerados estrangeiros. O Sporting também já ali "pescou" Francis Carol e Yailan Hechavarria.
"Comecei a jogar na escola", conta Quintana. "Estive primeiro no básquete, mas o professor saiu e, entretanto, o meu irmão Eduardo levou-me para o andebol. Fui fazer as provas e fiquei. Comecei por jogar a lateral-esquerdo, mas um dia, numa competição, faltou um guarda-redes e pedi ao professor para ir para a baliza e ali fiquei até hoje", recorda. Pelas suas palavras percebe-se que em Cuba o desporto é basicamente escolar. Não há clubes. "Quando temos aí uns 12 anos vamos para a escola de alto rendimento de jovens. Todos os miúdos da cidade, os maiores, vão para lá", explica o guarda-redes do FC Porto, revelando que subiu "de categoria com 15/16 anos", chegando então à selecção nacional. "Fui para a equipa nacional júnior, onde só fiquei um ano, depois fui logo para a selecção principal, tinha 17 anos."

Daymaro é um pouco mais tímido, deixa Quintana comandar a conversa, mas lá disse como surgiu o andebol. Adivinhe… "Foi igual, também comecei na escola. É assim com toda a gente. Depois passei à escola dos melhores juniores e com 18 anos cheguei à selecção nacional A". Quantas internacionalizações tenho? 53, acho", responde. Quintana tem menos. "Tenho 37. Ele foi a algumas competições que eu não fui", justifica.
É precisamente na selecção que se fazem as carreiras desportivas em Cuba. "A competição é por província - cidade de Havana, Matanzas, Cienfuegos - mas apenas dura uma/duas semanas. Na maior parte do tempo estamos concentrados na selecção e se algum país vai lá jogar, competimos, se não treinamos entre nós", conta Quintana.
Sendo assim, como é que os clubes europeus os descobrem? Quintana conta como o FC Porto chegou até ele: "Foi através de um amigo meu, Rafael da Costa, que joga em Espanha. O professor [José] Magalhães falou com ele, ele falou-lhe de mim e o contacto estabeleceu-se. Depois o professor Magalhães foi ver-me ao Panamericano no Chile, gostou e a coisa fez-se." Já Daymaro, foi "através do Quintana", como seria de esperar.
As saídas é que foram difíceis, como são todas as de Cuba. "Em Cuba é tudo complicado. Tudo mesmo, mas lá se consegue. Claro que gostamos do nosso país e temos saudades da família, dos amigos, mas lá as coisas são complicadas", remata Quintana, com a anuência de Salina.

"Já sabíamos que não podíamos voltar a jogar na selecção"

Tanto Quintana como Salina estavam conscientes de que ao sair do país não voltariam a jogar na selecção. Uma situação que não lhes agrada, mas que compensa. "Já sabíamos que não podíamos voltar a jogar na selecção, mas mesmo assim é melhor para nós sair. A nossa carreira tem mais possibilidades de crescer, de evoluir, tendo mais competição", explicam os dois atletas. "Claro que para a selecção seria melhor ter jogadores com mais rodagem, com outra experiência, com outro tipo de competição, mas são questões políticas e é assim há muitos anos." De resto, não faltam exemplos de excelentes jogadores cubanos, que estão em grandes equipas europeias e não representam a selecção: Rolando Urios, Julios Fis, Carlos Reinaldo e Rafael da Costa, isto além do falecido Vladimir Rivera.

