domingo, 21 de novembro de 2010

Belluschi pode ser o quinto internacional

O seleccionador da Argentina, Sergio Batista, esteve ontem reunido com os dois argentinos do FC Porto, Otamendi e Belluschi, concluindo assim a sua passagem por Portugal, agendada com o intuito de falar com jogadores que se possam vir a integrar em convocatórias, inclusive para a Copa América.

Se, nos próximos tempos, Belluschi vier a merecer a confiança de Batista, regressando à selecção argentina, esse será com certeza mais um ponto a favor de André Villas-Boas. Afinal, desde o início do seu consulado quatro jogadores voltaram às selecções após interregnos mais ou menos significativos, sendo o mais sonante dos casos o protagonizado por João Moutinho. Os outros são Sapunaru (Roménia) e Cristian Rodríguez, de regresso à selecção do Uruguai.


Passe de Belluschi discutido em tribunal

O nome de Fernando Belluschi voltou à actualidade na Argentina e não só pela conversa que ontem teve com o seleccionador do seu país, Sergio Batista (ver página 2). O médio do FC Porto motivou uma acção em tribunal da actual direcção do seu antigo clube, o River Plate, contra anteriores dirigentes. Daniel Passarella, presidente em exercício dos "milionarios" de Buenos Aires, decidiu avançar para a justiça contra o ex-presidente José Maria Aguilar e Mario Israel, antigo secretário-técnico, por considerar que estes deveriam ter deixado nos cofres do clube mais três milhões de euros... devido à transferência de Belluschi para o Olympiacos.

O caso teve origem numa dívida do River a uma empresa denominada Rio Fútbol, ligeiramente inferior a 800 mil dólares (cerca de 700 mil euros ao câmbio actual). Para a liquidar, os então dirigentes Aguilar e Israel cederam 35 por cento do passe de Belluschi à dita empresa. E é aqui que surge o FC Porto: foi o valor pago ao Olympiacos pelo líder da Liga Zon Sagres (cinco milhões de euros por metade do passe) que levou a actual direcção do River Plate a recorrer aos tribunais, por considerar que o valor de mercado do jogador era de dez milhões de euros e não os cerca de dois milhões que lhe fora atribuído pelos ex-dirigentes.

"Cancelou-se uma dívida com um activo que valia cinco vezes mais", explicou um elemento do departamento jurídico do River, justificando a acção legal.


in "ojogo.pt"

Dragão anti-surpresa na cimeira da Taça

O FC Porto é bem capaz de ter hoje o jogo mais difícil da época. Dúvidas? Se não for o mais difícil, será porventura o mais perigoso. Ganhar é uma obrigação para os portistas - e não é sempre? -, mas perder seria um desastre de proporções inimagináveis antes da visita a Alvalade. André Villas-Boas não se esqueceu de alertar ontem para os perigos que este jogo pode trazer à equipa, ainda mais numa altura em que se conta apenas uma história de 19 jogos bem-sucedidos. Pode nem parecer, mas já lá vão 19 (!) jogos sem perder esta época, contando-se 17 vitórias e apenas dois empates, ambos a um golo.

Seria difícil imaginar um arranque tão prometedor de André Villas-Boas, como também parece complicado de perceber as implicações que teria um eventual desaire na visita de hoje a Moreira de Cónegos. Por saber disso, o treinador do FC Porto prepara-se para apresentar uma equipa sem espaço para grandes experiências. João Moutinho, por exemplo, vai ser titular, apesar de ter representado a meio da semana a Selecção Nacional, onde somou 90' na vitória de proporções épica frente à Espanha. Este é apenas mais um sinal do grande respeito pelo Moreirense, até porque André Villas-Boas sabe que o actual 10º classificado da Liga Orangina é muito forte nos jogos disputados em casa. A prova disso está no facto de o Moreirense nunca ter perdido no Estádio Comendador Joaquim de Almeida, onde sofreu apenas um golo nos seis jogos já disputados esta temporada.

