quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fernando: "Queremos vencer na Luz e subir ao comando do campeonato"

Médio brasileiro atesta capacidade de reacção dos azuis e brancos depois da goleada sofrida pelo FC Porto em Manchester. Perseguição à liderança do Benfica na mente dos dragões.



Fernando garante que o FC Porto não se deixará afectar com a goleada sofrida diante do Man. City e que a equipa vai estar totalmente motivada no ataque ao 1º lugar da Liga Portuguesa.
"Sempre que chegamos perto do 1º lugar é bom, dá-nos motivação. Agora, estamos só a dois pontos, vamos procurar fazer um grande jogo com o Feirense, vencer na Luz e subir ao comando do campeonato", afirmou o médio brasileiro, atestando que a preocupação azul e branca está virada para os jogos com o Feirense e o Benfica.
"É mais um jogo, que o FC Porto precisa de ganhar. Vamos pensar primeiro no Feirense e só depois pensar no outro jogo", salientou, não escondendo a tristeza pela eliminação da Liga Europa ontem perante o Man. City.
"Fico triste porque tínhamos o objectivo de chegar o mais longe possível. Infelizmente, não queríamos essa derrota, mas procurámos fazer o nosso jogo. Sofremos um golo muito cedo e a equipa deles tem muita qualidade e acabámos por sofrer o segundo. Agora, temos que trabalhar para conseguir conquistar o campeonato", analisou.

Fernando não é vaidosoNo plano pessoal, o médio brasileiro admite o bom momento individual descansando os adeptos portistas ao afirmar que não vai ser afectado por qualquer ataque de "vaidade".
"Procuro trabalhar sempre bem e espero continuar a trabalhar assim. Não quero deixar a vaidade subir, esperando ajudar sempre a equipa", frisa.
in "rr.pt"

CAIO DE PREGO A FUNDO

De regresso aos Dragões e à "melhor cidade do mundo", após dois anos no Benfica, Caio está, provavelmente, no melhor momento da sua carreira. Nesta entrevista, o hoquista foi franco e abdicou de qualquer jogo táctico, mas não deixou de olhar pelo retrovisor e reconhecer erros do passado.

O número oito do FC Porto Império Bonança passa em revista o seu percurso e mesmo os hobbies, entre os quais se encontra o karting. Por isso, recordou tempos de infância, no Cabo do Mundo, em Perafita, onde viu muitas vezes o pai correr.

Quais foram as razões do seu regresso ao FC Porto?
As razões foram basicamente as inversas das que me levaram a sair. Apenas saí do FC Porto por questões meramente pessoais, porque em termos desportivos é impossível encontrar melhor em Portugal. As razões pessoais já não existem e, a partir daí, o meu desejo foi regressar a casa, à minha cidade e, de preferência, ao FC Porto. Na altura em que foi noticiada a minha saída do Benfica, a primeira pessoa a ligar-me foi o senhor Ilídio Pinto e, apesar de não termos feito nenhum acordo, comprometi-me logo com ele. E cá estou.

É aqui que se sente em casa?
Completamente em casa. É a minha cidade, a que eu mais adoro, por variadíssimas razões. Foi aqui que nasci e que tenho a minha família e amigos. Desde sempre fui acarinhado no clube e acho que sempre retribuí esse carinho. Sinto que as pessoas gostam da maneira como jogo e da minha forma de ser, que se enquadra no clube. E agora espero ficar até me aturarem [risos].

O facto de ter vivido em Lisboa aumentou o seu sentimento pelo Porto?
Aumentou. Só damos valor ao que não temos. Muita gente acha que em Lisboa é que é, mas sinceramente nunca tive esse fascínio. Depois de ter ido para lá, sentia falta das pequenas coisas do dia-a-dia, como ir ao café com os amigos. Não tinha lá amigos muito próximos, porque os que mantenho são quase todos de infância. Mesmo estando longe, sempre que podia, dava um salto ao Porto. E daí consegui perceber que o Porto é a melhor cidade do mundo.

