sexta-feira, 10 de setembro de 2010

F. C. Porto-Sp. Braga (antevisão): isto é um jogo de candidatos



A Liga só tem a ganhar com jogos destes. Duas boas equipas, recheadas de ambição, candidatas assumidas ao troféu, estádio cheio e promessas de bom futebol. O F.C. Porto-Sp. Braga tem tudo para ser uma partida intensa, bem jogada e dividida.

André Villas-Boas não tem dúvidas e coloca os minhotos no lote de proponente ao sucesso no campeonato. Só um louco desatento não o faria. Basta olhar para a qualidade das unidades ao dispor de Domingos Paciência. Esse mesmo, o ídolo de juventude do treinador do F.C. Porto.

Esse é outro dos atractivos desta peleja. Dois técnicos jovens, dos mais entusiasmantes no universo nacional, carregados de convicções e ideias com o seu quê de romântico. O estudioso, ex-aprendiz irreverente, ambicioso e decidido; o pragmático, maturado na universidade do golo, descomplexado e equilibrado.

Dois conjuntos de qualidade, dois treinadores capacitados, ingredientes mais do que suficientes para 90 minutos de muita e boa bola.

Fucile e Otamendi ficam para outras núpcias

Seis jogos oficias, seis vitórias. Assim se desencanta uma fórmula mágica, capaz de sacudir a pressão da desconfiança para outras paragens. Haverá alguém que ainda se lembre dos 32 anos de André Villas-Boas?

Antes da interrupção na Liga, o F.C. Porto atingira um patamar qualitativo muito interessante. Há uma nova ordem para os lados do Dragão, embora os princípios se mantenham imutáveis.

Mesmo o lateral direito (Sapunaru) e a dupla de centrais (Rolando e Maicon), aparentemente os elos mais débeis da estrutura, se têm saído bem. Villas-Boas, de resto, fez questão de elogiar o romeno e Maicon na antevisão deste jogo. Sinal de que Fucile e Otamendi terão de aguardar por outra oportunidade.

O trio do meio-campo deverá ser o mesmo do costume, com Souza e Rúben Micael à espreita. Na frente, Falcao mesmo «morto» é a referência de sempre, com Hulk e Varela (ou Cebola Rodríguez) nas alas.

Um crescimento que não nasce do acaso

O 5-1 da última época continua presente nas mentes arsenalistas. Não atormenta, mas mói, mexe com um ego já demasiado grande para ser assim beliscado. Com menos dois pontos do que o F.C. Porto na classificação, o Sp. Braga sabe que uma derrota propicia uma margem demasiado confortável à gestão dos azuis e brancos.

O Sp. Braga tem mais uma oportunidade de confirmar que é, de facto, grande. Que tudo o que tem conseguido é resultado de uma ascensão sustentada e organizada.

EQUIPAS PROVÁVEIS:

F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Maicon e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi e João Moutinho; Hulk, Falcao e Silvestre Varela.

Outros convocados: Beto, Fucile, Otamendi, Souza, Rúben Micael, Cristian Rodríguez e Walter.

SP. BRAGA: Felipe; Sílvio, Moisés, Rodríguez e Elderson Echiejile; Vandinho, Leandro Salino e Hugo Viana; Luís Aguiar; Alan e Paulo César.

in "maisfutebol.iol.pt"

F.C. Porto: Otamendi é estreia para o Sp. Braga

Varela recupera e está nos convocados, James e Sereno de fora

Nicolas Otamendi é a grande novidade na convocatória do F.C. Porto para a recepção ao Sp. Braga na quarta jornada da Liga, marcada para este sábado. O central argentino, último reforço dos «dragões», estreia-se nas escolhas de André Villas Boas.

Nota ainda para a chamada de Varela, recuperado depois de falhar o duplo compromisso da selecção por lesão. Sapunaru, que saiu lesionado da deslocação ao reduto do Rio Ave, também surge na lista.

O técnico deixou de resto de fora das opções James Rodriguez (trabalhou com limitações durante a pausa na Liga) e Sereno. Mariano González e Guarin, que cumprem treino condicionado, são os únicos clientes do departamento clínico do F.C. Porto.