Por outro lado, o FC Porto tem responsabilidades acrescidas numa prova em que marcou presença nas últimas três finais - duas delas conquistadas. No total, são 22 jogos consecutivos na Taça de Portugal, competição em que ao longo dos últimos três anos somou apenas duas derrotas - na final de 2007/08, frente ao Sporting (perdida no prolongamento com dois golos de Tiuí), e na segunda mão da meia-final frente ao Estrela da Amadora, em 2008/09. Para encontrar uma eliminação, é preciso recuar ainda mais no tempo, mais precisamente a 2006/07, altura em que o Atlético surpreendeu o FC Porto em pleno Estádio do Dragão com um golo solitário do brasileiro David.

E será para evitar um desastre como aquele que André Villas-Boas vai apresentar a equipa mais forte que tem à sua disposição.

18h00

Sport TV1

in "ojogo.pt"

Falcao regressa, Walter a titular

Walter vai, ao que tudo indica, repetir a titularidade no ataque do FC Porto, isto apesar de Falcao estar recuperado da lesão que o afastou do encontro da semana passada com o Portimomense. Foi o próprio colombiano que revelou, na sua página pessoal do Twitter, a presença no encontro de hoje, depois de "ter feito fortalecimento [muscular]" no ginásio durante a última semana de trabalho. Falcao está pronto para jogar, foi convocado, mas André Villas-Boas prefere oferecer a titularidade a Walter, como forma de premiar o brasileiro pela boa exibição - e o golo... - realizada frente ao Portimonense. Desta forma, Walter deverá formar o ataque do FC Porto com o indiscutível Hulk e o português Ukra, aparentemente o eleito para fazer de Varela nesta partida.

Na convocatória ontem divulgada, destaque ainda para a ausência de Helton - Beto vai voltar a ser titular na Taça de Portugal - e, mais surpreendente ainda, de Souza, que volta a ficar de fora por mera opção técnica. Depois de um excelente arranque de temporada, o brasileiro tem vindo a perder espaço na equipa desde a má exibição realizada frente ao Limianos, precisamente para a Taça de Portugal. Desta forma, Villas-Boas voltou a preferir incluir Castro na lista de 18 convocados.

in "ojogo.pt"

Alvaro Pereira poderá ser opção ainda durante este ano

HÁ ESPERANÇA QUE O LATERAL RECUPERE RAPIDAMENTE DA LESÃO


As primeiras indicações apontavam para uma paragem de cerca de um mês, o que só lhe permitia voltar à competição em janeiro, mas Alvaro Pereira até poderá regressar à equipa a tempo de a ajudar nos últimos jogos antes da paragem de Natal. Pelo menos foi essa a convicção manifestada por André Villas-Boas. O problema no braço esquerdo poderá ter uma recuperação mais rápida.
“O prazo e a antevisão que fizeram da recuperação do Alvaro poderá não corresponder à realidade. Creio que não é esse o caso e há fortes possibilidades de que possa jogar ainda durante o ano de 2010. É nesse cenário que queremos acreditar”, referiu o técnico, privado de um jogador que tinha disputado 18 dos 19 encontros oficiais dos dragões esta época, todos na condição de titular.
Aposta certa
Mas está consumado o afastamento de Palito para os próximos jogos e sobre isso não há nada a fazer. É preciso resolver o problema e, nesse sentido, está perfeitamente identificado o sucessor do uruguaio. “Perde-se um jogador importante, mas temos o Rafa a um nível superior, como puderam constatar, não só no jogo com o Limianos como também no decorrer da pré-época. Chegou a oportunidade do Rafa e também estou convencido de que estará à altura de dar continuidade à qualidade exibicional que o Alvaro tem demonstrado, embora a polivalência do Fucile acrescente outra solução”, defendeu o treinador da moda na Europa.
Tendo chegado ao FC Porto por indicação de Villas-Boas, que o orientou na Académica, Emídio Rafael, de 24 anos, prepara-se assim para assumir o maior desafio da sua carreira. Ser titular na Taça de Portugal é um bom princípio para se afirmar, posteriormente, no campeonato. Alinhar em Alvalade é o desafio que se coloca ao lateral e confiança é coisa que não lhe deve faltar, depois das palavras elogiosas do treinador na conferência de imprensa. Resta-lhe agarrar a oportunidade.
in "record.pt"

