terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pinto da Costa: "Vítor Pereira que explique esta arbitragem"


Pinto da Costa não gostou da arbitragem do encontro de ontem, mas, mais do que isso, disse estar na "expectativa" para ouvir a explicação de Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, sobre o trabalho da equipa liderada por Carlos Xistra, anunciada para o final da décima jornada. "Temos um 'expert' na matéria, o sr. Vítor Pereira, que naturalmente vai explicar, depois da décima jornada, o que se passou aqui em Guimarães. Não sou um 'expert' da arbitragem, ele é que é. Vamos aguardar para ver o que vai dizer desta vez. Já agora, ele que aproveite para nos explicar como é que um árbitro de Castelo Branco, para um jogo que aconteceu na Associação [de Futebol] de Braga, tem na sua equipa um auxiliar que também é de Braga e que, por acaso, no ano passado nos anulou dois golos limpos no jogo com o Paços de Ferreira", adiantou Pinto da Costa antes ainda de se recusar a enumerar os casos que originaram a indignação portista, traduzida sobretudo pelas palavras produzidas por André Villas-Boas no final do encontro. "Não vou analisar esta arbitragem em particular, porque não sou um 'expert'." O presidente do FC Porto recusou-se igualmente a ligar o trabalho de Carlos Xistra às mais recentes críticas lançadas pelo Benfica à arbitragem. "Não sei se estão interligadas. O sr. Vítor Pereira é que tem de explicar isso, apesar de ele já ter dito que não falou por causa da pressão exercida pelo Benfica. Volto a repetir: à décima jornada, o sr. Vítor Pereira vai falar, e eu vou estar atento para ver o que ele diz sobre esta arbitragem. Mas também vou estar atento para ver se este árbitro, a exemplo do que aconteceu com o Olegário Benquerença, vai tirar uma férias ou se vai ser nomeado para um jogo já na próxima oportunidade", concluiu o presidente do FC Porto.

in "ojogo.pt"

O FC Porto um a um

Helton 6

Salvou o empate nos descontos com uma defesa fantástica. Antes agradeceu a Toscano pelo remate… tosco depois de a bola ter cruzado toda a área. Segurou um livre de Teles e um cabeceamento de Edgar.

Fucile 2

Noite de pesadelo. Pareceu cometer falta sobre Edgar na área que o árbitro não viu. Aos 64', teve um erro incrível que permitiu a Faouzi empatar. Pouco depois viu o segundo amarelo por uma entrada violenta sobre o marroquino, "matando" a equipa.

Rolando 5

Sentiu algumas dificuldades quando o Guimarães imprimiu velocidade, tendo falhado um corte que quase deixou Edgar isolado.

Maicon 5

Deu-se melhor com Rolando do que com Otamendi. Assertivo, deu poucas veleidades aos vimaranenses.

Álvaro Pereira 5

Andou quase sempre em zonas ofensivas, mas o entendimento com Varela nem sempre foi o ideal. Bons cruzamentos, mas, num lance em que tentou fintar para o meio, perdeu a bola e permitiu um contra-ataque perigoso. Esteve perto do 2-1, mas Nilson defendeu.

Fernando 6

Se Hulk desequilibra, Fernando equilibra todos os sectores, sobretudo o defensivo. Fez de terceiro central, de trinco e de médio-ofensivo, ainda que ontem se tenha aventurado pouco. Foi um muro intransponível, para não variar.

Belluschi 5

Um momento de génio aos 39', quando isolou João Moutinho apenas com um toque subtil. Dois remates: um interceptado, o outro saiu ao lado.

João Moutinho 6

O primeiro aviso saiu do seu pé direito, o mesmo que usou para rematar quando surgiu isolado na cara de Nilson, aos 39'. A bola foi desviada pelas unhas do guarda-redes. Jogou e fez jogar, recuperou e obrigou ao erro. Em suma, mais uma boa exibição.

Hulk 7

Às vezes parece de outro campeonato, tal a facilidade com que encontra espaços; noutras deixa os companheiros à beira de um ataque de nervos. Foi o mais perigoso do FC Porto, que, pela primeira vez desde que Hulk regressou do castigo, não ganhou com ele em campo. Fez um bom golo - o sexto na Liga - numa jogada individual. Nilson, noutras duas vezes, não deixou que voltasse a festejar, ainda que, numa, Ricardo tenha ajudado.

Varela 4

O elo mais fraco do ataque. Primeira parte apagada, porque procurou adornar demais os lances. Longe do fulgor de outros jogos.

Falcao 5

Recorde negativo: cinco jogos seguidos sem marcar no campeonato. A melhor ocasião surgiu aos 77', num cabeceamento perto do poste. Trabalhou muito para a equipa.

