terça-feira, 15 de março de 2011

Holandês Kevin Blom no FC Porto-CSKA Moscovo

A UEFA elegeu o holandês Kevin Blom para dirigir o jogo FC Porto-CSKA Moscovo, da segunda-mão dois oitavos de final da Liga Europa, que se disputa quinta-feira, às 20 horas, no Estádio do Dragão. 

Promovido esta época ao quadro de elite da UEFA, Kevin Blom, de 32 anos, é árbitro internacional desde 2005 e em Setembro passado esteve no Estádio Axa, onde apitou o jogo entre SC Braga e Shakhtar, que os ucranianos ganharam por 3-0. 

Em 2007, Blom foi eleito o melhor árbitro da Holanda e no Dragão será auxiliado por Nicky Siebert e Patrick Langkcamp (assistentes principais), Tom van Sichem e Reinold Wiedemeijer (assistentes adicionais). Danny Makkelie é o quarto árbitro.


in "abola.pt"

A ANÁLISE DE JVP

Leiria-FC Porto

1
Vencedor anunciado cedo

Vitória justa e indiscutível do FC Porto num jogo pouco interessante de seguir, lento, com muitos passes errados e um vencedor anunciado desde cedo, porque sempre que o visitante acelerava provava a si mesmo que iria marcar e ganhar, mais tarde ou mais cedo. Esta vitória perspectiva um final de campeonato pouco interessante. A diferença pontual entre FC Porto e Benfica é tão grande que já só resta saber em que jogo haverá campeão.
Pretendendo virar-se para Liga Europa, o FC Porto quererá resolver a questão do título o mais rapidamente possível e o jogo da Luz terá para os portistas apenas o desafio de conseguirem ser campeões sem derrotas, se possível só com os dois empates cedidos até ao momento, para assim igualarem o recorde do Benfica nos anos 70.

2
FC Porto ganhou o direito a não ter pressa

A primeira parte decorreu do seguinte modo: FC Porto instalado no meio-campo do Leiria durante a maior parte do tempo, com mais iniciativa mas com uma circulação de bola lenta e até previsível. As dificuldades que iam aparecendo deviam-se ao facto de o Leiria defender praticamente com os 11 jogadores atrás da linha da bola, não permitindo espaços.
A tranquilidade pontual do FC Porto permite-lhe dar-se a estas regalias: o tempo deixou de ser obstáculo e a supremacia sobre os adversários é tal que o jogo é mentalmente dado como ganho. E a verdade é que só acelerava de vez em quando, mas era suficiente para criar perigo e acreditar que o golo apareceria. O FC Porto ganhou o direito a não ter pressa. E a verdade é que por volta da hora de jogo o mesmo já estava resolvido, porque o Leiria, que estranhamente estava a jogar para o ponto - cinco defesas e as linhas recuadas -, quase abdicando do ataque, a seguir esboçou uma reacção não muito convincente, mas como teve de se abrir o jogo tornou-se mais agradável.

3
Soluções para todos os problemas

Quando dispõe de toda a gente, o FC Porto tem um naipe de soluções invulgar, porque consegue ladear qualquer problema. Como era difícil ultrapassar uma defesa tão fechada, ontem havia que apostar no remate de meia-distância. E Guarín fez o golo. Noutros jogos era preciso velocidade e o FC Porto foi veloz, de outras marcou de bola parada, de ataque continuado. Marcou sempre mesmo quando o seu futebol não foi de encher o olho.
Porque o jogo de ontem não foi exactamente uma maravilha, vou destacar pormenores que atestam a teoria das soluções para todos os gostos: na segunda parte Belluschi, um craque, fez um passe fantástico que deixou Falcao na cara do guarda-redes, Hulk fez duas ou três arrancadas demolidoras, uma das quais originou um penálti, Guarín fez um golo excelente do sítio certo no momento exacto.

4
Guarín ou Fernando?
Desde que jogue Moutinho…

Sabe-se desde o início da época que o FC Porto tem um plantel rico, mas então nesta altura em que reina a confiança, o treinador pode trocar jogadores sem sequer correr riscos. Ontem Villas-Boas abdicou de Fernando, mais posicional e defensivo e entrou Guarín, jogador com mais iniciativa atacante. E o que resultou daí? Em termos de funcionamento colectivo, nada de especial, porque a inteligência táctica de João Moutinho permite tudo. Ele nunca é problema. É sempre parte da solução. Se Fernando fica, ele sobe; se joga Guarín e vai ao ataque ele fica e compensa, pautando sempre as suas acções individuais conforme as necessidades da equipa.