Festa com carne, feijão, arroz, cerveja e rum ... muito rum

Também há árvore de Natal, o nascimento de Jesus também se celebra e "só as crianças recebem uma prendita", explica Quintana. De resto, "come-se porco assado com congris [arroz com feijão preto, n.d.r.]", e, em vez de vinho e champanhe, "bebe-se cerveja e rum", revela Daymaro.
Trata-se de uma celebração bastante diferente: "Lá o Natal começa a festejar-se no dia 18 e acaba lá para 5/6 de Janeiro. É beber, beber e beber. Bebe-se cerveja e rum, muito rum", diz Quintana. "Claro que se trabalha na mesma, mas as pessoas passam esses dias assim. Então no Ano Novo é espectacular. Às 5 da manhã ainda há pessoas a comer porco assado no meio da rua", explica o guarda-redes.
Quintana passou o Natal junto da família, já Daymaro, por questões burocráticas, não teve essa possibilidade. "Fui a casa do Sérgio Rola [colega de equipa]. Já tinha provado bacalhau e lá comi outra vez", confidenciou, ainda que não escondendo alguma tristeza por não poder ir a casa.

Frio é o pior de Portugal

Perfeitamente adaptados ao Porto, os dois atletas cubanos identificam facilmente a maior dificuldade que têm de suportar. "O frio. Aqui é mesmo muito frio", ri Quintana, perante a aprovação de Daymaro, que lhe junta uma dificuldade própria de quem tem menos tempo no país: "A diferença horária também me fez confusão", referindo-se às cinco horas a mais em Portugal.
De resto, garantem gostar muito da cidade. "Foi o Alfredo que andou a mostrar-me algumas coisas", diz Daymaro, com o guardião a especificar: "Vamos aos restaurantes, aos shoppings, às discotecas, mas só quando não temos jogos. Também vamos junto ao rio tomar uma cervejinha ao domingo à tarde."

Quintana chegou e mostrou qualidade

Há muito tempo que o FC Porto tentava a contratação de Alfredo Quintana, em quem José Magalhães, director-geral do andebol, depositava muitas esperanças. Chegou ao Porto em Março deste ano e o primeiro jogo que disputou foi em Resende, com o Sporting da Horta, fazendo nove defesas em 24 remates.
Poucas semanas depois fazia a primeira grande exibição em Portugal, em Braga, frente ao ABC, numa vitória importantíssima dos dragões rumo ao tricampeonato, com 15 defesas - espectaculares 58% de aproveitamento - , sendo cinco a livres de sete metros. Com Quintana, internacional A cubano a fazer dupla com Laurentino, internacional português, a baliza do FC Porto está muito bem guardada.
Daymaro Salina bem a defender e a atacar
As primeiras qualidades de Salina foram mostradas na defesa, onde o FC Porto, com a saída de Inácio Carmo, estava a revelar dificuldades em acertar o seu afamado e produtivo 6:0. No entanto, com o passar dos jogos e cada vez mais adaptado, Daymaro Salina começou a ter mais tempo de jogo. As transições rápidas para o ataque foram a segunda grande revelação. O cubano é rapidíssimo, o que é essencial no estilo de jogo veloz imposto por Ljubomir Obradovic. Finalmente, mostrou ser completo no posto de pivô, com o técnico sérvio a poder dar descanso a Tiago Rocha e... minutos a Daymaro. Para exemplo servem bem as últimas partidas: com o Belenenses marcou oito golos em 11 remates (6 em seis aos seis metros) e contra o Xico fez sete em sete (três aos seis metros).

in "ojogo.pt"

FErnando: "Tenho de matar um leão por dia"

A dias do clássico com o Sporting, a expressão de Fernando não é uma declaração de guerra. Em conversa com O JOGO, a primeira desde que está em Portugal, o médio falou sem pruridos sobre a imagem que tem de si próprio e sobre o que quer para a sua carreira. É desse auto-retrato que extraímos o título desta entrevista, um ditado brasileiro que reflecte a sua inquietação e a sua ânsia de ser mais jogador. Um objectivo que está finalmente a cumprir com Vítor Pereira, o treinador que lhe deu liberdade para se desvincular da imagem de um trinco convencional.

Está em Portugal há mais de quatro anos. Sabe quantas entrevistas deu desde que chegou?
Assim sentado como estou agora? É a primeira vez.

Há alguma explicação para isso?
Não sei. Vocês convidaram-me e aqui estou eu...

