Kléber, seca de cinco meses encharcada por um «hat-trick»

O(s) golo(s), enfim! Não marcava há mais de cinco meses. Poucos pontas-de-lança suportam tamanha privação. Antes de empurrar com a biqueira da bota para o 1-3, Kléber já falhara três/quatro situações óbvias para marcar. Recuperou o gosto e encheu o pé numa bomba soberba, para o quarto dos dragões, antes de encostar facilmente para o fecho das contas. Para ser uma verdadeira opção, uma opção credível, é imperioso recuperar os níveis de confiança que revelava no Marítimo. A idade joga a seu favor.
A Desilusão: pouco tempo de Hulk
30 minutos de Hulk soube a pouco. No provável adeus aos dragões e à liga portuguesa, o brasileiro começou no banco de suplentes e só na segunda parte foi lançado por Vítor Pereira. Soube a despedida, soube a desilusão pela perda anunciada de um dos grandes jogadores do luso-campeonato.
O Momento: a grande penalidade do Rio Ave
Além da posição irregular de João Tomás, Djalma não parece cometer qualquer infração sobre o ponta-de-lança. Há um erro a duplicar da equipa de arbitragem, pois. Este relançou o Rio Ave na discussão do jogo e acordou o F.C. Porto do descanso que fizera por merecer. Na transformação do castigo máximo, João Tomás não facilitou.
Outros destaques
João Moutinho
Momento de forma soberbo. Não baixa o ritmo, não tira o pé, não despe o fato de operário. Toca piano e carrega-o com o à-vontade dos que nada sabem fazer mal. Fantástica a receção e o passe de primeira para Varela no segundo golo. Ainda melhor o passe longo a isolar Kléber logo no início da segunda parte. Agora é esperar que mantenha este nível até ao Euro-2012. A seleção precisa de um João Moutinho assim. Excelente entendimento com Steven Defour.
James Rodríguez
A posição fez assenta-lhe na perfeição. É nos espaços interiores que melhor respira e inspira a equipa. Brilhante no segundo golo. Recebe a bola ainda numa posição recuada, joga na esquerda e aparece na área adversária, alguns passes depois, a encostar para golo. É um executante soberbo, claramente propenso a esta função. É dele também o passe para Djalma na génese do primeiro golo. Possui a inteligência dos eleitos, a mordacidade dos mais venenosos.
Silvestre Varela
Excelente início de jogo, a arrepiar caminho e a trocar as voltas a Jean Sony na esquerda. As recentes aparições colocam-no perto de ser opção para o Campeonato da Europa. Está mais solto, mais confiante e as coisas saem-lhe melhor. De qualquer forma, não consegue fazer as mudanças de velocidade que fazia nas duas primeiras temporadas de F.C. Porto.
João Tomás
Ainda e sempre a referência máxima neste Rio Ave. Além do penalty conquistado e transformado, teve pelo menos dois cabeceamentos perigosíssimos. Compensa com o posicionamento exemplar a natural falta de velocidade. É, aos 36 anos, ainda um dos grandes pontas-de-lança do futebol português. Acaba o campeonato com 11 golos.
Christian Atsu
Marcou ao F.C. Porto, olhou em direção do banco azul e branco e terá dito: «Vítor Pereira, aqui estou eu.» Tem condições para ser uma unidade importante na próxima versão do plantel dos dragões.
in "maisfutebol.iol.pt"