terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vítor Pereira: o abraço de Kléber e o «frango» de Helton

Técnico do F.C. Porto elogia o avançado brasileiro e lembra que o erro de Helton só não tem explicação para quem não conhece o futebol

Helton ficou mal na fotografia no lance do golo do Shakhtar, mas o Dragão perdoou de imediato o guarda-redes portista. Kléber marcou e abraçou, de imediato, o seu treinador. Foram duas das peripécias do jogo com o Shakhtar, que Vítor Pereira comentou, na sala de imprensa:

«O abraço do Kléber foi uma manifestação espontânea de um jogador que tem trabalhado muito, que tem muita qualidade, que é um jovem que vai evoluir para níveis superiores e que sentiu naquele momento que a confiança mútua merecia aquele abraço. É uma cumplicidade fruto de quem trabalha para um objectivo colectivo, de quem dá tudo o que tem e merece as oportunidades que tem disputado. Fiquei feliz pelo golo e satisfeitíssimo.»

[Sobre o «frango» de Helton:] «Houve logo um perdão da parte do público, da parte da equipa e de toda a gente. Sabemos o profissional e o grande guarda-redes que ele é. Só quem não está por dentro deste fenómeno não entende este momento infeliz. A resposta da equipa é a prova evidente de que estamos unidos, fortes e confiantes e que vamos sofrer como equipa e ganhar como equipa. O Hulk também foi infeliz no penalty, mas não é qualquer equipa que depois de falhar um penalty e de sofrer um golo daqueles dá a resposta que o F.C. Porto deu contra uma equipa com a dimensão do Shakhtar.»


«O meu papel é não estragar o talento que tenho em mãos»

Vítor Pereira sintetiza qual é, para si, a missão de um treinador: conduzir jogadores e deixá-los crescer.


Na conferência de imprensa de rescaldo do F.C. Porto-Shakhtar Donetsk (2-1), foi perguntado ao técnico dos dragões, Vítor Pereira, qual o momento que definiu para a equipa estar no momento mais alto de forma. O treinador respondeu que é um tema que não pode ser encarado dessa forma:

«Treinar é uma descoberta constante. Eu não me iludo com o táctico, julgo que treinar é conduzir jogadores. Quem vai dar a dinâmica são os jogadores, são eles que promovem o modelo do jogo. É algo que vai acontecendo, são os jogadores que nos levam para um caminho de posse ou de transições. Eu não acredito em «futebóis» em que o treinador assume o papel fundamental. Acredito no talento dos jogadores e que quanto mais qualidade tivermos e se o treino estiver à altura da qualidade deles, eles próprios vão à procura do jogo em que se sentem mais confortáveis e mais acreditam. Se eles não acreditarem é o treinador que está a impor e se o treinador impõe é o jogo do treinador e não o jogo dos jogadores.»

[Qual o sector que está melhor?] «O meu conceito de jogo é colectivo, não é sectorial. Evoluímos como equipa, não é o sector A, B ou C que está melhor ou pior...Temos de ter consciência que estamos numa fase prematura, inicial, mas estamos a crescer para dominarmos mais e sermos mais agressivos. Agora, não consigo dizer se será contra o Feirense, se será no próximo jogo da Liga dos Campeões. Não sei dizer se a criança já caminha ou corre aos dois ou aos três meses.»

[Sobre James Rodríguez]: «O James tem um talento muito grande e vai ser um futebolista de nível mundial. Mas é ainda um menino que está a crescer e que tem um talento acima da média. Temos muitos jogadores de qualidade. O meu papel é não estragar o talento que tenho em mãos e deixá-los desfrutar do jogo e crescer como equipa, sem muitas amarras tácticas. Espero não estragar o talento que tenho em mãos.»

in "maisfutebol.iol.pt"

Moutinho: «Parecidos? Defour é excelente jogador»

João Moutinho, jogador do F.C. Porto, comentou desta forma a vitória frente ao Shakhtar Donetsk (2-1), na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões:

«A teoria não vence jogos, como ficou provado hoje no APOEL-Zenit. Estamos em vantagem porque vencemos o primeiro jogo, foi importante mas não garante nada. Precisamos de muitos mais pontos para garantir a passagem. Falhámos um penalty, logo a seguir sofremos um golo mas a equipa esteve muito bem, manteve a atitude e conseguiu vencer.»