Sente que, esta época, é mais titular e decisivo do que alguma vez foi?
Um dos grandes pilares da nossa equipa é que não há titulares. Têm de começar cinco de início, mas entre nós não há essa divisão. Estamos todos a remar para o mesmo lado. Julgo que é isso que faz o sucesso do FC Porto em todas as modalidades: não há ninguém a “minar” porque não joga. Neste momento ainda estou numa fase de adaptação, porque estou a jogar mais atrás, o que é algo que nunca tinha feito, mas tanto eu como a equipa estamos a atravessar um bom momento.

Como foi decidido que iria começar a jogar como defesa-médio ou playmaker?
Houve uma conversa com o Tó Neves, que me perguntou se não ficava chateado, se não me "importava". Disse-lhe que não, até podia ir para a baliza... Se puder, dou o meu melhor. Há jogadores que são postos noutra posição e têm medo de não corresponder. Acho que isso é uma atitude um bocado egoísta: não ando aqui para me sentir bem, mas para servir o clube, o treinador e a equipa.

Tem gostado das novas funções?
Acho que no hóquei de hoje já não há aquela divisão entre defesas e avançados. Este é um jogo fundamentalmente de contra-ataque e, dada a velocidade que imprimimos no jogo, há alturas em que os defesas estão na frente e os avançados é que estão a defender. Em termos ofensivos não tive grandes dificuldades, porque já costumava jogar por fora, mais a organizar e a servir do que propriamente a finalizar. O que mais me custou foi a parte defensiva: o Pedro Moreira, que está mais habituado, tenta ajudar-me e preocupa-se com o jogador que eu estou a marcar, porque sabe que posso falhar em algumas jogadas. Até agora tem sido bom.



in "fcp.pt"

Desaire Europeu adia contactos do Grémio por Rodríguez

Paulo Pelaipe, diretor executivo do futebol do Grémio, diz que este não é o momento oportuno para negociar com o FC Porto a contratação do uruguaio Cristian Rodríguez.

«O FC Porto perdeu 4-0 ontem [com o Manchester City para a Liga Europa]. Este não é um bom momento para falar com eles. Tudo está a ser tratado pelo departamento jurídico, vamos esperar», disse Pelaipe após a apresentação de Vanderlei Luxemburgo, que rendeu Caio Júnior no comando técnico da equipa de Porto Alegre.

Ontem, o dirigente afirmou que os contactos estão avançados e que a operação pode ficar concluída até ao final desta semana. 


in "abola.pt"

Mangala chamado à selecção sub-21 de França

O central do FC Porto está convocado para o desafio com a Itália, dia 28 de Fevereiro. Lesão deverá mantê-lo no Olival.


Mangala está na lista de jogadores chamados pelo seleccionador sub-21 francês, Erick Mombaerts, para defrontar a Itália, num amigável agendado para 28 de Fevereiro, em Cannes.

O central de 21 anos soma 15 internacionalizações pela selecção de esperanças gaulesa, mas não deverá estar disponível para este desafio com os transalpinos. Mangala lesionou-se no tornozelo, no primeiro jogo com o Manchester City, a contar para os 16 avos-de-final da Liga Europa.



in "rr.pt"

