domingo, 26 de fevereiro de 2012

Seleção: Varela dispensado

Lesionou-se pelo FC Porto


Silvestre Varela foi dispensado da seleção nacional, depios de se ter lesionado no jogo do FC Porto.

O extremo português saiu do confronto com o Feirense, deste domingo, aos 29 minutos, cedendo o lugar a James Rodriguez.

Agora, chegou a confirmação de que, após comunicação entre os médicos da seleção e do FC Porto, Silvestre Varela vai mesmo falhar o particular com a Polónia, desta quarta-feira.

De resto, os jogadores portistas que foram chamados por Paulo Bento vão juntar-se à equipa ainda esta noite.

De acordo com a federação, não vai ser chamado nenhum substituto pela lesão de Varela.

in "maisfutebol.iol.pt"

Vítor Pereira admite «ansiedade», Machado lamenta expulsão

Vítor Pereira, treinador do F.C. Porto, admitiu, na entrevista rápida à SportTV, alguma ansiedade da sua equipa na primeira parte da vitória sobre o Feirense, que valeu o regresso à liderança da Liga:

«Vimos de uma sequência de jogos muito grande, e por isso acusámos algum desgaste e ansiedade, o que é natural. Jogámos contra uma boa equipa, que na primeira volta nos tirou dois pontos. Por isso não foi uma parte fácil, mas na segunda as coisas foram acontecendo como queríamos. Gostei da atitude dos jogadores, Mesmo quando as coisas não estavam a sair como queríamos, tentaram sempre. James decisivo? Toda a equipa esteve bem na segunda parte, com mais paciência e tranquilidade. Aliás, foi isso que procurámos ao intervalo, tranquilizar os jogadores, e insistir num jogo de toque e paciência. Não quero falar do próximo jogo, quero dar parabéns ao Feirense e aos meus jogadores. Chegarmos à frente é importante nesta fase, o futuro a Deus pertence.»


Por sua vez, Quim Machado, treinador do Feirense, sublinhou a importância da expulsão de Luciano para o desfecho:

«Entrámos bem, fizemos uma boa primeira parte, e até ao intervalo o Porto não teve grandes ocasiões e nós tivemos uma boa oportunidade, pelo Serginho. Na segunda parte, com penalti e a expulsão o jogo complicou-se. Jogar no Dragão com onze é difícil, e com dez ainda é mais. Deixámos boa imagem, queríamos pontuar, mas a partir do momento em que ficámos com dez tudo ficou mais difícil. A partir de agora temos quatro jogos para ganhar em casa, e será esse o nosso campeonato, mas também iremos tentar buscar pontos fora.»


in "maisfutebol.iol.pt!"

Helton: «Equipa soube lidar com a pressão»

Helton, guarda-redes do FC Porto, em declarações à Sport TV, analisa a vitória sobre o Feirense, na 20ª jornada da Liga:

«Queria dar os parabéns à equipa, que souberam lidar com a pressão.»

[como receberam a notícia do empate do Benfica, que abria a possibilidade de chegar à liderança antes do clássico?] «Recebemos a notícia da mesma forma que recebemos todos os resultados: pensando em fazer o nosso trabalho, que é o mais importante. Trabalhamos durante a semana para apresentar o melhor trabalho ao fim de semana.»

[sobre o clássico] «É mais um jogo. O título só pode ficar decidido quando acabar.»

[sentem que esta é uma segunda vida para o FC Porto] «Estamos a trabalhar. A vida é uma só. Temos de continuar a trabalhar, com alegria, humildade e inteligência.»


in "maisfutebol.iol.pt"

F.C. Porto-Feirense, 2-0 (destaques)

A noite de Paulo Lopes chegou a assustar o Dragão


A Figura: Paulo Lopes
Herói, super-homem, guarda-redes extraordinário. O que mais podia ter feito ele? Nada, nada, nada. Foi absolutamente notável durante todo o jogo. Vale a pena registar: defesa em voo a livre de Hulk (43 minutos), defesa a remate de James que levava selo de golo (45), voo e palmada para canto a pontapé de Janko (50), grande penalidade defendida (59), duas defesas consecutivas a tentativas de James e Janko (61). Adiou até ao limite do suportável o primeiro golo do F.C. Porto. Nada a fazer no 1-0, nada a fazer no 2-0. Merecia um currículo mais enriquecido. Ainda irá a tempo de vestir a camisola de um grande clube? 

