terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A prece de Pedroto, a loucura de Zé Beto, «um roubo histórico»

FC Porto volta a uma cidade maldita, 31 anos após a derrota na final da Taça das Taças contra a poderosa Juventus de Platini, Boniek e Trapattoni

Voltar a um sítio onde já fomos felizes. Dizem não ser uma boa ideia. Pela lógica, então, o regresso a um ponto onde a infelicidade nos atingiu em cheio é bem capaz de ter tudo para correr bem. 

É aqui que entra a cidade de Basileia. E a história do FC Porto, pois. 

Quarta-feira, 18 de feveiro, os dragões jogam pela segunda vez na cidade helvética. A primeira, a 16 de maio de 1984, acaba mal. A Juventus ergue a Taça das Taças, os azuis e brancos lamenta a arbitragem do senhor Adolf Prokop e Zé Beto perde a cabeça com um dos árbitros assistentes. 

Maisfutebol recua 31 anos e enche-se de grandes recordações com a ajuda de Mike Walsh e António Sousa, armas do treinador António Morais nesse duelo de má memória para o FC Porto. 

Antes das palavras, fica o resumo da partida vencida pelaVecchia Signora: 2-1. 


De um lado, a poderosa Juventus, treinada por um jovem [bem, pelo menos mais jovem] Giovanni Trapattoni. Do outro, um FC Porto a desbravar o caminho europeu e privado do treinador José Maria Pedroto, retido em Portugal a lutar contra uma grave doença. 

Na véspera, os jornais italianos colocam Fernando Gomes, ponta-de-lança e capitão do FC Porto, a caminho do Inter Milão. Manobra de distração, claro. Para a Juve, o jogo é absolutamente decisivo, após a derrota no ano anterior na final da Taça dos Campeões Europeus. 

Vale quase tudo para ganhar.   

O nome de José Maria Pedroto gritado no balneário 

Nas Antas, o presidente Pinto da Costa acena com 500 contos [2500 euros], uma fortuna à época, em caso de triunfo. Mas essa não é a maior motivação para o plantel. 

«No balneário gritámos o nome do senhor Pedroto», conta Mike Walsh, possante avançado, lançado por António Morais para os últimos 26 minutos da final. «Só o Fernando Gomes e outros mais antigos é que foram vê-lo antes da viagem para a Suíça. E trouxeram a mensagem: ‘ganhem por mim e pelos adeptos do FC Porto’!» 

A tarefa não se adivinha simples. A Juve tem craques da estirpe de Michel Platini, Zbigniew Boniek, Marco Tardelli ou Paolo Rossi. Aos 12 minutos, Beniamino Vignola inaugura o marcador, num remate de pé esquerdo bem colocado. O malogrado Zé Beto calcula mal a trajetória e a bola entra mesmo. Mas o FC Porto, sempre num futebol apoiado, chega ao empate. 

«Foi um bom golo. É um exagero dizer que foi o meu melhor, mas foi bom e ficou na memória. Se fosse o golo da vitória teria sido mais marcante. Dizem que o Tacconi foi mal batido, mas a bola saiu forte, bateu-lhe à frente e passou-lhe por cima», conta António Sousa, autor do remate. 

«Foi uma jogada corrida, de pé para pé, como era normal na nossa equipa. Optávamos muito por passes fáceis e simples. O Gomes amorteceu de cabeça e o Jaime Magalhães colocou-me a bola na zona central. Venho de trás, chuto na passada, e consegui um golo de belo efeito».

Depois, o início de toda a polémica. Boniek faz o segundo da Juventus aos 41 minutos, mas os portistas juram a existência de falta sobre João Pinto. 

«Fomos melhores. Esse lance fez toda a diferença. O João é carregado e fica fora da jogada. Fomos para o intervalo revoltados, a pensar no senhor Pedroto e nesse erro do árbitro», continua Mike Walsh. 

As teorias do FC Porto são suportadas em «mais duas grandes penalidades por assinalar» no segundo tempo:«um empurrão ao Vermelhinho e uma mão do Scirea na área»

Há mais. Nos dias posteriores sabe-se que Prokop, o árbitro alemão, é apaixonado por automobilismo e sugere-se a existência de uma visita à fábrica da FIAT. Sim, a principal patrocinadora da Juve. 
 