Sobre o lance da expulsão: «Foi uma pancada directa, felizmente não aconteceu nada de grave, mas podia ter acontecido.»

Também acha, como nós, Defour parecido consigo? «O quê, fisicamente? (risos) O Defour é um excelente jogador, como existem no plantel muitos excelentes jogadores. Tem as suas características e eu tenho as minhas. Até podemos ser parecidos, como vocês dizem, mas não há que fazer comparações. É fácil jogar com ele como é fácil jogar com Belluschi, Souza, Fernando. Não há que individualizar. Todos estão prontos para jogar e ajudar o F.C. Porto.»

Sobre o seu momento de forma: «Estou a atravessar um bom momento e espero continuar assim para ajudar a equipa. Golos? É aquilo que me falta um pouco, chegar a zonas de finalização e chutar mais. Este ano estou a fazer mais isso, sempre com o objectivo de ajudar o Porto. Estou a tentar a minha sorte, quando tempo a oportunidade.»

in "maisfutebol.iol.pt"

Fernando e o desejo de sair: «Estou arrependido»

Fernando, jogador do F.C. Porto, comentou desta forma a vitória frente ao Shakhtar Donetsk (2-1), na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. O médio brasileiro aproveitou a oportunidade para pedir desculpas pelas afirmações no final da época, quando manifestou o desejo de sair do clube:

«Na Liga dos Campeões, não podemos cometer erros. Felizmente, conseguimos recuperar e garantir a vitória. Tivemos o azar de sofrer o golo mas foi muito importante marcar ainda na primeira parte. A este nível, temos de estar bem em todos os momentos. Temos de ganhar os nossos jogos, não importa o resultado dos adversários.»

Sobre a presença no onze portista: «Fico feliz pela confiança do treinador, pelo grande jogo que era. Dei o meu melhor e fiz tudo para corresponder. Estou de corpo e alma. Às vezes, tomámos decisões erradas e temos de recuperar. Arrependido pelo que disse na final da Taça? Fico, por tudo que o F.C. Porto fez por mim desde que estou em Portugal. Por isso, estou arrependido. Mas temos de demonstrar isso dentro de campo. É o que estou a fazer.»

in "maisfutebol.iol.pt"

Kléber: «O mister sabe que posso render muito mais»

Kléber, autor do segundo golo do F.C. Porto, na vitória sobre o Shakhtar Donetsk (2-1), em jogo do Grupo G da Liga dos Campeões, em declarações à RTP:

«Foi bastante emocionante para mim, sempre sonhei jogar na melhor liga do mundo, mas o mais importante era a vitória e os três pontos. O mister apostou em mim, ele sabe que posso render muito mais do que venho rendendo. Muito obrigado aos meus colegas e ao treinador que acreditou em mim. A equipa deles foi bastante agressiva, conseguiu um golo. Depois subimos um pouquinho e conseguimos marcar dois golos de vencer este jogo. Todos os jogos vão ser muito difíceis, tanto em casa como fora, temos de estar sempre a pensar na vitória».

in "maisfutebol.iol.pt"

Hulk: «Golo? É lance que ninguém esperava»

Brasileiro do FC Porto apontou um golaço, de livre, depois de ter falhado uma grande penalidade


Hulk, avançado do FC Porto, em declarações à RTP após a vitória sobre o Shakhtar Donetsk, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. O brasileiro falhou uma grande penalidade, mas redimiu-se com um grande golo de livre:

«Fico feliz por termos conseguido o objectivo, que era começar bem a Liga dos Campeões diante dos nossos adeptos. Feliz pelo golo, também. É um lance que ninguém esperava, a bola estava muito longe, o guarda-redes deixou muito espaço para a barreira. Uma bola parada pode decidir um jogo. O penalty era mais fácil, a distância é curta, mas, infelizmente, bateu na trave. Depois veio o golo. Toda a equipa do Shakhtar deu muito trabalho, mas a nossa defesa esteve concentrada, mérito da equipa técnica também.»

in "maisfutebol.iol.pt" 

Vítor Pereira: «Controlámos completamente»

Treinador do FC Porto enaltece jogo azul e branco e também o talento que tem ao dispor


O treinador do FC Porto, Vítor Pereira, em declarações à RTP após a vitória sobre o Shakhtar Donetsk, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões:

«Na Champions, é fundamental ter maturidade, para acelerar, desacelerar, provocar o adversário. Não fomos felizes como começámos, depois reagimos e fizemos uma primeira parte bem conseguida. Não tivemos a felicidade de converter o penalty e sofremos um golo. Fomos capazes de manter a serenidade, jogar com qualidade e esperar pelo momento certo. Este não foi um adversário qualquer e controlámos completamente o jogo.»