Rodríguez 5

Mais acutilante do que Varela, esteve perto de oferecer a vitória à equipa.

Guarín 5

A resposta de Villas-Boas ao empate. Um remate fraco e dois bons cruzamentos justificam a nota positiva.

Rúben Micael 5

"Traído" por Fucile, cuja expulsão retirou organização à equipa, tentou conduzir a bola até à área contrária no suspiro final.

in "ojogo.pt"

A dúzia esteve na mão

O FC Porto de Villas-Boas ficou-se pelas 11 vitórias. A décima segunda esteve-lhe nas mãos, mas dois erros do mesmo jogador - Fucile - complicaram-na demasiado, até para as actuais capacidades da equipa, que ontem, apesar do empate, deu algumas demonstrações de força nos vários planos do jogo. Não ajudou nada aos projectos do dragão é que o Guimarães tivesse feito o mesmo, ao oferecer uma resistência táctica e física que este FC Porto talvez não tivesse tido ainda oportunidade de conhecer esta época.

Em número de esboços de golo, dificilmente Villas-Boas conseguiu, apesar de tudo, tantas situações em qualquer outro dos 11 jogos. Por outro lado, também poucas vezes abanou tanto na defesa, na qual voltou ontem a fixar a dupla de centrais Ronaldo-Maicon e trouxe de volta Fucile - um penálti que Xistra não viu, um erro que valeu o empate ao Guimarães e, por fim, a inconsciência do amarelo que já lhe constava no cadastro quando se lembrou de pontapear Faouzi, por trás, bem longe da área. Reduzir um jogo tão cheio a estes incidentes seria, no entanto, uma grande asneira.

Contra o FC Porto do costume, ressalvadas as mudanças já referidas, Machado dispôs Cléber a trinco, dois médios-interiores, João Alves e Edson, e depois um elevador, João Ribeiro, destinado a levar jogo aos avançados Edgar e Toscano o mais depressa que lhe fosse possível, enquanto atrás dele as linhas se apertavam tanto quanto pudessem para reduzir o espaço de circulação aos médios e avançados do FC Porto. O esquema aguentou-se bem até que, por motivos não muito claros - estancar as subidas de Álvaro Pereira? -, o treinador sacou Edson ao jogo e fez entrar Pereirinha para o lado oposto. Três minutos depois, Hulk, o jogador a cuja cobertura Edson dava uma mão, esgueirou-se por entre os dois marcadores que sobravam e deu a vantagem ao FC Porto, assinalando também o início de uma outra etapa, mais longa, em que o jogo passou a obedecer por inteiro às directivas de Villas-Boas. Para azar de Machado, aos 23' fora o Guimarães a fracassar de forma mais flagrante na estratégia que tinha para o golo, quando Toscano estragou o contra-ataque perfeito (ver filme do jogo).

No momento em que Faouzi empatou, 33 minutos depois, as bases do confronto eram outras. O Guimarães concentrava-se ainda mais, embora do modo como as víboras se encolhem, sempre pronto a saltar para o ataque em poucos segundos e com um número assinalável de jogadores para quem se fechava tanto, mas o FC Porto estava a sair-se bem na tarefa de reduzir essas ocasiões ao mínimo. Até que a incapacidade de Fucile para lidar com um despejo para a área voltou a transtornar a partida. Sendo verdade que Faouzi, muito veloz, era provavelmente uma carta-chave de Machado para o jogo de ontem, não seria aquela a jogada em que este esperava vê-la resultar.

As inclusões de Flávio Meireles no Guimarães, para completar uma linha de quatro médios muito recuada, e depois de Guarín no FC Porto, a fim de procurar, pelo músculo, fazer valer todos os minutos que havia por jogar, deram à partida - já antes longe de estar amigável - contornos muito duros e de uma competitividade no limite, que, contudo, não impediram os dragões de se reerguerem e voltarem a cair sobre o Guimarães, agora com mais vontade. Sem marcar, acusaram o veneno dos contra-ataques do adversário no único deles que se viu, praticamente desde o empate: Fucile expulso. Novo abanão e novo regresso pouco depois, quando Faouzi se lesionou e deixou o Guimarães com tantos jogadores como o FC Porto. Até ao final, viveu-se e sobreviveu-se sempre na área da equipa da casa, lance atrás de lance, alguns deles muito perto do pretendido.