A Desilusão: primeira parte do F.C. Porto
Errático, conformado, privado de dinamismo, o dragão não teve ponta por onde se lhe pegasse até ao minuto 45. O que até nem é novidade esta temporada nos jogos realizados no Dragão. A exigência desta partida urgia a presença de um campeão esmagador. Nada disso se viu até ao tempo de descanso. À atenção de Vítor Pereira, uma vez mais. 

O Momento: de cabeça para a Luz
Minuto 68. O sofrimento apoderava-se das bancadas. Paulo Lopes parava tudo, até um penálti. E eis que surge Maicon a desviar com a testa um livre de James Rodríguez. Golo, alívio, exultação, o dragão atirava-se de cabeça direitinho para o clássico da Luz. Só aí se resolvia um intrincado problema chamado Feirense. 

Outros Destaques

Lucho Gonzalez
Licenciado pela mais exigente das universidades: a da inteligência e do saber. Só ele descobriria James Rodríguez no segundo golo. O mais fácil e expectável seria fazer o passe para Marc Janko. Mas Lucho não vai pelos caminhos do óbvio. Cabeça erguida, passe atrasado e o colombiano a encostar para o fundo da baliza. Grande segunda parte, a atenuar um primeiro tempo assustadoramente discreto. Nota ainda para um pontapé a fulminar a barra da baliza de Paulo Lopes. Merecia golo. 

João Moutinho
Como cresce com Lucho ao lado. Talvez contagiado pela qualidade do colega, talvez espicaçado pelo carinho tributado pelos adeptos a «El Comandante». Não interessa especular. O relevante é mesmo o excelente momento de forma que atravessa. Encheu o campo em Manchester, voltou a ser dos melhores diante do Feirense. Vítor Pereira poupou-o aos últimos 20 minutos e substituiu-o por Steven Defour. O belga anda atrás de minutos e confiança. 

Maicon
O estigma de patinho feio abandonou-o. Em definitivo? Sim, os sintomas indicam isso. De regresso ao centro da defesa, inaugurou o marcador num belo golpe de cabeça. É um cisne garboso, dominador e ainda em pleno desenvolvimento. Um reparo: não pode falhar o passe que falhou logo no início, à entrada da sua grande área. Nesta altura será justo afirmar que é o defesa central do F.C. Porto em melhor forma. 

Hulk
A primeira parte, paradoxalmente à exibição da equipa, prometia mundos e fundos. Debalde. Afetado pela grande penalidade desperdiçada, meteu a cabeça na relva e desceu vertiginosamente de rendimento. Que remate é aquele na cobrança do livre indireto na área do Feirense? O F.C. Porto precisa de mais Hulk. O dos primeiros 45 minutos serve perfeitamente. 

James Rodríguez
Pronto, Vítor Pereira insiste em coloca-lo no banco. Estranho, desaconselhável, um desperdício. A lesão de Varela chamou-o ao jogo ainda na primeira parte, bem a tempo de ser decisivo. Colocou a bola na cabeça de Maicon para o primeiro golo, marcou o segundo e viaja motivadíssimo para a seleção da Colômbia. A tempo e em condições de jogar o Clássico? 

in "maisfutebol.iol.pt"

F.C. Porto-Feirense, 2-0 (crónica)

Campeão volta a ser líder depois de acabar com a noite heróica de Paulo Lopes


Sessenta e oito minutos. Foi este o tempo que o F.C. Porto precisou que agarrar de novo o primeiro lugar na Liga. Mais de duas horas e meia: o tempo necessário para marcar o primeiro golo ao Feirense esta temporada. E, já agora, para cima de quatro horas: o tempo que Paulo Lopes conseguiu manter a sua baliza inviolável no Estádio do Dragão.