Recursos para o 11

AUSÊNCIA DE VARELA NÃO PREOCUPA O TREINADOR


O momento de forma de Silvestre Varela era bom, mas Villas-Boas não se lamenta pela ausência do extremo português que mais golos marca no campeonato. De acordo com o treinador do FC Porto, o grupo tem argumentos capazes de contrariar a sua falta. “Perante o que temos feito em termos de gestão do plantel, podem reparar que temos recorrido a vários jogadores para a posição 11, aquela que é ocupada pelo Varela e para a qual há várias soluções, inclusive jogadores que estão num ótimo nível. Tal como para a posição de lateral-esquerdo, acho que há opções com valor, que dão todas as garantias e que permitirão manter esta dinâmica coletiva”, indicou Villas-Boas, lembrando que o FC Porto possui mais jogadores capazes de desempenhar a função de Silvestre Varela.
Sem contar com Hulk, que é titularíssimo no lado direito, e Mariano González, que não está inscrito, os dragões dispõem de mais três soluções para as alas: Cristian Rodríguez, Ukra e James Rodríguez. Destes, apenas o primeiro não foi convocado para o jogo desta tarde, em Moreira de Cónegos.
in "record.pt"

Dupla já passou a meia centena

CONTRIBUTO DO NOVO HULK

Com os 19 golos de Hulk em 2010, é fácil de perceber qual a dupla que tem assumido as despesas ofensivas do FC Porto. Parte substancial do sucesso dos dragões assenta no poder de fogo da parceria que vale mais de meia centena de remates certeiros, não sendo despiciendo o contributo de Varela, que soma já 13 tentos neste ano civil. O foco está, contudo, na máquina de eficácia que Falcão tem sido.

in "record.pt"

Artilharia pesada

FALCÃO ANSIOSO POR MARCAR MAIS GOLOS


A convocatória de André Villas-Boas para o jogo de hoje foi a encontro das expectativas e confirmou que os dragões olham para este desafio com a máxima responsabilidade. Falcão está de regresso e deve mesmo ser titular, ele que se mostrou ansioso por jogar, na perseguição do 37.º golo em 2010. É a artilharia pesada com Hulk também metido ao barulho, numa opção que pode custar a titularidade a Walter.
El Tigre não jogou contra o Portimonense e é inverosímil que não seja opção no desafio de hoje, até porque isso significaria uma paragem competitiva de três semanas entre os clássicos com o Benfica e com o Sporting. Mais do que isso, o colombiano cumpriu um plano de fortalecimento físico durante esta semana, apresentando-se portanto nas condições ideais.
A fazer a contagem dos golos que aponta neste ano civil, o matador portista já soma 36 e está no top-5 do futebol internacional, ainda bem distante do líder... Messi (57!). Na semana em que admitiu conhecer o interesse de vários clubes, Falcão volta a concentrar atenções nas metas coletivas do FC Porto. Com Villas-Boas a assumir um discurso de exigência, o dragão vai puxar dos galões para vencer o emblema da Liga da Honra e continuar uma caminhada na Taça que não conhece derrotas em eliminatórias desde janeiro de 2007!
Altas patentes
Sapunaru, Maicon e João Moutinho foram outros dos habituais titulares que perderam o duelo com o Portimonense e que não jogam pelo FC Porto desde a goleada ao Benfica. O caso do médio é distinto, uma vez que foi totalista, a meio da semana, no triunfo de Portugal sobre a equipa espanhola. Ainda assim, foi convocado por Villas-Boas, por muito que se admita que o tridente do meio-campo transite do encontro do último fim-de-semana.
Sapunaru, esse sim, é esperado no onze, sendo que dos internacionais só Moutinho e James Rodríguez mereceram chamada para a eliminatória. O colombiano, ainda assim, deve apresentar-se como solução de banco, aproveitando Ukra para voltar à titularidade. O extremo português não joga de início desde a 2.ª jornada da Liga, quando se lesionou logo nos primeiros minutos do encontro com o Beira-Mar. Surpreendente foi a ausência de Souza dos convocados, tanto mais que nem sequer consta do boletim clínico.
in "record.pt"

Villas-Boas diz que o F. C. Porto "tem a cabeça a prémio"


O F. C. Porto tem "a cabeça a prémio", porque ainda não perdeu esta época e isso motiva qualquer adversário. Sobretudo, o Moreirense, da Liga de Honra, que nada tem a perder na Taça de Portugal. O treinador André Villas-Boas deixou o alerta.