Equipa do F. C. Porto recebida com aplausos à chegada ao aeroporto

Equipa do F. C. Porto recebida com aplausos à chegada ao aeroportoA equipa do F. C. Porto foi recebida com aplausos por cerca de duas dezenas de adeptos, à chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Aparentemente, os adeptos que foram esperar os "dragões" estão de acordo com a ideia do "resultado mentiroso" de que falou o treinador, após o 4-0 que eliminou os portistas da Liga Europa.
À chegada ao Porto, cerca de uma vintena de adeptos aplaudiram os jogadores. Num clima muito tranquilo, os futebolistas pararam para dar autógrafos e tirar fotografias com os fãs.
A razoável presença policial que se notava no aeroporto Francisco Sá Carneiro serviu apenas para emoldurar uma pacifica recepção à equipa do F. C. Porto.
Pelos vistos, os adeptos concordam com as palavras do treinador do Manchester City, Roberto Mancini, que elogiou "o bom jogo" dos "dragões", numa partida com "um resultado mentiroso", segundo Vítor Pereira.
O F. C. Porto foi eliminado, quarta-feira, da Liga Europa em futebol, troféu que conquistou no ano passado, pelo Manchester City nos 16 avos de final por um resultado acumulado de 6-1.
Após uma derrota por 2-1 no Dragão, no primeiro jogo, os portistas voltaram a perder com os ingleses em Manchester, agora por 4-0, com os golos dos anfitriões a serem apontados por Kun Aguero, logo no primeiro minuto, Dzeko (76), David Silva (84) e Pizarro (86).

in "jn.pt"

Defour: «Agora, o objetivo é vencer a Liga»

«Temos dois pontos de desvantagem mas é um objetivo alcançável», disse o belga em Inglaterra


Defour foi suplente utilizado na derrota do F.C. Porto em Inglaterra. O Man. City venceu por 4-0 (total de 6-1 na eliminatória) e arredou os dragões na Liga Europa. Castigo pesado para os portugueses.

«Jogámos bem e criámos oportunidades mas, com o 2-0 e o cartões vermelho, o jogo terminou. Na primeira mão, se tivéssemos mantido o 1-0 ou mesmo conseguido um segundo, as coisas podiam ser diferentes», começou por dizer o belga.

A goleada não estava nos planos do F.C. Porto. «Cometemos alguns erros que saem caro contra equipas como o City. Tivemos oportunidade de golos, fizemos um golo que foi anulado mas não era a nossa noite.

«Agora, o nosso objetivo tem de ser vencer a Liga. Temos dois pontos de desvantagem mas é um objetivo alcançável. Resta dizer que o City tem uma boa equipa e não é por acaso que está na frente da Premier League», concluiu Defour, segundo as declarações reproduzidas pelo site da UEFA.

in "maisfutebol.iol.pt"

Alex Ferguson de olho em James

ENVIOU OLHEIRO A JOGO COM O MAN. CITY



Os media online ingleses relataram que Alex Ferguson aproveitou a presença do FC Porto em Manchester para enviar um olheiro ao Etihad Stadium para tirar apontamentos de James Rodríguez, definido como o “Cristiano Ronaldo sul-americano”.
O protagonismo do colombiano, de 20 anos, tem subido e os ingleses estão atentos.
in "record.pt"

Maldição em Inglaterra agora até seca o ataque

PORTISTAS MARCAVAM FORA NA EUROPA HÁ 12 JOGOS



Contando com a final de Dublin, o FC Porto levava uma série de 12 jogos consecutivos a marcar fora do Dragão nas competições europeias. Todavia, o sorteio colocou o Manchester City no caminho dos azuis e brancos e o regresso a Inglaterra reavivou uma maldição que bloqueia as vitórias, mas agora até parece secar o ataque.
Se olharmos para as últimas temporadas, os dragões são um adversário temível a jogar em qualquer estádio europeu que não seja em solo inglês. A exceção que confirma essa regra tem a ver com Old Trafford, onde é tradição o FC Porto faturar. Noutras paragens, nomeadamente em Londres, o deserto é confrangedor e talvez por isso os desgostos se vão acumulando.
in "record.pt"