A história deste encontro tem no guardião do Feirense um protagonista inevitável. Paulo Lopes foi uma muralha entre o F.C. Porto e o primeiro lugar que a equipa de Vítor Pereira teve muita dificuldade para escalar. Deu seguimento ao que vinha a fazer: em dois jogos, nenhum golo sofrido na casa portista. Esta noite foi enorme. Enquanto deu...

Mesmo elogiando a organização da turma de Quim Machado, que, como prometido, deixou o autocarro na garagem, é preciso perceber que o arrastar do jogo em muito se deveu a uma atitude errónea e demasiado passiva na primeira parte. Foram maus os 45 minutos inaugurais do F.C. Porto. Quem quer ser campeão tem de mostrar mais. 

No fundo, o jogo não fugiu à regra do que têm sido as prestações do F.C. Porto no seu reduto, esta época. Quase nunca fica tudo decidido cedo. Este foi apenas mais um. Quem gosta de suspense pode marcar lugar anual no Dragão que talvez não se arrependa. 

O estranho caso de Paulo Lopes

Vítor Pereira apostou no onze esperado. Voltou a dar a titularidade a Varela, mas o português, pouco depois de atirar ao lado a primeira oportunidade portista, lesionou-se e deu o lugar a James. O colombiano demorou a abrir o livro, mas, no segundo tempo foi decisivo. 

O Feirense foi dando sempre que fazer. Mesmo com o público a reclamar das constantes quedas e assistências médicas, a estratégia dos homens de Quim Machado foi muito mais do que jogar com o relógio. Houve pressão, algum atrevimento e solidez defensiva. 

Quando a muralha rachava, aparecia Paulo Lopes a emenda-la. Tremenda a exibição do guardião, um dos bons valores desta Liga que parece nunca ter tido o reconhecimento devido. 

A defesa ao livre de Hulk, na primeira parte, foi a primeira de uma sequência que levou o Dragão a um completo estado de nervos. No mesmo período, ainda evitou que James festejasse e no segundo tempo, até ao golo, deu um festival. Tapou o caminho a Lucho, num lance em que o argentino até estava em fora de jogo; evitou que Janko marcasse pelo quarto jogo consecutivo; defendeu um remate de James de fora da área e ainda a recarga de Janko. E, claro, parou um penalty. 

Quando Luciano agarrou o isolado Janko dentro da área parecia aberto o caminho da baliza fogaceira. Ilusão, apenas. Hulk atirou colocado, Paulo Lopes foi ao solo segurar o nulo. 

«Apaguem as luzes!»

Nesta fase o F.C. Porto, diga-se, já massacrava. A expulsão de Luciano, no penalty, expunha ainda mais a linha defensiva do Feirense. Mas havia Paulo Lopes, lá está, capaz de contrariar qualquer sentido lógico. Não ficou assim tão longe. 

Chegou, então, aquele minuto 68. Um livre de James descobriu a cabeça de Maicon que abriu finalmente o ferrolho. Respirava fundo o Dragão, que pouco depois, na melhor jogada coletiva do encontro, viu James dizer: ponto final. Excecional a ação de Lucho que já antes tinha enviado uma bomba à trave. A esmagadora maioria dos jogadores de futebol teria assistido Janko, nesse lance. O argentino, que pisa caminhos menos prováveis, deu a bola a James, que finalizou. 

Depois de muitos nervos, o F.C. Porto resolvia o jogo em quatro minutos e voltava à liderança do campeonato. Tem os mesmos pontos do Benfica, mas vantagem na diferença de golos. «Apaguem as luzes!» gritaram em provocação os adeptos portistas nas bancadas, dando o mote para o reencontro com o Benfica, na próxima ronda.