Lista de convocados

Guarda-redes: Helton e Beto;
Defesas: Maicon, Alvaro Pereira, Fucile, Rolando, Sapunaru e Otamendi;
Médios: Belluschi, João Moutinho, Souza, Fernando e Rúben Micael;
Avançados: Falcao, Walter, Cristian Rodríguez, Hulk e Varela.

in "maisfutebol.iol.pt"

Yuran. "O FC Porto era uma família. O Benfica era uma... brincadeira"



Mogrovejo, Paz, N''Tsunda, Zwane e Baroni. Por incrível que pareça, é assim que começa a caminhada para o inédito penta do futebol português. São estes cinco jogadores os primeiros a ser contratados pelo FC Porto, cortesia de Marcelo Housemann, empresário argentino com ligações privilegiadas ao técnico inglês Bobby Robson. A ideia dos portistas é competir com o campeão Benfica, mas cada nome é pior que o outro. Só se salva o peruano Baroni, o único que joga, ainda que a espaços (14 jogos, todos a suplente), durante a época. Para salvaguardar este quinteto de fiascos, o FC Porto entra finalmente em cena e contrata jogadores a sério, como Emerson (ex-Belenenses) e Rui Barros (Marselha).

Está fechado o plantel? Não, faltam dois jogadores, que só chegam no último dia do mercado: Serguei Yuran e Vassili Kulkov. Se o FC Porto dá tiros nos pés com o penta de reforços de meia-tigela, o Benfica não lhe fica atrás. Além de trocar o treinador campeão (Toni) por Artur Jorge, este novo timoneiro dispensa os dois russos, que, sem clube, rapidamente se apresentam nas Antas. Para jogar e para ganhar - foram aliás os únicos estrangeiros a sagrar-se campeões nacionais em anos seguidos por equipas diferentes. Foi Yuran quem nos chamou a atenção para esta curiosidade.

Yuran, boa tarde. Como está?

Boa noite, aqui já é noite [em Moscovo, são três horas a mais que em Lisboa]. Estou bem, obrigado.

Quero entrevistá-lo. Posso falar português à vontade?

Claro que sim. Aprendi português há mais de dez anos e pratico-o de vez em quando. Há uns três anos estive aí no Algarve com a minha equipa [Shinnik Yaroslavl]. Olha, perdemos com a Olhanense, por exemplo. E pratiquei o meu português. Com o árbitro. Eheheh...

E agora o que faz?

Sou um treinador desempregado. Mas daqui a 15/20 dias hei-de arranjar uma solução. Há conversações com clubes.

Do que eu quero falar consigo é da carreira de jogador em Portugal. Lembrava-se que neste dia, 10 de Setembro, em 1994, você e o Kulkov se estrearam pelo FC Porto?

Do dia em si, não, mas lembro-me dessa troca e do que ela provocou no futebol português. Afinal não é todos os dias que se sai de um campeão para outro...

De um campeão para outro?

Sim. Nós fomos campeões pelo Benfica em 1994 e fomos campeões pelo FC Porto em 1995. Fomos os primeiros - se não engano, até agora os únicos - jogadores estrangeiros a vencer dois campeonatos nacionais seguidos por clubes diferentes.

Bem visto. Havia diferenças entre o Benfica e o FC Porto?

Ahhhh, claro que sim. O FC Porto era uma família, o Benfica... uma brincadeira. Naqueles tempos o Benfica trocava de treinador constantemente, e até de presidente. No FC Porto ainda hoje isso é impensável. Há um homem-forte que move todo um clube, em luta por títulos e mais títulos. Nunca adormecem à sombra da glória. Têm sempre fome. Por isso o FC Porto foi bicampeão europeu e bicampeão mundial nos últimos 25 anos. Por isso o FC Porto está sempre nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões ou da Taça UEFA.

Mas o Benfica foi quem o trouxe para a Europa, certo?

Sim. Cheguei a Lisboa em 1991. No ano anterior ganhei tudo ao serviço do Dínamo Kiev: campeão da URSS, vencedor da Taça da URSS e eleito melhor jogador da URSS. Além disso, marquei cinco golos na Taça das Taças, um deles em Barcelona [1-1]. Isso deu-me projecção e o passo normal era uma transferência para um grande do futebol europeu. Calhou ser o Benfica. O Eriksson insistiu na minha contratação.

Como foram os tempos em Lisboa?

Loucos, eheheh. Agora entendo a raiva de algumas pessoas, mas têm de compreender que eu e o Kulkov, que chegou na mesma época que eu, só que vindo do Spartak Moscovo, viemos de uma realidade completamente diferente. Em Kiev, na URSS, era treino, estágio, treino, estágio. Uma seca, pá! Os jogadores passavam muitas horas juntos, sem nada para fazer. Quando chegámos a Portugal havia um treino de hora e meia e depois era dia livre para o que quiséssemos fazer. Por isso íamos às compras, íamos aos restaurantes, íamos passear, íamos para os bares. Agora entendo que isso é errado, mas aquela realidade entrou em choque com a nossa cultura e deixámo-nos absorver por ela. E foi bom.

