quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Liga Europa: Rapid-F.C. Porto, 1-3 (crónica)

F.C. Porto voa nas asas de Falcao sobre um manto de neve

O F.C. Porto garantiu o primeiro lugar do Grupo L da Liga Europa, ao vencer no reduto do Rapid de Viena (1-3). No regresso ao Estádio Ernst Happel, com os campeões europeus de 1987 nas bancadas, foi Falcao a voar mais alto, garantindo uma reviravolta à imagem daquela final, então frente ao poderoso Bayern de Munique.

Desta vez, o manto de neve foi o principal obstáculo. O Rapid colocou-se em vantagem, mas os dragões adaptaram-se e deram a volta ao resultado. Otamendi foi o primeiro assistente, Hulk bisou na ajuda ao incontornável Falcao. O Besiktas também venceu mas já não chega ao topo. Última jornada para cumprir calendário, frente ao CSKA de Sófia.

André Villas-Boas preparou quatro alterações para a visita ao Rapid de Viena. Beto surgiria na baliza, Fucile e Otamendi na defesa, Ruben Micael a meio-campo. Contudo, a lesão do guarda-redes no aquecimento recuperou Helton para o onze.

Viena ou Tóquio?

O regresso a Viena motivou a reunião dos vencedores da Taça dos Campeões Europeus de 1987. Contudo, a neve que cobriu a capital austríaca reproduziu o cenário da Taça Intercontinental que se seguiu, em Tóquio. Manto branco, bola laranja, jogo atípico.

O F.C. Porto entrava em campo com o apuramento garantido. Pela primeira vez, apresentava-se como única equipa europeia sem derrotas. Um registo a manter enquanto possível. Por outro lado, Villas-Boas recordou a importância de segurar o primeiro lugar, ainda ameaçado pelo Besiktas.

O plano de jogo dos dragões foi alterado rapidamente, face às condições climatéricas. Beto lesionou-se ainda no aquecimento, Fernando aguentou apenas 16 minutos. O médio defensivo, que regressou à competição no clássico, sofreu uma entrada dura e acabou por sair, a coxear. Entrou, e entrou bem, Guarín.

O médio colombiano posicionou-se à frente da defensiva azul e branca, numa altura em que o F.C. Porto começava a dominar territorialmente o jogo. Guarín contribuiu para esse ascendente, vendo a sua equipa criar algumas oportunidades de golo. Antes, Saurer ainda fez a bola raspar no poste azul e branco.

Sensação errada de golo

Em dez minutos, entre os 25 e os 35, os adeptos portistas animaram-se com a perspectiva de golo. Porém, o mesmo viria a surgir na baliza contrária, neste caso à guarda de Hélton. O Rapid aproveitou um desvio de cabeça de Otamendi, deixando o infeliz brasileiro de fora da jogada. Trimmel, em antecipação a Fucile, marcou.

O F.C. Porto respondeu sem demora. Varela, desmarcado por Hulk, perdeu uma oportunidade soberana. Logo depois, Soma falhou a intercepção a lançamento longo de Otamendi e Falcao aproveitou. O colombiano soube contornar as peculiaridades do relvado e atirar a contar. Ao intervalo, tudo nivelado.

André Villas-Boas operou nova substituição ao intervalo, resguardando mais um jogador vindo de lesão. Silvestre Varela saiu, entrou o jovem Ukra. Os responsáveis pelo relvado afastaram a neve das áreas, mas a bola também passou a visitar esses espaços com menor regularidade.

Dragão desperta para o final

O Rapid de Viena, impulsionado por 50 mil adeptos empolgados, cresceu na etapa complementar e assumiu as despesas de jogo, sem criar uma mão cheia de oportunidades. O F.C. Porto parecia satisfeito com o empate mas despertou com a entrada de Belluschi.

Ao minuto 79, João Moutinho inventou um lance de forma brilhante, surgindo Rolando a atirar contra um adversário. Pouco depois, Hulk furou na direita e cruzou, ficando a sensação que Patocka cortou a bola já com o braço. O árbitro nada assinalou.

O F.C. Porto arrancou para uma excelente recta final e chegou à vitória com a parceira entre Hulk e Falcao. O brasileiro cruzou, Hedl largou, o colombiano marcou. Depois, Hulk rematou, o guarda-redes do Rapid largou de novo, Falcao aproveitou e fez o «hat-trick». Belo final de festa na neve.

in "maisfutebol.iol.pt"

2 comentários:

Dragus Invictus disse...

Boa noite,

Falcao foi um "El Tigre" nas neves de Viena.

Linda vitória, exibição guerreira, épica, não pela valia do adversário, mas sim pelas adversidades do terreno do jogo.

Gostei muito da atitude guerreira da equipa, estes rapazes merecem o apoio de todos nós portistas.

Bravos as centenas de adeptos que se deslocaram a Viena.

Em Viena recordamos, não só a vitória dos campeões europeus, mas também a vitória estoica dos heroís de Tóquio aquando da conquista do primeiro titulo de campeões do mundo.

Foi uma noite de lindas recordações que faz de nós portistas os adeptos mais orgulhosos do mundo!

Abraço

Paulo

http://pronunciadodragao.blogspot.com/

Gaspar Lança disse...

Foi um jogo, no mínimo, estranho, este frente ao Rapid. Mas vencemos, e que jogo! Radamel Falcao foi sem dúvida o homem do jogo e guardaremos estas imagens por muito tempo. Garantimos o primeiro lugar!

Um abraço.