O F. C. Porto cruza-se com o Moreirense na quarta eliminatória da Taça de Portugal, "um jogo com um potencial de risco tremendo", segundo adianta o treinador André Villas-Boas, mesmo que os dois adversários sejam de campeonatos diferentes. Há motivos para o técnico optar por um discurso calculista, porque se trata de um desafio que "tem potencial para deitar abaixo o moral", caso os dragões sejam eliminados. E do outro lado estará um adversário motivado. Além disso, o histórico entre as duas equipas em Moreira de Cónegos é claro: três encontros, uma vitória portista e dois empates.
"A nossa cabeça continua a prémio, jornada após jornada. A invencibilidade do F. C. Porto está a prémio, um prémio alto que faz motivar e transcender. Por isso, é um jogo de alto risco e alertei os meus jogadores para isso", disse o técnico durante a conferência de Imprensa de antevisão do encontro, na qual confirmou que o lateral esquerdo Emídio Rafael será titular, em detrimento do lesionado Álvaro Pereira: "Perde-se um bom elemento, mas temos outro à altura de dar seguimento à qualidade exibicional".

Inter de Milão é disparate

Numa semana em que o nome de André Villas-Boas foi colocado na rota de interesses do Inter de Milão, fez questão de garantir que se trata de "um absoluto disparate, fora de tempo e de sentido", sublinhando que se trata de uma "notícia especulativa". Aliás, está fora dos planos uma saída imediata: "Ambicionei esta cadeira por muito tempo e não vou abdicar dela por qualquer coisa". Além do campeonato, o F. C. Porto tem outras ambições declaradas, entre elas a conquista da Liga Europa: "A maior barbaridade é equipas da Champions passarem para a segunda prova. A Liga Europa é a coitadinha das provas. Portanto, os coitadinhos ainda vêm para a competição dos coitadinhos, mas o F. C. Porto quer ganhá-la".

De novo em defesa de Jorge Jesus

Pela segunda vez esta época, voltou a sair em defesa de Jorge Jesus, treinador do Benfica, que tem estado exposto à crítica por algumas opções de cariz táctico, sobretudo pela goleada no Dragão: "Revolucionou e transformou o futebol de um clube. Do 80 passou ao oito, de bestial passou a besta. Em apenas três meses. É uma constatação chocante do que está a acontecer com um colega e que poderá passar-se comigo".

in "jn.pt"

Mourinho e Villas-Boas, tão iguais e tão diferentes

Num interessante artigo publicado há dias, a Marca procurou salientar os diversos pontos de contacto que existem entre José Mourinho e André Villas-Boas, para além daquele que é óbvio: os oito anos durante os quais este último fez parte da equipa técnica liderada pelo special one. O ponto de partida foi o tomar de consciência de que, na Europa, apenas o FC Porto está a conseguir um arranque de época mais vitorioso do que o Real Madrid. Ambos somam três vitórias e um empate nas respectivas provas europeias, mas os portistas registam dez vitórias e um empate na liga portuguesa, enquanto, em Espanha, os madrilenos somam mais um empate e menos uma vitória, em igual número de jornadas.

Como não faria sentido incluir os currículos neste olhar que nos chega de Madrid, comecemos por aquilo que é mais pacífico. Ambos os técnicos foram, de facto, futebolistas frustrados que decidiram transportar a sua paixão para os “bancos”. Um e outro beneficiaram da convivência com Bobby Robson e ambos lançaram as suas carreiras “graças ao seu descaramento, vontade de aprender e domínio do inglês”, que os ajudou a completar a formação em reputados cursos em Inglaterra e na Escócia. A propósito, é recordado que Villas-Boas (que tem hoje 33 anos, menos 14 do que Mourinho) foi director técnico das Ilhas Virgens Britânicas (durante um breve período chegou a ser o seleccionador), escondendo sempre que, então, só tinha 21 anos. “Só lhes disse quando vim embora.” De facto, Villas-Boas até foi ainda mais precoce, emancipando-se de Mourinho quando tinha apenas 31 anos, enquanto o técnico do Real só deixou Van Gaal aos 37.