Chega à Luz como líder o campeão nacional. Cenário muito improvável há oito dias. Cenário real, com culpas dividas entre os dois candidatos. O Clássico promete parar o país. Mas ficou menos decisivo.

in "maisfutebol.iol.pt"

Rui Barros. “O Maradona respeitava-me. Para começar, éramos quase da mesma altura”

Hoje é dia de Milan-Juventus, um clássico de boas recordações para o português, autor de um bis num jogo e ainda do passe para o golo da vitória na final da Taça de Itália-90



Goste-se ou não, a Juventus parece a RFA dos bons velhos tempos: passam 89 minutos a sofrer e, de repente, um golo, ou mesmo dois, para acabar com as dúvidas. Se o futebol italiano é cínico, a Juve representa esse papel na perfeição. É assim, faz parte do seu ADN. Desde os tempos da fundação (1897), em que se equipam de cor-de-rosa, até hoje, já de preto e branco, a imitar a equipa inglesa do Notts County desde 1905.
Equipa italiana com mais títulos nacionais (28 scudetti – 27 da Serie A e um da B –, nove Taças de Itália e quatro Supertaças italianas), a Juventus está empatada com o Benfica no rótulo de vice-campeã europeia, com cinco finais perdidas da Taça dos Campeões mais uma da Taça UEFA. Pelo meio, é das poucas equipas a juntar os três troféus possíveis: Taça dos Campeões (bis), Taça das Taças (vs. FC Porto, em 1984) e Taça UEFA (hat-trick).
Numa dessas três vezes, em 92/93, um português assume-se como figura da equipa de Turim. É Rui Barros, o número oito. Em duas épocas, o rato atómico assina 19 golos em 95 jogos. A sua vítima preferida é o Milan. Além de marcar dois golos num célebre 3-0 em Março de 1990, faz o passe para o 1-0 de Galia, que certifica a vitória em pleno Giuseppe Meazza e a consequente conquista da Taça de Itália nesse mesmo ano.
Ora bem, serve o pretexto para falar sobre e com Rui Barros a propósito do Milan-Juventus de hoje à noite. Os dois primeiros classificados do campeonato encontram-se em Milão, com a curiosidade de a Juventus ser o único clube europeu invencível em 2011/12, com 16 vitórias e dez empates entre Serie A e Taça de Itália. A última derrota recua a 21 de Agosto, num particular precisamente com o Milan (1-2). Antes, já o Sporting de Yannick (outro 2-1, este no Canadá e a 23 de Julho) havia lançado dúvidas sobre a equipa de Antonio Conte. Meio ano depois, e aí está a Juventus a respirar saúde. Como aquela Juve dos anos 90. A de Rui Barros. Vamos ligar-lhe ao intervalo do Nápoles-Chelsea e ouvi-lo.
Boa noite, Rui Barros. Sou Rui Miguel Tovar, do jornal i. Posso roubar-lhe uns minutos ou está a ver o jogo em Nápoles?
Não, esteja à vontade.
Por acaso, quero falar consigo sobre a sua passagem por Itália, a propósito do Milan-Juventus deste sábado. Deduzo que é daqueles jogos que paravam o país.
A partir do momento em que terminavam os jogos do domingo anterior, não se falava de outra coisa a não ser do Milan-Juventus do domingo seguinte. Era a semana toda a ouvir programas de televisão e rádio e mais páginas e páginas de jornais e revistas sobre o clássico. Eram sempre grandes jogos, com ligeiro ascendente do Milan, que era um pouco mais forte. Eram os tempos do Arrigo Sacchi com Van Basten, Gullit, Rijkaard, Baresi. Era uma equipa fabulosa, mas ainda assim conseguimos contrariá-los uma vez ou outra.
Então?