5
O elogio de Rolando

Nesta altura em que a época se aproxima do fim e no campeonato já pouco há para decidir, não quero perder a oportunidade de dedicar um espaço a Rolando, um dos esteios deste FC Porto. Teve um início de época complicado, ficou órfão de Bruno Alves, começou a jogar com Maicon e ajudou-o a subir. Ao mesmo tempo, no banco estava Otamendi, um jogador de classe com jeito de comandante. Era previsível que o argentino não ficasse de fora por muito tempo e as primeiras indicações até apontariam para que pudesse ser Rolando a sair, mas a verdade é que, no seu jeito discreto mas eficiente, impôs-se sem dar hipóteses à concorrência. De modo que hoje, mesmo com a rotatividade que o treinador vai impondo, os centrais do FC Porto em jogos a doer são… Rolando e um dos outros dois.

in "ojogo.pt"

Leiria 0 - 2 FC Porto (Declarações)

Guarín: "Festa na Luz? O importante é vencer"


Guarín voltou a marcar e, como é evidente, não escondeu a satisfação por ajudar a equipa. "Foi um golo que serviu para desatar este jogo, que estava difícil. Fico satisfeito e agradeço a Deus. Aumentamos a vantagem em mais dois pontos, apesar do cansaço que trazíamos da Liga Europa. Alcançamos o que queríamos que era a vitória e estamos mais perto do objectivo traçado no início da época", sublinhou. As contas dizem que o FC Porto poderá festejar o título na Luz, mas o colombiano não está preocupado com isso. "Seja lá ou noutro lado, o importante é vencermos, mas primeiro temos de pensar no CSKA e depois na Académica", lembrou, garantindo uma equipa bem fisicamente para enfrentar o calendário apertado. "Temos jogadores para enfrentar as várias competições. Vamos aproveitar estes dias para descansar o melhor possível", referiu. Quanto à eliminatória com o CSKA, alertou, ainda não está ganha. "Temos de nos mentalizar que vai ser difícil. Só assim chegaremos onde queremos".
Individualizando o discurso, Guarín lembrou que é "importante jogar com regularidade para poder mostrar aquilo que valemos. A relação com o treinador também é importante e tem havido diálogo. A informação que ele tem passado é importante", concluiu.

Hulk

"Vamos com humildade"

Terminou o jejum parcial de Hulk. O melhor marcador do campeonato, que se reencontrou com os golos na cobrança de um penálti, assumiu alguns sinais de ansiedade. "Estava realmente há alguns jogos sem marcar e era um pouco complicado. Porém, o que interessa é que a equipa estava bem, com todos os jogadores concentrados. Independentemente de quem marca, o mais importante é vencer os jogos", salientou o avançado, desvalorizando, na medida do possível, os 13 pontos de vantagem sobre o Benfica. "Não ganhámos nada. Vamos continuar a jogar com a mesma humildade. O grupo tem qualidade e a prova disso é o campeonato que temos vindo a fazer. Temos que alcançar o título. Sabemos bem o peso que ele tem e vamos ganhar", garantiu.

James

"Ainda falta ganhar jogos importantes"

James colocou um travão na euforia dos adeptos. "Estamos todos tranquilos, sabemos o que queremos. Este tem sido um campeonato difícil, mas ainda falta alguma coisa e há jogos importantes que temos de ganhar", recordou. O jovem colombiano entrou e pouco depois o FC Porto marcou. "Não fui eu que decidi. O mais importante é o colectivo. Senti-me bem e quando entro tento fazer o melhor possível e ajudar a equipa". A terminar, o CSKA: "É uma adversário difícil porque joga bem, mas se estivermos concentrados poderemos seguir em frente".

André Villas-Boas: "Aproveitámos a zona frontal"


Descobrir espaços para marcar golos ao Leiria foi um exercício de paciência (e também de perícia) comparável a jogar o cubo mágico. Para dar cabo de uma defesa composta por cinco defesas, foi necessário recorrer ao pontapé-canhão de Guarín, sim senhor, mas na opinião de André Villas-Boas o FC Porto nunca perdeu o equilíbrio. "A gestão do jogo e a posse de bola eram nossas, mas o Leiria manteve-se sempre uma equipa equilibrada e bem orientada, preenchendo bem os espaços. Acreditávamos que poderíamos encontrar um espaçozinho na zona frontal e foi o que aconteceu. Já o tínhamos tentado na primeira parte; conseguimos na segunda e na altura certa. O Leiria teve de correr atrás do empate e abriu mais espaços. Aproveitámos para fazer o 2-0 final", recordou.

