quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Moutinho: «No FC Porto não se tira o pé»

Médio elogiou o coletivo portista
 

23 anos depois de ter conquistado a Taça dos Campeões Europeus, o FC Porto voltou a ser feliz em Viena. A vitória, por 3-1, frente ao Rapid, garante o 1.º lugar do Grupo L da Liga Europa. Por tudo isso, João Moutinho não podia estar mais satisfeito, garantindo que nem a neve nem o frio impedem o FC Porto de jogar "sempre para ganhar."

"Estivemos muito bem num jogo muito difícil e com condições muito adversas, mas já em Coimbra tinha sido muito complicado e o grupo superou. Aqui [Viena] foi igual porque no FC Porto não se tira o pé. Joga-se sempre para ganhar", assinalou o n.º 8 azul e branco.

in "record.pt"

Liga Europa: Rapid-F.C. Porto, 1-3 (crónica)

F.C. Porto voa nas asas de Falcao sobre um manto de neve

O F.C. Porto garantiu o primeiro lugar do Grupo L da Liga Europa, ao vencer no reduto do Rapid de Viena (1-3). No regresso ao Estádio Ernst Happel, com os campeões europeus de 1987 nas bancadas, foi Falcao a voar mais alto, garantindo uma reviravolta à imagem daquela final, então frente ao poderoso Bayern de Munique.

Desta vez, o manto de neve foi o principal obstáculo. O Rapid colocou-se em vantagem, mas os dragões adaptaram-se e deram a volta ao resultado. Otamendi foi o primeiro assistente, Hulk bisou na ajuda ao incontornável Falcao. O Besiktas também venceu mas já não chega ao topo. Última jornada para cumprir calendário, frente ao CSKA de Sófia.

André Villas-Boas preparou quatro alterações para a visita ao Rapid de Viena. Beto surgiria na baliza, Fucile e Otamendi na defesa, Ruben Micael a meio-campo. Contudo, a lesão do guarda-redes no aquecimento recuperou Helton para o onze.

Viena ou Tóquio?

O regresso a Viena motivou a reunião dos vencedores da Taça dos Campeões Europeus de 1987. Contudo, a neve que cobriu a capital austríaca reproduziu o cenário da Taça Intercontinental que se seguiu, em Tóquio. Manto branco, bola laranja, jogo atípico.

O F.C. Porto entrava em campo com o apuramento garantido. Pela primeira vez, apresentava-se como única equipa europeia sem derrotas. Um registo a manter enquanto possível. Por outro lado, Villas-Boas recordou a importância de segurar o primeiro lugar, ainda ameaçado pelo Besiktas.

O plano de jogo dos dragões foi alterado rapidamente, face às condições climatéricas. Beto lesionou-se ainda no aquecimento, Fernando aguentou apenas 16 minutos. O médio defensivo, que regressou à competição no clássico, sofreu uma entrada dura e acabou por sair, a coxear. Entrou, e entrou bem, Guarín.

O médio colombiano posicionou-se à frente da defensiva azul e branca, numa altura em que o F.C. Porto começava a dominar territorialmente o jogo. Guarín contribuiu para esse ascendente, vendo a sua equipa criar algumas oportunidades de golo. Antes, Saurer ainda fez a bola raspar no poste azul e branco.

Sensação errada de golo

Em dez minutos, entre os 25 e os 35, os adeptos portistas animaram-se com a perspectiva de golo. Porém, o mesmo viria a surgir na baliza contrária, neste caso à guarda de Hélton. O Rapid aproveitou um desvio de cabeça de Otamendi, deixando o infeliz brasileiro de fora da jogada. Trimmel, em antecipação a Fucile, marcou.

O F.C. Porto respondeu sem demora. Varela, desmarcado por Hulk, perdeu uma oportunidade soberana. Logo depois, Soma falhou a intercepção a lançamento longo de Otamendi e Falcao aproveitou. O colombiano soube contornar as peculiaridades do relvado e atirar a contar. Ao intervalo, tudo nivelado.

André Villas-Boas operou nova substituição ao intervalo, resguardando mais um jogador vindo de lesão. Silvestre Varela saiu, entrou o jovem Ukra. Os responsáveis pelo relvado afastaram a neve das áreas, mas a bola também passou a visitar esses espaços com menor regularidade.