Mas não acha estranho? Prefere passar despercebido?
Sinceramente, prefiro passar despercebido sim. Não sou de querer aparecer, gosto de estar na minha, sou reservado e preservo isso.

Porquê?
Porque eu sou assim. Desta vez sinto-me à vontade, mas na maioria das vezes não é algo que aprecie muito. Sou reservado, tímido e um pouco envergonhado.

É uma personalidade que corresponde àquilo que o Fernando é em campo?
Não, é totalmente diferente. Quem me conhece e convive comigo diz que eu sou totalmente diferente quando estou em campo. No campo fico chateado facilmente, seja por alguma decisão do árbitro, por alguma situação de jogo que me leve a falar alto com um companheiro. Fora de campo eu não sou assim, sou calado e envergonhado, quase não falo com ninguém.

Com quem é que costuma falar mais alto em campo?
Com todos. Quando sinto que algo está errado nem olho a nomes.

Tem noção de que é um dos jogadores mais difíceis de substituir neste FC Porto?
Acho que é difícil adaptar alguém à minha posição. É uma posição muito complicada e foi muito difícil a minha adaptação. Fazer o que o FC Porto exige para esta forma de jogar é muito difícil, requer tempo.

Desde que cá está, foram testados vários jogadores nessa posição e nenhum ganhou raízes. Isso não reforça o seu estatuto de insubstituível?
Fico feliz porque o meu trabalho é reconhecido. Antes de mim, também o Paulo Assunção era insubstituível. Todos diziam, quando ele saiu, que o FC Porto não conseguiria encontrar outro jogador assim. A verdade é que eu cheguei e dei conta do recado. O mesmo acontecerá comigo, daqui a um ano, ou dois, ou cinco ou dez. Quando eu sair, vai chegar alguém igual ou melhor. É sempre assim no FC Porto.

Falou no Paulo Assunção. Jesualdo Ferreira chegou a dizer, numa entrevista, que o Fernando seria melhor jogador do que o Paulo Assunção alguma vez foi. Acha que já cumpriu essa previsão?
Temos características diferentes. Não me posso colocar acima dele, porque ensinou-me muito. No Brasil não jogava assim, não fazia ideia do que era jogar assim e aprendi com ele. Está acima de mim pela sua maturidade em campo.

Se pudesse mudar algo no seu jogo, o que acrescentava?
Quando vejo os meus vídeos, penso que estou na forma que sempre ambicionei. Estou muito feliz, antes eu achava que ficava muito recuado, que não tinha hipóteses de chegar à área, fazer um remate. Sempre fui feliz, mas aquilo que faço neste FC Porto permite-me dizer que este é o melhor momento que estou a viver neste clube.

Não respondeu à minha pergunta. Ainda tem margem de progressão?
Sim, preciso de melhorar. Eu cobro algo de mim a cada treino que faço. O futebol é assim, sei que tenho de matar um leão por dia.

Disse que vê os seus vídeos. Quais? De épocas anteriores? Dos jogos que acaba de fazer?
Vejo sempre o que faço de bom e de mau. Sempre fiz isso. Às vezes sou elogiado, as pessoas dizem-me que estive muito bem, mas chego a casa a pensar que podia ter dado um pouquinho mais. Sempre me cobro muito.

Tem dificuldade em desligar quando sai de um jogo?
Depois de um jogo adormeço sempre muito tarde, é a adrenalina. Penso sempre no jogo, no que fiz de bom e de mau. Se tenho um jogo às 21 horas só adormeço às 4 da manhã. Fico com o jogo na cabeça.

"O meu jogo defensivo é muito bom"

Uma vez o Hulk disse que o Fernando era o jogador mais difícil de defrontar e que, por azar, o apanhava quase todos os dias. É também essa a visão que tem de si?
Ele pode achar isso, mas eu penso que difícil, difícil é ter que marcá-lo a ele. Tem força, é rápido e é hábil. Nos treinos o campo é curto e isso facilita a minha vida, mas num campo largo ele vai perceber que eu não sou tão complicado assim...

