segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

IFFHS: F.C. Porto é o melhor português da década, Sporting supera Benfica

Barcelona ocupa a primeira posição no ranking


O F.C. Porto foi a melhor equipa portuguesa na primeira década do século XXI, de acordo com o ranking divulgado nesta segunda-feira pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). O Sporting ocupa o 26º lugar, enquanto o Benfica aparece na 44ª posição do ranking.

O Barcelona é o primeiro classificado desta contagem, seguindo de Manchester United e Liverpool, que ocupam a segunda e terceira posições, respectivamente.

Confira o ranking:

1. Barcelona (ESP) 2.550,0 pontos
2. Manchester United (ING) 2.523,0
3. Liverpool (ING) 2.414,0
4. Arsenal (ING) 2.410,0
5. Inter Milão (ITA) 2.358,0
6. Bayern (ALE) 2.315,0
7. Milan (ITA) 2.296,0
8. Real Madrid (ESP) 2.257,0
9. Chelsea (ING) 2.235,0
10. Roma (ITA) 2.028,0
(...)
14. FC Porto (POR), 1.873
26. Sporting (POR), 1.509
44. Benfica (POR), 1.356,5

in "maisfutebol.iol.pt"

Dia dos Namorados. Os inseparáveis pares do futebol

Desde o início do futebol português como o conhecemos surgiram pares que, apesar de não serem namorados, não se largavam por nada


Hoje é o Dia dos Namorados, 14 de Fevereiro, dia de São Valentim. Por todo o mundo é uma excelente oportunidade para os mercados de flores e chocolates. Os restaurantes têm as mesas reservadas e não há espaço para quem quer ter uma refeição sozinho, os hotéis têm uma primeira impressão do que poderá ser o Carnaval ou a Páscoa e os centros comerciais estão lotados com casais que poderão parecer siameses. No futebol, não há namorados, mas a história tem vários pares que se tornaram inseparáveis. Desde os duelos entre Peyroteo e Gaspar Pinto nos anos 40 aos que ainda duram, seja entre os treinadores Manuel Machado e Jorge Jesus ou os presidentes Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira.

As diferenças são, contudo, marcantes. Aqui não há oferta de chocolates nem de flores, muito menos espaço para jantares à luz das velas. Na melhor das hipóteses, e utilizando o vocabulário típico do futebol (o futebolês), há espaço para distribuir fruta. Ou, se preferirem, a velha máxima de "até ao pescoço é canela". Fernando Peyroteo (Sporting) e Gaspar Pinto (Benfica) inauguraram esta tradição na década de 40. Peyroteo não gostava dos recursos de Gaspar Pinto e chegou a queixar-se à direcção do Sporting. Chegou a haver uma paz podre, mas pouco depois o goleador perdeu a paciência e respondeu com um murro, sendo expulso pela única vez na carreira.

José Maria Pedroto e Mário Wilson começaram a sua relação na Académica, mas o historial de desentendimentos propagou-se a outros clubes. Depois de um primeiro desentendimento em Coimbra, os dois reencontraram-se quando Pedroto estava no FC Porto e Mário Wilson na selecção. A convocatória de jogadores dos dragões foi malvista por Pedroto, que apelidou o seleccionador de "palhaço". "Nunca encarei como um ataque, era apenas a forma de ele ser", explicou Mário Wilson aoi em Janeiro de 2010.

Este reconhecimento de Mário Wilson, não existiu entre Fernando Couto e Mozer. Decorria a época de 1993/94 e o jogo da Luz poderia decidir muita coisa. Mozer decidiu testar a elasticidade dos longos cabelos de Fernando Couto. O central portista não gostou da brincadeira e decidiu testar como reagia a cara do benfiquista ao seu cotovelo. Ainda assim, não houve dupla tão inseparável como Paulinho Santos e João Pinto. Na selecção chegaram a ser colegas de quarto, mas sempre que havia um clássico entre Benfica e FC Porto, o caldo entornava. Cotovelada aqui, murro acolá e pontapé na canela lá ao fundo até à expulsão mútua a 3 de Janeiro de 1998 nas Antas.

Manuel Machado e Jorge Jesus ou Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa são fortes nas palavras, mas nunca um par foi tão inseparável nas quatro linhas como este de Paulinho Santos e João Pinto. Era amor, numa forma muito própria.

in "ionline.pt"

Já se vê um título ao fundo deste túnel...

