domingo, 3 de outubro de 2010

"Jamais nos permitiremos relaxamentos" - AVB


A deslocação do FC Porto a Guimarães é o último jogo antes da paragem para os jogos da Selecção Nacional, de apuramento para o Euro'2012 e o objectivo é só um: Chegar lá a vencer. Tal como em Setembro, esta é a meta de André Villas-Boas que quer alcançar as doze vitórias consecutivas. Para motivar os seus jogadores, para além da série de vitórias, o técnico sublinhou a oportunidade que se apresenta ao FC Porto com o Benfica-Braga, que pode permitir alargar a vantagem pontual em relação a pelo menos um concorrente directo na luta pelo título, situação que não quer desperdiçar. Estes dois argumentos serviram para pôr de lado qualquer hipótese de ver a sua equipa relaxar em face de uma situação claramente favorável, porque não passa pela cabeça de Villas-Boas ceder uma jornada de graça aos seus adversários directos, sem somar três pontos, mantendo, dessa forma, a margem de manobra de sete pontos em relação aos segundos classificados e de nove em relação ao Benfica.

Não receia um certo relaxamento na equipa, até pelas onze vitórias consecutivas?

Acho que não pode haver. Jamais nos permitiremos relaxamentos. Há um embelezamento e um endeusamento, mais da parte da Comunicação Social, mas nós estamos activos e proactivos, confiamos na nossa organização e na nossa capacidade de resposta a cada jogo. As vitórias trazem confiança e apesar de ser um número considerável de vitórias seguidas, queremos continuar a somar porque é um objectivo a que nos propusemos e por apenas mais uma vitória não o vamos deixar fugir.

Mas não é mais confortável obrigar a concorrência a olhar para cima desde o início do campeonato, até mesmo no caso de uma escorregadela num jogo difícil como este?

É óbvio que sim. Uma liderança confortável é uma liderança que nos permite duas jornadas de desastre que não queremos. O que queremos é aumentar a vantagem e aproveitar uma jornada de adversários directos na luta pelo título para aumentar essa vantagem. É assim que encaramos o jogo, por isso disse que o relaxamento não faz sentido nenhum atendendo à nossa forma de estar e acho que por um jogo não vamos deixar fugir a oportunidade de chegar à paragem do campeonato sem derrotas.

Como é que tem visto este Vitória, está surpreendido?

Sim, admiro o Guimarães e o Manuel Machado e a facilidade com que organiza rapidamente as suas equipas, assim tem sido pelos clubes por onde passou. Tem-se revelado um treinador com uma taxa de sucesso elevada, porque consegue um historial de vitórias considerável e atingir objectivos europeus. Portanto, congratulo o Manuel Machado por mais uma vez estar a fazer um excelente trabalho no Guimarães, tendo em conta até as perdas que o clube teve do ano passado para esta época.

Quais são os pontos fortes que vê no Guimarães?

É uma equipa que em casa sabe utilizar o factor emocional como factor transcendente, não é só o aspecto mental deste jogo, mas também essa variabilidade entre jogo de transição e de organização e a qualidade do jogo do Guimarães em situação de posse de bola. Depois há o talento individual. Houve jogadores que acrescentaram muito à equipa de 2010/11, como o João Ribeiro, o Kleber, ou o Toscano, que têm sido fundamentais, dentro de um colectivo forte. No fundo, a classificação traduz esse Guimarães forte que vocês têm visto e isso pode causar-nos problemas acrescentado ao factor emocional do jogo, que tem de ser tido em conta.

Contra o Guimarães vai devolver ao onze os jogadores que não estiveram presentes em Sófia?

As opções técnicas nunca foram discutidas em conferência de Imprensa. Se achar que tenho de dar alguma informação, como aconteceu em Sófia, vou partilhar, agora para este jogo com o Guimarães faremos a convocatória amanhã (hoje) e depois tomaremos as decisões que acharmos mais adequadas relativamente ao jogo. De qualquer forma, acho que não podemos só englobar o aspecto da gestão quando se fazem alterações, mas falar também em opções estratégicas e no factor competitividade. Temos uma série de jogadores a um nível elevado que me permitem sempre optar por um onze ideal em cada jogo.


Como comenta o regresso de Moutinho e de Varela à selecção?