Dragão desperta para o final

O Rapid de Viena, impulsionado por 50 mil adeptos empolgados, cresceu na etapa complementar e assumiu as despesas de jogo, sem criar uma mão cheia de oportunidades. O F.C. Porto parecia satisfeito com o empate mas despertou com a entrada de Belluschi.

Ao minuto 79, João Moutinho inventou um lance de forma brilhante, surgindo Rolando a atirar contra um adversário. Pouco depois, Hulk furou na direita e cruzou, ficando a sensação que Patocka cortou a bola já com o braço. O árbitro nada assinalou.

O F.C. Porto arrancou para uma excelente recta final e chegou à vitória com a parceira entre Hulk e Falcao. O brasileiro cruzou, Hedl largou, o colombiano marcou. Depois, Hulk rematou, o guarda-redes do Rapid largou de novo, Falcao aproveitou e fez o «hat-trick». Belo final de festa na neve.

in "maisfutebol.iol.pt"

Champanhe no congelador

Com o apuramento para a próxima fase da Liga Europa garantido depois do empate contra o Besiktas, no Dragão, o jogo de hoje com o Rapid de Viena serve, em primeira instância, para o FC Porto tentar garantir, desde já, o primeiro lugar no Grupo L. Claro que ainda há mais um jogo para disputar no Dragão, frente ao CSKA de Sófia, mas André Villas-Boas não é de deixar para amanhã o que pode resolver já hoje e, por isso mesmo, o mais provável é que o FC Porto se apresente no Ernst-Happel com uma equipa capaz de reeditar o triunfo memorável que os portistas conquistaram ali mesmo, em 1987, quando o estádio ainda dava pelo nome de Prater.

Aliás, a memória da primeira grande conquista europeia dos portistas está bem presente neste regresso a Viena, marcado pelo convite aos heróis de 87 que voltaram a pisar aquilo que para muitos adeptos do clube é terreno sagrado.

Quanto à equipa actual, há mudanças anunciadas no onze, nomeadamente a entrada de Otamendi para o lugar que costuma ser ocupado por Maicon no eixo da defesa e a utilização de Fucile à esquerda, onde normalmente joga Álvaro Pereira - lesionado - e por onde também passou Emídio Rafael - não está inscrito na Liga Europa. Novidade, se lhe podemos chamar assim, apenas a entrada de Rúben Micael para o meio-campo, permitindo poupar Belluschi a mais 90 minutos de desgaste. De resto, o FC Porto do costume, desde logo no ataque, onde Hulk, Falcao e Varela tratarão de garantir que a Liga Europa deixa de ser uma preocupação, pelo menos até Fevereiro. Assegurando, pelo caminho, que a equipa mantém o estatuto de única formação ainda invicta no futebol europeu, objectivo que André Villas-Boas já afirmou pretender estender, pelo menos, até à paragem de Natal. Para o conseguir, para além de derrotar o Rapid, que até chega ao jogo de hoje moralizado pela vitória sobre o Áustria no dérbi de Viena, o FC Porto terá de resistir ao frio que mantém a capital austríaca uma boa mão-cheia de graus abaixo de zero.

E não há nada como um bom jogo de futebol para aquecer...

18h00

SPORTTV 1

Estádio Ernst Happel

in "ojogo.pt"

AVB: "Invencível? Isso ainda não dá títulos"


André Villas-Boas passou a ser o único treinador da Europa sem derrotas, mas tratou de desvalorizar esse detalhe, concentrando-se no que é essencial.

O facto de o FC Porto ser a única equipa imbatível na Europa traz pressão adicional?

Acho esse facto pouco relevante. Conseguimos um número importante de jogos sem perder e estamos satisfeitos com o facto de termos apenas três empates, mas, por exemplo, o Manchester United, que perdeu agora, já fez mais jogos do que nós. Se chegarmos ao final da época e atingirmos os nossos objectivos, então penso que poderemos olhar para trás e apreciar esse facto de outra forma. Mas apenas se vencermos. Estes números, agora, ainda não nos trazem títulos, nem nenhum extra em termos financeiros. Por isso, tudo depende de como terminarmos a época.

O treinador do Rapid de Viena considerou que o FC Porto é um mini-Barcelona...

O FC Porto nunca pode ser considerado um mini-Barcelona porque tem um palmarés tão importante como o do Barcelona. Tem também uma filosofia de que gosto, defendo e tento implementar. Continuarei a lutar agressivamente contra o futebol que não quer ter bola, que pensa apenas nas transições rápidas e é especulativo. A minha filosofia é a outra, que só foi possível aplicar no FC Porto e na Académica devido à qualidade dos jogadores.