VANTAGEM PARA O RIVAL VALE CADA VEZ MAIS


A dez jogos do fim campeonato, o FC Porto vai assistir do palanque ao dérbi lisboeta da próxima jornada, com 11 pontos de vantagem sobre o campeão nacional. Sabe-se como um leão ferido é perigoso e os dragões podem até ver as contas da 20.ª jornada encerrarem com os mesmos 11 pontos que hoje têm de vantagem sobre o Benfica, com mais um jogo disputado, a tal partida antecipada da jornada 20 com o Nacional da Madeira que os azuis e brancos venceram facilmente no Dragão.
No jogo entre duas equipas que na última época tiveram problemas nos túneis, mais uma luzinha se acendeu em relação ao título nacional que o FC Porto persegue, para fazer esquecer uma época atípica, que terminou com a equipa portuense na 3.ª posição, atrás do Sp. Braga que ontem defrontou e bateu~
in "record.pt"

Breves


Villas-Boas explodiu

André Villas-Boas não conteve os nervos e chamou Belluschi à atenção, quando este meteu a bola fora para que Vandinho pudesse ser assistido, na sequência de uma entrada dura de Fucile (26'). Até ali, Duarte Gomes tinha deixado o jogo decorrer e muito bem, já que o Braga tinha ficado com a posse de bola, mas mal a perderam, os bracarenses foram a pedir que a bola fosse posta fora. Ânimos exaltados, com o árbitro a distribuir cartões amarelos a Belluschi, por protestos excessivos, e a Fucile, pela falta cometida.

Guarín triste no Twitter por não jogar de início

Depois da mensagem de Fucile no Facebook a explicar, com sinais de desagrado, a ausência nas opções do FC Porto para o jogo com o Benfica, cuja responsabilidade o defesa uruguaio atribuiu àqueles a quem contratou para gerir os contactos nas redes sociais, ontem, foi a vez de Guarín partilhar com uma mensagem de descontentamento. "Adeptos, não sei que mais fazer neste clube para poder ter um lugar no onze inicial, vocês sabem muito bem tudo o que já fiz para poder jogar aqui", escreveu o colombiano no Twitter, após o jogo em que substituiu João Moutinho, a cinco minutos do fim. Pouco depois, deixou um "abraço" aos adeptos.

Walter foi para o banco

Walter regressou ao banco de suplentes, ele que não era opção na equipa de André Villas-Boas desde o jogo com o Nacional. Na lista de 19 jogadores convocados para Braga, Maicon acabou por ser o sacrificado. O central brasileiro voltou a ser preterido, mantendo-se Otamendi no lugar, tal como contra o Rio Ave.

Iturbe falha olimpíadas

Iturbe jogou apenas 27 minutos no triunfo por 2-0 da Argentina sobre a Colômbia no Torneio Sul-Americano de Sub-20. Um resultado que foi insuficiente para qualificar a equipa para os Jogos Olímpicos de Londres porque o Brasil, que tinha de perder para os argentinos se apurarem, goleou o Uruguai (6-0) e levantou o troféu.

in "ojogo.pt"

André Villas-Boas: "FC Porto triunfa cá e na Europa"

Mais um triunfo "extremamente bom" que encaixa na perfeição nos "princípios explanados ao mais alto nível" esboçados por André Villas-Boas. O FC Porto, diz, "está muito confiante", ao ponto do treinador contrapor a convicção de Jorge Jesus ao considerar que o Benfica, no momento, é superior aos dragões. "As declarações do treinador do Benfica estão baseadas, unicamente, num jogo da Taça, no qual o FC Porto, apesar de tudo, foi dominador; e o Benfica pressionante e agressivo. Não podemos esquecer que o FC Porto é mais forte porque tem melhor ataque, melhor defesa e é imbatível na Europa. Não precisa de abrir conferências de Imprensa para mascarar agressões, não precisa de contratar um jogador no dia em que vai jogar com o adversário e tirá-lo de campo", disse André Villas-Boas que acrescentou: "Não temos a força do Benfica relativamente ao impacto da sua marca. Mas, somos um FC Porto que triunfa a todos os níveis, cá e na Europa. Não me lembro de ver os jogadores do Benfica tão crescidos quando foram salvos da Liga dos Campeões pela Liga Europa. Além disso, há uma certa tendência para sobrevalorizarem o que fazem, mas etapa após etapa vão-se frustrando", rematou.