Atravessam um bom momento no clube e penso que a convocatória é merecida, mas não me cabe a mim discutir as opções do seleccionador. As decisões do Paulo Bento e o que está na sua cabeça relativamente a essas opções não me diz respeito comentar, mas estou satisfeito por eles, porque seguramente que eles também estão satisfeitos por mais uma vez poderem representar a selecção. O Rúben também foi pré-convocado e não está na convocatória, mas penso que tem talento suficiente para, mais tarde, entrar nas convocatórias do seleccionador se ele assim o entender. O nível de rendimento no clube tem sido excelente, as oportunidades têm sido poucas, porque os outros dois têm estado ao melhor nível, mas quando surgirem as oportunidades com mais frequência, poderá entrar no lote de opções do seleccionador.

Em relação ao Walter. Nesta altura, em que patamar é que ele se encontra?

Acho que está bem. Tem características diferentes do Falcao. O Walter é um jogador que com o seu poder físico não tem a mobilidade do Falcao, como é evidente, mas o poder físico permite-lhe receber, assentar e esperar por toda uma equipa em apoios e dar solução de forma diferente. O Falcao é um jogador de deslocamento e espaços vazios e de percepção que vai entrar nesses mesmos espaços vazios. São diferentes e as opções que tomamos vão no mesmo sentido das que tomamos com os centrais. Fisicamente está bem e espera oportunidades que vai ter no futuro, mas quando tem entrado tem mostrado o seu potencial.

Souza cumpriu o papel de substituir o Fernando?

Cumpriu sim, apesar de serem ambos de características diferentes. O Fernando encontrou-se muito bem na mobilidade dos médios que nós promovemos. O Souza não se encontrou ainda nessa mobilidade, se calhar não quer esse tipo de atrevimento, mas oferece uma visão de jogo muito mais alargada do que o Fernando, que é um jogador que procura mais o passe curto, o transporte com bola e a saída com bola. O Souza oferece uma visão de jogo à distância que o Fernando não é capaz de oferecer. Nesse sentido são diferentes, oferecem outro tipo de dinâmicas à equipa, mas estou satisfeito com os dois e com o rendimento que têm tido.
in "ojogo.pt"

Cinquenta com nove de atraso

Hulk faz amanhã, frente ao Guimarães, o seu 50º jogo no campeonato português. Curiosamente, e se não tivesse sido afastado dos relvados durante a 14ª e a 24ª jornada da última temporada, falhando nove jogos consecutivos, na sequência dos acontecimentos no túnel do Estádio da Luz, o Incrível teria completado 50 jogos precisamente frente aos vimaranenses, mas no Dragão, à passagem da 27ª jornada do campeonato do ano passado. O brasileiro tinha feito 25 jogos na época de estreia em Portugal, mas cumpriu castigo durante a segunda e a teceria jornada do último campeonato, pelo que só teria chegado à meia centena de jogos nessa recepção aos vimaranenses.

Por outro lado, se há males que vêm por bem, a paragem prolongada durante a última época parece ter lançado Hulk para a afirmação definitiva este ano. O brasileiro é nesta altura o jogador mais influente da equipa, liderando a lista de melhores marcadores do campeonato, com cinco golos em cinco jogos realizados, mas afirmando-se também como um jogador mais generoso, tendo oferecido já três golos e participado na construção de outros tantos. Para traçar um paralelo, basta referir que, na última temporada, apesar de todas as limitações que lhe foram impostas em termos disciplinares, Hulk participou em 19 jogos do campeonato, tendo marcado os mesmos cinco golos que regista actualmente, à média de um por jogo. De resto, o avançado brasileiro também tem assumido um papel de maior sacrifício, assumindo-se como o avançado da equipa que mais bolas recupera. Por fim, o brasileiro regista um total de 70 por cento de vitórias nos jogos em que participou ao longo das suas três temporadas em Portugal, um registo que sobe para os cem por cento considerando apenas este ano - e que Hulk quer manter em Guimarães.

18
Hulk conta um total de 18 golos marcados no campeonato ao longo das três épocas passadas em Portugal. Esta temporada, o Incrível já marcou cinco golos nos cinco jogos da Liga em que participou.

35
Dos 49 jogos em que participou até agora no campeonato português, Hulk venceu 35, uma média de sucesso de cerca de 70 por cento. De resto, com Hulk em campo o FC Porto sofreu apenas cinco derrotas.