O Rapid pode ter mais possibilidades de ganhar pelo facto de o FC Porto já ter garantido a qualificação?

Não me parece. É um jogo importante para nós, porque procuramos garantir o primeiro lugar o mais rapidamente possível, de forma a sermos cabeças-de-série no sorteio para os 16 avos-de-final. Queremos resolver o assunto já neste jogo, sabendo, no entanto, que temos o conforto de jogar em casa com o CSKA de Sófia na eventualidade de não o conseguirmos. Aliás, coloco a questão ao contrário: o Rapid, que tem de ganhar as duas partidas para se qualificar, tem um jogo decisivo para o campeonato no próximo fim-de-semana; será que eles não vão optar por essa competição em detrimento da Liga Europa?

Continua a pensar que é possível vencer a Liga Europa?

Tenho respondido frequentemente a isso. Esta competição é anormal, está mal formatada e é inadmissível que as equipas que prestigiam a competição neste momento tenham depois de levar com as que forem eliminadas da Champions. São equipas de topo, com ambições, mas nós também.

Já teve oportunidade de verificar o estado do terreno?

Sinceramente, não me parece que esteja em grandes condições, mas já nos garantiram que amanhã [hoje] estará perfeito. Segundo as previsões, vai continuar a nevar, mas confirmaram-nos que o campo estará melhor. Sendo assim, as preocupações com esse facto são mínimas.

As condições climatéricas jogam a favor do Rapid?

Penso que não. Os jogadores são profissionais e estão habituados a jogar contra qualquer tipo de adversidade. Mas, tendo em conta que não tem nevado por aqui nos últimos tempos, este também será um factor de novidade para os jogadores do Rapid.

Quais são os pontos fortes do Rapid de Viena?

Não nos podemos esquecer que sentimos dificuldades no primeiro jogo. Foi uma partida competitiva, aberta e orientada para o ataque. Jogam em transições rápidas e têm Salihi em excelente momento de forma. Hofmann é uma ausência importante, mas eles criaram-nos problemas no primeiro jogo e podem voltar a criar neste, sobretudo se continuarem a acreditar que ainda se podem qualificar.

"Walter foi uma opção técnica"

Walter foi desconvocado. Que se passou?

Foi uma opção técnica. Normalmente, viajamos com dois dias de antecedência e pensamos que pudesse ser útil vir a Viena com 19 jogadores. No entanto, tendo em conta a brevidade da viagem, decidimos trazer apenas 18 jogadores.
Mas depois da partida com o Moreirense, Walter não voltou a ser convocado. Ficou insatisfeito com a exibição do avançado nesse jogo?

Não. Temos um plantel muito competitivo, com jogadores que podem desempenhar muitas funções na frente. Relativamente ao jogo do fim-de-semana passado, em Alvalade, entendemos que o Cris (Rodríguez) podia ser uma opção para o lugar de ponta-de-lança, função que já desempenhou no Paris Saint-Germain. Tendo em conta as características desse encontro, ele poderia, se fosse necessário, jogar entre linhas e fornecer o ponta-de-lança através da sua mobilidade e velocidade.

"Tinha dez anos, um cachecol e tentaram embebedar-me"

Onde estava na final de 1987?

Assisti ao jogo em casa da minha avó. Era um miúdo com 10 anos, estava de cachecol ao pescoço, e celebrei essa vitória com grande entusiasmo. Se bem me recordo, não fui festejar para a Avenida dos Aliados, mas lá por casa poderão ter tentado embebedar-me com um copo de champanhe (risos).

"Vou continuar a ser expulso se me dirigir aos árbitros..."