Boniek a carregar João Pinto, com Eurico e Zé Beto fora da jogada

A perder, António Morais tira Jaime Magalhães e lança Mike Walsh aos 64 minutos. «Começámos a jogar um futebol mais direto. Ganhei alguns lances pelo ar, ao lado do Gomes, trabalhei e dei tudo», conta Mike Walsh. «Faltou o mais importante: o golo. Nunca apareceu e saímos em lágrimas»

Protestos, vaias e Zé Beto de cabeça perdida. «Bateu ao bandeirinha. Era um rapaz muito quente, um vulcão. Amava o FC Porto mais do que tudo e não aguentou. Cometeu esse erro, fez mal, mas isso demonstra a paixão dele pelo clube. Aquilo foi um roubo histórico»

Zé Beto é suspenso por um ano das provas da UEFA e falha, por isso, a presença no Euro84. 

O caso é narrado assim pelo jornalista António Jorge Almeida, em serviço para o Record na célebre final de Basileia: 

«Mal o jogo terminou, quando o trio de arbitragem se dirigia para o local da entrega da Taça, Zé Beto entrou de pé em riste sobre o fiscal de linha, que se intrometeu entre o jogador português e o árbitro. Agarrado de imediato pelos colegas, libertou-se e aplicou um pequeno pontapé no mesmo fiscal de linha. Novamente afastado pelos colegas, investiu uma terceira vez sobre o fiscal de linha e este enfiou o pau da bandeirola na barriga do guardião português, o qual, furioso, arrancou-lha da mão e lançou-a para longe»

A versão de Zé Beto, falecido a 4 de fevereiro de 1990 num horrível acidente de viação, não acompanha esta descrição: 

«Quando ia falar com o árbitro, o fiscal de linha virou-se e ficámos peito contra peito. Depois quis falar com ele e espetou-me a bandeirola no estômago. Se fosse uma faca tinha-me furado a barriga!» 

Mike Walsh finaliza com uma ideia curiosa: «a equipa de 84 era superior à de 87. Só lhe faltava o Futre e o Madjer (risos). Eu era o único estrangeiro. O FC Porto era quase a Seleção Nacional».  

in "maisfutebol.iol.pt"

1893 é ponto de partida para FC Basel e FC Porto

1893 é o ano de fundação de FC Basel e FC Porto. Os dois centenários defrontam-se esta quarta-feira com os mesmos anos de vida mas com enormes diferenças no palmarés.
Pouco mais de um mês separou o surgimento dos dois emblemas: o FC Porto a 28 de setembro de 1893, o FC Basel a 15 de novembro. Apesar dos 122 anos que este ano cumprem, há dezenas de diferenças nos palmarés das duas equipas que convém enumerar.
O FC Basel é um dos mais bem sucedidos clubes da Suíça mas está longe de ser o mais titulado. No total o clube que atualmente é comandado por Paulo Sousa soma 28 títulos oficiais: 17 campeonatos suíços (oGrasshoppers tem 27) e 11 Taças da Suíça. 
O fim dos aos 60 e 70 foi o período mais bem sucedido da turma de Basileia, que conseguiu celebrar a conquista de sete campeonatos entre 1967 e 1980. Se os dragões nunca desceram de divisão, o FC Basel foi relegado em 1987, regressando ao topo do futebol helvético no início de 2000.
Ora se analisarmos os troféus oficiais dos azuis e brancos chegamos ao número 74
Ao nível interno as diferenças são evidentes: 27 campeonatos conquistados, 16 Taças de Portugal e 20 Supertaças, para falarmos dos mais importantes.
Os helvéticos nunca venceram qualquer prova internacional, os dragões somam sete: duas Taças Intercontinentais, duas Ligas dos Campeões, duas Ligas Europa (uma delas ainda como Taça UEFA) e uma Supertaça Europeia. 
Recorde-se, neste sentido, que antes de todo este sucesso na Europa os dragões já haviam marcado presença numa final europeia, a da Taça das Taças, em 1984, que se realizou, precisamente, no Saint Jakob Park, palco do jogo esta quarta-feira. O jogo decisivo foi perdido para a Juventus (roubados) .

in "zerozero.pt"

Brahimi: “Principal objetivo é o campeonato”

Extremo do FC Porto diz que Liga dos Campeões é menos prioritário para os dragões.


Yacine Brahimi, extremo do FC Porto, considerou esta terça-feira, véspera do jogo com o Basileia, que a conquista do título nacional é a prioridade número um para os dragões. A Liga dos Campeões vem depois.

“O nosso principal objetivo é o campeonato, mas é claro que a Liga dos Campeões também é importante”, disse o argelino à estação Eurosport. 

Brahimi revelou que não há propriamente um objetivo na Champions: “Na verdade não temos um objetivo claramente definido, a não ser ir o mais longe possível”.


in "relvado.pt"

Lourenço Pinto: «FC Porto vai passar e vai um bocadinho mais longe»

Lourenço Pinto viajou para Basileia para apoiar os dragões em mais uma eliminatória da Liga dos Campeões.