Lembro-me de uma final da Taça de Itália em 1990. Empatámos 0-0 em casa e íamos discutir o troféu a Milão, frente a uma equipa campeã europeia no ano anterior e que iria revalidar o título um mês depois, com o Benfica. Ganhámos 1-0 [25 de Abril] e foi o culminar de um ano fantástico, porque antes...
Nessa época ainda?
Sim, pouco antes [11 de Março], ganhámos 3-0 ao Milan, com dois golos meus e um do Schillaci. Foi um jogo para o campeonato e essa derrota do Milan, então líder com dois pontos de avanço sobre o Nápoles do Maradona, permitiu reavivar a esperança do Nápoles, que viria a sagrar-se campeão na última jornada.
Dois golos ao Milan, hã?! É uma fartura.
Diziam que eu era a besta negra do Milan, porque era muito rápido e, de vez em quando, lá me escapava à defesa em linha deles.
Não era fácil, com o Baresi...
Era incrível o que eles faziam em campo. O Baresi era um treinador dentro do campo. Bastava um tipo de assobio para que eles fechassem ao meio ou se espalhassem pelas laterais ou subissem. Era incrível o entendimento entre todos aqueles defesas, como Tassotti, Costacurta, Maldini, Filippo Galli.
Mas o Milan era uma equipa física?
Eram maduros, experientes e responsáveis. Sabiam perfeitamente o que faziam em campo. Eram agressivos, não no sentido de dar porrada, mas uma agressividade boa, na conquista da bola e do pressing.
E qual era o seu marcador directo?
Eu jogava ali mais para a direita e apanhava o Maldini, um excelente jogador, que jogou até aos 41 anos, 20 dos quais a um nível elevadíssimo. Éramos da mesma idade e dávamo-nos bem fora do campo.
E dentro?
Às vezes calhava passar por ele. Outras era obrigado a procurar outros caminhos.
Chegaram a trocar de camisolas?
Sim, sim. Tenho dele, do Baresi, do Maradona.
Do Maradona? Mas como é que a conseguiu?
A procura era muita, de facto [risos tímidos], mas havia uma boa relação entre nós. Para começar, éramos quase da mesma altura [mais risos, mais tímidos ainda] e depois ele elogiou-me algumas vezes nuns programas de televisão. Havia respeito mútuo. Mas foi em Nápoles que vivi um dos momentos mais tristes com a camisola da Juventus.
Então?
Na primeira mão dos quartos-de-final da Taça UEFA, tínhamos ganho 2-0 em casa. Bastava aguentar essa vantagem em Nápoles, mas isso foi impossível. Fomos lá perder 3-0, com golo de Maradona de livre directo e tudo, após prolongamento. Na altura não achei piada nenhuma, mas aquele ambiente foi do outro mundo. Chegámos a Nápoles e foi arrepiante. Do aeroporto ao hotel, centenas de adeptos com aquelas motorizadas, lambretas, a perseguir o autocarro da Juventus durante a viagem toda, com pontapés em tudo o que era sítio, gestos e palavras e mais palavras. Um ambiente infernal. No estádio a mesma coisa. Oitenta mil pessoas e caímos por 3-0. O Nápoles ganhou a Taça UEFA dessa época [88/89] e nós levantámo-la no ano seguinte.
Fim à travessia do deserto, portanto.
Sim, a Juventus do Platini, Boniek e Laudrup, treinada pelo Trapattoni, tinha ganho tudo o que havia para ganhar. Em Itália e na Europa. Então a equipa que veio a seguir foi construída a pouco e pouco. Só podia haver dois jogadores estrangeiros em campo e um terceiro no banco, que tinha obrigatoriamente de substituir um dos estrangeiros.
Nessa Juventus, quem eram eles? Além do Rui Barros, claro.
O clã russo: Aleinikov e Zavarov.
Dava-se bem com eles?