«Hulk? É um grande golo, um momento feliz, de inspiração. Hulk jogou em sacrifício, Alvaro também e agradeço-o, porque o que faz a diferença é o talento deles, a inspiração do momento, a relação que criam entre eles é deles, não é minha, nós só tentamos orientá-los na organização do jogo, defensiva.»

«Abraço de Kléber? É um abraço de quem trabalha para o mesmo objectivo, de quem acredita e tem confiança recíproca. A diferença entre Liga Europa e a Champions é que, ao mínimo erro, as equipas penalizam quem o comete.»

in "maisfutebol.iol.pt"

F.C. Porto-Shakhtar Donetsk, 2-1 (crónica)

Cambalhota de um dragão europeu com muito ferro à mistura


O F.C. Porto de dimensão europeia nasceu a 8 de Março de 1984, ao minuto 47, quando Jaime Magalhães anulou uma desvantagem caseira frente ao Shakhtar Donetsk. Jacques completou a reviravolta. 27 anos depois, o dragão apresenta-se como um grande europeu. Nova cambalhota frente aos ucranianos (2-1), com muito ferro à mistura.

Em 1983/84, a formação portista disputava os quartos-de-final da Taça das Taças. Evitou a derrota em casa, virando de 0-2 para 3-2. Na Ucrânia, empatou a um e voltou para um mar de gente em Pedras Rubras. Chegou à final da prova, caindo perante a Juventus na primeira final europeia.

Em 2011/12, o F.C. Porto surge como produto acabado, vencedor da Liga Europa, duplo título na milionária Liga dos Campeões. No regresso à prova-maior, a equipa de Vítor Pereira superou dúvidas e temores. Saiu Villas-Boas, saiu Falcao, o Porto reinventa-se e subsiste.

Hulk é a bandeira, James recebe a herança colombiana. Uma corrente de futebol eléctrico em dois pés esquerdos de classe Mundial. Como cresceu, este miúdo de 20 anos. Nos Estados Unidos, nem estaria autorizado a comprar álcool. No Dragão, já é um senhor. Juntos, evitaram nova surpresa na Invicta.

Shakhtar partido em dois

O Shakhtar Donetsk abraçou o conceito de globalização e partiu-se em dois. Defende como equipa europeia e ataca com samba no corpo. Aproveitou uma falha inacreditável de Hélton para inquietar os corações azuis e brancos. Luiz Adriano assustou (12m).

O F.C. Porto recebeu o aplauso dos seus adeptos em momento de aperto, soltou-se e desperdiçou créditos até virar o marcador. Hulk e James, James e Hulk. O brasileiro falhou penalty conquistado pelo colombiano e redimiu-se com um golo monumental (28m). O mais jovem sentou Srna para oferecer o segundo a Kléber (51m).

Pelo meio, o primeiro jogo europeu do dragão 2011/12, versão Vítor Pereira, proporcionou dúbias sensações. Defensivamente, Otamendi e Maicon nunca transmitiram segurança. O Shakhtar, com dez elementos e depois com nove, manteve-se em jogo por isso mesmo.

Muito ferro na engrenagem portista

No ataque, o F.C. Porto ficou a dever a si mesmo. Hulk (com desvio nas costas de Defour) atirou à trave e encaminhou um penalty para o poste. Fez o 1-1 à bomba, viu James assistir Kléber para o 2-1 e sentir igualmente o amargo sabor do ferro, na cobrança exemplar de um livre directo (81m).

O Shakhtar Donetsk suspirou, exagerou na agressividade mas chegou a atormentar. Inaugurou a contagem e contestou um golo anulado, por alegada mão da bola, ao minuto 28. Segundos depois, os dragões empataram e ficaram a reclamar nova penalidade. Com razão. Hulk foi derrubado.