Quando iam aos restaurantes ou aos bares, nenhum adepto vos irritou ou incomodou?

Nunca, nunca. Sempre tivemos o respeito de toda a gente. Algumas pessoas até nos ofereciam uns copos. E diziam-se do Benfica. Será que era do Sporting e só nos queriam enganar? Eheheh...

E a ressaca no dia seguinte?

Não havia ressaca nenhuma. Eheheh. Treinávamos normalmente, como se nada fosse. E quando tínhamos algum problema falávamos com o Eriksson [o treinador, sueco, na primeira época de Yuran e Kulkov, em 1991-92].

Então o Yuran nunca teve problemas no Benfica?

Só nunca contei com a compreensão do Mozer. Esse estava sempre a implicar comigo.

Porquê?

Não sei, pergunta-lhe tu a ele. Não devia gostar das pessoas de Leste. Também implicou com o Ivic [treinador jugoslavo no início da época 1992-93, substituído em Dezembro por Toni]. Comigo, às vezes, era duro naquelas bolas divididas. Eu revidava e lá vinham problemas, porque ele não aceitava que lhe tocassem. Quantas vezes o treino foi interrompido para os outros nos separarem? Não há dedos nas mãos para isso. Mas o problema maior nem era esse.

Então?

No FC Porto, o Paulinho Santos e eu também estávamos sempre às turras. Depois, no balneário, os mais velhos, como o João Pinto, juntavam-nos, abraçavam-nos e serenavam os ânimos. Costumavam chamar-nos o Mike Tyson I e o Mike Tyson II. Íamos almoçar em grupo, ali para os lados de Vila do Conde, de onde era natural o Paulinho Santos, ou então ia só almoçar com o Mourinho e tudo ficava resolvido. No Benfica não havia esse sentimento de aproximação depois dos treinos. As brigas entre mim e o Mozer eram constantes e nunca nos acalmavam os ânimos. No fim do treino, cada um ia à sua vida. No dia seguinte eu aparecia descontraído e o Mozer parecia que trazia o problema do dia anterior com ele e aí era pior ainda.

Como se deu a troca Benfica-FC Porto?

Foi tudo muito rápido. O Artur Jorge não contava connosco e tratámos de arranjar um clube, com a ajuda do nosso empresário [Paulo Barbosa]. Tanto eu como o Kulkov nos dávamos muito bem com o Bobby Robson, sobretudo depois do acidente do Cherbakov [avançado russo que ficou tetraplégico depois de um acidente de viação na Avenida da Liberdade], em que nós os três, mais o Mourinho [adjunto de Robson], nos encontrávamos no hospital [S. José, em Lisboa] com regularidade. Ficámos amigos desde então e trocávamos muitas mensagens. Quando soube que o Benfica nos dispensara, o Robson falou com o Pinto da Costa e o negócio fez-se num instante. O Benfica ainda ganhou muito dinheiro com esta dupla transferência [a segunda da história entre os dois clubes, depois de Dito e Rui Águas terem feito o mesmo trajecto, em 1988-89], mas nós é que voltámos a ser campeões.

Alguma recordação especial dessa época?

Ahhhh, claro que é aquele golo na Luz [2 de Outubro de 1994]. Marquei o 1-0 aos 65 minutos, fui expulso por dois amarelos aos 75'' e o Isaías empatou aos 90''. Acabou 1-1, mas marcar aquele golo foi muito bom, libertador. A caminho do balneário, o José Mourinho, naquele estilo que ainda hoje lhe é característico, agarrou-se a mim e gritava para o ar ''és o maior'', ''estás aqui é para marcar'', ''mostraste aos gajos que és bom'', ''deste-lhes uma lição''. Eu só me ria, enquanto os jogadores do Benfica seguiam cabisbaixos, como o treinador [Artur Jorge] e até o presidente [Manuel Damásio]. O Mourinho deixou a porta do balneário aberta e continuou a falar altíssimo, para os do Benfica ouvirem.

Foi bicampeão nacional e depois voltou à Rússia.

Estava cansado e triste. Aconteceram muitas coisas más, como o acidente do Cherbakov [pausa], a morte do Rui Filipe [mais uma pausa]. Bem sei que são coisas que acontecem, mas de certa forma enfraquecem-nos. Por isso quis voltar para casa. E até fui bem-sucedido, no Spartak Moscovo.

Ao lado do Kulkov?