André Villas-Boas foi expulso em Alvalade, já depois de ter sido expulso em Guimarães, curiosamente nos únicos jogos do campeonato que o FC Porto não conseguiu vencer. O treinador não concorda, no entanto, com a decisão de Jorge Sousa. "Não sei se o relatório já está disponível. O que lhe disse foi exactamente aquilo que vos transmiti no final do jogo: disse-lhe que estava a desconfiar da escandalosa dualidade de critérios. Foi a expulsão [de Maicon], o golo ilegal... E parece-me que as pessoas querem apagar rapidamente o impacto que o trabalho do árbitro teve no resultado. Nesse sentido, penso que a minha expulsão está a tornar-se num factor de diversão. Mas, pelos vistos, vou continuar a ser expulso, se me continuar a dirigir aos árbitros. Não lhe disse nada de especial, e fico surpreendido quando vejo outros treinadores a dirigirem-se aos árbitros de forma injuriosa, agressiva e a roçar a agressão verbal. No meu caso, não foi isso que aconteceu, mas, como sou reincidente, e fui expulso com o mesmo resultado de Guimarães, agora diz-se que sou incapaz de lidar com a adversidade. Isso parece-me uma tremenda besteira".

"Mourinho o melhor treinador, Barcelona com o melhor futebol"

O Barcelona venceu o Real Madrid por 5-0, repetindo o mesmo resultado do clássico entre o FC Porto e Benfica. No entanto, Villas-Boas só encontrou esse ponto comum. "Semelhanças só no resultado. As probabilidades de vitória no campeonato continuam iguais para o Real Madrid e Barcelona. É um campeonato muito competitivo, tal como o nosso, e a vitória sobre o Benfica permitiu-nos abrir uma vantagem, embora ainda faltem disputar muitos jogos. Regressando a Espanha, tenho a certeza de que o José Mourinho vai ser considerado o melhor treinador de sempre, sendo apenas uma questão de tempo até que isso aconteça, enquanto o futebol do Barcelona é, para mim, o mais memorável da história", adiantou.

in "ojogo.pt"





Combate muito próprio

FC porto é a única equipa sem derrotas na europa
 

O FC Porto entra hoje em campo como a única equipa da Europa invencível em jogos oficiais, depois do recente deslize do Manchester United. Esta é uma motivação extra para não se deixar surpreender por um adversário que, à partida, não lhe deve criar grandes problemas, apesar dos elogios dirigidos, ontem, por AVB. Depois, a equipa do FC Porto sabe de antemão que uma vitória, hoje, lhe garante o primeiro lugar no Grupo L, o que significa dizer que evita nos 1/16 avos da Liga Europa adversários mais fortes, como são os casos das equipas que vêm da Liga dos Campeões – uma situação criticada, ontem, por AVB. Mais uma razão para o FC Porto se entregar à luta a 100 por cento, aliás como é sua característica.

Para o jogo de hoje, o onze deverá voltar a sofrer mexidas, num exercício de gestão até agora bem sucedido, e um dos beneficiados será Otamendi que, atendendo ao seu estatuto mas sobretudo à sua qualidade, justifica mais oportunidades do que aquelas que lhe têm sido dadas. Otamendi será, pois, o parceiro de Rolando no eixo central, numa defesa que irá registar mais um regresso, o de Fucile, embora desta vez ao flanco esquerdo, sendo o outro lado entregue ao consistente Sapunaru que, sem brilho, é certo, tem feito uma boa época. Helton será o titular na baliza.

Dependendo da gestão mais alargada ou não de AVB, será constituído o meio-campo, ora tradicional se decidir não mexer – Fernando, Belluschi e Moutinho – ora mais radical se o treinador optar por dar novas oportunidades a quem merece – casos de Guarín e Micael. Para o ataque as opções são mais limitadas, e se há a certeza que Falcão será titularíssimo – até porque Walter ficou em terra – resta saber qual dos extremos em quatro possibilidades servirá o eficaz ponta-de-lança: Varela ou Ukra, Hulk ou James? Talvez Ukra e Hulk.

in "record.pt"

Belluschi foi esquecido por Sergio Batista

Sonversa só com otamendi
 
Não valeu de nada a cunha que Otamendi meteu por Belluschi, tendo em conta a chamada do médio à seleção argentina. O selecionador Sergio Batista já terminou o seu périplo pela Europa e, no regresso ao país natal, na hora de avaliar a sua viagem pelo Velho Continente, debitou o nome dos jogadores com quem conversou e o camisola 7 dos dragões não estava entre os eleitos.

“Foi uma viagem produtiva, expliquei aos jogadores como vão ser as coisas no futuro e disse-lhes que vão ter uma oportunidade. Falei com Jara, Gaitán, Salvio, Otamendi, Fazio, Perotti e com os argentinos do Real e do Barcelona”, confessou Batista. Ainda assim, mais à frente, deixou uma mensagem que pode motivar Belluschi: “Não fecho as portas da seleção a ninguém.”