Em Braga, o treinador portista viu uma "equipa muito confiante, com boa posse de bola, boa organização, domínio total do jogo". "Houve muitas sensações positivas. A equipa está a crescer: os jogadores foram agressivos e utilizaram sempre os melhores critérios nas decisões". Neste sentido, sublinhou, "o resultado é escasso".

Para André Villas-Boas ainda não se poderá dizer que a jornada foi decisiva, pois "faltam muitos jogos". "O mais importante é continuar a ganhar e manter esta vantagem, sabendo que a conquista de 56 pontos em 60 possíveis não é normal", disse o treinador sem esconder uma certa ironia. "Toda a gente esperava uma escorregadela e atiraram-se à ganância para ver o FC Porto cair e, certamente, custa-lhes muito termos conquistado esta vitória. Queremos continuar o nosso percurso, este era um dos campos difíceis da Liga e conseguimos uma vitória importante.

in "ojogo.pt"


Braga - Porto (Declarações)

Fucile

"Sporting vai ganhar o dérbi de Lisboa"

Na próxima jornada, o FC Porto vai assistir ao dérbi de Lisboa no sofá, antecipado que foi o jogo com o Nacional por causa da dupla jornada com o Sevilha e Fucile, como é seu timbre, não teve papas na língua. "O Sporting vai ganhar o dérbi de Lisboa", comentou, acrescentando que será um jogo que todos vão ver, "divinalmente", porque é um jogo que pode ter muito significado. Antes de se referir à vitória com o Braga, o uruguaio respondeu às pressões que têm tentado destabilizar a equipa. "As pressões são sempre muitas e de várias partes. O Benfica tem feito tudo no sentido de fazer cair o FC Porto, mas temos demonstrado que estamos mais fortes do que qualquer outra equipa. Quem viu o jogo de hoje pode ficar assustado. Espero que a equipa continue com o seu volume de jogo que, a cada dia que passa, continua a crescer". Por isso, o lateral que regressou ontem à titularidade tem poucas dúvidas quanto à superioridade dos azuis e brancos: "Quem é que lidera? Quem está invicto no campeonato? Não vale a pena dizer mais nada sobre isso..."
Posto isto: o jogo com o Braga. "FC Porto funcionou muito bem em todos os aspectos e demonstrámos que temos melhor equipa do que o Braga, que não criou perigo. Estamos cada vez mais perto do nosso objectivo que é a conquista do campeonato", reconheceu, ainda que não tenha admitido que este fosse um jogo decisivo na corrida ao título. Pessoalmente, mesmo sem ter feito uma exibição de encher o olho, o uruguaio saiu satisfeito. "Tento estar no meu melhor sempre, claro que já não jogava há alguns jogos, mas é como sempre disse, estou à disposição do treinador, que acredita sempre em mim. Não posso falhar, por isso quando me toca a entrar em campo tenho dar sempre cem por cento de Fucile", explicou.

Otamendi

"Família deu força para este jogo"

Quando chegou ao FC Porto, Otamendi tinha apenas um golo no currículo. Nada de grave, porque a especialidade do argentino é defender. Contudo, o central tem desenvolvido dotes goleadores que se desconhecia: já leva cinco golos e, na Pedreira, foi ele quem mais marcou, num bis inédito, com sabor a prenda pelos 23 anos recém-comemorados, confessou, no final. "É verdade que não é normal um defesa marcar tantos golos, mas vieram num bom momento pessoal para mim. Festejei o aniversário com a minha família [no sábado, n.d.r.] e isso deu-me força para este jogo. Acabou por correr bem." "O apoio do grupo também tem sido fundamental", acrescentou Otamendi, para explicar a crescente vocação ofensiva, e utilizando o colectivo também como argumento para a força portista rumo ao título: "Este grupo está unido para encarar o que falta do campeonato. Foi importante ganhar aqui, este era um jogo-chave para nós. Somos o melhor ataque e a melhor defesa. Vamos continuar assim para encarar o que falta do campeonato."