O Aleinikov já tinha jogado no Lecce e chegou à Juventus com outra disposição, porque já falava italiano. O Zavarov já passou um período mais complicado, porque não se entendeu com a língua italiana e saiu directamente da URSS para a Itália. Era complicado. Eles, os dois, andavam sempre acompanhados por um intérprete e íamos almoçar e jantar muitas vezes juntos.
Além deles, os italianos.
O guarda-redes era o Tacconi. Um brincalhão e a grande figura dessa Juventus, tal como o Cabrini, campeão do mundo pela Itália em 1982. O Tacconi protegia muito os jogadores do clube, como o avançado Altobelli, outro campeão do mundo.
Andavam sempre juntos?
Sim, convivíamos regularmente, com almoçaradas e jantaradas, entre nós e respectivas famílias.
Como era a sua vida em Turim?
Era complicado passear tranquilamente. Eu às vezes pensava como era possível um Maradona, um Van Basten ou um Gullit saírem à rua. Se fosse a um restaurante, eu, que jogava na Juventus mas era pouco conhecido, tinha de falar com toda a gente. Faziam fila para falar comigo. Até pessoas que não estavam no restaurante mas ouviam falar lá fora e entravam. Pessoas de todas as idades. Crianças de seis anos e senhores de 60. Queriam conversar. Nem só adeptos da Juventus, mas também de outros clubes. Todos tinham curiosidade.
Curioso esse mundo. Como é foi parar lá?
Na altura só pensava em sobressair no FC Porto, pelo que o salto para a Juventus foi uma total surpresa para mim. Da noite para o dia, estava num grande de Itália. Mas como?!
Isso pergunto eu...
Há vários factores. Uma vez, na qualificação para os Jogos Olímpicos Seul-88, jogámos com a Itália. Empatámos 0-0 em Lisboa e fui eleito o melhor em campo pela imprensa. O seleccionador da Itália era o Dino Zoff, o treinador que encontrei na Juventus. Depois há também aquele jogo em Amesterdão, com o Ajaz do Cruijff, para a primeira mão da Supertaça Europeia. Ganhámos 1-0, com um golo meu, e a imprensa internacional consagrou-me. Foi assim, do FC Porto para a Juventus.
Mas como, concretamente?
Olhe, às dez da noite não sabia de nada e às sete da manhã do dia seguinte já estava a caminho de Turim.
Bolas, foi mesmo da noite para o dia...
Telefonaram-me para casa a informar do interesse de um clube, fui à sede falar com o presidente, Pinto da Costa, estivemos na conversa duas ou três horas e depois meti-me num avião para ser apresentado pela Juventus nessa manhã.
Nem se despediu dos colegas do FC Porto?
Despedi-me, sim. Claro. Quando fui buscar o meu saco e as chuteiras, eles perguntaram-me onde é que eu ia e gozaram comigo quando lhes disse que ia para a Juventus. Julgavam que estava a brincar.
E como se sentiu nessa apresentação em Turim?
Assustado. Nervoso. Na viagem do Porto para Itália passaram-me imensas coisas pela cabeça. Em Turim mais assustado fiquei. A sede da Juventus estava entupida de gente. Todos queriam ver-me, tocar em mim. Impressionante.
Com Zoff ao seu lado?
Sim, um senhor do futebol e do saber estar. Um verdadeiro gentleman.
Quando saiu da Juventus, o Rui Barros também arrepiou caminho.
O presidente Boniperti, que me foi buscar ao FC Porto, ia sair do clube com o fim do seu mandato e ia entrar um novo dirigente [Giovanni Agnelli]. Com ele sairia também o Zoff. E ele disse- -me ‘tu não assines por ninguém, porque vais comigo para a Lazio.’ Acontece que a Juventus não me deixava jogar em Itália. O Zoff ainda falou com os dirigentes da Juventus para tentar desbloquear a coisa, mas nada feito. Daí que tenha ido para o Monaco.