Tem fama de ser um tampão no jogo do FC Porto. Sente-se um jogador que intimida os adversários?
Acho que o meu jogo defensivo é muito bom, mas olho para aquilo que sou capaz de fazer ofensivamente e penso que tenho de melhorar bastante. Quando o FC Porto jogava só com um trinco, eu não tinha como melhorar, porque não podia ir além daquilo que era a minha função. Hoje, olhando para a forma como jogamos, acho que vou crescer muito.

"Se quiserem fico mais 10 anos"

Em Junho disse que queria sair. Ainda pensa nisso?
Sempre estive feliz no FC Porto, mas neste ano, não sei o que aconteceu. A verdade é que estou muito feliz com a forma como jogamos e encontrei o meu bem-estar pessoal. Está a ser um ano maravilhoso.

Tanto o presidente como o treinador já disseram que em Janeiro não sai nenhum jogador considerado insubstituível. Suponho que o Fernando se inclua nesse lote...
Certamente. Não penso nisso, penso no meu trabalho e em fazer uma grande época, cheia de títulos.

Volto atrás. Disse na final da Taça de Portugal que estava na hora de sair. Em Setembro mostrou-se arrependido e voltou à equipa, mas ficou por esclarecer em que pensou quando vincou uma posição tão forte. Quer explicar esse capítulo?
Toda a gente passa por momentos difíceis. Eu estava num momento difícil, tanto a nível pessoal como profissional. Não devia ter dito o que disse. Mais valia ter dito isso em privado, mas como falei com a Imprensa isso acabou por ser pior para mim. Arrependi-me, pedi desculpa a todos, aos adeptos, ao presidente, a toda a estrutura. Isso é passado e sei que não voltará a acontecer. Não adianta falar, importa é fazer, dentro de campo, mostrar que estou aqui com cabeça e com alma. É em campo que mostro que estou feliz.

Admite que foi o que disse no Jamor que lhe custou a titularidade no início da época?
Estava abaixo daquilo que posso render no início da época. Isso pode acontecer a qualquer jogador, já aconteceu com o João Moutinho. Não estava bem, fui para o banco e tive uma aprendizagem boa. Espero que não aconteça novamente.
Correspondendo a essa sintonia com o clube, já houve contactos no sentido de uma renovação de contrato? Creio que o seu vínculo termina em 2014...

Não depende só de mim. O FC Porto ainda não me procurou, mas falamos sempre. Há mais dois anos e meio de contrato e ficarei feliz se me chamarem para conversar. De qualquer forma, estou feliz.

Mas está disponível para renovar?
Sou bem tratado e estou numa cidade maravilhosa. Se quiserem que fique cá 10 anos, fico. Sou muito feliz aqui dentro.

"Às vezes queremos resolver sozinhos"

Zenit e Marítimo testaram os nervos dos adeptos no Dragão. Os números do ataque são bons, mas há margem de progresso. "Temos tido muitas oportunidades, mas é preciso paciência. Às vezes podemos dar um passe ao lado e queremos resolver sozinhos", alerta Fernando, que avalia os reforços do FC Porto que menos têm jogado, mas que demonstram valor de futuro. "Alex Sandro e Iturbe precisam de tempo, mas são jogadores de grande qualidade. É difícil entrar numa equipa como o FC Porto", lembra quem também teve de cumprir uma temporada de empréstimo antes de agarrar o lugar no Dragão.

"Pepe é um entendido e gosta do meu futebol"

Pepe disse a O JOGO que o Fernando seria um dos jogadores a actuar em Portugal que ele levaria para o Real Madrid. Como recebeu essas palavras?
É uma visão pessoal. São coisas do Pepe, acho que ele gosta do meu futebol. O Pepe foi bastante meu amigo ao ter dito isso.

Acha que só o referiu por amizade?
Disse-o pelo pouco que eu estou jogando. Ainda preciso de melhorar muito, mas ele está a reconhecer o pouquinho que eu jogo.