Villas-Boas com Pinto da Costa

Villas Boas e Pinto da Costa (foto AP)A imagem de Villas-Boas entre Pinto da Costa e Reinaldo Teles foi das mais marcantes do último jogo europeu do FC Porto esta época. Depois de ter perdido por 3-1 na véspera, em Nápoles, o treinador português, cada vez mais contestado no Chelsea, não quis deixar de apoiar o clube do coração, de onde saiu de forma inesperada no verão passado.
Villas-Boas sentou-se na tribuna VIP e assistiu a toda a partida. Antes desta começar deteve-se à conversa com Pinto da Costa e Reinaldo Teles e, a julgar pelos sorrisos, de forma bastante animada.
A visita foi apenas de cortesia e nada tem que ver com um possível regresso ao Porto, ainda que alguns adeptos que com ele se cruzaram lhe tenham pedido para voltar e que o tema vá, seguramente, provocar discussão nos próximos dias. Nesta fase, porém, os dragões não pensam na sucessão técnica, pois estão exclusivamente concentrados na possibilidade de revalidarem o título nacional.
Aparentemente, os jogadores não faziam ideia da visita do antigo treinador.

Queixa contra o City segue hoje para a UEFA


À queixa do Manchester City a propósito de alegados cânticos racistas no Dragão contra Balotelli, o FC Porto vai responder exatamente na mesma moeda. Ontem, os dragões não gostaram do comportamento dos adeptos do City sempre que Hulk tocava na bola e, por isso, apresentarão hoje mesmo uma queixa formal na UEFA.
Os responsáveis portistas falaram primeiro com o delegado da UEFA ao jogo, que confirmou ter ouvido os constantes assobios e achado estranho. Segundo o diretor de comunicação do clube, Rui Cerqueira, a queixa segue com o objetivo de "contribuir para erradicar este tipo de comportamentos, normais em Inglaterra."

Eliminação mais desnivelada de sempre


Hannover (2-6 em 1965/66) e Arsenal (2-6 em 2009/10) já eram. O 1-6 desta eliminatória passa a ser o agregado com maior desnível na história europeia do FC Porto. Desde 1997, os dragões sofreram três derrotas por quatro ou mais golos de diferença, todas elas em Inglaterra (Arsenal, duas vezes, e agora o City). Lembre-se, por fim, que o FC Porto não saía das provas europeias tão cedo desde 2005/06 e desde 2000/01 (0-2 com o Liverpool) que não caía na Taça UEFA (renomeada Liga Europa). Uma eliminatória para esquecer...

Cebola avança para o Grémio


A confirmação deverá ser dada nos próximos dias, mas tudo indica que Cristian Rodríguez vai vestir as cores do Grémio. "A troca de papéis deve acontecer entre quinta e sexta-feira. Dependemos disso", declarou Paulo Pelaipe, diretor executivo do clube, à Rádio Gaúcha.

Maicon deixou Otamendi KO


Um pontapé involuntário de Maicon obrigou Otamendi a sair de campo. O argentino fez uma ferida corto contusa na pálpebra esquerda e no nariz.

Se passar, leão evita Yaya Touré


O marfinense Yaya Touré foi amarelado no jogo de ontem e vai cumprir castigo na 1ª mão da próxima eliminatória. Quem pode tirar proveito dessa ausência é o Sporting, que vai dar de caras com o City caso hoje confirme, em Alvalade, o apuramento para os oitavos-de-final.

Rui Quinta fora do banco


Tal como no Dragão, Rui Quinta não se sentou ao lado de Vítor Pereira. O adjunto viu o jogo na tribuna de Imprensa com Wil Coort. Filipe Almeida foi, por isso, o "braço direito" de Vítor Pereira e os suplentes tiveram de aquecer sozinhos.


in "ojogo.pt"

FC Porto um a um

A figura

Hulk | Incrível deixou o centro e fartou-se de rematar


É verdade que demorou algum tempo para aparecer no jogo e que não esteve particularmente inspirado nas ações individuais, mas espremido o jogo, chega-se à conclusão de que foi o único a incomodar verdadeiramente Hart, a tentar o golo que colocaria os citizens em sentido. Jogou quase sempre encostado às alas e a estatística diz que efetuou seis remates; uns o guarda-redes defendeu como pôde, outros não encontraram ninguém para os desviar para a baliza. Com as orelhas a arder pelos assobios de que cada vez que tocava na bola, ainda ganhou ainda várias faltas em zona de tiro.