Como correu essa transferência?
Foi uma mudança de hábitos. Na Juventus, no final de cada treino, havia sempre 20/25 jornalistas à nossa espera. No Monaco, lá passava um jornalista no nosso centro de estágio de mês a mês. O nível de pressão era diferente, bem mais tranquilo. Claro que o Monaco também queria ganhar, mas noutro registo. Até a vida era diferente. No Monaco, o ambiente era menos impessoal e mais individual. Cada um por si. Nessa altura entendi-me às mil maravilhas com o Klinsmann, porque o conhecia do Inter. Era um portento. Alemão, pronto. Não era fabuloso tecnicamente, mas a cultura do trabalho estava lá e era imbatível nesse particular.
No Monaco é treinado por Wenger.
Um treinador sensacional, com uma sensibilidade táctica notável. Aliás, isso foi em 1990 e ele continua aí, no Nápoles [ééééééé, Rui Barros está a ver o mesmo jogo que nós pela televisão: Nápoles-Chelsea]. Perdão, no Arsenal. Agora não está muito bem, mas já foi campeão invicto em Inglaterra. No Mónaco fizemos sempre grandes campanhas no campeonato e não só.
Ai sim?
Pois, ganhámos a Taça de França-91, ao Marselha, no Parque dos Príncipes, e ainda fomos à final da Taça das Taças-92, com o Werder Bremen.
Aquela perdida na Luz?
Essa mesmo. O estádio estava tão vazio... Aquilo parecia um jogo-treino, e não uma final. O Monaco não tem muitos adeptos, o Werder Bremen era um clube também novo naquelas andanças e levou pouca gente. Depois a imponência e a grandeza do Estádio da Luz, com 120 mil lugares. Só podia dar aquele ambiente.
E perderam?
Dois-zero com o Werder Bremen, treinado pelo Otto Rehhagel, que depois ganhou o Euro-2004 na Luz, pela Grécia. Já aí era um treinador metódico e vitorioso.
Além dessa final, retém outros momentos do Monaco na Taça das Taças?
Sim, dois assim de cabeça. Marquei o 1-0 à Roma que nos apurou para as meias-finais e depois eu e o Weah marcámos Feyenoord em Roterdão [2-2]. O meu golo foi de cabeça.
Xiiii, imagino as bocas.
Sim [risos]. Toda a gente, como Petit, Thuram, se metia comigo a perguntar como era possível um baixote marcar de cabeça, mas só é preciso estar lá na altura certa.
Era uma grande equipa, então.
O Monaco é um clube especial. Os jogadores conhecem os nomes dos adeptos e os adeptos desconhecem os dos jogadores [risos]. A própria vida do clube é engraçada. Como o estádio, por exemplo. Aquilo leva 20 mil, mas a média dos adeptos era só de 4 mil por época. Aquilo só mexia com Marselha, Paris SG e Nice, por se tratar de um vizinho.
Um dos poucos espectadores era o príncipe Alberto?
Sim, claro. Grande entusiasta. Era um atleta, não sei se sabe. Muitas vezes ia lá treinar connosco, sobretudo em semanas em que não havia jogo no fim-de- -semana por jogos de selecções. Mas a melhor recordação dele é a vitória na Taça de França, com o Marselha. Imagine só o Parque dos Príncipes cheio: 38 mil adeptos do Marselha e 2 mil do Monaco. Ganhámos 1-0 com um golo de Passi aos 90’. Estamos a falar do Marselha de Mozer, Boli, Waddle, Papin, Abedi Pelé. A festa do título foi patrocinada pelo príncipe, num restaurante só para nós, e depois numa discoteca. Que noite! Hilariante!
in "ionline.pt"