Com 13 pontos de vantagem sobre o Benfica na bagagem, o treinador sente-se mais confiante, mas recusa o título de campeão antecipado. "Preferia estar mais perto do objectivo que traçámos internamente: faltam-nos duas vitórias para que isso aconteça, contra a Académica e o Benfica. Esse percurso que temos traçado leva-nos ao título, da mesma forma que o Benfica também o traçou. Felizmente, o nosso correu bem e o deles correu mal. Esta diferença de 13 pontos é muito, muito importante para um campeão nacional que investiu bastante. Trata-se de uma equipa competente e, à partida, muito dificilmente não seria campeã nacional esta época outra vez... Afinal, as coisas estão como estão", ironizou o treinador, duvidando que o Benfica já tenha desistido da mesma corrida. "Não acredito. Era um onze para ganhar um jogo, tal como disse o próprio treinador do Benfica. Só que o Portimonense luta para não descer de divisão e manteve-se sempre competente. Foi o que aconteceu na Luz e permitiu que nós aumentássemos em Leiria essa tal diferença", referiu. De resto, Villas-Boas só recomenda "algum cuidado" no entusiasmo que rodeia a deslocação ao Estádio da Luz. "Na época anterior, o Benfica também tinha essa motivação extra e as coisas não correram bem. Temos de nos focalizar no nosso objectivo interno: cinco vitórias, passaram três e faltam apenas duas", precisou.

in "ojogo.pt"

FC PORTO UM A UM

Guarín 8

O mal-amado anda a fazer os possíveis para virar ídolo

Guarín voltou a resolver e só não foi totalmente decisivo porque Hulk viria a marcar o segundo golo, já nos descontos. Certo mesmo é que os jogadores do Leiria não viram o jogo do FC Porto da Liga Europa, caso contrário não teriam dado espaço para Guarín rematar e repetir a façanha de Moscovo. E tinha mesmo de ser assim, à bomba, do meio da rua. Foi um remate a roçar os 100 quilómetros por hora que desencravou um jogo monótono por culpa do "autocarro" que os leirienses levaram para o relvado.
Surpresa no onze de Villas-Boas, começou o jogo como trinco, mas pouco depois recebeu ordens para subir no terreno - para 10 - porque não tinha ninguém para marcar. Com isso, foi abrindo brechas na muralha defensiva, que ele próprio aproveitaria aos 59'. Aberto o marcador, voltou a mudar de posição, passando para médio-interior-direito, numa redefinição do sistema táctico do FC Porto.


Helton 6
Um autêntico líbero até à meia-hora, altura em que segurou um cruzamento. Aliás, não foi obrigado a qualquer defesa complicada. Já vai em sete jogos seguidos sem sofrer golos.

Fucile 7
Deu profundidade, arrancando cruzamentos perigosos. Assumiu transições e, a defender, efectuou um corte fantástico no chão, impedido que Rúben Brígido desviasse de Helton.

Rolando 6
Pouco trabalho porque o Leiria quase nem fez cócegas. Esteve perto do golo num remate de ressaca.

Maicon 5
Seguiu as movimentações de Fabrício, permitindo-lhe um cabeceamento. Da mesma forma que deixou Pateiro antecipar-se e desviar uma bola que podia ter dado golo.

Álvaro Pereira 6
Começou com um bom corte sobre Fabrício, mas depois entregou mal algumas bolas. Melhorou na segunda parte, surgindo mais ofensivo e esclarecido. Quase marcou aos 56'.

Belluschi 7
O mais perigoso na primeira parte com dois remates à entrada da área. O primeiro foi negado pelo guarda-redes, o outro pela má pontaria. Aos 75' fez uma assistência brilhante para Falcao, levantando a bola por cima de dois defesas.

João Moutinho 5
Bem na pressão defensiva, mas pouco expressivo na frente. Talvez por isso, Villas-Boas recuou-o para a posição 6.

Hulk 6
Desastrado na primeira parte, em que só um remate saiu na direcção da baliza. Melhor após o intervalo, criando vários desequilíbrios em lances individuais. Quebrou o jejum de golos de grande penalidade, após sofrer falta de Gottardi. E vão 20 na Liga.