Fernando

"Passo importante"

Fernando considerou justo o triunfo em Braga. "Sabíamos que ia ser difícil vencer o Braga em sua casa, mas entrámos atentos e confiantes e isso determinou o nosso bom jogo", referiu, admitindo que a equipa deu um passo importante para a conquista do título. "Este era mais um jogo complicado e ganhámos. É mais uma caminhada rumo ao título. Espero que sejam muitas as vitórias daqui para a frente para conseguirmos festejar o mais rápido possível", frisou. Segue-se a Liga Europa e o objectivo é o mesmo: "O Sevilha tem uma grande equipa, mas queremos conseguir um bom resultado". E Fernando prometeu ajudar. "É sempre complicado ganhar ritmo quando se tem uma lesão. Espero que daqui para a frente possa fazer grandes jogos."

in "ojogo.pt"

FC Porto um a um

A ESTRELA: Otamendi 8

O FC Porto vai entrar no último terço da Liga com, pelo menos, oito pontos de vantagem sobre o Benfica graças ao bis de um defesa-central. O título nacional ficou mais perto dos dragões e a pressão que o Benfica tinha colocado ao vencer o Guimarães foi devolvida ao rival para o clássico da próxima jornada. Com Falcao no sofá e Hulk sem pontaria, Otamendi assumiu a finalização. E foi com classe pura que abriu o marcador no último minuto da primeira parte: com toda a calma e espaço do mundo, segurou a bola, viu a posição de Artur, e atirou em jeito sem qualquer hipótese. Aberto o marcador, Otamendi fez questão de arrumar com o assunto numa recarga a um livre de Hulk, em que voltou a desviar muito bem a bola de Artur. Melhor prenda de aniversário (23) era difícil. Motivado pelo regresso à selecção, Otamendi teve uma noite de gala em Braga que só não foi perfeita porque Lima mostrou, aos 77', que o argentino precisa de melhorar na velocidade.

Helton 6
Foi para o intervalo com as luvas por sujar, num jogo em casa do vice-campeão. Apenas foi chamado a intervir com os pés porque o Braga não incomodou. A entrada de Hugo Viana obrigou-o, finalmente, a mostrar-se: primeiro para agarrar um cruzamento; depois para efectuar uma grande defesa, num livre directo descaído para a esquerda. E não precisou de fazer mais.

Sapunaru 6
Certinho a defender e atrevido a atacar. Além de ter controlado sem grandes dificuldades Hélder Barbosa e companhia, esteve na origem do golo de Otamendi ao cruzar para a área do Braga. Saiu mais cedo para não agravar um problema muscular, por causa de Sevilha.

Rolando 6
A velocidade de Lima foi um problema que foi contornando como pôde, mas sem que tenha comprometido. Ofereceu o corpo a alguns remates e o único problema foi o passe: por vezes demorou demasiado a decidir.

Fucile 6
De volta ao onze e com vontade de mostrar ao técnico que está apostado em ser alternativa para as laterais. Uma entrada sem bola sobre Vandinho, que lhe valeu o amarelo, manchou o excelente regresso à equipa. Nada a apontar na entrega, tendo ganho aos pontos o duelo com Alan. Concentrado, cortou vários lances e não hesitou em apoiar o ataque.

Fernando 7
Numa altura em que era criticado, voltou às grandes exibições e deu consistência à equipa. Excelente a forma como pressionou os médios do Braga, obrigando-os a decidir mal. Roubou bolas sem conta e até chegou assumir a transição ofensiva.

Belluschi 6
A sua subida de rendimento coincidiu com o melhor período do FC Porto: os cinco minutos finais da primeira parte. Aos 41´ obrigou Artur a uma enorme defesa num remate à entrada da área, depois estendeu a passadeira para Varela. Ainda assim, errou alguns passes, sobretudo na segunda parte.

João Moutinho 5
Lutou muito, mas esteve melhor nos processos defensivos do que nos ofensivos. Isto porque teve pouca bola no primeiro tempo e o jogo da equipa ressentiu-se disso. Dá a sensação de que está cansado.

Varela 6
Durante muito tempo o melhor elemento da equipa, o único capaz de incomodar o Braga, com cruzamentos ou jogadas individuais. Foi um remate seu, interceptado por Vandinho, que esteve na origem do primeiro golo de Otamendi.

James 5
Apenas três bons momentos: a forma como acompanhou um contra-ataque do Braga e cortou o cruzamento de Mossoró; a assistência, com um passe atrasado, para Belluschi atirar com muito perigo; e o remate em arco para boa intervenção de Artur.

Hulk 6
Noite intermitente. Na primeira parte registo apenas para uma bomba à trave, quebrando a monotonia em que o jogo estava. Mais em jogo na segunda parte, deixou o melhor para o fim, quando descaiu para a direita, mas Artur não o deixou festejar nas duas vezes em que surgiu isolado. Apontou o livre que ressaltou na barreira e sobrou para o bis de Otamendi.