Não é estranho ele apontar um trinco? Quando se faz uma lista de jogadores que podem dar o salto, o mais normal é pensar-se em avançados, em jogadores que decidam jogos...

Fico feliz por ter sido o Pepe a dizê-lo, é um entendido e um grande jogador. Dá-me motivação para mostrar o meu trabalho, fico feliz por me ter citado, porque poderia perfeitamente citar o Hulk ou o João Moutinho, que são grandes jogadores. Espero que um dia fale ainda melhor de mim.


"Jogos de Janeiro vão ser decisivos"

É o Sporting quem tenta recuperar a desvantagem pontual na Liga, mas o FC Porto não desarma no braço-de-ferro com o Benfica e Fernando assume que é obrigatório ganhar em Alvalade.

Como avalia este campeonato?
Está muito nivelado. Vai ser uma luta muito complicada e para definir nos detalhes. Os jogos de Janeiro vão ser fundamentais para decidir o campeonato e teremos de estar muito fortes depois desta paragem.

Que impacto terá o clássico? Sabendo-se que será um jogo decisivo para o Sporting, é justo dizer-se que será importante para o FC Porto?
Eles não têm margem de erro e vão entrar muito fortes. Vão querer ganhar o jogo de qualquer jeito, mas para nós não será diferente. Temos de ganhar, porque o nosso objectivo é o título.

Como é que vê a luta com o Benfica? Estão colados há nove jornadas, pergunto-lhe que importância terá a escorregadela de uma equipa e a vantagem que a outra consiga?
Acho que ganhar vantagem será importante, porque isso mexe com a cabeça dos jogadores. Mas confio que o FC Porto vai ter mais de um ano de títulos. Estamos muito bem entrosados e confiantes.

Quem tem mais argumentos para enfrentar o que resta da temporada?
Conhecemos a nossa força. Sabemos que temos de melhorar, vão chegar reforços agora em Janeiro e isso vai ser bom para a equipa.

De que reforços precisa a equipa?
Estamos bem, mas quantos mais jogadores de qualidade tivermos, melhor.

Como encaram a Taça da Liga? Ganhou outro peso depois do afastamento da Taça de Portugal?
Também. Depois do afastamento, vamos lutar muito pela Taça da Liga. Temos três objectivos, temos de fazer tudo para os alcançar.

Creio que estavam juntos quando souberam do sorteio da Liga Europa. Qual foi a primeira reacção do balnéario?
Queríamos um adversário mais tranquilo, mas é importante jogar contra os melhores, isso aumenta a nossa motivação e permite-nos testar as nossas qualidades. Se queremos chegar ao título, temos de jogar contra os mais fortes. Sabemos que estaremos à altura.

Não era suposto que o FC Porto tivesse passado naquele grupo da Liga dos Campeões?
Acho que foi um pouquinho de azar também. Estávamos a fazer bons jogos e contra o Zenit tivemos muitas oportunidades. Enfim, é passado, nem vale a pena pensar nisso porque queremos é reconquistar a Liga Europa.

Nesse sentido, eliminar o Manchester City seria recuperar a honra perdida?
A Liga Europa está muito forte, está mais difícil do que na época passada. Isso deixa-nos felizes, porque testa a nossa capacidade. Esperamos estar à altura.

"Vaidade": a palavra que explica a crise

É incontornável o mau momento que a equipa atravessou em determinada fase desta época. O que aconteceu nesse período?
Esse momento deveu-se a um pouco de vaidade nossa pela época que tivemos. Sabemos que ficámos vaidosos, achávamos que podíamos ganhar a qualquer hora, da forma que quiséssemos. Passámos por algo que nos ensinou que é preciso ter os pés no chão e ser humilde para chegar às vitórias. Estamos cientes disso e não vamos voltar a errar.

O que é que vos trouxe de volta à terra? Foi o que o presidente vos disse em Coimbra?
Foram os maus resultados. Os resultados despertam qualquer um e nós sabemos que não foram bons. Acabámos por reflectir sobre isso e sabemos que no FC Porto temos de vencer. Vimos que era preciso pôr os pezinhos no chão.