Todavia, para já, a cunha de Otamendi não surtiu efeito. No final do jogo com o Portimonense, o central havia sido claro: “Oxalá que lhe seja dada (a Belluschi) a possibilidade de ir à seleção.”

in "record.pt"

Ruben Micael: «Preparados para ganhar»

Condições adversas não assustam o médio
O treinador do Rapid Viena, Peter Pacult, tentou assustar o adversário: "Para quem gosta de esquiar, o tempo está ótimo". Palavras que não atingiram Ruben Micael, o jogador escolhido para fazer a antevisão do jogo de amanhã.

"Poderá não ser o clima ideal, mas frente à Académica, em Coimbra, já demonstrámos que sabemos jogar em condições adversas. Estamos preparados para fazer um bom jogo e ganhar", garantiu o madeirense, concluindo depois sobre a sua escassa utilização na corrente temporada: "Quero jogar todos os jogos, mas quem manda não sou eu. Tenho de respeitar as opções do treinador e saber aproveitar as oportunidades que me dá."

in "record.pt"

Foi um dia simples mas “mudou a vida”

Regresso dos heróis de 1987 ao prater
Futre foge do grupo, que ri à gargalhada e troca piadas. Passaram-se 17 anos e 188 dias, mas o esquerdino aproxima-se da linha, enfia as mãos nos bolsos e ainda se vê a galgar pela direita e a servir Madjer para um golo mítico. “Mudou a vida”, diz-nos: “A minha, muito, mas a de todos os que passaram por aquilo. Ninguém foi o mesmo a partir daquele dia.”

Até Villas-Boas sabe onde estava naquele 27 de maio de 1987. “Em casa da minha avó, todos a seguir o jogo pela televisão. Eu era um miúdo de 10 anos e com cachecol ao pescoço. Celebrei com entusiasmo”, recordou o adepto, que também teve direito a brinde: “Não fui para a Avenida dos Aliados, mas podem ter-me tentado embebedar com um copo de champanhe.”

Madjer, sempre Madjer, é curto e conciso: “Fizemos a história do FC Porto.” Mais expansivo é Juary. Perdão, míster Juary. “Estou em Itália, onde sou treinador de uma equipa da 3.ª Divisão”, conta com orgulho, numa conversa interrompida por Augusto Inácio: “Anda, pastor.” Tudo tem uma explicação: “Eles falam isso porque eu agora sou evangélico. Converti-me há cerca de cinco anos, mas não sou pastor...”

O homem que marcou o golo que mudou a vida de toda esta gente que agora regressa a Viena é o mais expansivo. “Foi há quanto tempo mesmo? Há 23 anos? Mas eu ainda lembro de tudo, só não lembro dessa neve”, brinca. Talvez não se recorda do branco de Viena, mas Inácio puxa a fita atrás até à eliminatória com o Brondby, nos quartos-de-final. “Nós ganhávamos em qualquer campo. O tempo estava péssimo, tínhamos ganho nas Antas com um golo do Madjer e lá empatámos 1-1 graças ao Juary”, recorda, para dar novamente a palavra ao antigo avançado brasileiro: “Só mesmo o Pinto da Costa é que podia fazer uma coisa destas.”

A imagem que fica é a de João Pinto. Sem taça, o capitão ironiza: “Passaram-se estes anos todos e se não tivesse feito isso já não aparecia mais nas fotografia...”

in "record.pt"

Viena pintada de Tóquio


Quase 24 anos depois de Madjer e Juary terem dado a volta ao Bayern com dois golos que depois deram a volta ao Mundo, os heróis de Viena voltaram ao Prater, que desde 1992 se chama Ernst-Happel em memória do futebolista austríaco. E foi de memória, de recordações e de uma alegria genuína que se tratou este regresso ao palco que lançou o FC Porto para a primeira linha do futebol europeu. Como meninos, os jogadores do plantel de 1987 brincaram na neve que cobria o Prater, trocaram piadas e abraços, sorrisos e memórias. "Olha lá, Madjer, foi ali o calcanhar!" disse Futre para o argelino, apontando na direcção da baliza. Ao lado, Sousa e Celso concordavam que, com neve e temperaturas negativas, o cenário de Viena fazia recordar outro palco glorioso: "Neve e frio assim foi em Tóquio, quando ganhamos a Intercontinental ao Penãrol", sorriram, puxando as golas dos casacos para cima. Estiveram todos lá. Até Gomes, o bibota, que falhou a final por lesão. Ausências, notaram-se as de Mlynarczyk - que prometeu fazer tudo para chegar a tempo do jogo de hoje - e a do treinador Artur Jorge, que ficou no hotel a descansar. Hoje, contudo, "rei Artur" deve voltar ao campo de batalha onde conquistou a mais bela vitória do seu reinado.