Varela 4
Duas ou três combinações com Álvaro Pereira e mais nada. Num um cruzamento, nem um remate.

Falcao 5
Falhou a melhor ocasião no minuto anterior a sair. Na primeira parte também só tentou por uma vez,

James 6
Entrou para 10 e mexeu com o jogo. A qualidade no passe fez estragos, com Hulk a beneficiar de duas assistências.

Rodríguez 5
Um quarto de hora de garra, mas encostado à direita, onde não se sente tão à vontade.

Rúben Micael 5
Um remate torto e muita circulação de bola, segurando o jogo. Recuperou a bola no lance que resultaria na grande penalidade.

Acende-se a luz

Não há como fugir ao óbvio. E se é óbvio que o futuro campeão aguarda apenas pelo carimbo matemático, parece igualmente lógico começar por essa suprema ironia que se anunciava ainda antes deste jogo: o FC Porto esticou para 13 pontos a vantagem sobre o Benfica e, feitas as contas, isso significa que a festa do título pode ser no clássico da Luz. Dizem que a História nunca se repete, mas, mesmo que mudem os cenários e alguns dos protagonistas, que há capítulos muito parecidos, lá isso há.

Esse futuro fica para depois. Agora, é tempo de explicar a 11ª vitória consecutiva do FC Porto no campeonato. Uma explicação simples, que começa em Guarín por dois motivos: não só porque marcou o primeiro golo, claro, mas também porque ele é a peça táctica simbólica que melhor traduz um jogo de sentido único, em direcção à baliza de Gottardi. Villas-Boas confiou ao colombiano o papel de trinco, deixando Fernando no banco, mas percebeu rapidamente que era perda de tempo. E sobretudo de espaço. Guarín passou de trinco a número 10 num piscar de olhos, porque defender uma zona vazia, terra de ninguém para um Leiria construído para funcionar em metade do campo, tornava-se desnecessário. Pedro Caixinha investira tudo numa tese de doutoramento sobre a arte de asfixiar um adversário que gosta de esticar o jogo pelas alas: desenhou uma linha defensiva de cinco unidades, três delas na zona central, auxiliadas por um bloco do meio que mais não era do que uma segunda fiada de tijolos a reforçar a muralha. O FC Porto foi apostando na habilidade para a contornar até Guarín perceber, já na segunda parte, que a coisa só lá ia à bomba.

Antes disso, no melhor sinal de que a primeira parte fora chata, houve espaço para um detalhe anedótico. Cosme Machado, provavelmente aborrecido com a monotonia de se jogar em apenas meio-campo, acabou com tudo uns bons segundos antes de o relógio dar como esgotados os primeiros 45 minutos.

Depois do descanso, não foi só o penteado de Álvaro Pereira a mudar. Para além disso, os portistas também carregaram um pouco mais no acelerador, procurando furar os pneus ao autocarro que o Leiria estacionara à frente de Gottardi, e que dali não arrancava, o que não deixa de ser estranho considerando que os leirienses navegam numa zona tranquila da tabela. A bomba de Guarín terminou com a resistência, isto já depois de Villas-Boas ter apostado em James para servir a aproximação entre Falcao e Hulk, num 4x4x2 dinâmico. De resto, foi Hulk quem colocou um ponto final no jogo, em forma de penálti que acabou com um jejum de oito jogos sem golos. O jejum do Leiria é que continua: cinco jogos em casa em 2011, cinco derrotas, zero golos marcados. Ontem, pelo menos, percebeu-se porquê.

in "ojogo.pt"

U. Leiria-F.C. Porto, 0-2 (crónica)

Dragão também resolve à bomba


O F.C. Porto somou esta segunda-feira a 11ª vitória consecutiva no Campeonato, em Leiria. Foi preciso recorrer à bomba para detonar a defesa hiper-porfiada da equipa da casa e só mesmo um novo momento de grande inspiração de Guarin, o artífice da vitória em Moscovo, tornou possível assinar a vitória e alargar para 13 os pontos de vantagem sobre o Benfica. Depois, já em descontos, Hulk deu um pouco mais de expressão ao triunfo, que até pecou por escasso.


Com o regresso à normalidade, as atenções viram-se agora para o decisivo jogo com CSKA, na quinta-feira, dia em que se joga outro objectivo da época. O título está à distância de mais duas vitórias, quando falta jogar, em casa, com a Académica e¿ na Luz. 