Claro, éramos inseparáveis. E eu pergunto: quantas equipas ganharam os seis jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões? O Spartak Moscovo, em 1995-96, num grupo com Blackburn, Légia Varsóvia e Rosenborg. Seis jogos, seis vitórias. Eu marquei quatro golos, um em Blackburn, quando ganhámos 1-0. Foi, aliás, esse o golo que me fez transferir para o Millwall, também da Inglaterra, a meio dessa época.

Deixe-me adivinhar: você e o Kulkov?

Claro que sim, mas então? O Bobby Robson aconselhou-nos ao Mick McCarthy, o treinador do Millwall. O problema é que mal chegámos o Mick saiu para treinar a selecção da República da Irlanda. Com outro treinador, não jogámos muito. Ou mesmo pouco.
 
in "ionline.pt"

AVB: "Deixar o Braga numa posição desconfortável"



O Braga já não vai apanhar ninguém desprevenido. A convicção é de André Villas-Boas e baseia-se na excelente época realizada pelos minhotos em 2009/10 e pelo recente apuramento para a fase de grupos Liga dos Campeões. Na véspera de receber o vice-campeão nacional no Dragão, o técnico garantiu um FC Porto organizado e capaz de manter o registo vitorioso dos seis jogos anteriores. Mesmo que a paragem tenha condicionado a preparação do encontro.

Como perspectiva o jogo com o Braga?

Queremos continuar a ganhar e a paragem não ajuda as dinâmicas que estão construídas. Ontem [anteontem] foi para recuperação porque os internacionais chegaram tarde das selecções e o Falcao só voltou hoje [ontem]. Optámos por recuperar e hoje [ontem] já treinámos mais intensamente. Acreditamos que a equipa se vai manter a um nível exibicional elevado e de resultados positivos. Queremos manter a liderança e deixar o Braga numa posição desconfortável à quarta jornada. O Braga quer, obviamente fazer o contrário. É uma equipa que se pode permitir a jogar na casa dos grandes e ganhar, foi assim que ganhou em Alvalade, na época passada.

Que opinião tem do adversário?

O Braga vem motivado por uma entrada na Liga dos Campeões totalmente meritória em mais uma elevação do futebol português na Europa. São duas equipas que lutam pelo campeonato, mas o FC Porto e os outros grandes, em relação ao Braga, já não serão apanhados desprevenidos. Na época passada, a consideração que se tinha era de que mais tarde ou mais cedo acabaria por perder pontos e isso foi uma observação errada. Agora estão todos mais alerta e concentrados, sabendo que não se pode relaxar.

Este é o adversário mais difícil que o FC Porto teve até à data?

O Braga é um candidato ao título. É um jogo que permite colocar um candidato a uma distância considerável. É esse o nosso sentimento. O Braga quer continuar a mostrar que é uma equipa de topo.

Vão enfrentar-se as duas melhores equipas do campeonato até ao momento?

O FC Porto e o Braga estão no topo da classificação e foram as que começaram mais regulares, mas não posso dizer que são as melhores. Há boas equipas e o Benfica e o Sporting que estão em ascensão. O Sporting joga em casa e pretende continuar o seu percurso perto dos lugares da frente e o Benfica com uma deslocação difícil.

Um FC Porto ao nível dos últimos jogos será suficiente para vencer o Braga?

Procuramos sempre o resultado e a exibição. Retiro mais prazer quando jogamos bem e demonstramos a beleza do nosso jogo. O FC Porto é uma equipa em crescendo, com exibições que têm variado, mas mantido uma regularidade de princípios. Se é suficiente ou não, vamos ver.

Até por isso estará pouco tentado a fazer alterações?
Vamos ter uma carga de jogos em Setembro e Outubro importante, principalmente devido às viagens e às deslocações difíceis à Bulgária e à Madeira e depois à Turquia. Nesse sentido, é natural que mais tarde ou mais cedo a rotação seja introduzida. Para este jogo não sei. O mais importante é manter o nível elevado de rendimento, sejam quais forem as opções.

Já venceu o Benfica, ganhar ao Braga significará ter uma equipa mais mentalizada que pode conquistar o título?

É muito cedo. Até à 11ª jornada não se poderá estabelecer um padrão em termos de classificação. São quatros equipas a lutar pelo título e afastar o Braga para cinco pontos à quarta jornada é um passo importante, mas não decisivo. O Braga teve uma regularidade impressionante na época passada e não são normais os feitos que tem alcançado. É uma equipa que respira motivação, os jogadores estão unidos em torno do líder e dos objectivos. Toda a cautela é pouca, mas estamos organizados para vencer. Uma vitória do FC Porto não ditará o afastamento do Braga da luta.