No fim não há como censurar nem uma equipa nem a outra. O mérito do Guimarães, quer na organização quer na atitude, atenua muito a primeira perda de pontos de Villas-Boas, e as reacções da equipa deste, sobretudo pelos resultados práticos - com um pouco mais de sorte, podia ter voltado a desfazer o empate -, também são um dado positivo a retirar do jogo. E vão dar jeito: depois do Guimarães, é natural que o FC Porto comece a encontrar adversários mais agressivos, contra os quais será mais difícil tentar o já habitual exercício de gestão que, ainda ontem, pode ter contribuído para algum adormecimento.

in "ojogo.pt"

Levaram Sapunaru

Numa medida que não caiu nada bem no seio da estrutura azul e branca, a federação romena de futebol mostrou-se intransigente no cumprimento das leis e não libertou Cristian Sapunaru para o jogo de ontem, frente ao V. Guimarães. Quem saiu a ganhar com toda esta situação foi Fucile, que acabou por ser o titular portista no lado direito da defesa.

Quanto a Sapunaru, esse já nem integrou o estágio para o jogo em Guimarães, tendo viajado durante o dia de ontem para o seu país. Segundo as regras da FIFA, os clubes têm de libertar os seus jogadores internacionais 5 dias antes dos jogos das seleções, mas desde que haja consenso entre clube e federação esse prazo pode sempre ser inferior. Em todo o caso, e mesmo tendo em conta que a Roménia só joga sábado, com a França, a federação romena mostrou-se inflexível face às intenções dos portistas e obrigou Sapunaru a juntar-se à seleção dentro do prazo estipulado, impedindo-o de dar o seu contributo à equipa na sempre difícil deslocação a Guimarães.

Debandada prossegue

Sapunaru já está junto aos seus compatriotas e, durante o dia de hoje, a debandada prossegue. Beto, Rolando, João Moutinho e Silvestre Varela vão juntar-se à Seleção portuguesa, Alvaro Pereira, Jorge Fucile e Cristian Rodríguez à uruguaia e Radamel Falcão à colombiana.

Quer isto dizer que até bem perto do próximo jogo (dia 17 deste mês), para a Taça de Portugal, frente ao Limianos, André Villas-Boas vai treinar com um grupo bastante reduzido. Em todo o caso, no regresso dos clubes à competição e aproveitando o facto de ir defrontar um adversário acessível, o treinador do FC Porto deve poupar os internacionais a esse esforço, deixando-os descansar para a partida seguinte, já para a Liga Europa, frente ao Besiktas. O jogo da Taça será, portanto, uma oportunidade para os menos utilizados mostrarem serviço.

in "record.pt"

Villas-Boas: «Expulsão é ridícula»

André Villas-Boas estava visivelmente agastado no final do encontro. O treinador portista exigiu que o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga tenha para com este encontro a mesma atenção que teve relativamente à deslocação do Benfica a Guimarães. O jovem técnico, que foi expulso, não poupou nas críticas ao árbitro Carlos Xistra.

"Há um penálti claro, que teria dado o 2-0, e que deixaram passar. Tal como sucedeu com o V. Guimarães-Benfica, deviam analisar cuidadosamente as imagens deste jogo", referiu à TVI quando instado a comentar as razões por que teve de abandonar o campo. "A expulsão é ridícula!"

E prosseguiu, no mesmo tom: "Agora somos nós a pedir justiça porque é a segunda vez que há aqui arbitragens escandalosas. A arbitragem do Carlos Xistra pareceu-me decisiva. Por que não se puxa o filme atrás e não se vê o que aconteceu?"

Villas-Boas lembrou a conferência de imprensa de Vítor Pereira. "À 10.ª jornada queremos a mesma atenção. O presidente da Comissão de Arbitragem abriu um precedente e nós estamos atentos. Vamos ver se o Carlos Xistra vai para a jarra!"

Ainda no que diz respeito ao encontro, o treinador portista não tem dúvidas de que a sua equipa foi superior. "Dominámos a primeira parte e a segunda. O V. Guimarães teve poucas ocasiões, enquanto nós tivemos muitas oportunidades para fazer o 2-0. Penso que sem a expulsão teríamos conseguido o 2-1."

in "record.pt"

V. Guimarães-F.C. Porto, 1-1 (destaques)

Hulk, de novo

E vão seis...Hulk tem sido um dos principais responsáveis pela eficácia portista neste início de campeonato. Nem sempre decide bem, é certo, mas é absolutamente imprescindível por lances como aquele que deu o primeiro golo do jogo. A capacidade de explosão de Hulk valeu mais um golo, depois de passar Bruno Teles e João Paulo.

Belluschi: pormenores

Nem sempre opta pela solução mais simples, pela vontade inata de desequilibrar. E acaba por errar quando o rendilhado se sobrepõe ao prático. Porque, nos pormenores, é absolutamente decisivo. Como nas duas vezes que deixou Moutinho na cara do Nilson, uma após passe de Helton com as mãos e outra no início da segunda metade, com uma abertura a rasgar. Saiu quando Villas-Boas quis dar mais musculo ao meio-campo, com Guarín.