Na outra face da medalha, os homens do Lis, que atravessam uma fase negra. Tentavam, nesta partida, evitar a pior sequência de jogos em casa desde que chegaram à Liga. Em 2007/08, quando desceram de divisão, estiveram quatro partidas seguidas sempre a perder no Magalhães Pessoa. Esta segunda-feira, acabaram por bater esse recorde negativo. Agora somam cinco derrotas consecutivas em casa. 


U. Leiria e a soma de todos os medos


Pedro Caixinha voltou a inovar, utilizando, pela primeira vez esta época, um esquema com três centrais, numa clara intenção de apagar, com todos os meios, o fogo do dragão. A estes, juntou-lhe dois laterais recuados e ainda dois médios de características defensivas, como Marcos Paulo e Iturra. Estava montada a teia para envolver a equipa de André Villas Boas. 

O F.C. Porto, com apenas duas alterações em relação ao jogo com o V. Guimarães (Guarin e Varela surgiram nos lugares de Fernando e James), assumiu o jogo desde o início, aceitando o convite para atacar. As tentativas foram-se sucedendo, umas mais perigosas do que outras, mas não era fácil derrubar aquela muralha erguida à frente de Gottardi que, para ajudar, também estava em noite inspirada. 


Belluschi destacou-se neste período, não só por ter sido aquele que mais perto esteve do golo, mas também por duas quedas na área, a deixar muitas dúvidas. Cosme Machado mandou seguir, os portistas protestaram, mas nada se alterou. Risco zero da União e falta de argumentos dos azuis e brancos para encontrar o abre-latas necessário. Até que chegou o momento do «bombista» Guarin. 

Guarin resolve, Hulk confirma


O remate do colombiano parecia levar fogo tal violência lhe aplicou e, desta vez, Gottardi não teve antídoto. O Porto animou-se, encostou o adversário lá atrás, e podia ter saído de Leiria com outro resultado, mas Pedro Caixinha não abdicou dos três centrais, além de a baliza estar bem guardada, como já se disse. 


André Villas Boas aproveitou então para fazer alguma gestão da equipa, retirando Varela, Moutinho e Falcao, já que, tal como prometera, não o fizera no onze inicial. A União teve um assomo, por Pateiro, mas nada que pudesse colocar em causa o triunfo da equipa de Villas Boas. 


Á terceira, Cosme Machado assinalou grande penalidade, já nos descontos, e Hulk, de forma merecida, voltou aos golos, oito jogos depois. Um final feliz para as hoste portistas. 

in "maisfutebol-iol-pt"

U. Leiria-F.C. Porto, 0-2 (destaques)

A serenata de Belluschi e a raiva de Guarin


Belluschi

Guarin foi novamente herói, com o golo que valeu mais uma vitória, mas o argentino foi a estrela maior de uma partida em que foi preciso ter paciência e ir tentando, tentando, como ele o fez. Foi o construtor do jogo ofensivo da equipa, soube ser abnegado quando era preciso recuar para a posição seis, e libertar Guarin, e ainda travou um intenso diálogo com Gottardi,

Hulk

Dele se espera sempre algo de extraordinário. A genialidade esteve lá mas a eficácia só da linha de 11 metros. Ora por exagerar nas acções ou porque não houve quem aproveitasse as suas iniciativas, como aquele centro de letra, ainda na primeira parte, a verdade é que o brasileiro subiu de rendimento após o primeiro golo. Gottardi ficou de mãos a arder e, logo a seguir, uma aceleração quase rendeu o segundo. Conseguiu-o de grande penalidade. E lá deu um pontapé na crise de golos, que durava há oito jogos.

Guarín

Depois da excelente exibição rubricada a meio da semana, na gélida Moscovo, voltou a merecer a confiança de Villas Boas, e, mais uma vez, disparou uma fulgurante chama de dragão, que só parou depois de queimar as redes de Gottardi. Apesar de ter aparecido como o médio mais recuado, nunca se coibiu de aparecer a construir jogo, e a tentar usar o seu poderosíssimo, e cada vez mais certeiro, remate. Voltou a mostrar que merece jogar mais vezes.

Fucile 

Com tanta gente a povoar o último terço leiriense, as subidas do lateral uruguaio foram muito úteis para criar desequilíbrios, sobretudo, na primeira parte. Nas tarefas defensivas não teve grandes dificuldades em anular Rúben Brígido e, mais tarde, Pateiro.