Vítor Pereira mandou Belluschi aquecer quando Rakitskyi perdeu a cabeça e entrou a matar sobre Moutinho. Lucescu condenou o seu jogador, o árbitro nem vacilou e puxou pelo vermelho. A formação ucraniana terminaria com nove jogadores, quando Chygrynskyy viu o segundo amarelo (80m).

Kléber na obra de arte de James

Ao intervalo, o técnico portista passou uma mensagem de confiança e manteve a aposta. Defour regressou para formar uma dupla siamesa com João Moutinho. Kléber, único ponta-de-lança, ficou em campo até completar uma obra de arte de James Rodriguez. O brasileiro fintou todos os elementos do banco portista para um longo abraço a Vítor Pereira. Agradecimento pela confiança.

Em Nicósia, o APOEL baralhou as contas do grupo. Após o sorteio, o F.C. Porto recebeu o rótulo de favorito, com Shakhtar Donetsk e Zenit a surgirem como principais adversários. A formação de Danny e Bruno Alves caiu no Chipre (2-1), antes de receber o dragão. Bruno Alves foi expulso e falha o reencontro.

Boas notícias para Vítor Pereira na noite em que concretizou um sonho e cumpriu uma promessa. «F.C. Porto nunca perdeu no primeiro jogo? Comigo, também não perderá».

in "maisfutebol.iol.pt"


Mlynarczyk. "Raramente entendia o que se dizia mas estava sempre a rir"

O guarda-redes polaco ganhou a Taça dos Campeões-87 num clube familiar e o i entrevistou-o com a ajuda de um intérprete, a filha


O tempo da Cortina de Ferro já lá vai. Até aos anos 80, os jogadores de futebol estavam expressamente proibidos de sair do seu país para o lado de lá, salvo raras excepções. Na Polónia, por exemplo, o avançado Zbigniew Boniek faz um brilhante Mundial-82 e consegue sair do Widzew Lodz para a Juventus de Itália. Dois anos mais tarde, outro polaco liberta-se das amarras do Widzew Lodz e arrepia caminho. Destino: Bastia (França). Em Janeiro de 1986, aterra nas Antas para se impôr como o melhor guarda-redes estrangeiro na história do clube.

Mal chega, estreia-se na Luz a 4 de Janeiro. Nesse jogo, não há golos para ninguém, embora o árbitro Raul Nazaré anule bem um golo a Gomes por mão de Frasco e o mesmo Gomes falhe um penálti, para defesa de Bento. Na memória dos adeptos, a elegância de Mlynarczyk, sobretudo nos lançamentos para o ataque. Com a mão, a bola passa invariavelmente o meio-campo. Com os pés, a bola vai de baliza a baliza.

É a sua imagem de marca, ou não fosse assim que o FC Porto conquiste o campeonato desse ano, com um passe de Mlynarczyk para uma correria-golo de Futre em Setúbal (1-0) no mesmo dia em que o Sporting surpreende o Benfica na Luz (2-1). À penúltima jornada, o FC Porto ultrapassa o Benfica e sela o título de campeão nacional no derradeiro dia com o 4-2 ao Sp. Covilhã. No ano seguinte, já se sabe: Mlynarczyk campeão europeu. Na véspera do arranque de mais uma campanha portista na Champions, ainda por cima com uma equipa da ex-Cortina de Ferro (Shakhtar Donetsk), o i entrevista Mlynarczyk. O que só é possível com a ajuda da filha Marzena. "Eu entendo o teu português mas já não consigo expressar-me correctamente na tua língua. Por isso, liga-me daqui a duas horas quando está cá a minha filha. Ela fala bem português e faz de intérprete". Para quem não se expressa correctamente, Mlynarczyk até nem esteve nada mal, não senhor! Ligamos-lhe duas horas depois e Mlynarczyk passa o telefone à filha que tem a paciência de fazer a ponte entre o i e o pai. Durante 49 minutos, a conversa flui. Primeiro em português, depois em polaco, continua em polaco (voz de fundo) e novamente em português. Levante-se a cortina, vai começar a Liga dos Campeões.



O FC Porto foi campeão europeu em 1987 com o Mlynarczyk na baliza. Mas como é chega ao Porto?