Sereno 5
Agora teve de ser deslocado para a direita porque Sapunaru saiu com queixas. Não teve de se aplicar muito porque nessa altura já o jogo estava resolvido.

Guarín 4
Uma perda de bola infantil permitiu um contra-ataque perigoso ao Braga. De bola parada, atirou uma bomba que Artur defendeu para a frente.

Mariano -
Entrou no final, mais como prémio pela entrega diária do que pelo podia acrescentar ao jogo.

Este é o incrível Otamendi

Se Braga era para o FC Porto uma espécie de teste do algodão na caminhada para o título, não há como enganar nas conclusões: afinal de contas, apesar das dúvidas, o líder está bem e recomenda-se. Além da oitava vitória consecutiva na Liga, Villas-Boas somou ainda outra vitória paralela, tão ou mais importante, no campeonato das pressões que vai alimentando com Jesus. À parada e resposta das palavras de um e outro, num teste à resistência psicológica, vai-se seguindo o devido prolongamento em campo. Ontem também foi assim. O Benfica ameaçou, o FC Porto respondeu, e logo onde era suposto ter um adversário à altura. Não teve, mas isso explica-se já.

Agora, sem mais demoras, é preciso abrir alas a um protagonista improvável. Ou pelo menos, a um protagonista numa área improvável: Otamendi, o defesa que gosta de mandar, que gesticula energicamente nas indicações que vai dando, também sabe ser positivamente discreto na outra área, fugindo, sorrateiro, à vigilância dos defesas. O segundo golo, que até foi menos exuberante do que o primeiro, é bem capaz de ser o exemplo perfeito desse faro de golo que Otamendi vem apurando no FC Porto, ele que chegou a Portugal com apenas um no currículo e que, entretanto, em pouco mais de meia época, já acrescentou mais cinco. Não ter Falcao continua a ser um problema, detectado em movimentações de ataque que emperram, mas as coisas acabaram por se resolver bem. E houve ainda uma novidade perfeita para Villas-Boas: o Super-Fernando está de volta, limpando tudo e disfarçando um meio-campo (ou um Moutinho, se preferirmos...) menos enérgico.

O Braga, ou a sua quase ausência do jogo, não está esquecido. Aliás, é justo dizer que até enganou bem de início. Não só por ter Lima e Salino no onze, mas também porque arrancou a todo o vapor. Era suposto que o resultado do Benfica estimulasse o FC Porto a acelerar, naquela que seria uma descarga de adrenalina lógica para uma resposta sem demoras, e em vez disso surgiu um Braga espevitado. Calmos, calmíssimos, os portistas pareciam interessados em baixar o ritmo. E conseguiram. O problema é que, se isso era mesmo estratégico, faltava corrigir a displicência no passe, facto que foi mastigando o jogo, que correu sem grandes oportunidades e sem remates à baliza durante quase meia hora. Mais precisamente até um de Hulk esbarrar com estrondo na trave.

Enfim, acordaram. Ou, pelo menos, acordou o FC Porto, a tempo de preparar um golpe fatal em cima do intervalo. Duplamente fatal para Domingos: em pouco mais de um minuto, ficou sem Paulão e viu-se em desvantagem.

Lançar Hugo Viana para fazer companhia a Mossoró, abdicando de ter Salino ao lado de Vandinho, acabou por ser uma decisão óbvia cozinhada no balneário. O problema é que, pouco tempo depois, Vandinho também sucumbiu e Domingos esgotou as substituições, privando-se de responder com os argumentos de ataque que tinha no banco. Pior ainda: três minutos depois, o Braga sofria o segundo golo.

Nessa altura, o FC Porto estava, de facto, mais sólido e mais incisivo no ataque, porque Hulk, frágil na área, foi habilidoso na forma como soube fugir dela. Por vezes notou-se a ausência, porque ele não pode criar, ou cruzar, e ainda correr para tentar a finalização. Chama-se a isso a impossibilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Não estava ele, mas estava Otamendi, como já se disse, para emendar o livre com que Hulk furou a barreira.

Ponto final nas interrogações sobre o destino dos três pontos. Villas-Boas aproveitou para trocar Sapunaru, algo limitado, por Sereno e, sereníssimo, foi contando os minutos. Se calhar, até aproveitou para alinhavar as ideias que usaria depois no tal campeonato psicológico. A bola segue para Jesus, porque o FC Porto já fez, por antecipação do jogo com o Nacional, o que lhe competia na próxima jornada...

in "ojogo.pt"