O jornal considera outra similitude a circunstância de ambos terem começado a carreira a solo em clubes modestos (Leiria e Académica) e o facto de terem “explodido” no FC Porto. Mas, apesar de a passagem de Mourinho pelo Benfica poder ser tida como fugaz (como sugere a Marca), a verdade é que já na Luz se tinha percebido que estava ali alguém que fugia à normalidade (por alguma razão Mourinho só não seguiu logo para o Sporting porque Luís Duque cedeu às pressões da Juventude Leonina).

No trabalho falta, talvez, comparar as opções tácticas, sendo certo que o actual FC Porto faz lembrar aquele que Mourinho levou à conquista do título e da Taça UEFA, na sua primeira época completa nas Antas (por sinal, a última também disputada naquele estádio). Resta é saber se Villas-Boas vai acabar também por ceder ao futebol mais cínico (por mais eficaz e menos espectacular), rótulo colocado a Mourinho pelo menos até esta fase mais exuberante no Real Madrid. Essa tendência só poderá ser confirmada à medida que Vilas-Boas amadureça e viva outras experiências, sendo, no entanto, verdade que os presentes sinais não vão nesse sentido.

O autor do artigo (Santiago Siguero) diz, com razão, que deverá ser divertido quando eles se cruzarem como antagonistas num qualquer estádio. Até porque, acrescenta, são parecidos na forma como se comportam nas salas de imprensa. É impossível discordar totalmente, mas também é verdade que já se nota alguma diferença na utilização da verve. Villas-Boas parece mais emocional e autêntico (mesmo quando reconhece os erros, como após a interpretação errada de um lance em Guimarães), enquanto Mourinho é mais frio e parece estar sempre, mesmo quando quer transmitir emoções fortes, a cumprir um guião que ele próprio elaborou.

Num livro lançado em Itália, com o título “Mourinho, o extraterrestre”, Sandro Modeo compara o ex-treinador do Inter a Harry Houdini, o maior ilusionista do mundo. Mourinho não consegue libertar-se de correntes e cadeados mesmo fechado numa caixa imersa na água, mas não há dúvida que tem truques que o diferenciam, pelo menos até ao momento, de Villas-Boas.

Mourinho é um mestre do conflito, sabendo o que pretende atingir quando passa um ralhete público a um dos seus jogadores, quando acusa um técnico adversário de ter oferecido a vitória ao Barcelona, quando sorri e cumprimenta adeptos adversários que o insultam ou quando manda para aquela parte um árbitro. São três exemplos já retirados da sua aventura madrilena, mas muitos outros podem ser encontrados noutras paragens. Porque, como dizia há dias Emílio Bultragueño, Mourinho foi para Madrid para ganhar, “não para fazer amigos”. 

Nesta pose de rock-star percebe-se a estratégia de servir de pára-raios aos jogadores, pouco lhe importando, por exemplo, que um cronista adepto do Real o acuse de lhe faltar “a excelência, a elegância e o cavalheirismo de que sempre fez gala este clube”. Até porque na suculenta imprensa espanhola logo surge alguém a defender que “atacar Mourinho e criar-lhe o ambiente mais hostil em campo converteu-se no desporto da moda”. Nesta matéria, Villas-Boas ainda tem muito a aprender. Ou não. Porque, por muito iguais que eles sejam, também podem ser diferentes. 


Bruno Prata in "publico.pt"

FC Porto e Benfica estão a descolar do Sporting nas despesas e receitas

Ponto 1: a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do FC Porto teve lucro pela quarta temporada seguida, enquanto as do Benfica e do Sporting acumularam prejuízos pelo segundo ano consecutivo. Ponto 2: na época do regresso aos títulos, o Benfica aumentou em larga escala as receitas e as despesas. Ponto 3: Benfica e FC Porto começam a distanciar-se do Sporting, quer ao nível de receitas, quer de despesas.

Estas são três das principais conclusões que se podem retirar da análise comparada dos relatórios e contas enviados pelas três SAD à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e que foram publicados nas últimas semanas.