Jogava na 1.ª divisão francesa, pelo Bastia. Um belo dia, um empresário chamado Lucídio Ribeiro [que também leva Madjer de França para o FCP, só que no ano anterior, em 1985] apresentou-me uma proposta séria do FC Porto. O desafio agradou-me e aceitei quase de imediato. Naquela altura, o FC Porto já era uma equipa de respeito como finalista vencido da Taça das Taças-84, com a Juventus do Boniek.

No Porto, foi chegar, ver e vencer. Lembra-se da estreia?

Sim, com o Benfica. Na Luz. Foi zero a zero e o que mais me impressionou foi o estádio cheio. Quer dizer, 120 mil pessoas juntas a ver um jogo de futebol era coisa que não se via muito por aí. Tive a sorte de participar nesse jogo. O Benfica era fortíssimo mas nós é que fomos campeões nacionais.

E europeus, no ano seguinte.

Esse ano foi fantástico. Começámos a perceber que podíamos ser campeões europeus nos quartos-de-final com o Bröndby.

Na baliza deles, o Schmeichel.

Sim, mas ainda era muito jovem e sem nome no futebol europeu. Lembro-me de termos empatado lá, com um golo do Juary, e de pensarmos ''bem, agora só faltam dois jogos para chegarmos à final e três para levantar a taça''.

Mas saiu-vos o Dínamo Kiev nas meias-finais.

Não havia muito onde escolher. Ou eles ou o Bayern ou o Real Madrid. E o Dínamo era uma equipa formidável. No papel, melhor que a do FC Porto. O treinador era Valeri Lobanovsky, um nome incontornável na história do futebol mundial. E a equipa deles era a selecção russa do Mundial do México-86 e que chegaria à final do Euro-88. Ganhámos os dois jogos, ambos por 2-1.

Na final, o Bayern.

Outro colosso. Eram os favoritos.

Ainda por cima, o FC Porto perdeu os capitães Lima Pereira e Gomes nas vésperas da final.

Exactamente. Mas atenção que eles também não jogaram com o capitão Augenthaler, expulso em Madrid. Mas o FC Porto era mais que um clube, era uma família. Muito unida. Nunca senti nada assim. Era um clube com jogadores tão próximos uns dos outros. Até arrepia, só de pensar. Mérito para o presidente Pinto da Costa. Nos treinos, todos se portavam bem mas bastava chegar ao balneário para começar a brincadeira. Aí, eu entendia a mística e a verdadeira amizade entre nós. E quem te diz isso sou eu, que nunca cheguei a falar muito bem português. Portanto, às vezes, nem entendia as piadas em português mas estávamos sempre a rir. E já se sabe que a alegria contagia.

Okay, mas o FC Porto estava a perder ao intervalo e com um golo de um lançamento lateral.

Nem me lembre isso. Quando o árbitro apitou para o intervalo, caminhei para o balneário cheio de dúvidas e angústia. Como era possível termos sofrido um golo assim, de um lançamento lateral? Imperdoável. Nem nos treinos. Felizmente, demos a volta na segunda parte. Se não fosse isso, não sei como me aguentaria. Seria muito doloroso não tocar na taça com um erro desses.

Mas chegou a tocar na taça?

Foi difícil, lá isso foi. O João Pinto deu não sei quantas voltas ao estádio com ela na mão, na cabeça e sei lá mais onde. Mas foi uma festa grandiosa. Se já éramos alegres, imagine depois desta conquista inédita.

Meio ano depois, levantou a Taça Intercontinental.

Bem, unca senti tanto frio como nesse jogo e olha que eu joguei anos e anos na Polónia, com neve e gelo. Mas nesse dia em Tóquio o tempo estava insuportavelmente frio. Cada vez que ia ao chão para agarrar uma bola, a relva molhada e gelada, juntamente com flocos de neve, entranhava-se no meu corpo, não sei muito bem como. E era cá um incómodo.

É esse o seu momento inesquecível no FC Porto?

No FCP, não há um só momento inesquecível. Há vários. Foi muita coisa junta. Depois da Taça Internacional, ainda ganhámos a Supertaça Europeia. E ao Ajax, que tinha mais nome que nós. Esse Ajax era treinado por Cruijff e o adjunto era um tal Van Gaal. Ganhámos 1-0 em Amesterdão naquele que terá sido uma das melhores exibições do Rui Barros. Ele correu mais que todos os outros 21 jogadores em campo. Correu, correu e marcou-nos o golo da vitória.

