F.C. Porto na final da Liga Europa. Villarreal conseguiu uma mini «remontada» e ganhou o jogo. Não deu para mais porque...o Porto é melhor e provou-o.
O F.C. Porto de André Villas-Boas é um bom exemplo para as mais variadas teorias. Esta noite provou aquela que diz que a melhor defesa é o ataque. Num jogo de duas caras, embora, ao contrário da primeira mão, a divisão não se tenha feito ao intervalo, os dragões resolveram uma eliminatória, que nunca chegou a estar em causa, quando ganharam alma para subir no terreno, empurrar o rival e marcar. Mesmo perdendo (2-3), o F.C. Porto está na final da Liga Europa. Está em Dublin, acima de tudo, porque merece. É melhor que o Villarreal, como tinha sido melhor que todos os outros adversários que lhe apareceram pelo caminho. Prémio justo, portanto.
Apesar disso, é de louvar o empenho do Villarreal. Quando entrou em campo, tinha de fazer o que ninguém fez a este Porto: marcar quatro golos. O balanço ofensivo, notado numa equipa que dispunha de um tridente (Nilmar, Rossi e Marco Ruben) que semeou o pânico nos primeiros minutos, foi suficiente para levar o estádio a acreditar. E quando o El Madrigal acredita, tudo fica mais fácil.
É impressionante a força que vem das bancadas. Os adeptos entraram numa onda de fé quase sobre-humana que poderia ter dizimado qualquer equipa. Não chegou para o F.C. Porto. Primeiro porque houve Helton, na fase de maior ataque à baliza portista. O guarda-redes só não travou o golo de Cani, aos 17 minutos. Outra vez ele a fazer estragos...
Eliminatória ganha-se uns metros mais à frente
O remendo ao golo do Villarreal foi resistente o suficiente para garantir que não se voltaria a abrir. Ferida sarada com coragem. A equipa subiu no terreno, passou a destruir o jogo do rival mais à frente e começou a criar mais perigo.
Depois, Hulk arrancou e, com sorte à mistura, fez o empate. O golpe parecia acabar de vez com a ilusão do «submarino amarelo». Mas não foi suficiente para calar as bancadas. Se o F.C. Porto fez cinco golos em 45 minutos, por que não poderia o Villarreal fazer o mesmo? Porque o Villarreal não é o F.C. Porto. A resposta tem a mesma dose de presunção e mérito. Para quem tinha dúvidas, veio nova lição: o Porto confronta a história a cada pontapé na bola.
Pedia-se uma «remontada». Houve duas. Os dragões conseguiram mesmo virar e comandar o jogo. De tal forma que antes do intervalo, Hulk podia ter colocado a equipa na frente. Seria injusto. Mas seria futebol. A segunda reviravolta estava reservada para o fim. Já lá vamos.
Um prémio para o El Madrigal
A entrada do Villarreal no segundo tempo não teve nada a ver com a do primeiro. Reformulando. O F.C. Porto entrou muito melhor. Reduziu os espaços, manteve a postura ofensiva e voltou a marcar, numa jogada perfeita, com marca de qualidade colombiana. James abriu para Guarín, o médio cruzou para Falcao e «El Tigre» fez o resto. De uma vez, duas ultrapassagens: o Porto ficava a ganhar pela primeira vez, Falcao passava a ter o melhor registo de sempre numa temporada europeia.
A partir daí o Villarreal deixou de acreditar. Tiros a mais num submarino que já chegava frágil à peleja. O F.C. Porto aproveitou para mostrar credenciais. Guarín, um dos melhores em campo, atirou à trave. James perdeu na cara de Diego López um golo «à Barcelona». Rendilhado perfeito, quase ballett clássico, com o artista a escorregar no momento da decisão. O jogo não morreu aí, acabou por ressuscitar. Obra de um fantástico El Madrigal. Novo grito de incentivo para a equipa que passou a querer, pelo menos, ganhar o jogo.
Conseguiu-o na recta final. Capdevilla aproveitou uma desatenção da defesa portista e fez o empate. Rossi, de penalty, deu nova reviravolta. Foi a «remontada» possível e um prémio para quem tanto acreditou na equipa.
O F.C. Porto, esse, segue viagem para Dublin com todos os créditos e mais alguns, devidamente firmados. Se numa final devem estar os melhores, então, no conjunto das duas mãos, não há dúvidas que os dragões tinham de ter lugar marcado.
in "maisfutebol.iol.pt"