Helton - Nada podia fazer no golo madrugador de Aguero, que surgiu isolado e desviou bem a bola do seu alcance. O argentino fez o mesmo aos 29', mas a barra devolveu a bola. Antes, porém, Helton fizera uma grande defesa, com uma mancha que impediu o golo de Touré. Sem responsabilidade nos outros golos.

Maicon - Voltou ao lado direito da defesa, mas concedeu muitos espaços nas costas, bem aproveitados por Silva e Clichy. Ainda apareceu algumas vezes no ataque, mas falta-lhe qualidade para dar profundidade. Melhor na segunda parte, mas azarado na forma como deixou a bola à mercê de Aguero no segundo golo - e ainda foi ele que colocou Dzeko em jogo.

Rolando - Viu um amarelo aos 14' por agarrar Aguero e outro por reclamar com o árbitro no lance do segundo golo. Acabou expulso como contra o Barcelona, na Supertaça Europeia. Até aí fora o mais assertivo da defesa.

Otamendi - Jogo para esquecer a todos os níveis: pela exibição, pela derrota e pela lesão. O passe errado no início custou o golo do City, mas pior do que isso foi a lentidão revelada a tentar acompanhar Aguero. Aos 44' teve hipótese de empatar, mas rematou muito torto. Depois levou um pontapé na cara, de Maicon, e saiu mais cedo.

Alex Sandro - Cometeu vários erros de posicionamento, bem explorados pelo City. Mostrou pouca agressividade a defender e pouco ou nada acrescentou no ataque, a não ser um remate torto ainda na primeira parte.

Fernando - Era humanamente impossível acudir a todos os fogos, por mais disponibilidade que tenha mostrado. Acabou a central após a expulsão de Rolando.

João Moutinho - O mais esclarecido do meio-campo. Logo aos 3' tentou acertar na baliza de Hart, mas foi num livre (27') que causou mais perigo. Com Barry sempre no seu encalço, nem sempre conseguiu acelerar o jogo, mas teve pormenores deliciosos e passes bem medidos.

Lucho - Passe fantástico a isolar Varela aos 17' e dois remates perigosos, um dos quais bem perto do poste. Foi isto o melhor de Lucho numa exibição esforçada.

Varela - Depois do golo no Dragão, Vítor Pereira colocou-o entre os centrais, mas só uma vez conseguiu incomodar Hart. Aliás, devia ter feito mais do que isso, porque estava na cara do guarda-redes e atirou fraco e na sua direção. Passou para a esquerda na segunda parte, mas só ficou aí até aos 63', altura em que saiu.

James - Ainda não foi desta que brilhou num jogo grande. Ganhou uma falta perigosa à entrada da área e até foi o único a acertar nas redes de Hart, só que o lance foi anulado por fora-de-jogo de Hulk.
Sapunaru - Muito ofensivo e com um bom cruzamento antes de, involuntariamente, "assistir" Pizarro para o 4-0.

C. Rodríguez - Entrada inconsequente, apesar da habitual entrega.
Defour - Dez minutos em campo e um remate já nos descontos a proporcionar boa defesa a Hart.

in "ojogo.pt"