...

Queres outro momento inesquecível? O meu penálti ao Boavista

A sério?

Sim, para a Taça de Portugal. Empatámos 2-2 nas Antas e depois 0-0 no Bessa. Nos penáltis, o Ivic escolheu-me como quinto marcador. Fiz o 5-4 e depois ainda defendi o remate de um jogador deles [Marcos António].

Bom, está tudo. Obrigado

De nada, obrigado pela vossa atenção, pela vossa memória. Aproveito para mandar um grande abraço ao Pinto da Costa. Foi ele que tornou estas memórias possíveis. E um abraço a todos os jogadores do FC Porto. E a todos os adeptos. E a todos aqueles que conheci na minha passagem por aí. A todos aqueles que me deram força quando me lesionei [facto aproveitado para se dar a passagem de testemunho para Vítor Baía]. E, é o último agradecimento, prometo, a todos aqueles que me mostraram o bem que se come e vive em Portugal. É um país magnífico. Parabéns.



in "ionline.pt"

Shaktar inicia jogo psicológico


Já começou o jogo entre Shaktar e FC Porto. Os ucranianos deram o pontapé de saída no jogo psicológico com uma tentativa de condicionar a estratégia dos campeões nacionais.
Bola Branca pode avançar que os ucranianos vetaram a rega do relvado antes do início da partida e no intervalo do jogo.

Os regulamentos prevêem que os dois clubes estejam de acordo, relativamente à rega do relvado. O Porto está impedido de abrir as torneiras, a partir do momento em que as duas equipas estejam no estádio.

Tudo porque os responsáveis do Shaktar recusaram a prática habitual no Dragão. Bola Branca procurou uma explicação técnica junto de Vítor Pontes, actual treinador do Leiria, entende que os ucranianos até sairão prejudicados, porque actuam, em casa, num sintético. Mas limitam o Porto e jogam uma carta psicológica.

O jogo campo começa às 19h45.

Álvaro Pereira está recuperado e joga de início. Vítor Pereira deverá fazer regressar Fernando ao meio-campo, com Moutinho e Belluschi; no ataque há a dúvida se joga Kléber ou Varela. 
in "rr.pt!

F.C. Porto-Shakhtar (antevisão): o regresso do hino dos milhões

Dragões regressam à «prova milionária» depois de um ano de interregno e têm pela frente o sempre perigoso Shakhtar Donetsk.

O F.C. Porto está de regresso à Liga dos Campeões, depois de um ano de interregno. O primeiro adversário é o perigoso Shakhtar Donetsk, líder do campeonato ucraniano. O embate tem lugar pelas 19h45 desta terça-feira. O Dragão vai voltar a ouvir o famoso hino dos milhões.

O momento

F.C. Porto
Barcelona à parte, o F.C. Porto é uma equipa 100 por cento vitoriosa neste arranque da temporada. A troca de treinador e a perda de Falcao ainda não tiveram efeitos colaterais no trilho que a equipa vinha traçando deste a época passada. Depois de quatro triunfos em outros tantos jogos da Liga e da conquista da Supertaça Cândido Oliveira, Vítor Pereira parte para um dos principais desafios da temporada: a Liga dos Campeões. Chega com o estatuto de vencedor da Liga Europa e de cabeça-de-série, o que pesa sempre. A palavra volta a estar do lado azul e branco.

Shakhtar Donetsk
Os ucranianos são uma das equipas da moda na Europa. Com um crescimento sustentado, venceram a última edição da Taça UEFA e vão obtendo boas participações na Liga dos Campeões. Com sete brasileiros e mais um naturalizado croata (Eduardo), a equipa vai conquistando êxitos internos- lidera o campeonato a par do Dínamo Kiev, ao fim de nove jornadas- e tenta, agora, o sucesso europeu. O presidente até fala em ganhar a Champions...

As ausências

F.C. Porto
Guarín e Rolando foram expulsos na Supertaça europeia e cumprem um jogo de castigo. Sapuranu voltou lesionado da selecção romena e ainda não recuperou.

Shakhtar Donetsk
Rat e Chygrynskiy são as grandes dúvidas. Os dois jogadores voltaram à competição no último fim-de-semana, depois de paragem por lesão e Lucescu não esclareceu na conferência de imprensa se o regresso terá continuidade.