"Entregámos um Falcao fresco, devolveram um Falcao morto"

O JOGO fez as contas e concluiu que Falcao teve de percorrer mais de 27 mil quilómetros para jogar dois particulares pela Colômbia, tendo regressado apenas ontem de manhã. Villas-Boas reconheceu ter recebido um avançado exausto pelo que as horas até ao jogo com o Braga serão de repouso absoluto. Admitindo que o FC Porto tem margem de progressão e erros para colmatar, considerou injusta a campanha feita por alguma Comunicação Social a favor da entrada de Fucile e Otamendi na equipa.

Paragem foi de alguma forma benéfica ou condicionou por só ter agora os jogadores?

Os que ficaram permitiram continuar a trabalhar os nossos processos e conhecer um pouco mais o que temos à disposição na formação. Agora, a dinâmica de vitória que estava instalada poderá ou não sofrer atrasos. Vai depender do que fizermos com o Braga. A equipa está preparada e organizada o suficiente para se manter nas vitórias. Houve jogadores que foram para as selecções com resultados variáveis e nesse sentido houve motivações e desmotivações.

Qual a margem de crescimento deste FC Porto?

Há sempre espaço para a evolução. Há erros que podem ser colmatados. Caminhar para a perfeição é um pouco caminhar para o infinito, mas queremos crescer como colectivo. Há decisões na estética do jogo que podemos melhorar e aspectos defensivos em que é claro que podemos dar o salto. O fundamental é manter a regularidade.

Por isso é que não tem mudado as rotinas defensivas?

Há muitas opções, mas acho que o empurrão da Comunicação Social ao Otamendi e ao Fucile não é justo para o Maicon, o Rolando, o Sereno e o Sapunaru. O Otamendi tem um período de adaptação ao estilo de jogo do FC Porto e o Fucile tem de continuar a trabalhar. Foi determinante nos quatros anos, mas encontra um Sapunaru a um nível elevado. Estão próximos um do outro.

Que objectivos é que tem para este ciclo que agora se inicia?

O objectivo global é ganhar o campeonato, mas queremos deixar o Braga numa posição desconfortável. É esse o objectivo imediato, passando mais uma jornada na liderança.

Pergunta O JOGO

Em que condições é que Falcao se apresentou depois de ter feito mais de 27 mil quilómetros para jogar dois particulares pela selecção da Colômbia?

Completamente exausto. Acontece a qualquer um. Foi um número anormal de horas de voo, ainda por cima o voo para a Venezuela partiu com três horas de atraso e, por causa disso, a equipa chegou lá já de madrugada. Entregámos um jogador fresco e eles entregaram um jogador morto e exausto. O tempo de recuperação até ao jogo será suficiente para se apresentar fresco.

"Hulk vai continuar a representar a selecção"

Em entrevista a O JOGO Robinho admitiu que gostaria de ter Hulk ao seu lado no Milan. Villas-Boas registou a intenção do craque brasileiro e não se mostrou preocupado com a projecção que o seu jogador tem tido nos últimos dias por ter estado no estágio em Barcelona. "Foi apenas um estágio da selecção brasileira e, sem querer criticar, há uma série anormal de jogadores que consegue ser internacional, mas depois nem todos dão sequência", recordou. Contudo, está convencido que Hulk fará parte daqueles que vão manter-se na lista de convocados de Mano Menezes. "Acreditamos no potencial do Hulk e que pode continuar a representar a selecção e que se não fosse o castigo teria estado no Mundial. Mas só o rendimento dele no FC Porto permitirá chegara à selecção. Esta chamada foi um factor motivacional nesta fase e esperamos que assim continue e que não seja de desmotivação se por acaso ficar de fora", referiu.

"Se ganhar a jogar mal, não durmo bem"

Por não dar entrevistas individuais - um hábito que mantém desde a Académica -, nos últimos dez minutos da conferência de Imprensa Villas-Boas respondeu, em inglês, às perguntas de um jornalista japonês, a preparar um trabalho de quatro páginas sobre o técnico a publicar brevemente na revista "The Hochi Shimbun". "O facto de estar aqui um jornalista do Japão demonstra que provoco uma certa curiosidade. Se estou a ter sucesso, devo-o também a um grupo de jogadores e a uma estrutura", começou por dizer Villas-Boas.