Começou a corrida da sucessão

Não faz sentido discutir-se as diferenças de orçamentos, juntar à conversa que, desta feita, Balotelli nem sequer saiu do banco e que o 2-0 foi "construído" por dois suplentes do jogo do Dragão, porque o que sucedeu ao FC Porto nesta eliminatória da Liga Europa não se explica com orçamentos. A queda foi espetacular para um detentor do troféu, porque, no fundo, perdeu por 6-1.
O 4-0 de ontem, verdade seja dita, não é um resultado gordo, é obeso. Está cheio de matéria gorda, um exagero que se explica pela inferioridade numérica que se seguiu ao 2-0 e antes ainda pela magreza de opções ofensivas do FC Porto, que faziam sentir-se nas competições nacionais antes da chegada de Janko e que sempre tomaram proporções bíblicas nos palcos europeus. A questão é que o FC Porto é simpático a oferecer e ranhoso a aproveitar as oportunidades que cria. Ontem, teve quatro livres frontais sem que nem um obrigasse Hart a defender, Hulk fez uma mão cheia de cruzamentos sem que houvesse um avançado - vá lá, um médio ou Varela - capaz de um simples desvio, teve 69% de posse de bola e não marcou um golo. Nem um para amostra, nem um que desse mais justiça ao que aconteceu ontem e outra expressão numérica a uma eliminatória que o Manchester City ganhou com recurso aos seus melhores elementos, mas também contando com a preciosa ajuda portista nos dois jogos, em especial nos golos de Aguero no Dragão e no Etihad Stadium. Não lembra ao diabo sofrer um golo aos 19 segundos...
Por ironia, o FC Porto evitou a pressão inicial do Manchester City - talvez interessado em não deixar que o FC Porto achasse possível reverter a eliminatória -, mas o preço pago pela oferta de Otamendi no golo do compatriota foi elevadíssimo. A primeira parte dos portistas é sofrível, apesar da posse de bola. O Manchester City, nos primeiros 45 minutos, fez um golo, mandou uma bola à barra e teve ainda mais uma ou duas boas oportunidades de golo. Só, mas suficiente. O FC Porto, por seu turno, andou muitas vezes perto da área do City - o que sucedeu durante todo o jogo -, mas só pôde lamentar o remate de Varela, que Hart defendeu com o corpo e o remate para as nuvens de Otamendi ao cair do pano da primeira parte. Foi uma noite miserável para o central argentino, que somou erros e acabou posto fora do jogo por um pontapé de um companheiro de equipa.
Um passo atrás neste texto e um número que merece ser valorizado: 69 por cento de posse de bola, um número expressivo que os dragões conseguiram apesar de quase 20 minutos em inferioridade numérica. Para que serviu ter a bola? Para nada, porque se é bom tirá-la dos pés dos craques como os que abundam na equipa de Roberto Mancini, convém fazer uso desse domínio. Como é óbvio, não fez. Não são precisas muitas palavras, apenas números que tornam, imagine-se a ironia, inexplicável o 4-0, mas que ajudam a perceber em boa parte o que é este FC Porto 2011/12 e o que sucedeu na eliminatória. Ora foi assim: 23 remates portistas, mas apenas três tomaram o caminho do guarda-redes, oito cantos, mas nenhum deles capaz de provocar perigo... O City fez mais com menos: cinco remates à baliza, quatro golos.
Os números da eliminatória não são fáceis de explicar, mas as exibições sim. Os portistas tinham de ser perfeitos neste dois jogos, mas desperdiçaram uma vantagem inicial no Dragão e ofereceram ontem o 1-0 a uma equipa repleta de qualidade, com um meio-campo pressionante como poucos - Yaya Touré é um jogador extraordinário - e que aproveitou tudo aquilo que lhe foi oferecido, incluindo a vantagem numérica que levou à goleada de ontem.
Acabou o FC Porto europeu, falta saber o que valerá daqui para a frente, até porque o futuro está próximo: no início do próximo mês joga muitas das aspirações ao título defrontando o Benfica no Estádio da Luz, onde regressará dias depois para tentar a inédita passagem à final da Taça da Liga.

Arbitragem
Exigente no jogo das palavras

Foi mais lesto a punir excessos de vocabulário do que faltas e revelou-se demasiado compreensivo a punir entradas bem para além da virilidade, em especial de Richards e De Jong. No fundo, pareceu deixar-se influenciar pelo ambiente, como ficou patente no exagero do primeiro amarelo de Rolando e na mesma punição exibida a Otamendi por reclamar.

in "ojogo.pt"