"Moutinho está numa forma incrível"

Concorda que esta temporada está um jogador mais vistoso?
Talvez pela forma de o FC Porto jogar. O treinador mexeu no sistema e na minha forma de jogar, tal como acontece com o João Moutinho. Acho que isso nos coloca mais em evidência.

Não é mau sinal quando o Fernando se destaca muito?
Acho que não. Porquê?

É preconceito pensar-se que um trinco não pode dar nas vistas?
Sim, reconheço que não é normal, porque os trincos fazem o trabalho sujo, mas acho que a história do futebol está cheia de trincos que deram muito nas vistas.

A posição que ocupa não está a cair em desuso?
Ainda há equipas que jogam assim. O Busquets joga nessa posição e muito bem. As grandes equipas estão a acabar com os trincos, mas é fundamental ter um jogador de marcação. É difícil jogar sem um jogador que equilibra a equipa.

Falou do João Moutinho, que ultimamente tem actuado mais perto de si. De que forma isso influenciou a subida de rendimento da equipa?
O João Moutinho é um grande jogador. De há 5 ou 6 jogos para cá, ele está numa forma incrível. É um dos melhores da equipa, está bem e confiante. Isso ajuda e eu às vezes roubo uma bola e sinto a confiança dele. Dou-lhe logo a bola porque eu sei que ele vai construir alguma coisa.

Mas essa é a intenção do treinador, certo? Ter o Moutinho a pegar no jogo...
Sim, pelas qualidades que ele tem, facilita muito a minha vida.

Moutinho aquece-lhe as costas?
Conversamos bastante. Quando eu subo, ele cobre-me e isso facilita muito.

Vítor Pereira tem algum dedo no bom momento que diz estar a atravessar?
Claro. A forma de jogar dita tudo. Ele está a dar-me liberdade para subir, só pede que eu dê equilíbrio e não saia de qualquer forma. Ele ajuda-me e estou muito feliz com ele aqui no FC Porto.

"Há sempre alguém que resolve"

Fernando está rendido ao momento de João Moutinho, mas admite que Hulk é o jogador de quem mais se espera que desequilibre. "Tem feito a diferença", regista, salientando que o que não falta são soluções: "É uma questão de momentos. Há sempre alguém que faz a diferença. Sabemos que o grupo é grande e se alguém estiver mal, há-de sempre haver alguém que resolva", afirma quem ainda procura ganhar dimensão ofensiva para ajudar a equipa com golos ou assistências.


"Selecção? Um dia vai ter de acontecer"

A selecção do Brasil está a passar por uma renovação com Mano Menezes, mas o Fernando nunca foi cogitado e não parece entrar nas opções. Isso magoa-o?
Procuro lá chegar, sabendo que é uma das melhores selecções do mundo. Estou no FC Porto há quatro anos, sempre a jogar e a fazer boas épocas. Acho que um dia vai ter de acontecer, vou ser observado e ter a minha oportunidade. É só isso que eu peço, uma oportunidade para poder mostrar o meu trabalho, sabendo que até o Hulk teve de fazer muito para lá chegar. É um sonho e eu espero que um dia seja possível.

Está fora de questão naturalizar-se e jogar por Portugal?
Acho que não posso, porque já joguei pelos sub-20 do Brasil. Nunca pensei nisso, é certo que estou grato a Portugal por tudo o que aqui tenho vivido, mas nunca pensei nisso.

in "ojogo.pt"

Sérvios apontam Kostic

Filip Kostic, umas das maiores promessas do futebol sérvio, foi apontado como estando referenciado pelo FC Porto. Com apenas 19 anos, este extremo do Radnicki 1923 é cobiçado por vários emblemas do futebol europeu. "O Estrela Vermelha, o Partizan, o Anderlecht, o Groningen, o Udinese e o FC Porto têm-no debaixo de olho", revelou Zarco Pavlovic, director desportivo do clube. O preço para o vender está fixado nos dois milhões de euros.