Maicon: de dúvida a certeza

Provavelmente o jogador portista que mais evoluiu, embora as oportunidades na época transacta não tenham sido assim tantas. A confiança dada por Villas-Boas tem reflexo na sua maneira de actuar. Quem o catalogava como central certinho, bom a limpar a sua área de acção, mas mediano nos capítulos que costumam fazer a diferença, tem de ver o filme do jogo de Guimarães. Não só se destaca ao nível do passe, como é capaz de parar para pensar e jogar prático, em vez de atirar uma bola para a área contrária como quem se livra de um despejo.

in "maisfutebol.iol.pt"

V. Guimarães-F.C. Porto, 1-1 (crónica)


Primeiro acidente de percurso para André Villas-Boas, expulso num jogo acidentado na Cidade Berço. Machadada do Vitória na veia triunfal do F.C. Porto (1-1), agora a gerir uma vantagem de sete pontos sobre os perseguidores. Hulk marcou o sexto golo na Liga 2010/11, antes de Faouzi saltar do banco para garantir a igualdade.

No fundo, seguindo a pura lógica dos factos, o muçulmano Faouzi fez um favor a Jesus, neste caso o treinador do Benfica. Por sinal, um querido inimigo do técnico vitoriano. O arbitragem complicou uma história que se escrevia com linhas interessantes. O desfecho aceita-se, ainda assim.

Toscano, o rapaz que trocou a roça pelos relvados aos 17 anos, falhou num desafio bem mais fácil que Hulk. Em comum, a história de infâncias difíceis no Brasil, onde uma bola saltou para os resgatar da pobreza. Na noite quente de Guimarães, cada um seguiu o seu trilho.

O Vitória entrou mal no jogo mas chegou a cantar golo, a uma só voz, quando Marcelo Toscano viu a baliza escancarada, à espera da conclusão fácil. A bola fugiu incrivelmente para as malhas laterais. O F.C. Porto, mandão até então, respirou fundo e refugiou-se no instinto de Hulk. O jogador-super-herói fintou Bruno Teles e João Paulo antes de marcar.

O feito complexo de Hulk continua a cativar pela incerteza. Do nada, uma explosão de criatividade e futebol qualitativo, para benefício dos dragões. Mais goleador que nunca, torna-se regra nas constantes excepções de André Villas-Boas.

Machado acertou à segunda

O treinador do F.C. Porto promoveu quatro alterações no onze. A Roménia não libertou Sapunaru para o jogo, confirmando o regresso de Fucile, a par de Rolando, Fernando e Varela. O Vitória manteve a estrutura após o desaire de Coimbra, vendo-se apenas João Paulo no lugar de Freire.

Manuel Machado, pródigo em variações tácticas, falhou a primeira substituição mas emendou a mão à segunda. Edson Sitta, sem aparentes limitações físicas, saiu antes do golo do F.C. Porto. No reatamento, o treinador lançou Faouzi e colheu frutos em quatro minutos. Passe longo de Ricardo, o marroquino ganhou a Fucile e atirou a contar.

O F.C. Porto desperdiçou duas belas oportunidades na etapa inicial e tremeu. Ricardo desviara em cima da linha de golo e, já após o 1-0, Nilson negou o golo a João Moutinho. O Vitória, com ambição crescente, resistiu e voltou ao jogo com meia-hora pela frente. Antes, queixara-se de um penalty por assinalar sobre Edgar. Fucile parece fazer a primeira falta. O árbitro entendeu o contrário.

Pesando prós e contras, o empate não chocava. O Estádio D. Afonso Henriques, com vinte mil pessoas coladas às cadeiras, vibrava com um espectáculo interessante.

Mão, lesão, expulsão, assim não!

André Villas-Boas não se resignava e identificava facilmente os mais irregulares. Varela e Belluschi por Rodriguez e Guarín. O colombiano entrou bem, destacando-se num cruzamento milimétrico para a cabeça de Falcao, mas o compatriota tirou mal as medidas ao alvo (77m). Veio Micael para o lugar do desgastado Moutinho, antes do balde de água fria.

Primeiro, uma eventual mão de Alex. As imagens não esclarecem. Na sequência do lance, Fucile pisa claramente Faouzi e vê o segundo amarelo. Villas-Boas, irritado com a sucessão de acontecimentos, protestou de forma veemente e também recebeu ordem de expulsão (80m).

Faouzi, o coelho da cartola vitoriana, saiu lesionado pouco depois. Com substituições esgotadas, ficaram dez para dez a medir forças. O F.C. Porto ainda acreditou, quando Falcao surgiu isolado, mas o lance foi mal anulado por fora-de-jogo do colombiano. Hélton evitou a hecatombe em cima da hora, ao voar para desviar a bola cabeceada por Edgar.

in "maisfutebol.iol.pt"