Janko alegra-se com empate do Benfica e «quer liderança»

Após o empate entre o Benfica e a Académica de Coimbra, o avançado austríaco do FC Porto, voltou a postar uma mensagem no Facebook, desta vez com uma imagem. 

«Now let's take the lead!!!!!!! SOMOS PORTO!!!!!», escreveu Mark Janko, associando uma foto de uma passagem de testemunho numa prova de estafetas.

Já após a derrota das águias em Guimarães o avançado tinha mostrado o seu contentamento.


in "abola.pt"Facebook de Janko (foto D.R.)

James com ligação direta ao clássico

EMPRESÁRIO DIZ QUE O EXTREMO ESTARÁ PREPARADO PARA A LUZ



James Rodríguez vai jogar pela Colômbia e a sua utilização no jogo que se segue com o Benfica depende inteiramente de Vítor Pereira. Estas são, por agora, as duas certezas absolutas sobre o assunto, depois do próprio treinador do FC Porto ter dito que o seu extremo regressaria a Portugal a tempo de ser incluído no clássico da Luz. “Vai apresentar-se dentro do previsto, só não sabemos em que condições. Depois de avaliarmos a sua situação física é que vamos decidir se será utilizado ou não”, comentou ontem Vítor Pereira.
Ora, sendo agora certo que El Bandido regressará em tempo oportuno, Record foi saber em que contexto o fará. Motivado e, é provável, diretamente para Lisboa. Sílvio Sandri, empresário do portista, assegurou que James estará pronto para os dois embates. “Se dependesse dele, não tenho dúvidas de que participaria em ambos os compromissos. Ele gosta muito do FC Porto e quer ajudar a equipa, e o mesmo acontece em relação à seleção da Colômbia. Afinal de contas, é o país dele que vai representar”, comentou o agente, notando que os moldes em que o extremo fará a viagem “dizem apenas respeito ao FC Porto e à federação colombiana”. Por isso, “o James vai cumprir com o que as duas instituições decidirem”.
in "record.pt"

Reclamações condenadas

SÓ ADMITE AMARELOS EM DISPUTAS DE BOLA



Cartões amarelos sim, mas só os que se justificam. Esta foi a ideia transmitida por Vítor Pereira quando confrontado com um aumento de indisciplina dos seus jogadores, da qual resulta uma coleção já assinalável de cartões amarelos e castigos, tanto ao nível do campeonato nacional como da Liga Europa. O técnico entende algumas sanções, desde que não sejam os próprios jogadores a “obrigar” os juízes a ir ao bolso.
“Os cartões amarelos por palavras ao árbitro eu condeno-os e já conversámos sobre esse assunto cá dentro.Esses cartões têm de ser evitados ao máximo”, disse o técnico, que no último jogo viu a sua equipa sair prejudicada por uma reclamação de Rolando da qual resultou a sua expulsão frente ao Manchester City.
in "record.pt"

Futre oferece botas e camisola de Viena a Pinto da Costa

O ex-futebolista Paulo Futre ofereceu hoje ao presidente do FC Porto a camisola e as botas com que jogou na final da Taça dos Campeões de 1987, em Viene, onde os "dragões" conquistaram o seu primeiro título europeu.

Futre oferece botas e camisola de Viena a Pinto da Costa
Paulo Futre surpreendeu Pinto da Costa com a oferta durante a sessão do nono aniversário da Casa do FC Porto de Famalicão.
Futre disse que Pinto da Costa é o seu «pai desportivo», por ter sido capaz de «correr o risco» de o levar para o FC Porto, quando se falava que o Sporting o poderia emprestar à Académica de Coimbra.
Disse ainda que, desde que teve oportunidade de ver como Pinto da Costa negociou a sua transferência para o Atlético de Madrid, nunca precisou de empresário.
«Depois de ter este professor, para que queria empresário?», questionou.
in "sapodesporto.pt"

O "caminho" de Defour chega às bancas

O meu próprio caminho" é nome da biografia de Defour, o médio que o FC Porto contratou ao Standard de Liège, que chega amanhã às bancas na Bélgica. Custa 22,5 euros e, para já, terá apenas uma versão em flamengo, uma das língua faladas no seu país. No livro, Defour fala sobre toda a carreira desde o Hombeek, passando pelo Mechelen, o Genk, a conturbada transferência para o Standard e a mudança para o FC Porto. Num lado mais pessoal, Defour assume uma rutura no relacionamento com os pais.


in "ojogo.pt"

Marselha e Lyon têm Sapunaru debaixo de olho

Segundo o portal "Sport.fr", o Marselha e o Lyon, dois dos colossos do futebol francês, estão a acompanhar de perto a época de Sapunaru e poderão tentar a sua contratação no mercado de verão. Segundo a mesma notícia, seriam necessários seis milhões de euros para convencer o FC Porto a libertar o romeno, que esteve muito tempo afastado das opções de Vítor Pereira. O Marselha estará a preparar-se para uma eventual saída de César Azpilicueta, mas dificilmente poderá chegar ao valor avançado. Recorde-se que a equipa atravessa uma crise financeira que a levou, inclusive, a libertar Lucho a custo zero. Já o Lyon tem outro poder aquisitivo e, se avançar com uma oferta, poderia juntar nas alas dois ex-dragões: Sapunaru e Cissokho.


in "ojogo.pt"