in "ojogo.pt"

Castro: «Fui à selecção pelo que fiz em Gijón»

Médio do F.C. Porto fala sobre a experiência em Espanha e faz um balanço positivo do ano de 2011


André Castro procura a felicidade em Gijón. Aos 23 anos, o médio português encontrou o seu espaço na Liga espanhola, defrontando alguns dos melhores jogadores do Mundo. Após meio ano de empréstimo, o jogador dos quadros do F.C. Porto aceitou nova cedência ao Sp. Gijón. É uma das referências da equipa. Em entrevista ao Maisfutebol, Castro faz um balanço positivo da experiência:

O Sp. Gijón está nos últimos lugares da Liga. Como está o ambiente?
«Há uma forte esperança e temos vindo a melhorar desde o início da época. Lá em baixo, está tudo muito junto. Temos cinco pontos de vantagem sobre o último classificado e estamos muito perto das equipas que estão acima de nós na classificação. É como se o campeonato começasse agora.»

A que se deveu um arranque tão mau?
«Jogámos logo de início contra as equipas mais difíceis do campeonato, tivemos alguns resultados negativos e isso afectou claramente a nossa confiança. Mas acabámos por recuperar e temos de garantir pontos nestes três jogos que faltam para o final da primeira volta.»

Ainda assim, está feliz pelo regresso ao Sp. Gijón?
«Estou muito feliz por ter regressado a Gijón. Claro que gostava de estar a lutar por outros objectivos, mas jogo no campeonato mais competitivo do Mundo, estou num clube que acredita em mim e tenho vindo a jogar sempre. Já fiz um golo e quatro assistências.»

Sente-se bem no futebol espanhol?
«Sinto que estou a evoluir em Espanha porque tenho a oportunidade de defrontar as melhores equipas e os melhores jogadores do Mundo.»

É muito acarinhado pelos adeptos do Sp. Gijón. Porquê?
«Já no Porto sou muito acarinhado e acontece o mesmo em Gijón. As pessoas dizem que parece que jogo no Sporting desde sempre, talvez pela minha forma de ser e por dar sempre o máximo em todos os jogos. Cantam-me músicas, tratam-me bem, sou feliz nesse aspecto.»

O que acha de ver tantos jogadores portugueses em Espanha?
«Não foi fácil impor-me em Espanha porque os jogadores portugueses são algo criticados aqui. De qualquer forma, sinto um enorme orgulho por ver que quase todas as equipas da Liga espanhola têm jogadores portugueses, algumas até mais jogadores que na Liga de Portugal. Por outro lado, sinto essa tristeza por ver que os clubes portugueses não apostam tanto nos seus talentos. Espero que isso mude em breve. Aqui em Espanha, os plantéis têm 70/80 por cento de jogadores do país.»

Como encarou a sua chamada à selecção nacional em Agosto?
«Penso que fui à selecção nacional pelo trabalho que fiz no Sp. Gijón, na época passada, não por ser do F.C. Porto. O próprio seleccionador Paulo Bento, na altura que fui chamado, disse-me que era importante eu jogar para ter a esperança de ser novamente convocado. Voltar a Gijón acabou por ser a melhor opção para mim.»

O novo período de empréstimo permitiu a Castro defrontar alguns dos melhores jogadores do Mundo com a camisola do Sp. Gijón. Na época passada, colocou um ponto final da invencibilidade caseira de José Mourinho. Este ano, já se cruzou com o treinador português e com Pep Guardiola, que lhe dedicou algumas palavras no final do duelo. Falcao também anda por lá. Num clube inferior ao F.C. Porto:

O que achou da mudança de Falcao para o At. Madrid?
«Para mim, não há dúvidas que o F.C. Porto é superior ao At. Madrid. E também acho que o Falcao é o melhor ponta-de-lança do Mundo. Acho que o futebol do At. Madrid não é o melhor para ele, mas tenho de respeitar a sua decisão. Com certeza que as razões financeiras também pesaram. Desejo-lhe o melhor mas claro que fico triste por sentir que o Falcao merece lutar por títulos e não o poderá fazer no Atlético.»