61
Ao todo, desde que se estreou pelo FC Porto, frente ao Belenenses, em 2008, Hulk esteve em campo 3681 minutos em jogos do campeonato. São 61 horas, mais uns trocos. Cerca de dois dias e meio a jogar futebol.

in "ojogo.pt"

Todos juntos pela primeira vez esta época

André Villas-Boas teve pela primeira vez todo o plantel à sua disposição esta temporada durante o treino de ontem. Depois da integração sem limitações, na véspera, de Mariano - ainda que sob vigilância médica, devido à gravidade da lesão sofrida no final da última temporada -, ontem de manhã foi a vez de James Rodríguez regressar ao trabalho depois de ter falhado a sessão de sexta-feira para tratar de assuntos pessoais, muito provavelmente relacionados com questões burocráticas essenciais para a sua permanência em Portugal. Desta forma, André Villas-Boas contou pela primeira vez esta época com os 26 jogadores do plantel a treinar sem qualquer tipo de limitação, embora para a partida de amanhã, com o Guimarães, ainda não vá ter à sua disposição Mariano, que necessitará de mais algumas semanas de trabalho para regressar em pleno à competição.

Para hoje de manhã (10h30, porta fechada, Olival) está agendado mais um treino, o último antes da deslocação de Guimarães, seguindo-se a divulgação da lista de convocados, na qual deverão estar de regresso Fernando e Rúben Micael, que falharam a deslocação a Sófia devido a pequenos problemas físicos.

in "ojogo.pt"

Atacar a meta-volante para arrasar o pelotão


André Villas-Boas deu o exemplo do Sp. Braga para ilustrar como um arranque recheado de vitórias pode não ser suficiente para conquistar o título. No entanto, o verdadeiro desafio para este FC Porto, em termos de registos históricos, e se olharmos para o que aconteceu este milénio na Liga portuguesa, consiste sobretudo em superar... Jesualdo Ferreira.

Em 2007/08, os dragões concretizaram uma etapa inicial de sonho com o professor ao leme e, depois de vencerem na 7.ª ronda, em Coimbra (golo de Lucho, de penálti), ficaram com uma vantagem de 7 pontos sobre uma dupla composta por Sporting e... Marítimo. Nesse ano, o FC Porto apenas foi travado à 9.ª jornada, quando empatou em casa com o Belenenses (1-1).

O que pode realmente estabelecer um recorde é a vantagem pontual entre os azuis e brancos e a concorrência direta. Tendo em conta que o V. Guimarães era um dos adversários com 11 pontos no final da 6.ª jornada, um sucesso do FC Porto no berço eliminaria desde logo um problema. Nesse cenário, bastaria que o Sp. Braga não vencesse na Luz para que Villas-Boas pudesse encerrar este ciclo da melhor maneira, partindo para uma longa paragem da Liga com 9 ou 10 pontos de vantagem sobre os perseguidores menos distantes.

Ímpar

Numa fase tão prematura do campeonato, quando ainda nem um terço da prova está cumprido, as margens pontuais entre o primeiro classificado e a oposição têm-se revelado bastante mais suaves. Note-se que, recuando 10 temporadas, apenas o primeiro posto do Boavista, em 2001/02, chegava aos 3 pontos, ficando todas as restantes lideranças numa situação muito renhida.

Mesmo o Sp. Braga, que venceu 7 jogos de rajada, em 2009/10, só beneficiava de 2 pontos de margem para respirar. A este nível, as evidências comprovam que só o FC Porto dinamita a regra graças às exceções de 2007/08 e, agora, de 2010/11.

in "record.pt"

Varela chega à centena

Silvestre Varela completa, frente ao V. Guimarães, a centena de jogos na liga.

Varela no pico da fama: resgatado a custo zero pelo FC Porto, tem hoje uma cláusula de 40 milhões de euros, por via das tentações exteriores.

São estes negócios que colocam o FC Porto num plano único, e o extremo de Almada tem feito tudo para justificar a confiança nos dragões, que perceberam como ninguém o potencial do jogador, hoje reconhecido como uma das grandes figuras dos portistas, mas que andava 'por aí' à espera da oportunidade de uma vida, após ser sucessivamente emprestado pelo Sporting. Fará amanhã, em Guimarães, 100 jogos na Liga principal, um número que orgulha qualquer um.

Varela é, no cenário actual, um jogador indiscutível no FC Porto e chega, também, à Selecção principal pela mão de Paulo Bento. Já poderia ter entrado na equipa das quinas na época passada, mas uma lesão afastou-o da África do Sul.

Trabalhou duro nas férias e na pré-época para apagar os efeitos de uma grave lesão (fractura no peróneo que o reteve quatro meses fora da relva) mas ressurgiu em grande e rapidamente se impôs, ou se voltou a impor!, na constelação portista, entrando em soberbo estilo na temporada, ao conduzir o FC Porto a uma vitória indiscutível sobre o campeão em título, o seu segundo grande troféu, já que não tinha condições para jogar a final da Taça, a despedida vitoriosa de Jesualdo Ferreira.
 
in "abola.pt"