Sem medo de assumir o objectivo de "vencer tudo", o treinador descreveu a maneira como se vive o futebol em Portugal. "As pessoas prezam-te quando vences, mas quando perdes não toleram as falhas. Quando falhas, que pode ser por causa da natureza do jogo, afectam o teu moral." Com seis vitórias em seis jogos, Villas-Boas também disse estar preparado para momentos menos bons. "Mais cedo ou mais tarde haverá falhas", reconheceu.

A maneira como chegou ao futebol, pela mão de Bobby Robson, também fez parte do questionário da revista nipónica, tal como a colaboração com José Mourinho. "Todos os treinadores me deram experiência e conhecimento. Estou grato aos dois e não esqueço o que me ajudaram, mas também demonstrei o meu profissionalismo." Logo depois veio a comparação. "As ideologias dos meus pais, entre aspas, são diferentes. O Robson tinha uma maneira de pensar o futebol, enquanto o Mourinho adopta maneiras diferentes de jogar dependendo das equipas que orienta", recordou.

Assumindo-se como um "romântico do futebol", que gosta de trabalhar aspectos como a "posse e a velocidade de circulação da bola", o treinador portista valoriza um jogo com "muitas oportunidades de golo, sucesso e futebol de ataque". No entanto, vencer não é tudo. "Os adeptos merecem bom futebol. Nem sempre se recordam apenas as equipas que ganham, mas também as que jogam bem. Como a Holanda de Rinus Michels, o Brasil de 1982, o Bari de Giampero Ventura [futebol italiano, época passada] ou ainda equipas como a Argentina de Marcelo Bielsa. No álbum do futebol, recordam-se os vencedores e os que jogam bem. Se ganhar a jogar mal, não durmo bem", explicou.

Dizendo que não chegou ao FC Porto sem provas dadas - "Não é fácil convencer o presidente do FC Porto" -, Villas-Boas revelou alguns "sonhos estranhos" para a sua carreira. "Gostava de treinar na Argentina, no Chile e no Japão, porque gosto de Tóquio. Mas tenho um trabalho de sonho no FC Porto e quero ficar cá muitos anos. O normal é um treinador não ficar mais de dois anos neste clube, mas tenho de convencer o presidente para ficar dez anos. Adoro o clube, o ambiente e sinto-me envolvido com tudo. Adoro a cidade e as pessoas do Norte, que representam uma certa maneira de ser e com as quais me identifico. Não se encontram estes valores em todo o lado", afirmou André Villas-Boas.

A culpa, afinal, é do ídolo Domingos

Villas-Boas partilhou, com os jornalistas, uma história curiosa sobre o início da sua carreira, admitindo que tinha em Domingos, antigo jogador do FC Porto e actual treinador do Braga, um ídolo da sua juventude. Mais: pelos vistos, Domingos foi o responsável por certo dia ter perdido a vergonha e confrontado Bobby Robson quanto à fraca utilização do avançado. Na sua opinião, o goleador devia ter um papel mais activo na equipa, o que viria a acontecer mais tarde. Esta conversa seria decisiva para a carreira que Villas-Boas abraçou entretanto. "Ele foi o jogador que espoletou o meu início. Quando abordei pela primeira vez o Robson, foi para lhe mostrar a minha insatisfação pelo facto de o Domingos não estar a jogar. O meu atrevimento de jovem permitiu-me descordar da opinião dele e, sem dúvida, não estaria nesta cadeira se não fosse essa história", contou, mostrando-se aliviado por Domingos não poder defrontar o FC Porto amanhã à noite. "Era um apreciador das suas qualidades, assim como sou das suas qualidades como líder e treinador. Os feitos do Braga e a sua regularidade, sobretudo tendo perdido algumas peças fundamentais, não são normais. Está ali um grupo forte para fazer frente aos clubes mais fortes. Tem um presidente e um treinador ambiciosos, uma excelente estrutura e jogadores motivados", acrescentou.

"Não sei a que arbitragens Vieira se refere"

Em entrevista à SIC, Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, exigiu isenção às arbitragens, apontando-as como responsáveis pelas duas derrotas dos encarnados no arranque do campeonato. Villas-Boas foi convidado a comentar estas afirmações e aproveitou para relembrar o jogo "agressivo" do Benfica na Supertaça, considerando normal que o tema das arbitragens tenha sido usado como "entretenimento" durante a paragem da competição. "Não sei a que tipo de arbitragens se refere o presidente do Benfica, se às dele, se às nossas", questionou. "Era natural que o entretenimento nesta paragem fosse as arbitragens. Não achei tão natural que não houvesse o mesmo entretenimento quando o FC Porto ganhou a Supertaça pela mancha que pairou sobre esse jogo pela quantidade inacreditável de lances de agressividade. Se é preciso estar atento às arbitragens, que se divida por todos e não apenas ao clube em questão", atirou.