Discurso Directo

Vítor Pereira (F.C. Porto): «Depois de grande sucesso na Liga Europa vamos ter uma competição mais exigente, com um nível mais alto. Acredito que estamos a crescer como equipa, que vamos ser mais agressivos, acredito nos meus jogadores e acredito estarmos preparados para estar à altura desta Liga dos Campeões.»

Mircea Lucescu (Shakhtar Donetsk): «Jogando fora, vamos ter uma postura mais defensiva e tentar tirar partido da nossa velocidade nas transições. Vai ser um jogo espectacular e importante para as decisões do grupo.»

Histórico de confrontos:
F.C. Porto e Shakhtar Donetsk só por uma vez se encontraram em jogos oficiais. Foi na caminhada portista até à primeira final europeia da história do clube, em Basileia, na Taça das Taças de 1983/84. Os dragões levaram a melhor nos quartos-de-final, vencendo em casa por 3-2, depois de estarem a perder por 2-0, e empatando na Ucrânia, a uma bola.

Equipas prováveis
F.C. PORTO: Helton; Fucile, Otamendi, Maicon e Alvaro Pereira; Fernando, João Moutinho e Belluschi; Hulk, Kléber e James Rodríguez.

Outros convocados: Bracalli, Mangala, Defour, Souza, Varela, Cristian Rodríguez e Djalma.

SHAKHTAR DONETSK: Rybka; Srna, Rat, Chygrynskiy e Rakitskiy; Mkhitaryan, Fernandinho, Jadson e Douglas Costa; Luiz Adriano e Dentinho.

Outros convocados: Pyatov, Kryvtsov, Kucher, Shevschuk, Willian, Gai, Kobin, Alex Teixeira, Hubschman, Eduardo e Seleznyov.

in "maisfutebol.iol.pt"

«F.C. Porto devia ficar mais tempo com os jogadores»

Rafa Benitez acredita que o campeão português pode voltar a viver a glória continental.

Vencedor da Liga dos Campeões em 2004/05, Rafa Benitez acredita que uma equipa como o F.C. Porto tem capacidade para vencer a competição, mas para tal diz que é preciso segurar os principais elementos.

«O Porto tem experiência na Liga dos Campeões, mas devia ficar com os jogadores mais tempo. Uma equipa cresce à volta dos seus melhores elementos», disse o antigo técnico do Inter, em entrevista à Eurosport.

Questionado sobre o Barcelona, favorito a mais um título europeu, Benitez entende que o segredo é ter «toda a gente com o mesmo sistema e a mesma filosofia». «Imagine o nível de automatismo gerado por catorze ou quinze anos a jogar da mesma forma. A equipa tem grandes jogadores, e um sistema que lhes assenta na perfeição. O técnico é da casa, e conhece a mentalidade. Estão numa situação em que tudo funciona, todos puxam na mesma direcção», defendeu.

in "maisfutebol.iol.pt"

«Temos tudo para chegar longe na Champions» - Hulk

Apesar de não colocar o FC Porto entre os favoritos à conquista da Liga dos Campeões, Hulk acredita que os dragões vão ser olhados com respeito pelos adversários. «Temos tudo para chegar longe», diz o avançado.

«Acredito que não somos favoritos, até por respeito aos adversários que disputam a Liga dos Campeões. Todos vão esperar sempre o melhor do FC Porto devido à temporada que fizemos no ano passado, em que ganhámos vários títulos. Se continuarmos a jogar como sempre fizemos, com humildade, temos tudo para chegar longe na competição», afirmou o avançado, em declarações reproduzidas pela sua assessoria de imprensa.

Quis o sorteio que os azuis e brancos iniciassem o seu percurso na Champions frente ao Shakhtar, no Estádio do Dragão. Hulk prevê «um jogo disputado» e aplaude a presença de vários brasileiros em campo.

«Temos a felicidade de nos estrearmos em casa, diante dos nossos adeptos, que nos irão apoiar com certeza. Vamos enfrentar uma equipa boa, com a qual gosto particularmente de jogar, devido à quantidade de brasileiros que tem. São jogadores de muita qualidade. Vai ser um jogo muito bonito de se ver. Será um jogo disputado com vários brasileiros em campo», congratulou-se.



in "ojogo.pt"