terça-feira, 5 de outubro de 2010

V. Guimarães-F.C. Porto, 1-1 (crónica)


Primeiro acidente de percurso para André Villas-Boas, expulso num jogo acidentado na Cidade Berço. Machadada do Vitória na veia triunfal do F.C. Porto (1-1), agora a gerir uma vantagem de sete pontos sobre os perseguidores. Hulk marcou o sexto golo na Liga 2010/11, antes de Faouzi saltar do banco para garantir a igualdade.

No fundo, seguindo a pura lógica dos factos, o muçulmano Faouzi fez um favor a Jesus, neste caso o treinador do Benfica. Por sinal, um querido inimigo do técnico vitoriano. O arbitragem complicou uma história que se escrevia com linhas interessantes. O desfecho aceita-se, ainda assim.

Toscano, o rapaz que trocou a roça pelos relvados aos 17 anos, falhou num desafio bem mais fácil que Hulk. Em comum, a história de infâncias difíceis no Brasil, onde uma bola saltou para os resgatar da pobreza. Na noite quente de Guimarães, cada um seguiu o seu trilho.

O Vitória entrou mal no jogo mas chegou a cantar golo, a uma só voz, quando Marcelo Toscano viu a baliza escancarada, à espera da conclusão fácil. A bola fugiu incrivelmente para as malhas laterais. O F.C. Porto, mandão até então, respirou fundo e refugiou-se no instinto de Hulk. O jogador-super-herói fintou Bruno Teles e João Paulo antes de marcar.

O feito complexo de Hulk continua a cativar pela incerteza. Do nada, uma explosão de criatividade e futebol qualitativo, para benefício dos dragões. Mais goleador que nunca, torna-se regra nas constantes excepções de André Villas-Boas.

Machado acertou à segunda

O treinador do F.C. Porto promoveu quatro alterações no onze. A Roménia não libertou Sapunaru para o jogo, confirmando o regresso de Fucile, a par de Rolando, Fernando e Varela. O Vitória manteve a estrutura após o desaire de Coimbra, vendo-se apenas João Paulo no lugar de Freire.

Manuel Machado, pródigo em variações tácticas, falhou a primeira substituição mas emendou a mão à segunda. Edson Sitta, sem aparentes limitações físicas, saiu antes do golo do F.C. Porto. No reatamento, o treinador lançou Faouzi e colheu frutos em quatro minutos. Passe longo de Ricardo, o marroquino ganhou a Fucile e atirou a contar.

O F.C. Porto desperdiçou duas belas oportunidades na etapa inicial e tremeu. Ricardo desviara em cima da linha de golo e, já após o 1-0, Nilson negou o golo a João Moutinho. O Vitória, com ambição crescente, resistiu e voltou ao jogo com meia-hora pela frente. Antes, queixara-se de um penalty por assinalar sobre Edgar. Fucile parece fazer a primeira falta. O árbitro entendeu o contrário.

Pesando prós e contras, o empate não chocava. O Estádio D. Afonso Henriques, com vinte mil pessoas coladas às cadeiras, vibrava com um espectáculo interessante.

Mão, lesão, expulsão, assim não!

André Villas-Boas não se resignava e identificava facilmente os mais irregulares. Varela e Belluschi por Rodriguez e Guarín. O colombiano entrou bem, destacando-se num cruzamento milimétrico para a cabeça de Falcao, mas o compatriota tirou mal as medidas ao alvo (77m). Veio Micael para o lugar do desgastado Moutinho, antes do balde de água fria.

Primeiro, uma eventual mão de Alex. As imagens não esclarecem. Na sequência do lance, Fucile pisa claramente Faouzi e vê o segundo amarelo. Villas-Boas, irritado com a sucessão de acontecimentos, protestou de forma veemente e também recebeu ordem de expulsão (80m).

Faouzi, o coelho da cartola vitoriana, saiu lesionado pouco depois. Com substituições esgotadas, ficaram dez para dez a medir forças. O F.C. Porto ainda acreditou, quando Falcao surgiu isolado, mas o lance foi mal anulado por fora-de-jogo do colombiano. Hélton evitou a hecatombe em cima da hora, ao voar para desviar a bola cabeceada por Edgar.

in "maisfutebol.iol.pt"

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