in "ojogo"

Pleno de vitórias garante continuidade dos titulares



André Villas-Boas vai continuar a apostar no mesmo onze que alinhou na deslocação a Vila do Conde, na recepção ao Braga. Apesar de ter mais opções à sua disposição, na sequência da paragem do campeonato nas últimas semanas, não se prevê que o técnico do FC Porto faça alterações entre os titulares, até porque eles são todos convocáveis. Sapunaru recuperou da entorse que tinha sofrido contra o Rio Ave e Varela recompôs-se da sobrecarga muscular que o afastou da chamada à Selecção para os jogos com o Chipre e a Noruega, pelo que ambos vão voltar a ocupar as respectivas posições no onze. No eixo da defesa, Rolando acabou por passar a semana a treinar com os internacionais, não sendo chamado nos dois jogos da fase de apuramento para o Euro'2012, pelo que deverá manter-se ao lado de Maicon. Estas notícias apontam para que o regresso de Fucile à titularidade permaneça em suspenso por mais algumas semanas e para que as estreias de Otamendi e de James - que também recuperou de uma entorse estes dias - devam continuar adiadas, sendo até mais provável que Villas-Boas chame para o banco o uruguaio Cristian Rodríguez.

No meio-campo, Souza e Rúben Micael só deverão ser opções a ter em conta para fazer alterações tácticas na equipa durante o decorrer do jogo, já que Fernando, Belluschi e Moutinho - este último nem jogou contra a Noruega - serão apostas a manter igualmente.

Na frente, para além da recuperação de Varela, Falcao também deverá alinhar, apesar de ter chegado ao Porto "como morto", conforme André Villas-Boas se lhe referiu na conferência de Imprensa, depois do desgaste provocado por mais de 27 mil quilómetros de viagens para representar a selecção colombiana. Sublinhe-se neste caso particular que Walter beneficiou dos últimos dias para encurtar o atraso evidente na sua preparação física, mas Falcao deverá manter o lugar e a confiança do técnico, apesar do curto espaço de tempo que teve para recuperar. Em relação a Hulk, depois do estágio com a selecção do Brasil, em Barcelona, as dúvidas nem se colocam, até porque é só o melhor marcador desta equipa com seis golos apontados em quatro jogos.

O Braga poderá esperar por um embate contra uma equipa sem alterações, que só sabe vencer no campeonato e aposta nos três pontos para se afastar de um concorrente directo.

Fucile e Otamendi à espera

Ainda ontem André Villas-Boas se referiu à questão do regresso de Fucile à equipa e da estreia de Otamendi no eixo da defesa como situações injustas para os defesas titulares (Sapunaru, Rolando, Maicon e Álvaro Pereira) e não só - porque o técnico sublinhou ainda o trabalho de Sereno apesar de não ter sido utilizado -, pelo bom desempenho do quarteto neste início de temporada. Apesar de uma certa tremedeira em determinadas alturas, a verdade é que o FC Porto ainda só sofreu dois golos nos seis jogos oficiais efectuados esta temporada. Para além da questão da oportunidade para integrar estes jogadores no onze, importa sublinhar que Fucile chegou de férias com a preparação a decorrer e enquanto procurou recuperar o atraso, Sapunaru foi marcando pontos e atravessa uma fase de exibições regulares.

Em relação a Otamendi, o central argentino não só chegou tarde, como enfrenta todo um processo de adaptação ao clube e a um estilo de futebol diferente. Com Rolando e Maicon a darem conta do recado no eixo, a sua integração na equipa terá mais hipóteses de acontecer numa fase mais apertada do calendário, que permita ao técnico gerir o desgaste de um titular, pelo que, tal como Fucile, Otamendi terá de esperar por um momento mais oportuno.


in "ojogo.pt"

Discurso motivador põe Falcão num voo seguro


No dia seguinte à vitória em Vila do Conde, Falcão divulgou no seu Twitter: “Iniciando uma longa viagem até à Colômbia.” Sete horas e meia depois, mas já no destino, El Tigre foi taxativo nas suas confissões à rede social: “Na minha Bogotá querida!!! Pronto para um sono profundo. Estas viagens custam-me cada vez mais.” Custam, mas são para repetir e o atleta terá de se adaptar a essa nova realidade, contando com o apoio das estruturas técnica e médica do FC Porto para que isso não afete o seu rendimento no clube. Villas-Boas, com uma abordagem motivadora sobre o assunto, já começou a fazer a sua parte. “Entregámos um jogador fresco e recebemos um morto, mas ele ficará novamente fresco até à hora do jogo com o Sp. Braga”, garantiu o treinador na conferência de imprensa de ontem.