Lourenço Pinto está confiante nas possibilidades do FC Porto em Basileia e olhando para o valor das duas equipas considera que "um bom resultado é ganhar" na Suíça. O presidente da Associação de Futebol do Porto reconhece que "um empate com golos seria positivo", mas reforça a ideia de que a equipa de Lopetegui vai passar aos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

"É uma eliminatória difícil, mas estou convencido de que o Porto vai passar e vai um bocadinho mais longe. O Porto está a jogar bom futebol e a nível internacional voltou a ter imagem de força", disse Lourenço Pinto, esta terça-feira, à partida para Basileia.

O FC Porto defronta a equipa suíça, treinada por Paulo Sousa, esta quarta-feira, em jogo a contar para a 1ª mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

in "record.pt"

Aboubakar: «Competitividade interna é enorme»

DESTACA BENEFÍCIOS DA CONCORRÊNCIA NO PLANTEL

Aboubakar não desiste perante o grande obstáculo à sua titularidade no FC Porto: Jackson Martínez. Em declarações prestadas ao canal televisivo Eurosport, no lançamento da jornada europeia dos dragões, o ponta-de-lança, de 23 anos, acabou por abordar a sua situação pessoal no seio do plantel. Para o camaronês, ter concorrência à altura é apenas mais um fator de motivação.

“O FC Porto é uma equipa com uma enorme competitividade interna. Quando um jogador tem a sua oportunidade de entrar em campo só pensa em provar que pode jogar com uma maior regularidade. Com este ambiente e esta postura, todos nós trabalhamos com muita vontade de sobretudo melhorar todos os dias”, afiançou o avançado, dispensando algumas palavras à responsabilidade que a equipa técnica liderada por Julen Lopetegui tem neste capítulo:

“O treinador é exigente connosco todos os dias. Todos os dias exige-nos que trabalhemos no duro. Aliás, toda a equipa técnica do FC Porto é bastante unida e meticulosa no seu trabalho.”

Prioridades

Para lá do ponta-de-lança camaronês, também Yacine Brahimi lançou as bases dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas, no seu caso, centrando-se efetivamente no papel do FC Porto nesta fase e, sobretudo, nos seus objetivos. Apesar dos sedutores holofotes europeus, o internacional argelino lembrou que a prioridade dos dragões passa por outra prova.

“O nosso principal objetivo é vencer o campeonato português, embora a Liga dos Campeões seja naturalmente bastante importante”, afirmou o extremo, esperançado ainda assim em manter-se por dentro das lides europeias durante mais algum tempo:

“Não temos um objetivo claramente definido para a prova, então creio que o que procuramos é chegar o mais longe possível e tentar fazer uma grande temporada.” Recorde-se que o argelino foi uma das grandes figuras da fase de grupos da Champions, onde, por exemplo, assinou um hat trick logo na jornada inaugural.

in "record,pt"

FC Porto vai comprar Gudiño

Guarda-redes mexicano está no Dragão por empréstimo, mas já tem o aval dos treinadores. SAD vê-o como um potencial titular a médio prazo

O FC Porto ainda tem alguns meses para exercer a opção sobre Raúl Gudiño ou procurar, junto do Chivas, a renegociação dos termos acordados em agosto do ano passado, mas uma coisa é certa: o guar- da-redes mexicano da equipa B, que esta terça-feira brilhou na Youth League, é para segurar. Tanto Luís Castro como Julen Lopetegui estão convencidos da qualidade do internacional sub-20 que se prepara para defender o México no Mundial da categoria, na Nova Zelândia (entre maio e junho).

Com 18 anos, Gudiño entrou no FC Porto para rodar entre os plantéis de juniores e da equipa B, mas depois da estreia na Youth League, fixou-se na formação de Luís Castro e já conquistou o estatuto de

titular, que só perdeu durante as semanas em que esteve a representar o México.

Com características físicas muito interessantes (1,95 metros, tal como Petr Cech, por exemplo), Gudiño tem revelado qualidades que fazem com que o FC Porto o veja como um potencial titular da equipa principal a médio prazo.