Como tem sido jogar contra os grandes clubes em Espanha?
«Este ano já me cruzei com o Real Madrid (0-3) e com o Barcelona (0-1). Antes do jogo com o Real, disse numa entrevista que José Mourinho era como um Deus. No dia do jogo, mal me viu, a primeira coisa que fez foi vir agradecer-me pelas palavras. Isso prova o homem que é.»

E com o Barcelona, como correu?
«Contra o Barcelona, perdemos mas penso que fiz um belo jogo. Tanto que, no final, o Guardiola veio dizer-me que eu mordia muito. Encarei isso como um elogio, porque tinha estado sempre em cima do Iniesta e o Xavi durante o jogo, como tem de ser frente ao Barcelona. Gostei bastante de ouvir isso.»

in "maisfutebol.iol.pt"

Gutiérrez: mais um 'bad boy' para FC Porto domar


O avançado colombiano é apontado ao FC Porto e o seu empresário diz que é para onde quer ir já em Janeiro... com um contrato milionário. Gutiérrez tem tanto de talento como de indisciplina.
Crítica treinadores e colegas de equipa; agrediu o seu guarda-redes e um árbitro; fugiu da Turquia porque não era titular no Trabzonspor... A Teófilo Gutiérrez, de 26 anos, não faltam episódios de indisciplina. Apontado como possível reforço do FC Porto na reabertura de mercado em Janeiro, Teo, como é conhecido, tem o perfil de um bad boy, algo que não deve preocupar em demasia os dragões, habituados a personalidades difíceis de jogadores, que tendem a tornarem-se referências do clube e a acumularem títulos.

in  "dn.pt"

James, objectivo do Inter para a próxima temporada

Há muito que James Rodriguez está referenciado pelo Inter, no entanto, a Imprensa italiana assegura que o clube de Milão vai iniciar contactos com vista à contratação do colombiano do FC Porto na próxima temporada.

Segundo o Calciomercato, o Inter vai centrar esforços na contratação de Lucas na reabertura do mercado de transferências, em Janeiro, aparecendo o nome James como alternativa ao brasileiro do São Paulo.

Mesmo falhando a contratação de Lucas, a proposta por James Rodriguez é, segundo o portal italiano, para a avançar na próxima época.


in "abola.pt"

James entre as promessas para 2012

O jornal ‘A Marca’ destaca na sua edição deste sábado 20 jogadores jovens que se têm destacado nos respectivos campeonatos. James Rodriguez, do FC Porto, aparece entre os eleitos.

Segundo escreve o prestigiante desportivo espanhol, James é um jogador «em franca progressão» que «confirmou os melhores prognósticos no arranque da presente temporada». «A habitual presença no onze e o seu empenho têm sido decisivos para que o campeão da Liga portuguesa se mantenha no topo da classificação.»


Eis os 20 jogadores em destaque no jornal ‘A Marca’:
Inglaterra: Daniel Sturridge (Chelsea), Charlie Adam (Liverpool), Yohan Cabaye (Newcastle), Michael Vorm (Swansea)
Alemanha: Marco Reus (Monchengladbach), Toni Kroos (Bayern), Mohammed Abdellaoue (Hannover), Robert Lewandowski (Dortmund)
Itália: Germán Denis (Atalanta), Claudio Marchisio (Juventus), Kevin Prince Boateng (Milan), Sebastián Giovinco (Parma)
França: Olivier Giroud (Montpellier), Yoan Gouffran (Bordéus), Maxime Gonalons (Lyon)
Rússia: Seydou Doumbia (CSKA Moscovo)
Holanda: Dries Mertens (PSV), Adam Maher (AZ Alkmaar)
Portugal: James Rodríguez (FC Porto)
Bélgica: Matías Suárez (Anderlecht)


in "abola.pt"