Record tentou, então, saber como se “ressuscita” um jogador em tão curto espaço de tempo e, sem querer entrar pelo caminho das metodologias de treino, o professor universitário José Neto explicou-nos uma das formas de consegui-lo: “O homem é aquilo que pensa e, ao garantir a aptidão do atleta para o próximo compromisso, André Villas-Boas está a incutir-lhe uma meta, está a dar-lhe certezas e isso vai fazer com que o jogador apenas se concentre nisso e não num sem-número de dúvidas. Em suma, isto só revela a competência comunicacional do treinador. A abordagem positiva a estas situações pode fazer milagres. As palavras de Villas-Boas foram totalmente direcionadas ao atleta.”

in "record.pt"

A nova geração abrange três dragões

Com a Copa América no horizonte, assim como a qualificação para o Mundial’2014, a seleção colombiana encontra-se num processo de transição, apostando numa nova geração de jogadores, nos quais surgem à cabeça Falcão, James e Guarín. Assim, as chamadas dos portistas por Hernán Darío Gomez serão frequentes e este desgaste motivado pelos jogos e pelas viagens será uma constante. Nada que faça a estrutura portista tremer.

José Neto, que também é formador da FPF e da UEFA e conhece bem as equipas médica e técnica do FC Porto, acredita que o trabalho a desenvolver com estes jogadores está há muito delineado: “A competência técnico-científica daquela casa é muito grande. Eles conhecem o fenómeno...”

in "record.pt"

Álvaro Pereira, foguete sem sombra

É convicção geral que esta temporada André Villas Boas herdou e/ou criou o grupo mais competitivo, no plano interno, que o FC Porto agregou nos últimos anos, percebendo-se com extrema facilidade que só mesmo à esquerda da defesa não há essa competitividade que Villas Boas faz gala em acentuar prazenteiramente.

Helton será o outro quase inquestionável, porque Beto mantém-no permanentemente em sentido, mas, depois, não há quem possa respirar ou facilitar minimanente: o suporte defensivo é amplo, a luta no meio-campo é praticamente ombro a ombro, com pelo menos seis homens de calibre sem descanso, tal a qualidade e diversidade do miolo; na frente panorama também diverso, extenso e elevado em número e qualidade.

Há, claro que há, uma primeira base, e Villas Boas já utilizou 22 jogadores nos seis primeiros jogos oficiais, dois onzes mas com clara predominância de uma flagrante maioria. Mas se há lugar sagrado, inquestionável e sem 'sombra' convincente, é precisamente na esquerda, onde Emídio Rafael dificilmente se coloca como adversário real nas competições prioritárias, embora com utilização prevista nas provas secundárias, sem esquecer que “Palito” na temporada de estreia, pulverizou todas as marcas de utilização, com 46 jogos e mais de quatro mil minutos nas competições de clubes, a que se somaram mais sete jogos pela selecção uruguaia...

Evocar “Palito” e esta situação rara no actual panorama do plantel portista vem à mão precisamente porque foi frente ao Sp. Braga e naquela célebre goleada por 5-1 que Álvaro Pereira marcou o seu único golo em Portugal, bem vistas as coisas um golo que valeu... por muitos, um violento e inesperado foguete a bons 35 metros da baliza de Eduardo, seguramente um dos grandes golos da última Liga e que, por sinal, levantou ou remexeu também a estranheza de o verem tão pouco rematador, mesmo sendo a função defensiva e a de municiamento as suas prioridades.

Mas o facto é que o 'Palito' que veio para a Europa tem outras obrigações, notoriamente mais defensivas, e assim se explica por que só marcou um golo pelo FC Porto e outro pelo Cluj, quando, na sua carreira sul-americana, designadamente Quilmes, Argentinos e selecção, soma 17. Mas, na verdade, jogava sempre do meio-campo para a frente...

in "abola.pt"

Moutinho com "mais ânimo para trabalhar forte"

Depois de ter festejado ontem o seu 24º aniversário, João Moutinho foi bastante acarinhado pelos adeptos do FC Porto com centenas de mensagens de parabéns, a que promete responder com trabalho dentro de campo.

Em declarações ao site dos ‘dragões’, o jogador agradeceu as mensagens que recebeu, garantindo que “as vossas palavras dão-me mais ânimo para trabalhar forte para defender o nosso clube”.

in "msndesporto.pt"