Jorge Berlanga, o representante do jogador, admitiu a O JOGO que as indicações são muito positivas. "A seu tempo, os clubes falarão, mas está a correr muito bem e o FC Porto vê-o como um valor de futuro", disse-nos, revelando que estará em Portugal no próximo mês.


in "ojogo.pt"

LOPETEGUI: “NÃO HÁ FAVORITOS”

Técnico elogiou o Basileia e destacou a experiência internacional do adversário nos oitavos da Champions
Para Julen Lopetegui, "não há favoritos" na eliminatória entre Basileia e FC Porto, que arranca esta quarta-feira (19h45 de Portugal Continental), em território suíço. Na sala de imprensa do St. Jakob-Park, o técnico destacou a experiência do adversário orientado pelo português Paulo Sousa – com “quase mais 200 jogos internacionais” do que os portistas – e lembrou que os Dragões serão apoiados por muitos adeptos.

“Não há favoritos, apenas conta quem fizer melhor as coisas amanhã. O resto é falar por falar. O Paulo pode ir buscar os números que quiser, mas o Basileia tem mais experiência e esteve praticamente dois meses a preparar este encontro. Temos uma ambição muito grande para este jogo, numa cidade histórica para o FC Porto. Vamos ter aqui muitos adeptos portugueses que nos vão apoiar e demasiados argumentos para pensar em coisas que não nos servem para nada”, afirmou Lopetegui.

O treinador frisou o facto de os azuis e brancos serem a equipa mais jovem dos oitavos-de-final da prova, mas não será esse factor a impedir o FC Porto de colocar toda a “energia, esperança, vontade e ambição” neste duelo frente a um oponente “muito completo, em todos os processos do jogo” e “bem orientado” por Paulo Sousa. “O seu trabalho é conhecer o FC Porto e o nossso conhecer o Basileia. Fizemos ambos isso, sem dúvida. Nesta aventura daChampions é bom lembrar que não tínhamos bilhete de início e tivemos uma classificação duríssima frente ao Lille. Agora estamos a desfrutar desta experiência”, clarificou.

Convidado a comentar o facto de ser o treinador da única equipa portuguesa em prova e a olhar para as críticas de que é alvo por parte de alguma comunicação social, Lopetegui confessou estar “demasiado focado e esperançado” para se lembrar dessas mesmas críticas. O técnico optou por reforçar o retrato do adversário e a sua preparação. Ao contrário do que se possa pensar, sublinhou o espanhol, o Basileia não esteve parado durante a pausa de Inverno da Liga suíça, continuando “a treinar e efectuando uma série de jogos particulares”.

“É um desafio difícil, porque os oitavos são muito duros para todos, estão aqui os 16 melhores da Europa. Claro que será importante para eles não sofrer golos e para nós marcar. Falamos de uma eliminatória que vai ser equilibrada e em que cada detalhe vai ser importante, sem dúvida. Sabemos que teremos de fazer duas grandes exibições para superar o Basileia”, resumiu.


ÓLIVER TORRES: “QUEREMOS DESFRUTAR DESTE MOMENTO”

​Médio admitiu que seria "importante" marcar em Basileia, na primeira mão dos oitavosda Champions

Óliver Torres confessou na sala de imprensa do St. Jakob-Park, esta terça-feira, que sonhou desde muito jovem entrar em campo, ouvir o hino da Champions e disputar um encontro da mais entusiasmante competição de clubes do mundo. Na véspera do desafio com o Basileia (esta quarta-feira, às 19h45 de Portugal Continental), a contar para os oitavos-de-final, o médio relembrou a eliminatória duríssima frente aos franceses do Lille, que o FC Porto teve de ultrapassar para entrar na prova. Agora é tempo de viver a atmosfera dos grandes desafios.

“Quando és pequeno e vês estes jogos pela televisão tens a esperança de conseguir realizar esse sonho. Somos afortunados e estamos a trabalhar desde o início da pré-temporada, em Julho, quando começámos a preparar o jogo com o Lille. Trabalhámos bem, ganhámos esse direito e vamos desfrutar com esperança deste momento e a partir daí tentar fazer um bom papel”, afirmou o camisola 30 dos Dragões.

O espanhol admitiu que marcar um golo fora de casa “seria importante” e destacou a qualidade do meio-campo do Basileia, elogiando em particular Frei, um “trinco que joga muito bem” e a quem o FC Porto vai ter de ter “especial atenção”. “Sinto-me confortável e ajudamo-nos uns aos outros como equipa e creio que isso é o mais importante. Essa é uma das nossas principais forças”, declarou.

Bem-humorado, Óliver foi convidado a fazer uma hipotética pergunta ao treinador rival, Paulo Sousa, e escolheu a seguinte: “Que poderemos fazer para lhe marcar um golo?”. Depois, disse que espera ver “o estádio cheio” e que o FC Porto terá de fazer “o seu melhor” frente a uma “grande equipa”.

in "fcp.pt"