Gottardi

Quando tudo parece perdido para os leirienses, quando a arte e engenho dos adversários permite romper a defesa, há Gottardi. A tradição de bons guarda-redes brasileiros continua bem viva no Lis, de onde veio justamente Helton. O guardião da União só não defendeu o petardo de Guarin, uma daquelas bombas que dificilmente têm defesa, e o remate de Hulk, da linha de 11 metros. 

Cacá 

Foi uma pena que o seu treinador o tenha «atado» à linha defensiva da equipa. Sempre que pôde, tentou soltar-se das amarras, e nas subidas, fez notar-se pela qualidade técnica. Aos 60 minutos construiu a melhor jogada atacante da turma do Lis, que Brígido não conseguiu aproveitar. Defensivamente, sempre que não complicou, mostrou-se eficaz, mas não devia ser essa a sua tarefa.

in "maisfutebol.iol.pt"

FC Porto. Agora é só contar até seis. Dragão projecta chama para a Luz

Guarín e Hulk conseguiram furar a muralha de Caixinha em Leiria. 11.ª vitória consecutiva na liga deixa FC Porto a 13 pontos do Benfica


Pronto, já só faltam mais dois. Triunfos, pois claro. A Académica de Coimbra não deverá ser adversário muito complicado para o FC Porto, que joga em casa na próxima jornada. Diante do Benfica, a conversa espera-se outra, mas três pontos no Estádio da Luz, algures num dos dias do fim-de-semana de 2 e 3 de Abril – a Liga ainda não definiu o calendário da 25.a jornada –, são sinónimo de título de campeão para os dragões. A conclusão tem explicação simples: após o empate do Benfica com o Portimonense (1-1) e a vitória dos azuis-e-brancos diante da U. Leiria já são 13 os pontos de vantagem do líder sobre as águias.
Contas feitas, vamos ao jogo. Enquanto a greve dos pesados andava a fazer das suas por esse país fora, em Leiria só apetecia gritar "Assim não vale, Caixinha!", tal o camião TIR que o treinador leiriense estacionou no Dr. Magalhães Pessoa para impedir o avanço dos dragões. Puxar o travão de mão até resultou, porque o FC Porto encontrou dificuldades para atravessar e criar perigo com a naturalidade habitual.

Safou-se Gottardi
Mas a estratégia de Caixinha, com três centrais e cinco homens no meio-campo, não dignificou o espectáculo (qual espectáculo?). E quem arcou com as consequências foi Gottardi, que não conseguiu parar quieto entre os postes da baliza da U. Leiria. Do outro lado, Helton quase adormecia – só passado um quarto de hora de jogo é que o guarda-redes brasileiro conseguiu ver a bola a poucos metros, após uma cabeçada de Fabrício, a responder a um centro de Cacá.
Na primeira parte, só deu FC Porto e, já agora, Cosme Machado (o árbitro de Braga parece não ter visto duas cargas sobre Belluschi na área leiriense). A U. Leiria, simplesmente, não existiu. Mas, repita-se: excepção seja feita a Gottardi, que bem defendeu e negou aquele que seria o primeiro golo da noite a Belluschi, aos 17 minutos. Até ao regresso aos balneários, foi só ver o FC Porto a tentar furar a muralha como podia, mas nem a bonita jogada de Hulk na área leiriense deu resultado aos 44 minutos.

furou de longe Mesmo a jogar feio (ou a não jogar, como se preferir), Caixinha insistiu no figurino, a achar que lhe assentava bem. Já André Villas-Boas aproximou mais a sua táctica de um 4x4x2 para conseguir o justo, a vitória. Hulk bem tentava seguir as instruções do técnico a fintar tudo e todos na frente, mas Gottardi não cedia.
Ora, não foi de perto, foi de longe. Ufa! O colombiano Guarín, herói de Moscovo que deixou o FC Porto em vantagem na eliminatória dos oitavos-de-final da Liga Europa, frente ao CSKA, também apareceu em Leiria e, com um remate de longe abriu caminho para a 11.a vitória seguida na Liga.
Sem marcar há oito jogos, Hulk acabou depois por ter o prémio merecido. Gottardi, que até aos descontos tinha feito (quase) tudo bem, travou o brasileiro na área, viu o obrigatório amarelo e foi batido no penálti. Pena que o festejo do seu 20.o golo na Liga lhe tenha valido um amarelo. Ainda assim, ficou para o mundo a mensagem que o avançado do FC- Porto escreveu na camisola (interior) às vítimas do sismo do Japão.

in "ionline.pt"