Madjer

"O que é que eu posso dizer? É uma alegria muito grande voltar a este estádio onde fomos tão felizes. E é muito bom fazê-lo ao lado de tantos e tão bons amigos para reviver um jogo que marcou a história do futebol e a do FC Porto

Juary

"É muito bom voltar cá 23 anos depois daquele grande jogo. A primeira coisa que me lembro é que não havia esta neve, nem este frio todo. Agradeço a Deus a oportunidade de voltar cá, e também ao presidente Pinto da Costa que nos proporcionou esta grande alegria

Campeões: entre o passado e o futuro

Violinos, piano, um palácio do século XVIII e um jantar faustoso, debaixo de candeeiros de cristal, foi assim que o FC Porto homenageou os Campeões Europeus de 1987, na presença da SAD, em peso, e dos principais patrocinadores do clube. "É um orgulho muito grande ter estado, na altura, à frente de uma equipa que ganhou um título tão importante e é hoje uma alegria enorme poder juntá-los todos", comentou Pinto da Costa a certa altura. Ontem, o passado encheu o presidente de orgulho, mas o presente não parece menos risonho. "Sei que tenho um treinador para continuar a ganhar e que ainda nos vai ajudar a conquistar muitos títulos", acrescentou, ele que voltou a sublinhar a vitória de 87, como a que maior alegria lhe proporcionou.

in ojogo.pt"



FC Porto vence ABC e isola-se no comando

O FC Porto passou a comandar o Nacional de andebol, após ter derrotado, no seu recinto, o ABC, com quem partilhava a liderança. O triunfo foi folgado, com números que não reflectem o que se passou em campo e não atestam a carga de trabalho que os homens de Obradovic tiveram pela frente.

Poder-se-á considerar brilnate a forma como o FC Porto deu a volta a um jogo em que chegou a estar a perder por cinco golos (7-12, aos 19 minutos), mas há que recordar que esses números reflectiam uma entrada bastante nervosa dos bicampeões nacionais em contraste com um ABC esclarecido e que tinha em Luís Bogas a mais-valia.

Os dragões fizeram mexidas, no campo defensivo. Com a entrada de Nuno Grilo e Pedro Spínola, Bogas passou a ter uma marcação quase individual e meio problema ficou resolvido. Na frente, Tiago Rocha passou a protagonizar a primeira solução com pés e cabeça e quatro golos seus, no final do primeiro tempo, colocaram o FC Porto pela primeira vez na frente - após os primeiros instantes - a segundos do intervalo.

Com o marcador equilibrado, os portistas desinibiram-se e se ainda sentiram algumas dificuldades no primeiro terço do segundo tempo, a partir daí foram ampliando a vantagem perante um ABC que não tinha tantas soluções, tanta força e tanto pulmão. O jogo terminou com Gilberto Duarte a brilhar e a marcar, ele que tinha sido dos mais instáveis no início.

Uma nota para os árbitros. Se a ideia era estragar o jogo e inclinar o campo para o lado do Minho, quase que o iam conseguindo.


DECLARAÇÕES

Ljubomir Obradovic Treinador do FC Porto

"Três tipos de defesas"
"Não podemos estar sempre bem e por isso a primeira parte foi fraca. O ABC mostrou que é uma equipa que sabe sempre o que fazer, não é por acaso que está onde está. Utilizámos três tipos de defesas para controlá-los e depois aproveitámos a nossa velocidade. Este resultado é dilatado em relação ao que se passou".

Jorge Rito treinador do ABC

"É difícil explicar"
"É dificil explicar a diferença entre a primeira e a segunda parte. É essa a resposta que temos de encontrar. Nos primeiros 40 minutos estivemos em jogo, mas tivemos grandes dificuldades nos últimos 20. Torna-se difícil segurar o FC Porto quando aplica a sua melhor arma, que é o contra-ataque. Foi isso que, então, aconteceu".

in "ojogo.pt"