Comparar as contas dos três grandes clubes portugueses é mais difícil do que seria imaginável quando se fala de sociedades cotadas em bolsa. É que as contas reveladas pelas três principais SAD dizem respeito a universos diferentes, porque uma inclui quase todas as empresas do grupo (Benfica), outra quase todas mas não a totalidade do estádio (FC Porto) e outra exclui quase todas as restantes empresas do grupo (Sporting).

O PÚBLICO centrou-se, por isso, naquilo que é comparável: o universo das SAD, deixando de fora os valores das outras empresas do grupo (consolidado).

A primeira conclusão é que só o FC Porto garantiu lucros na época passada. Um valor baixo (400 mil euros) e “só possível graças a receitas extraordinárias como a vendas de jogadores”, como destaca Hélder Varandas, especialista em finanças do futebol — a SAD portista, no entanto, só no próximo exercício incluirá os valores das vendas de Bruno Alves e Raul Meireles.

Já o Benfica — e mesmo com um aumento considerável de receitas e a venda de Di María (a transferência de Ramires só será contabilizada em 2010/11) — teve um prejuízo de 20,3 milhões de euros. É certo que o clube da Luz não contou na temporada passada com as importantes receitas da Liga dos Campeões, mas os “custos [65,4] são enormes”, diz Hélder Varandas.

Modelo insustentável

A situação do Sporting é ainda mais preocupante. Mesmo tendo custos bastante inferiores aos dos dois rivais, a SAD de Alvalade apresentou o maior prejuízo: 26,5 milhões de euros. Hélder Varandas sublinha que o clube teve de partir para a reestruturação financeira, para sair de uma situação de capitais próprios negativos (vulgarmente definida como falência técnica).

E se é verdade que nos custos e receitas da época passada, a distância que separa o Sporting do FC Porto é praticamente igual à que separa portistas do Benfica, uma análise mais larga no tempo mostra FC Porto e Benfica a alternarem na liderança das receitas e o Sporting a ficar para trás. O clube de Alvalade ressentiu-se não só da ausência da Liga dos Campeões, mas também da quebra nas receitas de patrocínios e de bilheteira.

“Mais duas épocas assim e o Sporting pode começar a aproximar-se mais do Sp. Braga e V. Guimarães que do Benfica e FC Porto”, avisa Varandas.

Apesar de algumas diferenças, os clubes continuam a ter nos direitos televisivos, bilheteira e patrocínios as principais receitas fixas. Ao que se junta a venda de jogadores, algo particularmente importante no FC Porto, que tem sido o “grande” a explorar mais esta vertente.

A SAD portista, por outro lado, é aquela que gasta uma maior quota dos proveitos operacionais em salários (77 por cento), contra 68 do Sporting e 65 do Benfica.

Será este um modelo sustentável? “Acho que não é. Os clubes têm de ter cuidado com aumentos de endividamento. A dada altura, gastaram mais do que tinham e agora pagam muitos juros, numa altura em que eles estão baixos. E vão subir”, alerta Hélder Varandas, considerando que é preciso actuar na despesa e “inventar receitas”: “As receitas televisivas são importantes. O Benfica anda atrás disso para resolver o seu problema”, diz, apontando ainda a cedência de direitos das apostas desportivas como outro caminho.


in "publico.pt"

«Força da equipa é que manda» – Hulk

O brasileiro Hulk é o rosto principal da Liga Zon Sagres: foi o melhor jogador de Agosto, Setembro e Outubro, e por isso, a escolha praticamente incontornável da Liga para o lançamento da nova publicação em que a estrutura organizativa do futebol profissional aposta, a revista Liga Directa. 

Coleccionador de prémios e superlativos, Hulk é exaustivamente apresentado como cabeça de cartaz da publicação, mas deixa bem claro: «Quem manda é a força da equipa», diz, distribuindo méritos por toda a composição do futebol profissional do FC Porto.

Neste trabalho, outra frase significativa do jogador: «Nenhum título individual terá o mesmo sabor sem títulos colectivos», uma postura que reforça a imagem recriada à volta de Hulk, a face mais expressiva do êxito portista.


in "abola.pt"